sexta-feira, 15 de junho de 2012

África: Crise Económica Global Afecta Exportação e a Entrada de Capital em 2012-ONU


Nova Iorque- O continente africano pode atingir uma retoma económica "forte" a partir de 2012, mas está dependente do impacto da crise económica global, que deverá afetar exportações e entrada de capital, segundo a ONU.

O relatório 2012 da Comissão Económica da ONU para África e União Africana, apresentado nas Nações Unidas, refere que as perspetivas de crescimento a médio prazo são "otimistas", baseando-se no regresso da estabilidade ao norte do continente, mas estão "ameaçadas" pelo abrandamento da economia mundial.

Para o Diretor de políticas e análise de Desenvolvimento na ONU, Rob Vos, o cenário económico global recente é "muito pessimista".

"Em África o Desemprego Aumentou 5.5 Por Cento, Estando Agora em 27.9 Por Cento"


Brasília-Vamos falar sobre o relatório que fala do emprego juvenil “Tendências de Emprego para a Juventude 2012!”. Há problemas que começam primeiro com a crise, depois pelos níveis de desemprego, nos países pobres, depois nos países em desenvolvimento, para depois haver um agravamento nos países desenvolvidos… vamos falar também desta tendência de aumento dos empregos precários. O que se está a passar com os empregos precários que parece que a longo prazo oferecem mais danos que benefícios?

Este novo relatório, sobre tendências globais de emprego, faz parte dos relatórios que a OIT faz, observando os grupos que têm vulnerabilidades. O dos jovens é um destes grupos. Para posicionar os jovens na força de trabalho, há 620 milhões de jovens que trabalham, mais ou menos dezanove por cento da totalidade da força total, que são 3.3 biliões de pessoas que trabalham.Neste universo há 75 milhões de jovens, hoje, que estão desempregados. Mas isto é apenas uma parte, o facto é que há 150 milhões de jovens que trabalham, e trabalham muito. Mas que ganham um dólar por dia. Assim, são 225 milhões de jovens que estão numa enorme vulnerabilidade. Estes números são a totalidade da população da Alemanha, França, Inglaterra e Canadá. Tudo junto. Mas uma grande parte desta população está nos países em desenvolvimento.

Vamos falar do caso do Brasil, país latino-americano que teve uma ligeira queda no desemprego. A que é que se deve e de que forma é que deve servir de exemplo para os países mais desenvolvidos que tiveram uma subida muito acentuada?

A realidade é que não tiveram muita subida. Na totalidade o rela tório mostra 2.1 por cento da força de trabalho juvenil desempregada nos países mais desenvolvidos. Isso não mudou com a crise, nem no pior momento que foi em 2009. Pelo contrário, os números melhoraram no ano passado, já que estava em 2.6. claro que os números mudam… na América latina há 3.7 por cento, um ponto a mais, praticamente. Mas em África o desemprego aumentou 5.5 por cento, estando agora em 27.9 por cento de desemprego juvenil em 2011. E estes dados são referentes aos países da África do Norte.

Nestes casos o que é que se pode fazer, visto que o emprego precário, que tem sido uma ajuda, parece que mais prejudica que ajuda, a longo prazo?

Os números que citamos não incluem o trabalho precário, sem qualquer protecção social e que ocupa o sector informal. Claramente que isso tende a aumentar. O que se tem de fazer… há uma urgência de estabelecer parcerias com o sector público e estimular programas de aprendizagem, formação, estágios que são fundamentais para melhorar a inserção no mundo do trabalho. O objectivo é que seja o mercado informal a integrarse no espaço formal para garantir a protecção social ao trabalhador. Este tema está a ser discutido pelo G20, que já lhe deu o sentido de urgência. É importante reforçar os laços entre o ensino profissionalizante com o mercado do trabalho. Há também que prestar atenção às dinâmicas das novas tecnologias que vão surgindo, mesmo neste prisma da formação. Outro problema é que este desemprego juvenil está também muito associado a níveis de violência e a todo o tipo de actividades ilícitas, principalmente com o tráfico de drogas. Vê-se isso muito na América Central … na América Latina, também no Brasil.

Temos o caso da Europa onde os em pregos precários estão a multiplicar se com a crise, que implicações é que isso pode ter a longo prazo?

Isso é uma bomba relógio que já vai tendo pequenas explosões em alguns países. Aí há jovens com alto nível de educação e com graus eleva dos de desmoralização. Isso é muito perigoso, porque são jovens formados, com boa educação, o que pode levar à uma forte violência social, organizada. Não só dentro dos países mas também na região. Daí o tal sentido de urgência no G20. O que o relatório diz é que é urgente tratar deste assunto com políticas que abranjam o sector privado e o sector público. Este assunto é e tem que ser um ponto importantíssimo na agenda.

