terça-feira, 12 de maio de 2015

Mau, mau, mau (e no fim bom, bom, bom)

Mau e Bom-A minutos sabia-se que o Nepal foi atingido por um segundo terremoto enorme, de magnitude de 7,4 na escala de Richter. O país ainda está a recuperar da devastação de mais de oito mil mortos do enorme tremor de terra de há duas semanas. A Grécia pode ficar sem dinheiro nas próximas semanas e não há meio de haver acordo no Eurogrupo. “A questão da liquidez é um assunto terrivelmente urgente, toda a gente sabe disso”, diz Yanis Varoufakis. Após a reunião de ontem, está tudo como dantes, menos o tempo, que encurtou. O ministro das Finanças grego acha aliás, num artigo publicado no Negócios, que o problema da liquidez está a cegar as instituições europeias, que deviam estar a pensar no futuro de sustentabilidade de longo prazo. A verdade é que o FMI quer demarcar-se de resgates futuros na Grécia, escreve o El Mundo. E já está a acautelar a possível saída da Grécia do euro, acrescenta o Negócios.

A reputação de Varoufakis já lá vai.
No Politico, já brincam até com a sua capacidade como economista. Depois de Alexis Tsipras ter admitido referendar a manutenção da Grécia no euro, - o que André Macedo, no DN, chama de uma “morte a crédito” -, as declarações do ministro das finanças alemão fizeram ontem estrondo: “se a Grécia quiser fazer um referendo, poderá ser útil”. Uma “perigosa estratégia de Wolfgang Schäuble”, escreve Camilo Lourenço.

"Quando a TAP começar a despedir, tem que começar por estes pilotos",
afirmou ontem à noite na SIC Miguel Sousa Tavares, que considera que “o que os pilotos conseguiram fazer foi acabar de vez com a TAP”. Já Fernando Sobral, no Negócios, escreve que “esta greve de 10 dias espelhou a encruzilhada em que vive Portugal, onde todos só se querem salvar a si próprios.”

Bola para lá:
Pires de Lima quer consequências e diz que a greve dos pilotos, apesar de fracassada, causou €35 milhões de prejuízo. Bola para cá: o sindicato dos pilotos apresenta queixa contra a TAP por violação do direito à greve.

A TAP já prepara plano para compensar prejuízos da greve,
como diz o i, mas o sindicato não recua e há uma nova ameaça de greve, noticia o Económico. A privatização da TAP avança esta semana com entrega de propostas mas este é apenas uma das vendas em curso. Outra é a do Novo Banco, com favoritismo dos chineses. O Negócios explica a urgência: o governo quer o dinheiro da venda para pagar mais cedo ao FMI quatro mil milhões de euros.

Itália. O Tribunal Constitucional declarou inconstitucionais os cortes nas pensões realizados desde 2012. O governo de Matteo Renzi tem de encontrar até ao fim da semana forma de devolver o dinheiro aos pensionistas. É uma batelada: podem ser 12 a 14 mil milhões de euros,
calcula o Financial Times.

OUTRAS NOTÍCIAS
Chamava-se Ananta Bijoy Das, era mais um blogger do Bangladesh crítico do Islão, e foi assassinado, segundo noticiou a CNN era já de manhã em Lisboa. A mesma estação já ontem questionava: quem poderá liderar o autoproclamado Estado Islâmico (Daesh) depois se al-Baghdadi morrer? A  CNN mostra quatro possíveis sucessores, para cujas detenções já há prémios.

Política: Sampaio da Nóvoa já tem equipa e
o Expresso revela o quem-é-quem do candidato presidencial que “já tem em sede, tesoureiro, chefe de campanha e porta-voz”. Também o Expresso noticiou que Ricardo Sá Fernandes entra na corrida das Legislativas, pelo Livre/Tempo de Avançar.

É a
manchete do DN: Joana Marques Vidal defende procuradores que troçaram da prisão de Sócrates. Declarações como "há dias perfeitos. Hihihihihi", escrita por um magistrado no Facebook após prisão de Sócrates, são exercício de "liberdade de expressão", defende a procuradora-geral. Mas votou vencida. Os procuradores enfrentam processos disciplinares.

Impostos. Segundo a
manchete do Negócios, a partir deste mês, as empresas que falhem qualquer obrigação declarativa, seja de IRS, de IRC ou de IVA, ou que apresentem disparidades nas retenções na fonte declaradas, verão os seus reembolsos de IRC suspensos.

As 12 empresas do PSI-20 que já apresentaram resultados trimestrais este ano lucraram um total de 800 milhões de euros. 
Mais 82% que no ano anterior. Crise?

Os portugueses têm 134 mil milhões de euros em depósitos bancários, mais 1% que há um ano. Daquele valor, quase um quarto está em depósitos à ordem.
A análise é feita pelo Negócios, que relaciona o fenómeno com os juros pagos nos depósitos a prazo: são tão baixos que, para muitas pessoas, mais vale deixar o dinheiro à ordem.

A ADSE admite abrir a entrada a trabalhadores das empresas públicas e seus familiares,
revela o Correio da Manhã. Em causa está a falta de sustentabilidade do sistema de proteção social da Função Pública, depois de perder mais três mil inscritos no ano passado.

Quer deixar de fumar? Então choque-se com as imagens nos maços. É uma estratégia para dissuadir o tabagismo, segundo uma proposta que vai ser discutida no Parlamento na sexta.
A Renascença mostra as imagens.

