segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

60% da População da África Ocidental Sem Acesso a Energia Elétrica

África Ocidental-Mahama Kapiah, diretor executivo do Centro para as Energias Renováveis e Eficiência Energética (ECREE) da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), com sede na Cidade da Praia, a sub-região é a que tem o menor acesso do mundo à eletricidade.
 
Kapiah referiu os casos da Libéria e Nigéria, em que apenas 7% da população tem acesso a energia, para salientar que existe uma procura "crescente" na área das energias renováveis, o que, no seu entender, significa que é preciso fazer "algo mais pragmático" para garantir a procura dos cerca de 115 milhões de habitantes da região.
 
Segundo Kapiah, os estudos realizados pela ECREE apontam que, até 2030, haja um aumento de 30% na produção da energia renovável na região oeste-africana, percentagem, porém, inferior aos 35% já atingidos por Cabo Verde, cujo Governo tem a meta de alcançar os 100% até 2020.
 
Para o gestor, natural do Gana, Cabo Verde é, "mais uma vez, a exceção", com um desenvolvimento social "muito elevado", quando comparado com os restantes 15 Estados que integram a CEDEAO, entre eles a Guiné-Bissau.
 
Dos 15 países enquadrados no projeto de ECREE, Cabo Verde foi o que teve "melhor desempenho", ao atingir uma taxa de penetração de 95%, para uma população de cerca de 520 mil habitantes, distribuída por nove ilhas.
 
Criado em Dezembro de 2008 em Abuja, na Nigéria, durante a cimeira da CEDEAO, o ECREE visa contribuir para a concretização dos Objetivos de Desenvolvimento do Milénio (ODM) definidos pelas Nações Unidas em 2000 e elaborar planos de gestão e de coordenação na África Ocidental.
 
O centro, formalizado em Cabo Verde a 06 de Julho de 2010, conta com o apoio da Cooperação Austríaca para o Desenvolvimento (CAD), da Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (ONUDI), da Agência Espanhola de Desenvolvimento Internacional (AECID) e do Governo de Cabo Verde
 
Como competência, o ECREE tem de dirigir e coordenar o plano de ação da CEDEAO/UEMOA (União Económica e Monetária Oeste-Africana), que deverá constar no Livro Branco de Acesso à Energia na África Ocidental, bem como desenvolver, implementar e operacionalizar políticas estratégias que propiciem a difusão de tecnologias de energias renováveis e eficiência energética na CEDEAO.