segunda-feira, 25 de junho de 2012

Rio Tinto Investirá US$ 4 Bilhões em Extração de Minério de Ferro


A Rio Tinto, segunda maior mineradora de ferro do mundo, anunciou que vai investir US$ 4,2 bilhões em suas operações de minério de ferro na Austrália e na Guiné, a despeito de preocupações quanto à demanda chinesa e a pressão dos acionistas por uma redução nos investimentos.
"Mantemos plenamente nosso compromisso com uma abordagem balanceada de investimento, enquanto mantemos uma classificação de crédito A e uma política progressiva de dividendos", afirmou ontem Tom Albanese, presidente-executivo do grupo de mineração.

Albanese disse que a empresa tem em mente preocupações de curto prazo quanto à economia mundial. Na assembleia anual de acionistas realizada no mês passado, a companhia foi pressionada pelos investidores a recomprar ações e aumentar seus dividendos.

A empresa informou que adotou medidas para reduzir e reescalonar os investimentos de capital. De acordo com um analista ouvido, pode ser uma referência a projetos de expansão da produção de minério de ferro em longo prazo.

Sam Walsh, presidente-executivo da divisão de minério de ferro da Rio Tinto, disse que continuam a existir perspectivas positivas para a demanda por minério de ferro em médio e longo prazo, dado o permanente crescimento chinês.

A empresa investirá US$ 3,7 bilhões na região de Pilbara, Austrália, para expandir instalações portuárias e ferroviárias e prolongar as operações da mina de Yandicoogina, o que permitiria cumprir a meta de extração de 353 milhões de toneladas de minério ao ano na região a partir de 2015.

A empresa reservou mais US$ 501 milhões para a construção de instalações ferroviárias e portuárias para o projeto Simandou, de minério de ferro, na Guiné (oeste da África). A produção deve começar em 2015.

Embora o grupo tenha defendido os planos de acelerar a produção de minério, Jan du Plessis, presidente do conselho, declarou na assembleia que uma estratégia "cautelosa" será adotada.

A intenção é evitar repetir a crise de fluxo de caixa que a Rio Tinto enfrentou em 2009, depois de pagar caro pela compra do grupo canadense de alumínio Alcan.

A mineradora rival BHP Billiton sinalizou no mês passado que reduziria seus planos de investir US$ 80 bilhões até o final de 2015, devido à queda nos preços das commodities. A empresa não detalhou quais projetos serão adiados ou abandonados.

"Estamos direcionando investimentos a projetos que gerarão os retornos mais atraentes para os acionistas e que se provarão resistentes sob qualquer cenário macroeconômico", disse Albanese.

As ações da Rio Tinto na bolsa de Londres subiram 1,6%, para £ 30,99.