É agricultor? Tem mais 15 dias para se candidatar a fundos europeus,
avisa a Renascença.

Notícia da casa: a partir de segunda feira, a SIC vai ter duas novelas portuguesas em horário nobre, com a estreia de “Poderosas”. "É um momento histórico para a ficção em Portugal e em particular para a ficção portuguesa na SIC”, diz Gabriela Sobral, diretora de Produção e coordenadora de projetos da SIC,
no Diário de Notícias.

Mais de metade dos portugueses religiosos vai à igreja pelo menos uma vez por semana,
noticia o DN. A conclusão é de um estudo do Instituto Português de Administração e Marketing, segundo o qual 90% da população nacional é crente, com predomínio da religião católica.

David Cameron poderá antecipar para 2016 o referendo sobre a manutenção do Reino Unido na União Europeia,
revela o The Guardian. Um ano antes, pois, do compromisso do primeiro-ministro que voltou a ganhar as eleições. O objetivo é descolar das eleições em França e na Alemanha de 2017. No Financial Times, Gideon Rachman diz que o ceticismo externo em relação ao Reino Unido é exagerado, pois há “uma forte probabilidade de que os britânicos irão votar para ficarem na Europa”, pelo que “a ‘pequena Inglaterra’ de David Cameron é um mito”.

(Já Ed Miliband, o grande derrotado das eleições de quinta feira passada, foi apanhar sol para Ibiza, “to get away from it all”, disse ao
The Independent.)

Já sabe a do bilionário chinês que ofereceu férias em França aos seus 6.400 trabalhadores? Claro que sabe, foi das notícias mais lidas ontem.
Por 20 milhões fez-se a festa. Deu direito a visita especial no Louvre e noitada no Molin Rouge.

A China superou os Estados Unidos como maior importador mundial de petróleo.
Foi em março.

Depois de ter sido expulso da Frente Nacional pela filha, Jean-Marie Le Pen, de 86 anos, promete criar uma nova formação política,
noticia o Le Monde.

Hollande é o primeiro líder europeu a visitar Cuba depois do restabelecimento das relações diplomáticas entre Havana e Washington. A visita, que começou ontem, é
vista pelo El Pais pelo significado político mas também económico: o presidente francês levou um batalhão de empresários. Já o Papa Francisco visitará Cuba de 19 a 22 de setembro, explica o Corriere Della Sera.

Mulder e Scully, lembra-se deles? Em janeiro do próximo ano, 14 anos depois do fim da série, “Ficheiros Secretos” regressará à televisão com novos episódios. O
The Verge conta as novidades.

NÚMEROS
Só este: 179,3 milhões de dólares, um novo recorde: foi por quanto o quadro “Les femmes d’Alger” (1955), de Pablo Picasso, foi vendido ontem à noite num leilão em Nova Iorque. Pormenores no El Pais.

FRASES
Passos Coelho fala muito mas muda de opinião como quem muda de camisa.Mário Soares, no Diário de Notícias, onde cita o Nicolau Santos.

“No fundo, Passos Coelho pensa que todos querem viver e ser como ele ou Dias Loureiro e subir a qualquer preço”. Joana Amaral Dias
no Correio da Manhã, sobre a biografia de Passos Coelho, cujo título – “somos o que escolhemos ser" – é “género seita”.

O objetivo que temos é vencer a doença, não é perguntar se as pessoas durante esse processo têm febre, têm dor ou se gostam do sabor do xarope”, Passos Coelho, sobre a política de austeridade, citado pela
Rádio Renascença.

Falar de uma maioria absoluta nas legislativas "está no limite da publicidade enganosa”, prevê Rui Oliveira e Costa, também
na Renascença.

O QUE EU ANDO A LER
Tenho um amigo que é doido por Rubem Fonseca, escritor brasileiro que fez ontem 90 anos. Ele é tão doido, mas tão doido por Rubem Fonseca que tudo o que lê é sempre nos intervalos de Rubem Fonseca. É uma paranoia meia juvenil (ou completamente juvenil, dirão muitos) mas, fascinado por tamanho fascínio, ofereci-me a ler um que ele me ofereceu, “Amálgama”, contos. Rubem Fonseca não é próprio para menores e é bastante impróprio para muitos maiores, pela (chamemos-lhe assim) linguagem vernacular mas também pela crueza das histórias. Depois de “Amálgama”, entro em “O Caso Morel” e por ali não fico.

Mas fico por aqui. A partir de amanhã é obrigatório escrever português usando o acordo ortográfico (mesmo que haja ações em tribunal para travar o processo,
relembra a RTP) mas isso não traz novidade alguma à Luísa Meireles, que há duas semanas se estreou.
Antes de acabar, três pechinchas: leia o Expresso, que até sexta é gratuito para todos os leitores; vá à Festa do Cinema, que até amanhã vende bilhetes a 2,5 euros em salas de todo o país; e, se está em Lisboa, levante os olhos para a copa das árvores. Os jacarandás já floriram e só por isso vale a pena ser maio outra vez. Está muito calor em Portugal continental e assim terminamos, com votos de um dia maravilhoso.
Bom, bom, bom! 

