Paris - Cerca de US$ 500 bilhões de dólares encontram-se depositados sob forma de reservas cambiais nos cofres de diferentes bancos centrais dos países africanos, indica uma avaliação confidencial a que a PANA teve acesso em Paris.
Realizada no quadro da busca de financiamentos inovadores para o desenvolvimento em África, o estudo, apoiado pelo Banco Africano de Desenvolvimento (BAD), propõe a utilização destes 500 bilhões de dólares americanos na realização de infra-estruturas.
"Este estudo é uma excelente notícia. Somos um certo número de pessoas a reclamar há muito tempo que se ponha termo a este escândalo que consiste em deixar dormir o dinheiro dos Bancos Centrais enquanto África carece de financiamentos", comentou o economista camaronês François N'Dengwe.
Ele desejou igualmente que o dinheiro dos Bancos Centrais africanos sirva principalmente para estimular a atividade económica através dum apoio acrescido aos investimentos.
"Deve-se, sobretudo, evitar que este dinheiro seja utilizado para pagar os funcionários ou para cobrir outras despesas correntes do Estado. Seria contraproducente. Ele deve servir antes para a realização de infra-estruturas, a educação e a formação técnica e profissional", insistiu o economista camaronês.
Os bancos centrais nacionais ou sub-regionais dos países da zona franco acumulam importantes montantes de dinheiro para lutar contra a subida da inflação ligada à excessiva circulação do dinheiro numerário.
As reservas de câmbio são depositadas nas sedes nacionais dos Bancos Centrais, salvo no caso dos países da zona franco onde elas são colocadas numa conta do Tesouro Francês em Paris.