Ex-Secretário - executivo da CPLP | |
Lisboa - O guineense Domingos Simões Pereira, secretário-executivo cessante da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), admitiu segunda -feira, em Lisboa, candidatar-se à liderança do PAIGC, mas sem apontar datas.
"Sou militante de um grande partido na Guiné-Bissau, termino as minhas funções [de secretário-executivo da CPLP] e coloco-me à disposição do meu povo e do partido para aquilo que eles entenderem ser o melhor espaço para o meu contributo", disse Simões Pereira ao ser questionado pelos jornalistas sobre se poderá candidatar-se a presidente do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC).
"Sou militante de um grande partido na Guiné-Bissau, termino as minhas funções [de secretário-executivo da CPLP] e coloco-me à disposição do meu povo e do partido para aquilo que eles entenderem ser o melhor espaço para o meu contributo", disse Simões Pereira ao ser questionado pelos jornalistas sobre se poderá candidatar-se a presidente do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC).
Domingos Simões Pereira falava à margem de uma homenagem que lhe foi prestada, na sede da CPLP, pela Associação de Estudantes da Guiné-Bissau em Lisboa.
Quanto ao seu futuro político, considerando que em Janeiro de 2013 vai realizar-se um congresso do PAIGC, Simões Pereira reconheceu que há "colegas, amigos, gente do partido e de fora do partido que comungam do sentimento" de que pode vir a assumir "algo de importante" no seu país.
"Tenho defendido que fazer política tem que ser um bocado mais do que disputar o poder. Temos que ter um projecto de sociedade. E eu estou a desafiar os colegas que acreditam em mim e os jovens que dizem que eu represento esse futuro e essa esperança a trabalharmos num projecto de sociedade, que nos garanta que quando chegar o momento teremos soluções. E se formos capazes de o fazer, então sim, eu irei assumir esse desafio", disse.
O Presidente da República de transição da Guiné-Bissau anunciou que representará o país na 67.ª Assembleia-Geral das Nações Unidas, que se realiza este mês, em Nova Iorque.
Serifo Nhamadjo anunciou também que é um dos convidados de honra da Administração norte-americana para participar numa recepção que será oferecida nesta circunstância a mais de 100 personalidades.
Questionado sobre se isso representa um reconhecimento tácito pela ONU e pela comunidade internacional das autoridades de transição da Guiné-Bissau, que assumiram o poder na sequência do golpe de Estado de 12 de Abril, Simões Pereira disse que essa avaliação cabe às Nações Unidas.
"O que acontecer terá a sua explicação e as pessoas certas saberão dá-la", observou.
Apesar de ser "contra golpes de Estado", Simões Pereira frisou que "todos os guineenses devem ser parte da solução, que tem de ser a mais inclusiva possível".
Simões Pereira disse que vai acompanhar o novo secretário executivo da CPLP, o moçambicano Murade Murargy, a Nova Iorque, "na perspectiva de o introduzir em determinados meandros" da participação da CPLP durante a Assembleia-Geral das Nações Unidas.
Quanto à homenagem que lhe foi prestada pelos estudantes guineenses, Simões Pereira admitiu que foi "muito sentida e muito sincera".
Durante a cerimónia usaram da palavra vários estudantes guineenses, que realçaram que Simões Pereira exerceu as funções de secretário-executivo da CPLP com "competência, dignidade e generosidade", ajudando-os com os seus "ensinamentos".
Simões Pereira, nascido em 1963 e engenheiro civil e industrial, desempenhou o cargo de secretário-executivo da CPLP entre Julho de 2008 e Julho de 2012.
A CPLP é composta por Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.