sexta-feira, 8 de maio de 2015

O Reino Unido Jamais Será Vencido

 Resultado de imagem para David Cameron
O Reino Unido-David Cameron ganhou. Contrariando todas as previsões, ele vai assumir um novo mandato de primeiro-ministro do Reino Unido com mais votos do que os conquistados em 2010. De acordo com as sondagens à boca das urnas, e também dos resultados que neste momento estão a ser apurados, os Conservadores estão muito perto de uma maioria absoluta no Parlamento com 316 deputados. Neste preciso momento já venceram 305 círculos. Relembre-se que bastam 323 lugares (mais 7 do que aqueles que a sondagem à boca das urnas oferece aos Conservadores) para essa maioria ser alcançada, o que é possível com uma (não muito provável) nova coligação com os Liberais Democratas (10 deputados), com o Partido Democrata Unionista (8 deputados) ou mesmo com o UKIP ou partidos regionais, caso estes sejam necessários para estas contas.
(Número de deputados segundo a previsão à boca das urnas: Conservadores 316, Trabalhistas 239, Partido Nacional da Escócia 58, Liberais-Democratas 10, UKIP 2, Outros 25)
Os grandes derrotados desta eleição são os trabalhistas e os liberais-democratas: Nick Clegg e Ed Miliband devem mesmo renunciar à liderança dos seus partidos nas próximas horas devido aos inúmeros votos que perderam para os conservadores e para o SNP. Por essa ordem de razões, os grandes triunfadores são David Cameron e Nicola Sturgeon, a líder do Partido Nacional da Escócia, que poderá ter limpo o Partido Trabalhista do mapa ao conquistar 58 dos 59 lugares disponíveis nas mesas de voto escocesas.
Que vendaval foi este? Dois nacionalismos e uma ideia de voto útil, como atesta Paul Mason do Channel 4. Na Escócia, onde os trabalhistas averbam uma derrota histórica, Nicola Sturgeon galvanizou o eleitorado de forma incrível. Poucos meses depois do referendo, o resultado de ontem volta a colocar, sem margem para dúvidas, a saída da Escócia do Reino Unido em cima da mesa.  Mas foi o temor, senão mesmo o terror, de uma aliança entre os trabalhistas e o partido de Nicola Sturgeon que terá provocado o efeito contrário em Inglaterra, onde a deslocação de votos para os conservadores, sobretudo com origem nos liberais-democratas, procurou evitar a subida ao poder de uma aliança entre trabalhistas e separatistas escoceses. Ou uma óbvia e imediata desagregação do Reino Unido. Não vale a pena esquecer que o desemprego no Reino Unido se encontra nos 5% e o PIB cresce a bom ritmo.
Apesar das reticências com que se devem encarar as previsões, o nacionalismo escocês e o nacionalismo inglês marcaram decididamente estas eleições. O desejo de um governo estável e em maioria do eleitorado centrista, como aliás previa David Cameron, terá feito o resto, provocando uma transferência maciça de votos, sobretudo dos Liberais Democratas para o Partido Conservador.
Esta é também uma vitória do euroceticismo britânico. Seja qual for a coligação que David Cameron vai engendrar, a fragilidade aberta pelo separatismo escocês será uma das armas que Cameron passará a usar em Bruxelas, procurando situações de exceção para o Reino Unido. É também o triunfo do socialceticismo, ou se quisermos, uma enorme facada no Estado Social. Mas para brincar às coligações possíveis (ou mesmo impossíveis), nada como experimentar a aplicação no site do Economist, onde as várias hipóteses podem ser experimentadas.
Por cá, António Costa anunciou uma vaga descida do IRS na entrevista à TVI. O Expresso foi fazer as contas e conclui que os impostos sobre os rendimentos serão sensivelmente os mesmos. O que pode ser alterado são os escalões: dos atuais 5 passaremos a ter 6 ou 7, caso o PS ganhe as eleições. Seria voltar a um escalonamento anterior ao anterior “brutal aumento de impostos” de Vítor Gaspar, em que os mais ricos pagariam mais e os contribuintes com menores rendimentos seriam menos tributados. Um exemplo: se hoje a taxa maior incide nos rendimentos a partir de 80 mil euros por ano, essa mesma taxa poderia passar a ser aplicada a quem recebe mais de 75 mil. Por outro lado, seriam aliviados os contribuintes que se encontram nos escalões mais baixos.
Não vale a pena relembrar que a campanha eleitoral já começou, mas é preciso saber que ainda não existe uma lei decente que regule a sua cobertura pelos órgãos de comunicação social. Depois do fiasco do projeto PS-PSD-CDS, aguarda-se nova lei, desta feita a cargo do PSD e CDS (Inês de Medeiros ficou out), anunciada “para as próximas semanas” por Luís Montenegro (chefe da bancada parlamentar do PSD) no dia em que foram recebidos os representantes da Plataforma de Media Privados que propuseram um “código de conduta editorial”, que na prática retira poderes à Comissão Nacional de Eleições.
OUTRAS NOTÍCIAS
A TAP entra hoje no seu oitavo dia de greve mas o Governo já grita vitória. A administração tem conseguido uma frequência de voos superior a 70% nestes dias, o que é uma derrota, ou um “tiro no pé”, como disse o ministro da Economia, Pires de Lima, do Sindicato dos Pilotos. O processo de privatização mantém-se, apesar de o secretário de Estado ter garantido não ter reunido ontem com Efromovic, um dos potenciais candidatos. Já hoje, o Público adianta que há uma empresa de capital de risco que pode estar na corrida. Trata-se da Greybull, que em outubro de 2014 comprou a companhia aérea britânica Monarch, para levar por diante uma profunda reestruturação.

