O Primeiro-Ministro francês, Jean-Marc Ayrault, durante discurso na Assembléia Nacional, terça-feira passada 3 de Julho.
O primeiro-ministro francês, Jean-Marc Ayrault, apresentou no parlamento as linhas gerais de seu programa de governo para os próximos cinco anos. Em um discurso de pouco mais de uma hora no plenário da Assembleia Nacional, Ayrault confirmou a realização de uma ampla reforma fiscal para combater o rombo nos cofres do Estado e prometeu recuperar a indústria, um dia depois do Tribunal de Contas recomendar cortes de até 43 bilhões de euros nos orçamentos de 2012 e 2013.
O primeiro-ministro Jean-Marc Ayrault confirmou em seu discurso diante dos deputados franceses as linhas gerais da reforma fiscal que deve enterrar as políticas de Nicolas Sarkozy na área econômica.
Adeus às reduções de impostos e incentivos fiscais. A tônica agora é fazer os mais ricos contribuírem para o saneamento das contas públicas. Duas novas alíquotas do imposto de renda serão criadas.
De 45% para ganhos superiores a 150 mil euros por ano, 375 mil reais. O Fisco francês vai dar uma mordida de 75% em quem tem rendimento anual acima de 1 milhão de euros, 2,5 milhões de reais.
A reforma fiscal vai acabar com a exoneração de impostos sobre as horas-extras, uma ideia de Sarkozy que os socialistas estimam prejudicar a criação de empregos. Jean-Marc Ayrault também anunciou aumento de impostos para empresas do setor petroleiro e bancos. A renda do capital financeiro terá o mesmo nível de imposição que o trabalho assalariado, disse o primeiro-ministro.
Apelando ao patriotismo, o chefe do governo prometeu combater a evasão fiscal e recuperar a competitividade da indústria francesa, que perdeu 750 mil empregos em dez anos. O saneamento das contas públicas exigirá tempo, mas a França vai retomar o caminho do progresso, afirmou Ayrault arrancando aplausos dos deputados.
Sobre a política de imigração, os estrangeiros que desejam realmente ficar no país enfrentarão um processo de naturalização mais digno e possível, segundo o primeiro-ministro. O governo também prometeu autorizar o casamento e a adoção de crianças por casais homossexuais já no primeiro semestre de 2013.