Maputo - O ministro malawiano de Energia e Minas, Cassim Chilumpa, rejeitou o aviso da Tanzania, segundo o qual o Malawi e as companhias estrangeiras envolvidas na pesquisa de petróleo e gás natural na parte leste do Lago Niassa devem parar imediatamente com a prospecção até a resolução das disputas fronteiriças que opõem os dois países, informa quinta-feira passada (2 de Agosto) a Rádio Moçambique.
Em Outubro de 2011, o Malawi concedeu à empresa britânica Surestream Petroleum uma licença para a pesquisa de petróleo e gás natural no Lago Niassa, nos blocos dois e três, o que corresponde a uma área combinada de vinte mil quilómetros quadrados, em águas disputadas.
Neste momento, aquela empresa está a conduzir os estudos de impacto ambiental, para depois iniciar com a prospecção dos hidrocarbonetos.
No último fim-de-semana, o ministro tanzaniano dos Negócios Estrangeiros e cooperação internacional, Bernard Membe advertiu ao Malawi para parar imediatamente com as pesquisas com vista a abrir caminho para as negociações tendentes à solução da crise fronteiriça em torno do Lago Niassa, considerado o terceiro maior da África.
O ministro tanzaniano reivindicou ainda que algumas aeronaves, supostamente pertencentes às companhias envolvidas na pesquisa de hidrocarbonetos estão a sobrevoar ilegalmente o espaço aéreo nacional, o que representa uma ameaça à segurança e soberania da Tanzania.
No entanto, o ministro malawiano da Energia, Cassim Chilumpa disse que a exigência da Tanzania é inaceitável e declarou que o Malawi vai prosseguir com as pesquisas, porque a prospecção está a acontecer dentro das fronteiras legais.
Chilumpa disse ainda que as fronteiras entre o Malawi e a Tanzania em torno do Lago Niassa foram estipuladas através de um Tratado assinado entre a Alemanha e a Grã-Bretanha em 1890 e também reafirmadas pela então Organização da Unidade Africana em 1963.
Malawi e Tanzânia estão envolvidos há cinquenta anos em disputas fronteiriças em torno do Lago Niassa, partilhado pelos dois países e também por Moçambique.
Os governos dos dois países reuniram-se na última semana em torno deste caso, mas a reunião terminou num impasse. O próximo encontro deverá acontecer ainda este mês. As informações são da Rádio Moçambique.