quarta-feira, 4 de novembro de 2020

E o vencedor das eleições dos EUA é…. não se sabe

 Boa tarde,

Hoje, 4 de Novembro, em que o mundo acorda e espera saber se Donald Trump vai ficar mais quatro anos na Casa Branca ou se Joe Biden será o novo Presidente dos EUA.


Pois, isso seria o normal. Mas nestas eleições há muito que percebemos que há muito pouco de normal. E, por isso mesmo, lamento desiludi-lo mas ainda não vai ser por aqui, nem por agora, que o estimado leitor vai saber quem é o novo ocupante da Casa Branca (e pelas reacções que se ouviram, pode bem acontecer que quando houver um vencedor ele não seja reconhecido pelo oponente).


Mas, ainda assim, há muito mesmo que contar, que a noite foi cheia de emoções.


É provável que ao ler isto venha de uma noite de sono, mas as últimas horas foram aquilo a que se pode chamar uma noite em que o mundo, em suspenso, não dormiu à espera de saber quem sairia vencedor das eleições presidenciais norte-americanas.



Aqui, em Lisboa, estive sempre a pé a alimentar o directo em que pode encontrar os últimos desenvolvimentos e novidades desta disputa. Ao longo desta quarta-feira (e provavelmente nos próximos dias) o directo vai manter-se, e portanto sugiro que guarde o link acima para ir sabendo o que de mais relevante se passa do outro lado do Atlântico.

Aqui tenho o mapa interactivo com os resultados das eleições, em que pode perceber quem ganhou estado a estado, onde está azul e onde está vermelho (leia-se Democrata e Republicano).


Joe Biden aparecia como favorito nas sondagens mas ao longo da noite Donald Trump revelou-se bastante mais resiliente e capaz de mobilizar os Republicanos e foi resistindo às sucessivas hipóteses de viragem: aguentou na Florida (o maior dos swing states), na Georgia, na Carolina do Norte, no Texas - e por outro lado, mostrou de alguma forma que o trumpismo é mais que um epifenómeno na política norte-americana e continua com muita força.


A única boa notícia da noite para o Democrata foi a possibilidade de virar o Arizona, tradicionalmente Republicano - além da esperança numa boa notícia que... venha pelo correio.

Aqui leia mais sobre as expectativas dos Democratas para o que ainda aí vem.


As opções de viragem para Biden foram sendo reduzidas à chamada cintura industrial do Midwest norte-americano, que há quatro anos foi chave para Trump ganhar a Hillary.


Wisconsin, Michigan e Pensylvania, três desses estados, da chamada cintura industrial, ainda não têm a contagem dos votos feita, muito devido aos votos por correspondência (e às regras de alguns estados que não permitiam que fossem contados antecipadamente). Biden precisa, em princípio, de vencer em dois deles para poder tornar-se o 46º presidente dos EUA. Resultados certos provavelmente só quinta ou sexta-feira.

Pelas 05.40 da manhã, Joe Biden fez uma declaração, dizendo-se optimista de que ainda vai ganhar estas eleições, esperando ganhar os votos necessários no colégio eleitoral nos estados que ainda faltam.

Trump não se ficou e minutos depois usou a sua forma favorita de comunicar e no Tweeter foi muito claro sobre o que ainda nos espera. "We are up BIG, but they are trying to STEAL the Election. We will never let them do it. Votes cannot be cast after the Polls are closed!" - numa tradução livre, minha: "Estamos muito à frente, mas eles estão a tentar roubar a eleição. Nunca o vamos permitir. Os votos não podem ser colocados depois das urnas fechadas".

Na comunicação que fez pelas 7.20, Trump foi ainda mais longe: "we did win this election". E disse que vai até ao Supremo (agora com maioria reforçada conservadora) para garantir a vitória.

De uma forma muito clara, Trump está a dizer que não vai reconhecer uma derrota, caso acabe por perder, depois de contados todos os votos. Não é difícil antever que ainda vem por aí muita agitação e polémica à volta desta eleições. Que pode prolongar-se mesmo até ao dia da tomada de posse, em janeiro, e envolver mesmo os tribunais.


