terça-feira, 12 de junho de 2012

António Indjai Acusa o Governo Angolano de Financiar Contra-Golpe na Guiné-Bissau


Bissau - António Indjai acusou o Governo angolano de poder estar a financiar uma acção de contra-golpe na Guiné-Bissau.

O Chefe do Estado Maior General das Forças Armadas falou na cerimónia de encerramento do encontro que manteve na passada quarta-feira, 6 de Junho, com os antigos combatentes da liberdade da pátria, a seu pedido.

António Indjai adiantou ter informações sobre a entrada deste dinheiro mas não especificou a quantia em causa.

De acordo com responsável das Forças Armadas, esta quantia teria sido recebida por alguns elementos de antigos combatentes para desencadear uma acção de contra-golpe. António Indjai ameaçou, na altura, denunciar publicamente os nomes destes antigos combatentes.

«Angola não desistiu. Recentemente, este país enviou dinheiro para desestabilizar a Guiné-Bissau mas estamos atentos. Soubemos isso através de algumas pessoas entre nós aqui presentes, que receberam este dinheiro», confirmou António Indjai.

Durante a sua intervenção, admitiu por várias vezes que não teme a sua morte, garantindo que, com o seu desaparecimento físico, iria nascer um outro António Indjai.

Seguiram-se insultos ao Primeiro-ministro, Carlos Gomes Júnior, na reunião, com a maioria dos intervenientes a reclamarem ser do PAIGC e quererem regressar ao partido, mas com Carlos Gomes Júnior fora da direcção.

O encontro, que teve lugar na sede da Assembleia Nacional Popular, serviu para o autor de dois golpes bem-sucedidos nos últimos anos, lançar palavras de insultos aos dirigentes do PAIGC, com particular destaque para Manuel Saturnino Costa que, segundo ele, terá insultado antigos combatentes.

Brígido de Barros, Presidente do PAIGC para o Sector Autónomo de Bissau, e Luís Oliveira Sanca, dirigente do PAIGC, ambos presentes no encontro com estatutos de antigos combatentes, foram inibidos de falar nas suas intervenções porque, segundo António Indjai, não estavam a falar no tema central do encontro.

Nesta reunião, revelou alegadamente que a viúva de Tagme na Waié, ex-Chefe do Estado Maior General das Forças Armadas, teria sido abandonada no Hospital Militar onde se encontra internada com um ferimento grave no pé.

António Indjai afirmou que, caso a vítima fosse de outra etnia, tal não teria acontecido.

A terminar, ordenou ao Secretario de Estado dos Antigos Combatentes Mussa Djata, o agendamento de um novo encontro, para voltar a falar da vida dos antigos combatentes.

Da sessão, participaram veteranos da luta armada, na sua maioria da etnia balanta.

Advogada Australiana do TPI Pode ser Libertada Se Revelar Alguns Segredos

Bandeira da Líbia
Bandeira da Líbia

Sidney (Austrália) - A advogada australiana membro de a delegação do Tribunal penal internacional (TPI), detida na Líbia, será libertada se revelar o local onde se encontra uma das figuras do antigo governo do defunto dirigente Muammar Kadhafi, indicou porta-voz do governo actual à televisão australiana, citada pela AFP.

Melinda Taylor, será libertada se ela fornecer as informações sobre Mohammed Ismail, antigo braço direito do filho de Kadhafi, Seif al-Islam, que se encontra actualmente em fuga, indicou Mohammed al-Harizi, à Australian Broadcasting Corporation.

"Queremos esse tipo. É importante para nós a sua captura, porque esse indivíduo é perigosíssimo para nós", declarou.

Melinda Taylor, fazia parte de uma delegação de quatro membros do TPI que se deslocou à Líbia para se entrevistar na prisão com Seif al-Islam, que é objecto dum mandado de captura do TPI, por crimes contra a humanidade durante a revolução, mas que Tripoli recusa de entregar ao Tribunal internacional.

Um responsável do gabinete do procurador líbio indicou segunda-feira, que as quatro pessoas haviam sido colocadas em detenção preventiva durante 45 dias.

Segundo as autoridades líbias, Melinda Taylor, tentou entregar ao filho de Kadhafi uma carta codificada escrita pelo seu antigo braço direito, provando que ela já o tinha encontrado, indicou à televisão australiana Mohammed Harizi.

Para saber se a jovem mulher de 36 anos será libertada se indicar onde se encontra o fugitivo, o porta-voz do governo actual respondeu: "Sim" "Não temos nada com essa mulher, mas queremos informações que ela possui, e depois ela será libertada", declarou o responsavel líbio.

Países do CEN-SAD Relançam Organização Para Responder Desafios Regionais

Mapa do Marrocos
Mapa do Marrocos
Rabat - Mais de 20 países da Comunidade de Estados do Sahel e do Sahara (CEN - SAD) iniciaram segunda-feira uma reunião ministerial em Rabat destinada a reformar a organização para que possa responder aos desafios da região, sobretudo a nível da segurança.