Temos 40 milhões de jovens a entrar no mercado do trabalho todos os anos, há que criar 400 milhões de postos, além dos 200 milhões que já existem.

É, portanto, um fardo para os países desenvolvidos. Mas temos os países em desenvolvimento, os subdesenvolvidos, há alguma recomendação específica para cada um destes grupos de países, depois de ter falado no papel dos governos, da necessidade de se integrar o sector informal no formal?

O que eu já disse; elaboração de políticas em que isso é prioridade.
Em que os governo trabalhem com o sector privado. E também ver o que pode funcionar e que funciona em alguns sectores.

Identificar também novos sectores onde se pode criar empregos. É imperioso falar com os jovens e perceber como pensam sobre os seus próprios problemas, é importante identificar experiências positivas e fazê-las partilhar.

O que espera ouvir das associações de jovens, que exemplos é que podem ser replicados noutros países?

Temos um relatório, “A Crise no Emprego Juvenil – Um Tempo para a Acção” precisamente para ver, com os jovens, que coisas genéricas se podem fazer para melhorar. Há já uma voz da juventude, uma juventude com ideias e com soluções para o seu próprio futuro.

O problema do emprego está na ordem do dia, tanto para a geração que está no poder, como para a que exerceu o poder e para as que aí vêm. Este assunto é realmente importante, tem a ver com a vida e com a dignidade das pessoas. E o mundo é para todos.

quinta-feira, 14 de junho de 2012

Hillary Clinton Acusa Rússia de Fornecer Helicópteros de Ataque à Síria

Estados Unidos-Em Paris, dezenas de manifestantes apelaram terça-feira a governos de vários países para deixarem de negociar com armadores russos.

O protesto sublinhava o uso de armas provenientes da Rússia contra a população civil na Síria. Os Estados Unidos acusam a Rússia de fornecer helicópteros de ataque ao regime de Bashar al-Assad.

A secretária de Estado norte-americana afirmou que o seu país “confrontou os russos para que parem de enviar armas para a Síria”.

Hillary Clinton acrescentou que “eles disseram […] que não há motivos para preocupação, que o que estão a enviar não está relacionado com as ações internas [na Síria]. Isso é manifestamente falso. [Os Estados Unidos] estão preocupados com as informações recentes de que existem helicópteros de ataque em caminho da Rússia para a Síria, o que se vai traduzir numa escalada dramática do conflito”.

Clinton não indicou de onde provinham as informações em causa. Os comentários da secretária de Estado norte-americana surgem num momento em que o Pentágono se encontra na defensiva por negociar com um exportador de armas russo, com possíveis implicações no fornecimento de armamento à Síria.

Tribunal Israelense Aprova Expulsão de Imigrantes Africanos

Imigrante fuma cigarro depois de dormir em parque de Tel Aviv (Arquivo/Reuters)








Israel-A Corte do Distrito de Jerusalém rejeitou o recurso de ONGs israelenses de defesa dos direitos humanos contra a expulsão de imigrantes sudaneses e estabeleceu que 1.500 pessoas serão expulsas do país dentro de dois meses para o Sudão do Sul.

A Corte aceitou a posição do Ministério do Interior, que argumentou que, como já foi fundado o Estado do Sudão do Sul, pessoas originárias dessa região podem ser excluídas da chamada proteção coletiva "pois não correriam risco de vida se retornassem a seu país".
A Corte também decidiu que os imigrantes poderão apelar individualmente contra a expulsão.

O Ministro do Interior, Eli Ishai, parabenizou a decisão da Corte e afirmou que "os infiltrados devem ser expulsos para preservar o caráter judaico do Estado de Israel e a realização do sonho sionista".

Ishai também declarou que os outros 60 mil imigrantes africanos que se encontram em Israel, principalmente da Eritreia e do Sudão, "devem ser acomodados em barracas no sul do país, até que possam ser repatriados".
Críticas

ONGs israelenses de defesa dos direitos humanos criticaram a decisão da Corte.

Sigal Rozen, diretora da ONG Moked, que presta assistência jurídica aos imigrantes africanos, disse à BBC Brasil que a decisão é "lamentável, pois autoriza a expulsão de pessoas para um país assolado pela fome e à beira da retomada da guerra".

Rozen também questionou o numero de imigrantes da região do Sudão do Sul, mencionado pelo Ministério do Interior.

