quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Parlamento da Etiópia Elege Veterano Diplomata Como Presidente


Etiópia-O Parlamento etíope elegeu segunda-feira passada o experiente diplomata e veterano político independente Mulatu Teshome como novo presidente do país, um cargo de caráter simbólico e honorífico.
 
As duas câmaras legislativas decidiram o nome do novo presidente do país do Chifre da África em uma sessão conjunta que inaugurou o novo curso político etíope após um parêntese de dois meses.
 
Mulatu, cujo último destino diplomático foi a Turquia, onde trabalhou como embaixador etíope, substitui assim o antigo presidente, Girma Woldegiorgis, que ocupou o cargo durante 12 anos.
 
O novo presidente, de 55 anos, desempenhou a profissão de diplomata em diversas embaixadas etíopes, a maior parte delas na Ásia, onde representou seu país na China, Japão e Tailândia.
 
"Estamos construindo um futuro brilhante para a Etiópia, com um crescimento econômico constante de mais de 10%", declarou o presidente em fim de mandato, que se considerou "afortunado" por fazer parte desta etapa histórica do país.
 
A escolha de Mulatu foi recebida como uma prova da mudança tranquila e da transição no poder que a Etiópia está experimentando.
 
O atual primeiro-ministro, Hailemariam Desalegn, chegou ao poder em Setembro do ano passado, após a morte de seu antecessor no cargo, Meles Zenawi, que dirigiu o país de forma autoritária durante mais de 20 anos.
 
Hailemariam era vice-primeiro-ministro e chanceler no governo de Meles, e foi investido pela Suprema Corte no cargo mais importante no sistema político etíope.
 
Apesar disso, sua eleição representou a primeira renovação de peso da elite governante do país, que deve realizar eleições em 2015.
 
Hailemariam pertence a uma nova geração de políticos do governamental Frente Revolucionária Democrática do Povo Etíope (FRDPE) que não participou da guerra civil e que, com Meles à frente, forçou em 1991 a queda do governo de Mengistu Haile Mariam, líder da Junta Militar que controlou o país de 1974 a 1987.
 
No entanto, organizações de defesa dos direitos humanos, como a Human Rights Watch, seguem denunciando a existência de presos políticos na Etiópia e acusam o governo de utilizar a lei antiterrorista para praticar a censura e deter jornalistas críticos.