Após mais de uma década de existência sem grande visibilidade, os países membros da organização concordaram na necessidade de a reorganizar de forma a torná-la mais eficaz e Marrocos assumiu o compromisso, em Janeiro passado, de acolher a reunião destinada ao relançamento da Comunidade de Estados do Sahel e do Sahara (CEN-SAD).

"Vamos fazer uma organização forte e estável para responder aos desafios da região e promover uma cooperação efectiva", afirmou o Ministro dos Negócios Estrangeiros marroquino, Saad-Eddine El Othamani, na abertura da reunião de Rabat.

O chefe da diplomacia marroquina apontou a segurança, o combate à ameaça terrorista, ao tráfico de armas e de drogas, à seca e desertificação como problemas que exigem uma resposta. Lembrou ainda a necessidade de garantir a segurança alimentar.

Othamani referiu-se em particular aos problemas que enfrenta o Mali, onde grupos armados separatistas controlam o norte do país.

"Estes problemas podem desestabilizar a região", advertiu o Ministro marroquino, que defendeu a necessidade de uma resposta concertada para que seja garantida a segurança e o desenvolvimento desta sub-região africana.

Na mesma sessão de abertura da reunião, o ministro dos Negócios Estrangeiros do Tchad, Moussa Faki Mahamat, que preside ao Conselho Executivo da CEN-SAD, lembrou que a proposta de reforma da organização surgiu em finais 2010 e é anterior aos "acontecimentos na Líbia", sede da organização, procurando afastar a ideia de que a "nova" Comunidade de Estados do Sahel e do Sahara surgiu após o desaparecimento de Kadhafi e a derrocada do seu regime, em 2011.

A revisão dos textos da organização que sair dessa reunião de Rabat deverá ser aprovada numa cimeira de chefes de Estado da CEN-SAD a realizar no Tchad, possivelmente ainda este ano.

A Comunidade de Estados Sahelo Saharianos(CEN-SAD) é uma organização regional criada a 04 de Fevereiro de 1998, em Tripoli (Líbia),envolvendo o Burkina Faso, Mali, Níger, Sudão e o Tchad .

A CEN - SAD foi estabelecida para criar uma união económica que inclui os Estados Sahelo-Saharianos e tem como missão o estabelecimento de programas de desenvolvimento conjunto nas áreas de agricultura, indústria, energia bem como nos aspectos sociais e culturais.

A Comunidade é um acordo para a integração, procura trabalhar conjuntamente com outros acordos de integração africanos e com a União Africana (UA), para fortalecer a paz, a segurança e a estabilidade além de conseguir um crescimento sustentável.

São Estados - membros do CEN - SAD: Benin; Burkina Faso; Côte d'Ivoire; Comores; Djibuti; Egipto;Eritreia; Gâmbia; Ghana; Guiné -Bissau; Guiné - Conakry; Líbia; Libéria; Mali; Marrocos; Níger; Nigéria; RCentro-Africana; Senegal; Serra -Leoa; Somália; Sudão; Tchad;Togo e Tunísia.

Brics Enfrentam a Ressaca do Crescimento

Líderes dos países dos BRICS encontram-se em Nova Délhi, na Índia                                    

Índia-Consta no capítulo número um de qualquer obra ou estudo econômico que, sempre após uma fase de explosão de crescimento de um país, é inevitável um período de desaceleração – ou até mesmo de contração da economia, em alguns casos.

Essa “ressaca” ocorre com mais força quando, durante o período de extrema bonança, os países não fazem as mudanças necessárias para permitir um crescimento sustentável da economia no futuro.

Esse destino implacável (e recorrente na história) parece ter sido esquecido por boa parte dos governantes dos Brics - e também pelo mercado global. Mas, ao que tudo indica, é chegada a hora de os mercados emergentes pagarem a factura pelos problemas que não solucionaram ao longo dos últimos anos.

Desde o final de 2011, Brasil, Rússia, Índia, China e a novata África do Sul assistiram a um esfriamento de sua pujança, puxado pela crise na Europa e pela dificuldade de recuperação da economia americana. Com exceção da Rússia, que manteve em 2011 o mesmo crescimento do ano anterior, todos os países do grupo tiveram desaceleração.

O primeiro trimestre deste ano não foi melhor, sobretudo para o Brasil, que, a despeito de inúmeras medidas de estímulo à indústria e ao consumo, cresceu apenas 0,2% no período – número abaixo das estimativas mais pessimistas.

Se, durante a crise financeira de 2008, os Brics eram vistos como a tábua de salvação da economia mundial, o economista Jim O’Neill, do Goldman Sachs, e criador do termo BRIC, acredita que o cenário mudou. Em uma carta enviada aos investidores do banco no início da semana, O’Neill externou sua preocupação.

"É inegável que, com exceção da Rússia, os dados do primeiro trimestre dos BRICS foram desanimadores. O crescimento do Brasil e da Índia foi particularmente fraco e os dados de inflação na China acentuam a sensação de que as coisas não estão tão bem quanto os optimistas esperavam."