Carvalho da Silva, que poderia ser o candidato presidencial do Bloco de Esquerda, não vai, afinal de contas, concorrer. “Não quero ser fator de perturbação”, disse. O ex-líder da CGTP deitou ontem por terra todas as pretensões, declinando uma candidatura que viu o seu espaço ser ocupado pela de Sampaio da Nóvoa.
Fisco vai a cruzar as contas da água, telefone e da eletricidade para apanhar rendas ilegais. É a manchete do Diário de Notícias que dá conta da obrigatoriedade dos fornecedores de serviços indicarem à Autoridade Tributária em que nome estão as contas da água, luz e telefone para posteriormente serem comparadas com os recibos das rendas da casa.
FRASES
“Confio que um acordo estás prestes a ser celebrado nos próximos dia. Ou semanas”, Yannis Varoufakis, ministro das Finanças grego, ontem ao almoço durante uma conferência em Bruxelas

“Não se pode ensinar bem o que não se sabe muito bem”, comunicado do Ministério da Educação e Ciência sobre os resultados negativos obtidos pelos professores na Prova de Avaliação de Conhecimentos e Capacidades
“O melhor do mundo é Messi e o segundo melhor é o Messi lesionado”, Jorge Valdano, dirigente do Real Madrid, sobre o jogador seu compatriota
"É desagradável que depois de se anunciar um casamento, venha a história de uma traição anterior”, Manuela Ferreira Leite no programa Política Mesmo da TVI sobre os SMS e a coligação PSD-CDS
O QUE ANDO A LER E A OUVIR
Um artigo da Revista do Expresso publicado no sábado sobre a vida nas prisões portuguesas. Como anteontem foi salientado por Daniel Oliveira no Expresso Diário, as penitenciárias ainda são o lugar de todas as arbitrariedades. Como se tivéssemos parado no tempo. Num tempo muito antigo. Os depoimento de Paulo Pedroso, Domingos Abrantes, Carlos Cruz ou de um ex-corretor, entre outros, demonstram que nos cárceres de Portugal a lei que impera é a do “porque sim” e a do “porque não”, apostando tudo na despersonalização dos detidos e nada na sua reintegração. Na próxima Revista do Expresso, nas bancas sábado, há também uma excelente entrevista a Karl Ove Knausgaard, o escritor norueguês que está a mudar a literatura do século XXI. É como se voltássemos a um filme de Ingmar Bergman, mas mais estranho e maravilhoso, ainda que não esteja certo de que seja esta a palavra mais adequada. Inédito mesmo é o livro dos sonhos de Rita Red Shoes. A cantora portuguesa verteu para papel os “Sonhos de uma Rapariga Quase Normal”, a que acrescentou ilustrações e, em exclusivo no Expresso Diário a partir da próxima semana, novas peças musicais. E como são os sonhos da rapariga? “Corei de vergonha, mas senti que não tinha alternativa a subir ao palco e dar uns gritos por cima daquelas guitarras ensurdecedoras. No camarim estava uma senhora com um fato preparado para eu vestir. Era também de monge, mas resolveram juntar-lhe uma barba. Olhei-me a um espelho que estava por ali perdido e senti-me Jesus Cristo. Entrei em palco e encarnei o espírito gótico, fazendo daquele momento uma bela performance. Pisguei-me dali mal pude e saí para a rua na esperança de poder descansar um pouco daquelas andanças. Não tive tempo porque ouvi chamar o meu nome nas colunas: – Urgente, Rita, tem de comparecer na plataforma um.”

segunda-feira, 27 de abril de 2015

Países Europeus são os Mais Felizes do Mundo

Resultado de imagem para mundo
Ranking da Felicidade Mundial-A Suíça e os países do norte da Europa são os mais felizes do mundo. A classificação está de acordo com o ranking mundial da felicidade divulgado ontem, 23 de Abril, em Nova Iorque. O Relatório Mundial sobre a Felicidade, realizado pela primeira vez em 2012, qualifica o nível de vida em 158 países com o intuito de influenciar as políticas governamentais do mundo.
 
O top 10 é então composto pela Suíça no 1.º lugar, que ultrapassou a Dinamarca que havia vencido no último relatório. Seguem-se os países frios do norte da Europa, Islândia, Dinamarca e Noruega, e em quinto lugar surge o Canadá. De volta ao continente europeu, encontramos a Finlândia, Holanda e Suécia. Da Oceânia chega-nos, em nono e décimo lugares respectivamente, a Nova Zelândia e a Austrália. Ainda entre os vinte primeiros temos a Costa Rica em 12.º, o México em 14.º, seguido depois pelos Estados Unidos da América e em 16.º o Brasil. Há ainda a destacar os países mais influentes da zona Euro como o Reino Unido, França e Alemanha a ocupar o 21º, 26º e 29º lugares. De notar que estas classificações podem ser algo curiosas tendo em conta, por exemplo, a posição ocupada pela Venezuela, que atravessa graves dificuldades e mesmo assim se classificou em 23.º lugar, 6 posições acima da Alemanha de Merkel.
 
Este estudo é realizado de acordo com a riqueza do país, nomeadamente o PIB per capita, a esperança de vida, a confiança, a liberdade, a falta de corrupção e a generosidade. Por todos estes indicadores, países como o Afeganistão e a Síria, que enfrentam a guerra, são dos menos felizes do mundo. A juntar-se a estes dois temos ainda os países africanos nos últimos lugares da tabela, entre eles: Togo, Burundi, Benim, Ruanda, Burkina Faso, Costa do Marfim, Guiné e Chade. A República Democrática do Congo é mesmo o país mais infeliz do mundo.
 
