Bissau - As Forças Armadas da Guiné-Bissau estão "à vontade e satisfeitas" com o
trabalho dos militares da Ecomib (força de alerta da comunidade da África
Ocidental) estacionados no país após o golpe de Estado de 12 de Abril de 2012,
noticia a LUSA.
A satisfação foi transmitida por Daba Na Walna, porta-voz do Estado-Maior General das Forças Armadas guineenses, quando procedia a um balanço da reunião de análise do desempenho das actividades das Forças Armadas, sob o comando do general António Indjai, Chefe do Estado-Maior.
"Nós estamos muito à vontade e satisfeitos com a
presença da Ecomib na Guiné-Bissau, porque isso foi decidido ao nível da CEDEAO
(Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental). Sabemos que há pessoas
por aí que tentam responsabilizar a Ecomib, por tudo quanto o que acontece
aqui", disse o porta-voz das Forças Armadas guineenses, citando o último
relatório da Liga dos Direitos Humanos do país.
"Ainda hoje estive a ler o relatório da Liga
Guineense dos Direitos Humanos a tentar responsabilizar a Ecomib pelo silêncio
em relação aos espancamentos recentes. É bom que fique bem claro que a Ecomib
não está aqui para substituir a polícia de ordem pública da Guiné-Bissau",
afirmou Na Walna.
O relatório da Liga Guineense dos Direitos Humanos
acusa as autoridades de transição, instituídas na sequência do golpe de Estado,
e as forças da Ecomib de silêncio perante "as violações sistemáticas dos
direitos humanos nos últimos tempos" no país.
A Liga falava do espancamento, alegadamente por
militares, do ex-procurador-geral da Republica Edmundo Mendes e do
ex-administrador da região de Gabu José Carlos Monteiro.
"A Ecomib veio a Bissau para garantir a segurança às
instituições do Estado e é o que ela tem estado a fazer. A presença da Ecomib
não dispensa a atuação das forças de segurança da Guiné-Bissau. Se há quem deva
ser responsabilizado seguramente não será a Ecomib, mas sim as forças de
segurança da Guiné-Bissau", comentou o porta-voz do Estado-Maior guineense.
A Ecomib tem pelo menos de 700 elementos, entre
militares e policias, na Guiné-Bissau, oriundos do Senegal, Togo, Nigéria,
Burkina-Faso e Nigéria.