Líder da Al-Qaeda Pede os Tunisinos Defesa de Lei Islâmica

Al-Qaeda-O líder da Al-Qaeda que substituiu Osama Binladen pediu aos tunisinos no domingo que defendam a lei islâmica perante um partido islamita que venceu as eleições no país do norte da África prometendo não impor a sharia. Numa gravação de áudio atribuída a Ayman al-Zawahri e divulgada em sites muçulmanos, o líder da Al-Qaeda disse que o partido islâmico da Tunísia, Ennahda, que governa com partidos laicos, havia traído a si próprio assim como a religião.

"Você já viu um hospital que diz não estar no ramo de cuidar dos doentes, ou uma farmácia que diz não ter nada a ver com a venda de remédios, ou um exército que diz não lutar?", perguntou. "Eles estão inventando um Islã aceitável ao Departamento de Estado norte-americano, à União Europeia e ao... Golfo", disse. "Um Islã... que permite salões de jogatinas, praias de nudismo e bancos que usurpam, leis seculares e submissão à lei internacional."

"Venha ajudar as práticas de seu profeta e não aceite nenhum substituto para a sharia". Enquanto muçulmanos ortodoxos não tiveram um papel importante na revolução que depôs Zine al-Abidine Ben Ali, a disputa sobre o papel da religião no governo e na sociedade cresceu desde então como o assunto mais polêmico na política tunisiana.

Os islâmicos salafitas querem um papel mais amplo para a sharia na nova Tunísia, alarmando elites laicas que temem que eles buscam impor suas visões e minar a nascente democracia do país.

Governo Brasileiro Repudia Morte de Militares da ONU na África


 
Brasil-O Ministério das Relações Exteriores do Brasil repudiou em nota o atentado que matou sete membros das Nações Unidas na Costa do Marfim (Unoci) na sexta-feira. "O governo brasileiro transmite sua solidariedade e seu pesar às famílias das vítimas e ao governo nigerense."

"O governo brasileiro reitera seu repúdio a todas as formas de violência, praticadas sob qualquer pretexto", afirma o ministério. Todos Sete capacetes azuis( nigerinos), oito civis e pelo menos um militar marfinense foram mortos em uma área de fronteira.

A Libéria anunciou no dia seguinte o fechamento da fronteira devido ao atentado no país vizinho. O governo marfinense acusou atacantes "vindos da Libéria" pelas mortes.

O oeste da Costa do Marfim, região mais instável do país, foi muitas vezes cenário de ataques depois do final da crise político-militar de Dezembro de 2010 a Abril de 2011, que deixou 3 mil mortos no país.

Alunos da Faculdade de Direito Preocupados com Possibilidade de Lisboa Cortar Apoios

Mapa da Guiné -Bissau

Bissau -- A possível reavaliação pela Faculdade de Direito de Lisboa, devido à situação política na Guiné-Bissau, do apoio que dá à Faculdade de Direito de Bissau está a preocupar os alunos da instituição guineense.

A 16 de Maio, o Instituto de Cooperação Jurídica da Faculdade de Direito de Lisboa, instituição que criou há mais de 20 anos e apoia a Faculdade de Direito de Bissau, emitiu um comunicado em que ressalva que a Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa não tenciona abandonar o projecto da Faculdade de Direito de Bissau, mas ainda assim "reserva-se ao direito de reavaliar a sua disponibilidade para a participação no projecto de cooperação da Faculdade de Direito de Bissau".

O comunicado sublinha que a continuidade dos apoios dependerá da evolução da situação política na Guiné-Bissau, onde se realizou a 12 de Abril um golpe de Estado, e também das decisões que o Estado português venha a tomar relativamente a sua cooperação com o país.

Em Bissau, numa visita à Faculdade de Direito, a Agência Lusa constatou a preocupação entre os alunos com a possibilidade do abandono do apoio proveniente de Lisboa, que é tema recorrente nos corredores da instituição.

"Esta Faculdade é a menina dos olhos da cooperação portuguesa. Mas se um dia Portugal deixar de apoiar-nos não quero pensar no que vai ser de nós", dizia o aluno Pedro Sambu, da Faculdade de Direito de Bissau.

Os receios dos alunos devem-se à dependência da Faculdade de Direito de Bissau desde a sua fundação - em 1989 -- em termos financeiros, científicos e pedagógicos da Faculdade de Direito de Lisboa.

O golpe de Estado na Guiné-Bissau foi condenado pela generalidade da comunidade internacional. Portugal defende a reposição da normalidade constitucional e o regresso ao poder dos dirigentes depostos e a concretização das eleições presidenciais, interrompidas pelo golpe militar.

Na Guiné-Bissau foram entretanto nomeadas autoridades de transição, com apoio da Comunidade Económica de Estados da África Ocidental, mas não reconhecidas pela restante comunidade internacional.