Relativamente a Portugal este continua, tal como a Grécia, a ser um dos mais infelizes da Europa, mais do que há três anos, uma vez que ocupa a 88.ª posição. Por outro lado, há a registar que alguma coisa de deve ter alterado, uma vez que em 2013 ocupávamos o 100.º lugar.

quarta-feira, 22 de abril de 2015

Uma Nova Via. E as Dúvidas

Resultado de imagem para Portugal
Portugal-As propostas económicas do PS fazem hoje a manchete do Expresso, como não podia deixar de ser.  Ricardo Costa, Henrique Monteiro e Bernardo Ferrão analisam as 95 páginas do documento e tentam responder à questão crucial:  como se paga a dívida, que pode vir a aumentar com estas medidas.

Uma coisa é certa: há agora dois caminhos claros em matéria económica, o da maioria e o do PS.  Os socialistas querem acelerar a devolução dos salários à Função Pública e acabar com a sobretaxa do IRS bem mais depressa que o Governo. Quanto á Taxa Social Única pretendem reduzir a contribuição dos trabalhadores, o que deixa a maioria com os cabelos em pé, dizendo desde que já que  este caminho só pode culminar com o regresso da troika.  

Incontornável é  Mário Centeno, o economista que coordenou o grupo de trabalho que elaborou as propostas. Traçamos o perfil deste economista liberal, polémico, doutorado em Harvard e quadro do Banco de Portugal.

O drama dos emigrantes que tentam atingir a costa europeia em busca de um futuro melhor e morrem às centenas no Mediterrâneo está a merecer um conjunto de medidas por parte da União Europeia, que analisamos em detalhe.

Quem também planos e os vai apresentar é  o presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira. Os planos são para  o mercado do Bolhão e visam torná-lo um ponto incontornável de atração da cidade invicta.

Finalmente, no plano internacional,  o líder do Estado Islâmico foi gravemente ferido, mas desconhece-se se isso pode ter enfraquecido a organização terrorista.

segunda-feira, 20 de abril de 2015

A Estrada Mais Perigosa do Mundo

Resultado de imagem para Tragédia Mediterrâneo
Tragédia no Mediterrâneo-O título é logo um murro matinal mas não há como evitar falar da catástrofe humanitária que desagua rumo a Lampedusa, no sul de Itália. Foi a maior tragédia de sempre no Mediterrâneo: mais 700 mortos a somar aos 4500 dos últimos 15 meses. A União Europeia reuniu-se de emergência e foi lesta a demonstrar o horror face ao naufrágio deste domingo, quando uma embarcação com imigrantes se virou ao largo da costa da Líbia: de “genocídio” a “vala comum”, conta o Observador. Um sobrevivente falou já à imprensa, garantindo que havia 950 pessoas a bordo, incluindo dezenas de crianças. Um navio com bandeira portuguesa foi o primeiro a prestar socorro.

“Não dá para engolir. O Mediterrâneo transformado em cemitério. A vergonha da política europeia”, escreve esta manhã André Macedo
no Diário de Notícias. Já no Correio da Manhã, Eduardo Dâmaso diz que estas mortes “são os números da ignomínia europeia, que deixa entregue à sua sorte, ao cinismo do salve-se quem puder, os milhares que fogem da miséria, das mafias do tráfico humano, da guerra e do jiadismo”. Para compreender as razões, a dimensão e como funciona a operação em Itália, cuja redução do orçamento está a levantar grandes críticas, pode rever esta reportagem da Renascença: “A Sul da Sorte”. Já Inês Cardoso lista no JN do que fogem os que migram para a morte : “Os ataques sangrentos do grupo radical Boko Haram, a guerra civil na Síria, o contexto caótico na Somália e na Líbia ou a ditadura de Issayas Afewerki na Eritreia.”

Ainda este fim de semana, o auto-proclamado Estado Islâmico (Daesh)
divulgou um vídeo em que alegadamente são degolados 15 homens numa praia e executados outros 15 numa zona de mato – todos seriam cristãos etíopes. O avanço na Líbia está a preocupar autoridades ocidentais, pela riqueza e pelo armamento aí disponíveis. Michael Weiss, um especialista sobre o conflito, diz na CNN que estes ataques são como espetar uma faca no Ocidente, para mostrar que a intervenção na Líbia deixou o caos. Um relatório divulgado pelo Der Spiegel informa que na base do crescimento do Daesh está um antigo espião de elite de Saddam Hussein.

Noutro ponto mais distante do Mediterrâneo está a Grécia, politicamente cada vez mais isolada. Ou separada da União Europeia?
Chris Giles, do Financial Times, diz que, paradoxalmente, o Syriza conseguiu unir como nunca as instituições da troika (Comissão Europeia, Banco Central Europeu e FMI): estão todos frustrados com a posição grega. Em Washington, a posição grega é chamada de “infantil”, diz o jornalista, que titula a sua coluna assim mesmo: “Como lidar com uma criança problemática como a Grécia”. No mesmo jornal, que aliás Alexis Tsipras tem criticado amiúde, Wolfgang Munchau, um economista anti-austeridade, diz  estar já convencido de que o incumprimento pela Grécia é inevitável – mas a saída da zona euro não. Confirmando que as negociações vão de mal a pior, Munchau só não sabe sobre quem recairá o incumprimento: se não se paga aos credores internacionais, se não se paga aos funcionários públicos gregos. Mas o economista concorda com o ministro das Finanças Yanis Varoufakis: “a gestão da zona euro da crise económica tem sido catastrófica”. Este fim de semana, Paul Krugman voltou a defender o fim da austeridade na Grécia.

