Cidade do Cabo - A Associação dos Advogados muçulmanos de Joanesburgo pede a
detenção do Presidente norte-americano, Barack Obama, quando ele chegar a 29 de
Junho corrente na África do Sul, de acordo com o seu porta-voz, Yousha
Tayob.
A organização apresentou um documento de 600 páginas ao director nacional
da Procuradoria da República sul-africana para pedir que investigações sejam
levadas a cabo sobre Obama por "crimes de guerra", nomeadamente a sua implicação
no Médio Oriente e nos ataques mortíferos lançados com drones norte-americanos,
veículos aéreos não tripulados por homens, anunciou Tayob.
Ele considera que, em virtude do Tratado de Roma, a África do Sul tem o
direito de perseguir um criminoso de guerra no seu território.
A viagem de Obama pela África do Sul inscreve-se no quadro de uma
digressão africana que o levará também ao Senegal e à Tanzânia.
Por outro lado, a disputa entre o Congresso Nacional Africano (ANC,
partido no poder) e a Aliança Democrática (DA, sigla em inglês), principal
partido da oposição, que administra a província do Cabo Ocidental, continua em
torno da possível visita de Obama à sua jurisdição.
A disputa surgiu depois da DA ter enviado uma carta ao presidente da
Assembleia Nacional para pedir aos parlamentares para convidarem Obama a
exprimir-se diante do Parlamento reunido em sessão comum durante a sua
visita.
O gabinete do presidente do Parlamento rejeitou este pedido, considerando
que, em virtude dos protocolos internacionais, o Parlamento não pode convidar um
chefe de Estado estrangeiros a proferir um discurso nas suas instalações.
"O Presidente Obama visitará este país enquanto hóspede do Governo
sul-africano e não enquanto hóspede do Parlamento. O programa da sua visita é
por conseguinte conjuntamente estabelecido pelos dois Governos. Portanto, o
Parlamento não pode desviá-lo, como sugerido pelo requerimento o gabinete da
DA", lê-se num comunicado.