"De acordo com nossas avaliações, em Israel há apenas 800 pessoas que vieram dessa região e a maioria delas é de crianças que nasceram aqui", disse.

"Nenhum deles é cidadão do Sudão do Sul, pois estavam aqui quando esse Estado foi criado", acrescentou.
Rozen questiona o número de imigrantes do Sudão do Sul divulgado pelo governo.

A advogada Michal Pintzuk, da ONG Assaf, disse que vários dos imigrantes que deverão ser expulsos pediram que o governo israelense lhes dê barracas antes de expulsá-los, "pois se voltarem para o Sudão, não têm para onde ir".

Pintzuk afirmou que, a decisão da expulsão demonstra "falta de compaixão".

 

Refugiados


Em Israel vivem hoje em dia cerca de 60 mil imigrantes africanos, a maioria deles da Eritreia e do norte do Sudão, que entraram a pé no país, atravessando a fronteira egípcia com o deserto do Sinai.

Israel é signatário da Convenção das Nações Unidas sobre os refugiados, que proíbe a repatriação de pessoas que correriam perigo de vida se voltassem a seus países.

De acordo com a ONU, a grande maioria dos imigrantes da Eritreia e do Sudão se enquadra na definição de refugiados e merecem receber asilo político.

No entanto, as autoridades israelenses não fizeram uma triagem para verificar quais dos imigrantes têm direito ao asilo.

Para Rozen, o governo israelense "se esquiva" de fazer a triagem "para não dar a essas pessoas o tratamento que refugiados merecem receber".

Desde a fundação do Estado de Israel, em 1948, apenas 157 refugiados obtiveram asilo político no país.

Tribunal Militar Condena Ben Ali a 20 Anos de Prisão


Túnis - Um tribunal militar tunisiano condenou quarta-feira, o ex-presidente Zine El Abidine Ben Ali a 20 anos de prisão por incitação à violência.

Trata-se da primeira condenação de Ben Ali num tribunal militar. Ele já foi condenado por tráfico de drogas, comércio ilegal de armas e abuso de fundos públicos e sentenciado a 66 anos de prisão por um tribunal civil.


Ben Ali foi derrubado por um levante popular e fugiu para a Arábia Saudita em 14 de janeiro de 2011. Sua queda inspirou uma série de movimentos pró-democracia em toda a região, movimento que ganhou o nome de Primavera Árabe.

O tribunal condenou Ben Ali por ter dado ordens às forças de segurança para que atirassem contra manifestantes. O caso julgado quarta-feira trata de um incidente na cidade de Ouardanine, quando a polícia disparou contra uma multidão que tentava impedir o sobrinho de Ben Ali, Kais, de fugir do país. Quatro pessoas foram mortas.

Uma série de outras autoridades, também condenadas à revelia pelo caso, receberam sentenças de dez anos, segundo a agência estatal de notícias, e outras que estão detidas foram condenadas a cinco anos de prisão.

Os parentes das vítimas receberam indenizações que oscilam entre US$ 100 mil e US$ 150 mil.


Um segundo julgamento militar também está em curso sobre as mortes de cerca de 20 manifestantes no sul do país. Pelo menos 338 pessoas morreram durante o levante e outras 2.147 ficaram feridas.

A Tunísia já fez vários pedidos à Arábia Saudita para a extradição de Ben Ali. Ainda não se sabe se Arábia Saudita vai ou não o extraditar para cumprir a pena de prisão; porém tudo aponta que não.

Fitch Corta Rating de Espanha em Três Níveis


Espanha-A Fitch cortou o rating da Espanha de A para BBB (uma queda de três níveis), dois patamares acima de lixo, deixando ainda o país em outlook negativo.

A agência de notação justifica o «downgrade» do rating da dívida espanhola com o alto nível de endividamento do país e a sua vulnerabilidade à crise que se vive na zona euro, sobretudo ao contágio com a crise grega. A Fitch considera ainda que o custo de recapitalização da banca espanhola pode mesmo ascender aos 100 mil milhões de euros.

Com esta notícia, está cada vez mais desenhado a possibilidade de um resgate «suave» a Espanha, que os investidores já apelidam de resgate «descafeinado»; ou seja, um apoio europeu para a recapitalização da banca espanhola, sem um programa de assistência ao país.

A Espanha voltou quinta-feira aos mercados e conseguiu colocar dois mil milhões de dívida, mas
a taxa de juro ultrapassou os 6%. Esta quinta-feira, o Ministro das Finanças britânico, George Osborne, afirmou em entrevista à rádio BBC, que a zona euro precisa de resolver «imediatamente» a situação no setor bancário espanhol, injetando dinheiro para acabar com a incerteza.