À margem: começa hoje na Grécia o julgamento de 70 membros do partido de extrema direita Aurora Dourada, seis dos quais estão detidos desde que, em 2013 foram
implicados na morte de um cantor rap. Os 70 são acusados dirigir e participar em práticas de crime organizado.
OUTRAS NOTÍCIAS
Banco de Portugal impõe mudanças no Montepio e reforça vigilância”. É a manchete do Público, que diz que a dependência do banco em relação à Associação Mutualista gera preocupação, até porque o modelo de negócio é semelhante ao do BES. A auditoria forense realizada a pedido do Banco de Portugal estará pronta a ser divulgada.

PS. Soares
animou a malta. Sampaio “não podia faltar”. E António Costa aproveitou a festa dos 42 anos do PS este domingo para ensaiar uma ideia que há repetir até às eleições: que o PS não vai fazer falsas promessas. “Não estamos a esconder nada na manga, nem a fazer de morto”. Esta semana, o PS vai apresentar o seu cenário macroeconómico para os próximos anos.

PSD. Passos já faz promessas, até de amanhãs que cantam: vêm aí um ciclo de prosperidade como Portugal "
não teve em muitos anos”, afirmou. Eles são todos iguais? Não, responde no Negócios Helena Garrido, que na sexta entrevistou ambos – Passos e Costa. Em editorial, a diretora do jornal explica que o PS propõe uma política de crescimento do lado da procura (“Mais rendimento disponível e medidas para promover a construção e o turismo” ), enquanto o PSD age do lado da oferta (“forçar a mudar para setores mais competitivos e de maior valor acrescentado (…), via que aumentará a produtividade”). Conclusão: “Sim, PS e PSD são diferentes”.

Governo quer tirar nas pensões para devolver nos impostos”, é o título da
análise do Negócios ao PEC.

Mais de metade dos empregos perdidos com a “troika” não são recuperados,
noticia o Económico em manchete. Nos próximos quatro anos serão criados 190 mil empregos; nos últimos quatro foram destruídos 480 mil. O Estado vai pagar, durante seis meses, até 80% do valor do estágio às pequenas e médias empresas que contratem desempregados com mais de 31 anos e que estejam inscritos nos centros de emprego há mais de um ano, explica o DN.Ainda no Económico ficamos a saber que as cotadas do PSI 20 tiveram os lucros mais elevados desde 2010: dois mil milhões de euros em 2014, mais 28% que no ano anterior.

As autoestradas do interior foram as que mais renderam em portagens nos primeiros três meses do ano,
noticia o JN. Sobretudo a A23, a A24 e a A25.

A Noruega vai ser o primeiro a país a desligar a rádio em FM.
Será em 2017. A rádio passará a ser emitida por sinal digital.
FRASES
É preciso controlar o acesso aos dados do cartão do cidadão”, avisa Filipa Calvão, presidente da Comissão Nacional de Proteção de Dados, em entrevista ao Económico e à Antena 1

O Bloco de Esquerda nasceu em 1999 adiantado em relação ao seu tempo”, diz Marisa Matias, em entrevista a Pablo Iglesias (ele mesmo, o líder do Podemos)

"Esta é uma greve suicida para os pilotos [da TAP]", Marcelo Rebelo de Sousa,
na TVI.

Foi a pensar neste Estado (que decide sobre o tabaco, os impostos, a educação ou os benefícios à banca) que inventámos o manguito.Francisco José Viegas,
no Correio da Manhã


O QUE EU ANDO A LER
Futebol. Ontem, foi a “loucura à partida”, mostra o JN. O Porto joga esta semana com o Bayern para a Champions e no fim de semana com o Benfica e vamos ouvir e falar disso todos os dias. O primeiro jogo será decisivo, o segundo provavelmente também.
 
Por causa da extraordinária exibição que o Porto fez na primeira mão contra os alemães li um artigo no Grantland, um blogue americano desportivo, que recomendo: “Esqueça Suárez: Ave à parte de fora do pé direito de Quaresma”. Para o autor, Quaresma tem tudo errado: uma carreira irregular que parecia acabada antes dos 30, falta de eficiência, um estilo antigo e desadequado, “fundamentalmente tudo o que ele faz é errado – mas a heterodoxia duplica o seu brilhantismo”. E remata: “Ele é tão bom em ser mau que às vezes acaba tudo certo”.

O futebol é a única religião que não tem ateus”, dizia Eduardo Galeano, que morreu há uma semana e que
o El Pais tratava ontem como o “melhor poeta futebolístico”, autor “de los goles orgásmicos más líricos”. O jornalista, escritor, poeta uruguaio foi muito mais do que isso e talvez tenha sido a mortandade das últimas semanas que diluiu o seu obituário nas notícias de outros. “Se caminha, terá violência. Se pensa, terá angústia. Se duvida, terá loucura. Se sente, terá solidão.Galeano, que quis “lutar por um mundo que seja a casa de todos e não a casa de uns poucos e o inferno da maioria”, desarruma sempre a cabeça com o coração. Por isso volto muitas vezes a ele, ele que defendia o direito de sonhar, ensinava a viver sem medo, e tinha uma glândula “que na verdade é bem rara, que se chama consciência."

