Se quiséssemos uma prova acabada de como a Europa se escaqueirou de vez basta olharmos para o que hoje se vai passar em Paris. Se não é o retrato acabado de uma desunião europeia, deve andar lá muito perto.
Um grupo de países convidados pelo presidente francês Emmanuel Macron, uma espécie de elite entre a elite, crème de la crème - irá reunir-se para discutir a Ucrânia.
A reunião, considerada de emergência, para assinalar uma posição de força da Europa face ao desequilíbrio geoestratégico no tabuleiro da guerra – onde a Rússia agora aparenta ter como parceiro privilegiado para o diálogo o presidente norte-americano Donald Trump - deixa de fora 19 países que também fazem parte da União Europeia, mas vai buscar um que já não faz: o Reino Unido.
Por outro lado, soube-se algumas horas mais tarde depois do ‘toca a reunir’ que, afinal, também poderão estar presentes em Paris a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, o presidente do Conselho Europeu, António Costa, assim como o secretário-geral da NATO, Mark Rutte.
A esta altura o leitor poderá já perguntar legitimamente: mas, afinal, quem é que manda aqui? Quem é que representa a Europa? E, já agora, porque é que a Europa é olimpicamente ignorada e menosprezada pela administração norte-americana, que foi à Conferência de Segurança de Munique, no passado fim-de-semana, dizer que a verdadeira ameaça da Europa “vem de dentro”?
A resposta parece óbvia: A Europa perdeu estatuto, poder de influência e representatividade.
E acrescentou, para se fazer entender melhor: “Sei que pode ser custoso de ouvir (…). Aos meus amigos europeus, eu diria: entrem no debate, sim, mas não com queixas sobre se estão ou não à mesa, antes com propostas concretas, ideias, aumentando a despesa [com a defesa]”
Alemanha à beira das urnas
Com uma economia à beira da estagnação e o tema da imigração cada vez mais presente na opinião pública, o país vai a votos num cenário político em que a extrema direita parece assumir cada vez mais protagonismo.
Mesmo com 140 nacionalidades numa cidade de 64 mil habitantes, a criminalidade baixou e a taxa de empregabilidade dos estrangeiros é superior à média nacional. Agora, o presidente da Câmara pede uma pausa na receção de imigrantes: “Não posso governar contra a vontade do povo”.
OUTRAS NOTÍCIAS
Será realizado na manhã desta segunda-feira o funeral de Jorge Nuno Pinto da Costa, que morreu no passado sábado, aos 87 anos, no Porto. Depois de uma cerimónia fúnebre que se realiza ao final da manhã, na Igreja das Antas, o cortejo desce a Alameda a caminho do Estádio do Dragão, rumando daí até ao cemitério Prado do Repouso, no Bonfim, onde o corpo de Pinto da Costa será cremado.
Mais vagas no ensino superior. No caso do concurso nacional de acesso - a maior porta de entrada no ensino superior -, existirão quase 56 mil lugares, num aumento de 643 vagas face a 2024. O Ministério da Educação, Ciência e Inovação divulga esta segunda-feira as vagas que as instituições de ensino superior, públicas e privadas, vão abrir para o próximo ano letivo.
Bill Gates
O cofundador da Microsoft, que completará 70 anos em outubro diz, em entrevista, que se surpreende pelo facto de muita gente influente das tecnologias apoiar Trump. A propósito do lançamento do primeiro volume de uma trilogia que será publicada ao longo deste ano “Código-Fonte: O Meu Começo” (editado em português pela Ideias de Ler), que foi apresentado a 4 de fevereiro, Gates fala dos medos que ainda existem em relação à Inteligência Artificial, da sua infância e do facto de continuar sem entender Elon Musk: “algumas vezes, foi simpático comigo; noutras, bastante desagradável. Mas tento trabalhar com ele, pois é Brilhante”.
Começou a purga
Desde que o Presidente Donald Trump tomou posse, a 20 de janeiro, e desde que Elon Musk assumiu o Departamento de Eficiência Governamental, já foram despedidos 9500 funcionários. A informação é avançado pela agência “Reuters”, que indica que aquele número, somam-se os cerca de 75 mil funcionários públicos federais que aceitaram o processo de rescisões amigáveis que a Administração Trump propôs no final de janeiro. FRASES
“As tarifas são um imposto sobre o consumo dos americanos, e seria uma loucura subirmos os nossos impostos sempre que outro país decide subir os seus. Se Trump puser tarifas sobre a Europa, a resposta certa pode bem ser ignorá-lo”.
"Se essa resposta [sobre suspeitas de corrupção] persistir em não ser dada, em ser ocultada, então amanhã [segunda-feira] a esta hora o Chega dará entrada com uma moção de censura ao executivo".
André Ventura, na conferência de imprensa deste domingo, sobre as alegadas suspeitas de corrupção pelo envolvimento de Luís Montenegro numa imobiliária.