Bissau-O sector da saúde pública da Guiné-Bissau voltou esta quinta-feira à greve, praticamente um mês depois da última paralisação motivada também por salários em atraso e pagamento de um conjunto de subsídios, avança a agência Lusa.
Segundo Domingos Sami, presidente do Sindicato de Técnicos da Saúde (STS), a greve foi convocada pelo seu sindicato e pelo Sindicato dos Enfermeiros, Técnicos de Saúde e Afins (SINETSA) para durar sete dias, a partir de quinta-feira passada.
"Já não podemos dar mais benefício de dúvida ao Governo, porque comprometeu-se connosco e levantámos a greve do mês de Agosto mas na realidade o Governo está em falta no seu compromisso", declarou Sami, ao justificar a razão da paralisação laboral.
No passado mês de Agosto, os dois sindicatos haviam convocado uma greve de 11 dias, mas volvidos quatro dias da paralisação levantaram-na mediante o compromisso do Governo de transição em como as reivindicações dos sindicatos seriam atendidas num calendário acordado entre as duas partes.
Os dois sindicatos reclamam o pagamento total de uma dívida de 349 milhões de francos CFA (532 mil euros), acumulados com salários em atraso, subsídios de vela e de isolamento (técnicos colocados em localidades recônditas do país) bem como o pagamento do pessoal contratado para prestar assistência nos hospitais e centros de saúde.
A greve também se destina a protestar pelo não pagamento de vencimentos aos técnicos da saúde de acordo com novas letras fixadas no reajuste recentemente efectuado no Orçamento Geral do Estado.
Para Domingos Sami, as greves sucedem-se no sector da saúde porque o Governo "não tem vontade de honrar os compromissos" que assume com os sindicatos.
"Falta vontade ao Governo para pagar as dívidas. O secretário de Estado do Tesouro e Orçamento, Gino Mendes, assumiu o compromisso de que ia pagar as dívidas em três tranches. Na verdade pagou duas tranches e falta pagar a última tranche. Agora ele está em falta porque o prazo que deu já passou" observou o sindicalista.