Ou como falar de um morto não é falar de morte, mas de vida.

Tenha um dia bom. Cheio de vida!
 

quinta-feira, 16 de abril de 2015

Guiné-Bissau: Tribunal Pode penhorar Malaika Hotel, Guiné-Tel e Guiné-Telecom

Guiné-Bissau-O Tribunal Tributário  pode penhorar e, consequentemente, colocar à venda em hasta pública as empresas Malaika Hotel, Arco-íris, Cassamá Blocos, a empresa de Serviços de Transportes da Guiné-Bissau (STGB), a Guiné-Tel e a Guiné-Telecom, sendo estas duas últimas Estatais.
 
Em causa está de acordo com um edital da instituição judicial, com data de 14 de Abril, que o Cirilo João Vieira consultou, um processo executivo movido contra estas empresas pelo Instituto Nacional de Segurança Social (INSS), sendo que agora têm o prazo de dez dias para regularizarem as suas situações de dívidas com o INSS.

Neste sentido, a Malaika Hotel contraiu com a Segurança Social guineense uma dívida estimada em mais de 142 milhões de Francos Cfa. (216.478 euros), a empresa Arco-íris mais de 19 milhões de Francos Cfa. (cerca de 29 mil euros), a Cassamá Blocos está em dívida com o INSS numa soma estimada em 5 milhões de Francos Cfa. (mais de sete mil euros), todas as dívidas destas empresas constam nos processos números 12, 16 e 6 do ano de 2014, respectivamente.

Relativamente à empresa STGB, a Segurança Social disse estar em causa uma dívida no valor de 48.914.607 Francos Cfa. (74.569 euros), no âmbito do processo número 9 do ano 2014. As empresas do Estado, a Guiné-Tel e a Guine-Telecom, devem mais de 42 milhões de Francos Cfa. (64 mil euros) nos processos, respectivamente número 3 e 8 do ano 2014.

De salientar que na Guiné-Bissau tanto as empresas públicas como as privadas estão sempre em falta com o Estado em termos de pagamento da segurança social, o que já não é aceite desde a entrada em funções das novas autoridades eleitas nos escrutínios que tiveram lugar no país há um ano.

quarta-feira, 15 de abril de 2015

TSU: Talvez Seja Útil... Relembrar a Polémica

Resultado de imagem para segurança social
Lembra-se desta declaração?
“Se me perguntam se eu soube? Claro que soube. Se me perguntam se eu tive uma opinião diferente. Tive uma opinião diferente. Se me perguntam se eu alertei. Alertei. Se me perguntam se eu defendi que havia outros caminhos. Defendi…”
A 16 de setembro de 2012, o país ficava a conhecer a posição de Paulo Portas que se demarcava da polémica mexida na Taxa Social Única (a medida que Vítor Gaspar e Maria Luis Albuquerque combinaram a bordo de um avião para Bruxelas). Na véspera, numa das maiores manifestações desde o 25 de abril, os portugueses gritaram: Não à TSU!

A troika tremeu…

A história é conhecida, mas serve para enquadrar o regresso ao debate político de um assunto traumático para o país e para a coligação (que não mais seria a mesma). A medida acabou por cair, mas as três letras da polémica foram agora recuperadas por Passos Coelho. Ao falar das reformas, defendeu que 
ainda falta reduzir o custo do trabalho para as empresas nos próximos anos. A oposição esfregou as mãos!
No passado o que estava em causa era pôr os trabalhadores a pagar o que se descontava aos patrões. Mas agora,
segundo o Económico, a intenção passa por baixar os custos de trabalho para as empresas de forma faseada e sem mais austeridade. Francesco Franco, professor da Nova School of Business and Economics defende no Económico que a “descida da TSU é a medida mais imediata para descer custos de trabalho”. No Negócios, Fernando Sobral lembra: “É certo que hoje o trabalho está desvalorizado, mas o primeiro-ministro deveria refletir um pouco antes de abrir a boca. Afinal ele sabe que a questão central chama-se investimento”.

Na frente política,
patrões e sindicatos já estão divididos. No CDS (apanhado de surpresa?), e em ano de eleições, todas as cautelas são poucas. Na SIC Notícias, Diogo Feio bem tentou mudar de assunto: “Não vale muito a pena estar a discutir algo que ainda não sabemos em concreto se vai acontecer.” Será? Passos Coelho terá de o clarificar. Mas tem estado em silêncio. Ao contrário de António Costa, que no meio da tempestade de Sampaio da Nóvoa (e agora que está “focado nas legislativas”), agarrou o assunto, recuperando fantasmas e acusando o PM de insistir no aumento da taxa para os trabalhadores.  A discussão promete e vai aquecer. É certo!
Outro assunto, outra polémica. O
fecho da privatização da TAP pode cair no colo do próximo Governo. Isto porque o processo, depois de decidido o vencedor (30 de junho), vai ficar pendurado nos reguladores. O PS, que contesta esta privatização, não gostou e alega que o arrastar desta questão condiciona o próximo Executivo.