OUTRAS NOTÍCIAS


Cá dentro,


Falámos muito de eleições nos EUA, mas esta quarta-feira por cá o país, ou melhor, boa parte do país, vive um novo momento no combate à pandemia, com 121 concelhos, representando cerca de 7 milhões de pessoas, a entrarem numa espécie de regime de semi-confinamento (semelhante ao vivido por três concelhos do norte nas últimas semanas) devido ao elevado número de novos infectados registado.

Aqui, em 12 perguntas e 12 respostas pode perceber o que muda a partir de hoje. (há novas regras para horários de espaços comerciais, teletrabalho


E aqui pode perceber se o concelho onde reside é ou não um dos 121 abrangidos pelas novas medidas. De acordo com a evolução pandémica, a cada 15 dias um município pode entrar ou sair desta lista.


Neste artigo pode perceber o que ainda está e pode vir a estar a ser preparado em matéria de alterações legislativas.

O último dia foi aziago em matéria de número de mortos vítimas da pandemia em Portugal.

E no podcast de política do Expresso olhamos ainda para a entrevista de Marcelo Rebelo de Sousa à RTP para falar do novo estado de emergência.


Precisamente sobre o estado de emergência, é uma matéria que divide as centrais sindicais. Adivinhe qual está a favor e qual está contra.

polémica público vs privado na pandemia vai tendo desenvolvimentos. Como a assinatura de um protocolo entre a ARS do Norte e o Hospital CUF Porto para que este acolha doentes com covid-19 transferidos pelo SNS.


Ainda sobre esta matéria, os privados protestam perante a perspectiva de se vir a avançar com uma requisição civil no sector.

Os cinemas juntam-se para pedir apoios à Comissão Europeia para conseguirem sobreviver.

Nos Açores, o PSD já anunciou um acordo de governação com CDS e PPM mas as negociações prosseguem para conseguir a viabilização parlamentar da geringonça de direita, com os votos do Chega. O PS aproveita para criticar os sociais-democratas por negociarem com o partido de Ventura.


Já está a decorrer o julgamento do assalto de Tancos e os nossos especialistas têm andado por lá e AQUI contam o que se está a passar em tribunal.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, promulgou as alterações à Lei da Nacionalidade, que foram aprovadas no Parlamento com os votos de toda a esquerda.


A Comissária Europeia Elisa Ferreira veio dizer que o plano de emergência apresentado pelo Governo português em Bruxelas ainda pode vir a ser alterado e afinado.

A Prisa, espanhola, já não é dona da TVI.


Lá fora,

Morreram quatro pessoas num ataque terrorista em Viena, já reivindicado pelo Daesh. Aqui pode ler tudo o que já se sabe sobre o ataque.


Depois de um professor degolado em França no mês passado e de na semana passada três pessoas morrerem num ataque terrorista à faca em Nice, no sul do país, e perante os eventos já desta semana na Áustria, o Reino Unido já decidiu elevar o seu nível de alerta para terrorismo.

O governo polaco adiou a publicação da lei que limita o aborto no país.


TRIBUNA


FC Porto bateu de forma clara o Marselha de Villas-Boas, e soma assim seis pontos em três jornadas da fase de grupos da Liga dos Campeões.

Setúbal desceu ao campeonato de Portugal e a situação de um dos mais históricos clubes de Portugal é neste momento dramática. Esta época ainda ninguém recebeu nada.

Maradona vai ser operado ao cérebro.

Mercedes vai manter o negro como cor dominante do seu carro de Fórmula 1 em 2021, como sinal de combate ao racismo.



FRASES

“Num momento em que o governo dá sinais de fadiga e desorientação, numa altura em que enfrenta dificuldades no Parlamento e desaires eleitorais nos Açores, Marcelo Rebelo de Sousa faz o improvável e corre em seu apoio”, Manuel Carvalho, Público

"Sentimo-nos bem onde estamos", Joe Biden, na declaração no final da noite eleitoral americana

"Estamos muito à frente, mas eles estão a tentar roubar a eleição", Donald Trump, em resposta a Biden



O QUE ANDO A LER

Tim Harford, colunista do Financial Times e autor de livros que venderam milhões (como O Economista Disfarçado), especialista em números e estatística, regressa com “How to Make the World Add Up”. Como olhar para os números e as estatísticas com que somos bombardeados todos os dias? Quais os erros de avaliação mais comuns e como evitar comete-los? Um livro muito útil e, lá está, em que também se fala da política norte-americana.

