sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Malawi e Tanzânia Reabrem Disputa Fronteiriça por Petróleo

Maputo - O ministro malawiano  de Energia e Minas, Cassim Chilumpa, rejeitou o aviso da Tanzania, segundo o qual o Malawi e as companhias  estrangeiras envolvidas na pesquisa de petróleo e gás natural  na parte leste do Lago Niassa devem parar imediatamente com a prospecção até a resolução das disputas fronteiriças que opõem os dois países, informa quinta-feira passada (2 de Agosto) a Rádio Moçambique.

Em Outubro de 2011, o Malawi concedeu à empresa  britânica Surestream Petroleum uma licença para a pesquisa  de petróleo e gás natural no Lago Niassa, nos blocos dois e três, o que corresponde a uma área combinada de vinte mil quilómetros quadrados, em águas disputadas.

Neste momento, aquela empresa está a conduzir os estudos de impacto ambiental, para depois iniciar com a prospecção dos hidrocarbonetos.

No último fim-de-semana, o ministro tanzaniano dos Negócios Estrangeiros e cooperação internacional, Bernard Membe advertiu ao Malawi para parar imediatamente com as pesquisas com vista a abrir caminho para as negociações tendentes à solução da crise  fronteiriça em torno do Lago Niassa, considerado o terceiro maior da África.

O ministro tanzaniano reivindicou ainda que algumas aeronaves,  supostamente pertencentes às companhias envolvidas na pesquisa de hidrocarbonetos estão a sobrevoar ilegalmente o espaço aéreo nacional, o que representa uma ameaça à segurança e soberania da Tanzania.

No entanto, o ministro malawiano da Energia, Cassim Chilumpa disse que a exigência da Tanzania é inaceitável e declarou que o Malawi vai prosseguir com as pesquisas, porque a prospecção está a acontecer dentro das fronteiras legais.

Chilumpa disse ainda que as  fronteiras entre o Malawi e a Tanzania em torno do Lago Niassa foram estipuladas através de um Tratado assinado entre a Alemanha e a Grã-Bretanha em 1890 e também reafirmadas pela então Organização da Unidade Africana em 1963.

Malawi e Tanzânia estão envolvidos há cinquenta anos em disputas fronteiriças em torno do Lago Niassa, partilhado pelos  dois países e também por Moçambique.

Os governos dos dois países reuniram-se na última semana em torno deste caso, mas a reunião terminou num impasse. O próximo encontro deverá acontecer ainda este mês. As informações são da Rádio Moçambique.