Esta recapitalização, justificou, é necessária para evitar que a situação da dívida soberana espanhola piore.

A chanceler alemã, depois de uma reunião com David Cameron em Berlim, admitiu que as instituições já têm as ferramentas necessárias para acudir à atual crise e não falando do caso espanhol aludiu ao facto de os instrumentos existentes poderem já estabilizar a zona euro, dando a entender que não se oporá a uma injeção do
Fundo Europeu de Estabilidade Financeira poder contribuir diretamente para o Fundo de Recapitalização Ordenada da Banca.

Aung San Suu Kyi Inicia Viagem Internacional

Mianmar-A líder da oposição do Mianmar, Aung San Suu Kyi, começará na quarta-feira uma viagem com ares triunfantes pela Europa, onde irá proferir o seu discurso pelo Nobel da Paz e aperfeiçoará a sua imagem de ícone mundial da democracia.

Suu Kyi, que fará 67 anos em 19 de Junho, apresentará a sua "conferência do Nobel" no sábado, em Oslo, 21 anos depois de receber a distinção que a fez ganhar uma dimensão política global.

Enquanto o oeste do seu país é abalado pela violência sectária, entre budistas e comunidades muçulmanas no Estado de Rakhine, ela aterrará em Genebra para expor às Nações Unidas a questão do trabalho forçado.

Depois seguirá para a Grã-Bretanha, onde foi educada e criou uma família, antes de ir para Paris.

 Uma viagem de mais de quinze dias, ao mesmo tempo pessoal e política, nas capitais que fielmente apoiaram desde o seu primeiro discurso activista em 1988.

Desde então, e até poucas semanas atrás, foi mantida em prisão domiciliar. Sempre em conflito com a junta militar no poder, nunca se atreveu a deixar o país por medo de ser forçada ao exílio. Livre desde o final de 2010, deputada desde Abril, agora desfruta de um status diferente.

Ela "vai certamente manter a sua retórica (...) de liderança moral, inspiração, e vai procurar aperfeiçoar a sua imagem de ícone democrática", afirma Renaud Egreteau, especialista em Mianmar da Universidade de Hong Kong.

"Ela é um Prémio Nobel da Paz, e é com esta capa que ela tem todo o incentivo para se dirigir aos líderes europeus e à opinião pública".

O presidente Thein Sein, que a reintroduziu na política birmanesa, tem interesse em deixá-la usar o seu grande poder de sedução. Ele quer que as últimas sanções desapareçam para reiniciar a máquina económica, cheia de promessas para os investidores, mas em ponto morto.

Suu Kyi "é a chave para uma abertura maior para o ocidente.

Deixá-la viajar pelas capitais europeias é uma condição necessária para a benevolência do ocidente para com o regime", acrescenta o pesquisador.

Suu Kyi será acompanhada por uma delegação de quatro pessoas, nenhuma das quais faz parte do círculo histórico dos fundadores da Liga Nacional pela Democracia (LND).

Os "tios", como eles são chamados com uma mistura de respeito e crítica, simbolicamente cederam o lugar para uma nova geração.

Entre eles Phyo Thaw Zeya, um rapper famoso em Mianmar, que se tornou representante de um distrito de Naypyidaw, a capital.

Suu Kyi "foi muito criticada por ter confiado nos conselhos de anciãos (...), dando a impressão de que ela estava desligada", ressalta Pavin Chachavalpongpun, da Universidade de Kyoto.

"Levar os jovens com ela mostra que ela se reinventa e (...) ainda sabe o que quer a nova geração".

O pesquisador analisa a perspectiva de Suu Kyi vencer as eleições de 2015. "Ela poderá se tornar a próxima líder do Mianmar, de modo que quer traçar este perfil".

A viagem será realizada entre 13 e 30 Junho. Mas a maratona vai incluir uma parte pessoal que, como de costume, vai tentar manter cuidadosamente na esfera privada.

Suu Kyi sacrificou a sua vida familiar pela sua luta política. Ela desistiu inclusive de participar do funeral do seu marido em 1999, e viu apenas ocasionalmente os seus dois filhos, Alexander e Kim.

"Haverá uma reunião de família", confirmou à AFP Khun Thar Myint, chefe de segurança. "Eu não quero atrapalhar o reencontro de uma família que viveu tanto tempo separada. E eu não quero que outros perturbem".