Uso aqui uma das ideias que por lá aparece: O pior que Donald Trump nos trouxe nestes quatro anos foi a dúvida. A cortina de fumo permanente para nos levar a duvidar de tudo e de todos e a fecharmo-nos nas nossas convicções.


Segunda leitura: Mario Vargas Llosa, provavelmente o maior escritor vivo, para mim, que surge com Tempos Duros, voltando ao universo político da América Latina dos anos 50 e 60, desta vez centrando o romance na Guatemala e num golpe de Estado que os norte-americanos fizeram para impedir um regime comunista… que nunca existiu. A primeira grande estória de fake news, segundo o próprio Llosa.

Uma vez mais com o universo norte-americano presente, Joe Biden –American Dreamer, de Evan Osnos, que escreve regularmente na New Yorker. Do que já li, destaco alguns pontos:

Biden era o primeiro candidato Democrata desde 1984 que não foi formado numa universidade da chamada Ivy League, ainda se lembra dos nomes dos miúdos que na escola o atormentavam por ser gago. E, em 1988, após uma candidatura presidencial fracassada, teve um aneurisma que quase lhe tirou a vida. Na altura, os médicos disseram-lhe que o que lhe salvou a vida foi precisamente ter saído tão prematuramente dessa disputa. Ou seja, se tivesse sido o candidato Democrata nessas Presidenciais provavelmente teria morrido e não estaria hoje, aqui.


Finalmente, já me chegou mas ainda não comecei a ler, “Olhe Que Não, Olhe Que Não”, de José Pedro Castanheira, longo tempo jornalista do Expresso, e José Maria Brandão de Brito, sobre os dois debates televisivos de 1975 entre Soares e Cunhal.

Fico por aqui, que já escrevi muito e que a tarde foi longa. Boas leituras e um excelente dia.

Tenha uma excelente quarta-feira e boas leituras.

segunda-feira, 10 de agosto de 2020

As voltas – em papel higiénico e não só – que o mundo dá

 

Boa tarde!

Ainda é cedo para podermos identificar com segurança tudo o que esta pandemia de covid-19 vai deixar para a História, além dos tristes números de mortos que já conheci e dos prejuízos brutais causados nas economias de todo o mundo. E é cedo porque ainda não sei quando é que o mundo vai ficar livre do novo coronavírus. Mas será que daqui a 10, 20 ou 30 anos ainda vamos-nos lembrar da loucura que foi a corrida ao papel higiénico, e das piadas que daí resultaram?

Vem isto a propósito de uma das entrevistas que foi publicada esta semana e que está na imagem de capa do caderno de Economia do Expresso: fui falar com Paulo Pereira da Silva, presidente da Renova, que, além de contar como foi viver o arranque da pandemia no meio de uma corrida ao papel higiénico, graceja dizendo que se calhar o papel higiénico se vai tornar um dos símbolos destes tempos e nos fala também dos planos da Renova para ser cada vez mais global, com a estratégia que tem montada para atacar os mercados chinês e mexicano.

Nesta edição entrevistei também Paul Collier, que acaba de lançar o livro “Greed is dead” (“A ganância está morta” na tradução literal), concluído já durante a pandemia. O economista britânico, professor da Universidade de Oxford, defende que é preciso “enfrentar a ascensão do individualismo e a destruição do sentido de comunidade, bem como o desvio das empresas de cumprirem objetivos sociais para apenas buscarem o lucro”. “O capitalismo está eticamente nu e será destruído se não mudar” é o título da entrevista.

Collier considera que as respostas iniciais da Europa à crise económica provocada pela covid-19 foram “horríveis”, mas depois “acertou-se o passo”, com o anúncio de um pacote robusto de fundos para resgatar as economias dos 27 países da União Europeia. Como serão distribuídas essas verbas é matéria que os governos terão agora de definir. E em Portugal essa tarefa está nas mãos do ministro do Planeamento, Nelson de Souza, com uma novidade: os novos fundos europeus vão pagar até 100% do investimento em Portugal – é a manchete desta semana do caderno de Economia.

Apesar da descida da taxa de desemprego, os sinais de stresse no mercado de trabalho são muitos. Enumero esta semana cinco sinais de alarme, nomeadamente os milhares de trabalhadores em lay-off, a redução das horas trabalhadas e do emprego e o aumento da inatividade e da subutilização do trabalho. Os dados divulgados esta semana mostram, por outro lado, que os precários são os primeiros sacrificados da crise.

