sexta-feira, 3 de maio de 2013

Endesa Vence Leilão Elétrico da Deco. A empresa foi a única a concorrer. As condições do acordo com a espanhola só serão conhecidas segunda-feira

Portugal-A Endesa foi a já esperada vencedora do leilão de eletricidade promovido pela Deco, até porque, como já se sabia, foi a única empresa a concorrer.

De acordo com um comunicado da associação de defesa do consumidor, a proposta da empresa espanhola preenche os requisitos de Escolha Acertada, quer na tarifa simples quer na bi-horária.
Aos consumidores que participaram no leilão e que decidam contratar com a Endesa, a Deco garante a estabilidade do preço durante um ano e isenção de custos com serviços associados à tarifa de eletricidade, além da inexistência de cláusulas lesivas nos contratos.


«A DECO agradece a recetividade das operadoras de eletricidade, pela abertura negocial demonstrada num projeto verdadeiramente pioneiro para o setor e para o país», afirma a associação.

Os termos finais do acordo com a Endesa ainda não são, no entanto, conhecidos, e só vão ser revelados segunda-feira.

Das cinco empresas fornecedoras de eletricidade, quatro recusaram participar devido às condições impostas pela associação, que incluíam o pagamento de uma comissão por cada cliente angariado.

Quase 600 mil consumidores aderiram à iniciativa, pelo que, no total, essa comissão custaria cerca de 9 milhões de euros à empresa vencedora.

Para a Deco, a adesão de mais de meio milhão de consumidores ao leilão de eletricidade é não só «um voto de confiança» na associação, mas também «um cartão vermelho ao setor elétrico».

A Galp Energia disse que não participou por considerar que as condições impostas não permitiam «a elaboração de uma oferta competitiva para as famílias portuguesas». Também a Gas Natural Fenosa ficou de fora do leilão de eletricidade por «não se enquadrar na estratégia atual da empresa para o mercado nacional».

Ao DN/Dinheiro Vivo, a Iberdrola tinha avançado que, «analisadas as condições do leilão e a situação atual do mercado de energia, não vai poder apresentar uma proposta que esteja em linha com as expectativas da Deco e dos consumidores».

A Deco desvaloriza as críticas, considerando que «é uma tentativa de desviar a atenção do essencial».

«Desde o primeiro momento demos conta que haveria a possibilidade de haver o pagamento de uma comissão de angariação [pelos operadores] e nenhuma das empresas apresentou [a condição] como elemento impeditivo para não ir a concurso», disse à Lusa a porta-voz da Deco ontem à noite.