O
Público e o JN dão destaque à mesma notícia. O Governo vai proibir o consumo de todo o tipo de álcool a menores de 18 anos. “A atual legislação faz a distinção entre bebidas espirituosas, proibindo-as a menores de 18 anos, das destiladas, como a cerveja e o vinho, que são interditas apenas a quem tem menos de 16 anos. O quadro legislativo foi dado como ‘ineficaz’”. O ministério da Saúde confirma que vai haver alterações e que devem avançar até ao verão.
OUTRAS NOTÍCIAS
Na Grécia a situação continua muito confusa. Neste artigo do Expresso podemos ler: "O jornal alemão "Bild" anunciava pela manhã eleições antecipadas em preparação, o britânico "Financial Times" referia ao final da tarde a possibilidade de uma bancarrota e diversos economistas propõem que o governo de Atenas comece a pagar salários e pensões com promissórias."

A caminho das eleições gerais britânicas de 7 de maio, o partido de David Cameron leva vantagem
na sondagem revelada pelo The Guardian. Os conservadores subiram, estão agora nos 39% e os trabalhistas de Ed Miliband caíram para os 33%.
Hillary Clinton já reúne apoios na Europa. Os ministros dos negócios estrangeiros francês e alemão aplaudiram a entrada de Clinton na corrida presidencial. Uma tomada de posição que está já a ser criticada por ser pouco diplomática… Sobre as presidenciais norte-americanas, agora que se sabe que o senador republicano Marco Rubio também já está a caminho, aconselho-lhe este artigo do Wall Street Journal.

Por falar em presidenciais, e depois da revista Cristina, Marcelo Rebelo de Sousa volta às capas. O professor é o entrevistado do
Jornal do Comércio que hoje é relançado em Lisboa, quase 30 anos após o último número.

Rui Rio 
garante que não é um D. Sebastião e, esta noite em Gondomar, recusou falar sobre presidenciais, só quando "a poeira assentar". Mas sobre o perfil certo do Presidente da República diz que "tem que interferir pouco, bem e certo" e fora dos holofotes.

Hoje, no Porto, Orlando Cruz apresenta-se oficialmente como candidato a Belém. É verdade, mais um. Cruz é líder do (não formalizado) Partido Esperança Popular. Foi militante do CDS, é taxista e em 2013 candidatou-se à câmara portuense.

No Funchal, Miguel Albuquerque é recebido ao início da tarde pelo representante da República. O encontro servirá para a
entrega formal da lista de membros do Governo regional.

Hoje é dia de quartos-de-final da Liga dos Campeões. Às 19h45 encontram-se:
Atlético Madrid - Real Madrid e Juventus – Mónaco.
FRASES
"Ainda pode acontecer", Paulo Macedo, ministro da Saúde a admitir que a vacina pneumocócica Prevenar possa vir a constar do Plano Nacional de Vacinação, o que custará cerca de 12 milhões de euros anuais.

“Costa tem agora a grande responsabilidade do futuro do PS e do país. E tenho a certeza de que, não obstante as enormes dificuldades que terá de enfrentar, vai ganhar as eleições legislativas com bastante facilidade”, Mário Soares ao DN.

“Tudo sobre Sampaio da Nóvoa tem sido um almanaque sobre como não gerir as coisas”,Miguel Sousa Tavares, no Jornal da Noite da SIC.

“Governo soube das novas direções da RTP pelos jornais”, Gonçalo Reis, o novo presidente da RTP em entrevista ao DN.
O QUE ANDO A LER
Hoje quero falar-vos do que ando a ver. Sabe o que é o Periscope? Bem, trata-se de uma aplicação para smartphones que está a bater recordes de popularidade. Criada no Silicon Valley, foi comprada pelo Twitter (em resposta ao Merkaat) e é já descrita como a “rede social em que se vê a vida em direto”. Só precisa de ter um telemóvel e uma ligação 4G.

Com esta app partilhamos vídeos em streaming, mas a diferença em relação ao YouTube é que no Periscope estamos em direto. E o que transmitimos pode ser acompanhado e comentado em tempo real
pelos nossos seguidores. Já há quem fale numa revolução que, na verdade, traz novos desafios às televisões. Agora podemos ser ainda mais cidadãos-jornalistas.

Foi o que aconteceu em Nova Iorque como conta
este artigo. Houve uma explosão num edifício, o Twitter deu o alerta e segundos depois vários utilizadores do Periscope, que estavam nas imediações do prédio, já transmitiam. As televisões chegaram mais tarde. Mas se esta app serve para mostrar o mundo, também serve para nos mostrarmos ao mundo. Foi o que pensaram várias figuras mediáticas que já reúnem milhões de fãs. O ex-beatle Ringo Starr, o tenista Roger Federer, o cozinheiro Jamie Oliver, o músico/ator Jared Leto e os atores Edward Norton e Aaron Paul já se converteram, dizem que é ideal para autopromoção. O The Guardian pegou no Periscope e fez esta entrevista a Rand Paul, o candidato presidencial republicano dos EUA – por cá alguns partidos já fazem grandes planos para usarem a app nas campanhas que ai vêm. Mas não podemos esquecer que nestas coisas há sempre um lado menos sorridente. Têm sido levantadas questões sobre a segurança e a privacidade. E ainda sobre o potencial de pirataria contido na aplicação. No domingo foi para o ar em todo mundo (em Portugal foi só ontem) a quinta temporada da Guerra dos Tronos. A questão do momento é: quantos utilizadores do Periscope terão transmitido ilegalmente o primeiro episódio?

Por hoje é tudo.