As medidas do Governo para apoiar as empresas e as famílias por causa da pandemia têm visto a luz do dia com condições inesperadas, que limitam os benefícios. Por isso, fomos descodificar o que está em causa nos apoios do governo.

A pandemia está a provocar stresse em todo o lado e naturalmente também na banca, mas há bancos mais pressionados do que outros. Analisamos esse impacto no artigo “A pandemia castiga os rácios do Novo Banco e do Montepio”.

Isabel dos Santos quer afastar António Domingues da administração da NOS. A investidora angolana e o seu sócio Mário Silva dizem que o gestor, que saiu em julho da administração do banco angolano BFA, já conhecia há três anos as operações que consubstanciam falhas no sistema de prevenção do branqueamento de capitais. E com esse argumento querem que saia da operadora de telecomunicações.

Há aí uma revolução em curso que tem sido abafada pela pandemia: a do 5G. O governo e o regulador não se entendem quanto ao leilão da quinta geração das comunicações. A Anacom quer impor condições para a entrada de um novo operador e para a partilha de redes, mas a resolução do Conselho de Ministros é omissa quanto a esta matéria.

Entretanto, há uma empresa que está a querer combater a pandemia com secreções de rã. Pode ler a história aqui.

Lisboa tem quase três mil edifícios devolutos. E a câmara municipal tem duas mil intimações para obrigar os proprietários a fazerem obras.

Na opinião tem para ler:

Francisco Louçã  A nova Guerra Fria não será fria


João Duque  Quer dançar o tango?


Manuel Ennes Ferreira  Crise da universidade em Angola

Pedro Siza Veira  Um Banco de Fomento para Portugal

Pedro Miranda – Prudente controlo


Boas leituras! E boas férias, se for caso disso.


sexta-feira, 21 de fevereiro de 2020

A eutanásia foi aprovada. E agora?


Cinco projetos aprovados com margem confortável e campo aberto para a transformação num único texto, consensual entre todos os partidos que apresentaram iniciativas sobre a morte assistida. Com o debate e as votações de ontem concluídas, a questão que se levanta é sobre o que se segue e, já agora, quando.

Para começar, é útil partir do princípio de que a eutanásia tem alta probabilidade de ser aprovada ainda nesta sessão legislativa (até ao verão), que a realização de um referendo é cada vez menos provável, que ainda pode haver um veto do PR, mas que a decisão mais importante tende a estar nas mãos dos juízes do Tribunal Constitucional.

O processo político não vai desacelerar, nem nos que querem concluir a lei na AR, nem nos que querem promover um referendo, muito menos nos que esperam um sinal do Presidente. Ora, Marcelo já disse que só fala no fim, mais precisamente no fim do fim, o que quer dizer que não deverá dizer nada até que haja uma votação final no Parlamento e o documento lhe chegue ao Palácio de Belém daqui por uns tempos.

E aí, bem aí, há sempre aquelas hipóteses: promulgação, envio para o TC, veto. A promulgação imediata tem pouca lógica porque uma lei desta natureza deve sempre passar preventivamente pelo Constitucional, para acautelar problemas futuros. Ou seja, o envio para o TC é a ação mais lógica de Marcelo. Mas há uma outra, que não exclui a anterior, e que passa por um veto.

O problema, exclusivamente político, é que um veto presidencial apenas exige uma nova votação por maioria simples no parlamento para se tornar inútil. A não ser que o Parlamento resolvesse mudar de ideias por persuasão do Presidente, o que não tem muita lógica. Assim, o veto seria “apenas” uma manifestação de desagrado político de Marcelo Rebelo de Sousa.

Concluindo, se é que se pode concluir num processo destes: a) os trabalhos parlamentares devem ser rápidos; b) os cinco projetos vão ser fundidos num só; c) esse projeto final conta com uma maioria confortável; d) Marcelo pode fazer várias coisas mas enviará sempre o documento para o TC; e) a composição do Constitucional parece favorável à compatibilização da eutanásia com a nossa lei fundamental.

                              OUTRAS NOTÍCIAS

O ex-presidente do Tribunal da Relação de Lisboa, Luís Vaz das Nevesfoi constituído arguido no processo Operação Lex. Vaz Neves, que se jubilou do cargo em 2018, já foi ouvido na qualidade de arguido pelo Ministério Público no âmbito da Operação Lex, que investiga suspeitas de corrupção, tráfico de influência, recebimento indevido de vantagem e branqueamento de capitais num processo em que é central Rui Rangel.

