Militares da força de alerta da CEDEAO montaram posições à entrada do Parlamento
A presença de cerca de uma dezena de soldados armados da CEDEAO nas instalações do Parlamento da Guiné-Bissau levou à suspensão dos trabalhos, depois dos deputados os terem contestado.
O primeiro a questionar a presença, logo à entrada do Parlamento, dos soldados da força de alerta da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental foi Rui Diã de Sousa, líder da bancada do PAIGC.
“Gostávamos de saber o porquê da presença inusitada de soldados à porta do Parlamento?”, perguntou Diã de Sousa, dirigindo-se a Ibraima Sory Djaló, presidente em exercício do Parlamento guineense.
“Também não sabemos bem, mas julgamos que a presença deles é no âmbito do mandato da força da CEDEAO no país para proteger as instituições do Estado. Pode ser isso”, afirmou Sory Djaló. “Na nossa óptica, essa justificação não colhe até porque nunca isso aconteceu e mesmo que seja isso, o Parlamento devia ser previamente informado da sua presença. Por esse motivo a bancada do PAIGC vai abandonar a sessão para uma concertação”, disse Rui Diã de Sousa, precipitando o abandono de todos os deputados do PAIGC da sala do hemiciclo.
Sory Djaló ainda tentou demovê-los, pediu calma, mas suspendeu os trabalhos e marcou nova sessão para hoje. Enquanto os deputados trocavam impressões sobre o que sucedera, os soldados da CEDEAO mantinham-se em cima de uma carrinha de caixa aberta com armas apontadas para a sede do Parlamento.