quarta-feira, 10 de julho de 2013

Os 50 Anos da União Africana, Entre Planos e Realidades

OUA(UA) - Criada na capital etíope em 1963 para agrupar todos os países do continente, a Organização da Unidade Africana evolui no combate contra os sistemas raciais-coloniais. Esperou pelo fim da guerra fria para, quase quatro décadas depois, reunir 54 Estados-membros da União Africana.
 
Segundo o estado actual do conhecimento científico, África é o berço da humanidade. Representa 20,3% da superfície mundial e um sétimo dos habitantes do planeta são africanos. O Produto Interno Bruto continental é de apenas 2,5% do PIB global. A este desequilíbrio internacional, África acrescenta vários desequilíbrios internos, com grande disparidade nos indicadores económicos e sociais entre a África do Sul, África do Norte, ilhas oceânicas e a África Subsariana.
 
Tanto os 50 anos das independências de 1960 como a recente comemoração de meio século de instituições geopolíticas pan-africanas foram momentos de balanço, com resultados distintos consoante sejam feitos pelos líderes governamentais ou por entidades da sociedade civil. É uma trajetória tortuosa, durante a qual os ideais fundadores estiveram – e continuam a estar – submetidos a forte pressão de muitas conjunturas nacionais pouco estimulantes.
 
A OUA foi fundada para congregar países de regimes diferentes e até opostos, mas tornou-se incapaz de enfrentar os grandes desafios continentais, sendo por isso substituída pela atual União Africana (UA). Dotada de estruturas que se pretendem mais eficazes, a UA teve um primeiro presidente executivo de grande capacidade de trabalho e a questão hoje é se seus sucessores revelam idêntica característica e se a UA vai ter uma relevância internacional que faltou à OUA.
 
O começo decorre num quadro de melhores taxas de crescimento comparadas com as décadas anteriores e muito mais regimes democráticos. Mas permanecem alguns conflitos de grande intensidade e desequilíbrios na distribuição da riqueza. Dois detalhes persistentes e cruciais.