Apesar de jubilado, Luís Vaz das Neves poderá vir a ser punido pelo Conselho Superior da Magistratura. A informação de que Vaz das Neves é arguido na Operação Lex foi avançada à Lusa por fonte judicial depois de a TVI ter noticiado que sobre o antigo presidente do TRL recaíam suspeitas de denegação de justiça no caso Operação Lex, relacionada com a alegada viciação do sorteio eletrónico de processos naquele tribunal superior.

A Operação Lex tem mais de uma dezena de arguidos, entre os quais o presidente do Benfica, Luís Filipe Vieira, e o antigo presidente da Federação Portuguesa de Futebol, João Rodrigues.

Ex-cavaleiro João Moura foi constituído arguido sob a suspeita de maus tratos sobre uma matilha de cães de que é detentor. Um vídeo divulgado nesta quinta-feira, cuja visualização pode ser perturbadora, dá conta do estado de subnutrição dos animais, entretanto resgatados para receberem assistência. Um dos galgos morreu. É um caso chocante e bizarro.

O Expresso apurou que nove dos galgos retirados da propriedade de João Moura (onde estavam 18 cães desta raça) encontram-se à guarda de uma associação. Um deles terá morrido pouco tempo depois de chegar à associação, “em estado de extrema subnutrição e desidratação”, e outro será internado em breve, por se encontrar também “num estado de saúde muito débil”.

Portugal é o país da Europa onde se gasta mais dinheiro em raspadinhas. Só em 2018 os portugueses gastaram quase 1,6 mil milhões de euros neste jogo - são mais de quatro milhões de euros por dia (há casos de portugueses a gastarem 500 euros em 24 horas). O problema tem sido “negligenciado” e urge impor medidas para regulamentar o jogo, segundo Pedro Morgado, autor do estudo publicado esta quinta-feira na revista “The Lancet Psychiatry”.

Morreu Joaquim Pina Moura. O ex-ministro da Economia e das Finanças de António Guterres morreu ontem aos 67 anos, devido a doença neurodegenerativa. Pina Moura foi um destacado militante comunista a quem chamaram "Cunhal dos pequeninos" por poder ser um dos sucessores do líder histórico do partido. Acabou por ser dissidente e chegar a superministro do PS e, mais tarde, gestor de grandes empresas. Estava afastado da vida pública há muitos anos por razões de saúde.

Há 500 casos do coronavírus em prisões chinesas; a província de Hubei acrescentou mais 220 novos casos a uma contagem que está sempre a crescer; as vendas de automóveis na China tiveram uma queda abrupta; morreu mais um médico de Wuhan… As frases sobre esta epidemia podiam continuar página abaixo com exemplos que vão da saúde à economia e à política. O coronavírus vai marcar 2020 de forma clara.

What the hell?...” Trump resolveu agora, num comício, mostrar supressa e atacar a decisão da Academia de Hollywood de entregar o Óscar de melhor filme ao sul-coreano Parasitas. Disse que a escolha não faz sentido e que gostava de voltar aos tempos de “E tudo o vento levou”Sim, isto aconteceu mesmo.

Roger Stone, o consultor político e velho amigo de Trump que em novembro foi declarado culpado por ter mentido no Senado, foi esta quinta-feira condenado a 40 meses de prisão. É o culminar de um caso que tem abalado a reputação do departamento de justiça americano. Mas não deverá ser o fim da história, pois Trump tem criticado repetidamente o processo e é provável que atribua um perdão a Stone. Afinal, os crimes têm a sua raiz nos esforços de Stone para ajudar Trump na campanha presidencial de 2016.

Os líderes da União Europeia estão desde ontem encurralados na primeira Cimeira pós-Brexit e sem soluções óbvias para o impasse criado. A saída do Reino Unido deixou um buraco de 60 a 75 mil milhões de euros (as contas variam porque o dinheiro circulava nos dois sentidos entre Londres e Bruxelas) e agora ninguém se entende. Os países do norte não querem aumentar as suas contribuições líquidas, os do Sul não querem ter programas de investimento mais curtos. A primeira noite da ressaca do Brexit foi dura em Bruxelas.