Mali-Rebeldes liderados por membros da tribo dos tuaregues declararam neste domingo que abandonaram sua reivindicação de criação de um Estado separado no norte de Mali, país do oeste da África, depois que militantes islamistas ligados à rede Al Qaeda tomaram a frente da rebelião. O Movimento Nacional pela Liberação de Azawad (MNLA) e seus ex-aliados islâmicos expulsaram as forças do governo em Abril e assumiram o controle de uma faixa de território do deserto do Saara maior do que a França.
Mas a declaração de independência do Estado de Azawad, feita pelo MNLA, foi amplamente ignorada e, depois disso, o movimento vem sendo marginalizado por grupos islâmicos mais bem-armados do que os rebeldes, e que têm como meta aplicar estritamente em todo Mali a lei islâmica da sharia. "Nós buscamos independência econômica, política e cultural, mas não a secessão", disse à Reuters, por telefone, Ibrahim Ag Assaleh, um dirigente do MNLA.
Um outro líder do MNLA, Hama Ag Mahmoud, declarou à Reuters, em Nouakchott, capital da Mauritânia: "A independência era a nossa meta desde o início do conflito, mas nós estamos a buscar o ponto de vista da comunidade internacional para resolver esta crise". Grupos islamistas, incluindo o Ansar Dine, ligado à rede Al-Qaeda, promoveram chicotadas em público de supostos adúlteros no norte de Mali e destruíram santuários de divindades locais, listadas pela Unesco, na antiga cidade de Timbuktu, argumentando que esse tipo de adoração não é islâmica