terça-feira, 13 de janeiro de 2015

Regling: "Grécia Vai Claramente Ficar na zona euro"

Grécia-O presidente do Mecanismo de Estabilidade Europeu (MEE) diz que toda a gente quer a Grécia no euro e que os gregos também querem ficar na moeda única.
 
"A Grécia vai claramente ficar, a zona euro não prevê a saída de um estado-membro, todos os rumores que têm sido espalhados nas últimas semanas vieram de notícias da imprensa, não de declarações de governos. Os governos do euro não mudaram as suas visões". Quem o diz é Klaus Regling, presidente do MEE.
 
No entanto, Regling reconhece que Atenas, que antecipou legislativas para 25 de Janeiro, tem de continuar a fazer o seu trabalho, mantendo-se no caminho do ajustamento. É que os governos que querem a Grécia no euro "também querem que todos os países que têm problemas e que recebem assistência financeira façam o seu trabalho de casa, para melhorar a sua situação económica através de reformas e de consolidação orçamental, quando necessário".
 
O presidente do MEE considera que a Europa já ajudou muito Atenas com todas as melhorias concedidas ao empréstimo ao país - houve extensão de prazos do empréstimo e reduções de juros -, mas até admite mais algum alívio, desde que o governo grego cumpra a sua parte. "Não acho que seja preciso muito mais além disso [do alívio já concedido], muitas coisas já aconteceram, mas estou certo que o Eurogrupo vai olhar novamente para o assunto se as reformas continuarem".

segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

Petróleo Barato Torna Dívida Pública de Angola Mais Cara

Angola-O 'think-tank' norte-americano Brookings Institution considera que Angola vai ter mais dificuldade em pagar os juros da dívida pública devido à descida dos preços do petróleo, identificando mais cinco tendências de risco resultantes da crise petrolífera.
 
Num ensaio sobre os efeitos negativos da descida dos preços do petróleo nos países da África subsariana, entre os quais se encontra o segundo maior produtor desta região, Angola, os analistas do Instituto Brookings afirmam que "países como Angola, Gabão e Nigéria vão ter mais dificuldades em pagar a dívida à medida que as suas receitas petrolíferas caem e que a depreciação das suas moedas torna o valor da dívida, nominalmente em dólares, mais caro".
 
No artigo disponível no site de um dos mais reputados think-tanks norte-americanos, explica-se que existem mais tendências nestes países: para além dos riscos na colocação de dívida no mercado, são identificados riscos políticos, benefícios para os países africanos importadores de petróleo, volatilidade nos mercados dos países exportadores de petróleo e riscos para o futuro da economia destes países.
 
"Os efeitos económicos da descida dos preços do petróleo podem aumentar o risco político, especialmente em países em conflito", escrevem os analistas, exemplificando com o Sudão do Sul e com a Nigéria, a braços com a possibilidade de os investidores ficarem ainda mais nervosos com as notícias negativas, ignorando os esforços dos governos para melhorar a situação e reagir à perda de receitas petrolíferas.
 
Por outro lado, continuam, alguns países dependentes do petróleo para equilibrar o orçamento, como é o caso de Angola e da Nigéria, entre outros, não têm almofadas orçamentais suficientes para acomodar a descida do preço, por isso "vão ser obrigados a ajustar a despesa ou desvalorizar a moeda, o que pode levar ao aumento da inflação".
 
O problema, sublinham, é que "cortes na despesa pública e aumento da inflação podem impulsionar agitação social, especialmente quando afetam setores da população que são rápidos a mostrar o seu descontentamento, como os estudantes ou os sindicatos".
 
Ao contrário, os países africanos importadores de petróleo são os mais beneficiados, e a agência de notação financeira Fitch, citada no texto, prevê mesmo que a descida nos preços do crude possa impulsionar o crescimento da região para 4,5% em 2014 e 5% este ano.
 
As últimas duas tendências identificadas nesta análise do Brookings Institution são a volatilidade dos mercados cambiais e perigos para o futuro da economia nos países exportadores: na Nigéria, a moeda local caiu 10% desde meio de junho até final de 2014, o que torna ainda mais difícil para os investidores retirarem os seus lucros do país.
 
Por último, o futuro das próprias economias africanas assentes na exportação de petróleo: "apesar de os países importadores, como o Quénia ou o Uganda, estarem a beneficiar da queda atual dos preços, eles devem tornar-se exportadores de petróleo, talvez já em 2017, e por isso a descida nos preços atuais pode afetar o lucro estimado para os investimentos nesse setor".
 
O preço do barril de crude nos mercados de referência caiu mais de 50% desde meados de junho, tendo descido abaixo da barreira psicológica dos 50 dólares já no princípio deste ano, desequilibrando as contas públicas dos países que dependem da exportação de petróleo para equilibrar os seus orçamentos, e obrigando a medidas de correção para evitar o descontrolo nos orçamentos.

sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

BCE Admite Deixar Portugal Fora do 'quantitative easing'

União Europeia-Portugal é dos países que mais precisa da ajuda do programa de compra de dívida soberana por parte do Banco Central Europeu (BCE), mas a verdade é que a economia nacional arriscar ficar fora dele.
 
De acordo com a Bloomberg, os governadores da autoridade monetária reuniram-se na semana passada para começar a desenhar o tão aguardado ‘quantitative easing'. E uma das medidas que está em cima da mesa é limitar a compra de dívida a títulos que tenham um determinado ‘rating'. As posições estão ainda algo extremadas, já que há quem defenda que só devem ser comprados títulos com ‘AAA' - o que deixaria de fora mais de metade dos países da moeda única -, enquanto outros admitem um ‘rating' mínimo de ‘BBB-‘.
 
Ora, nem no cenário mais favorável Portugal consegue entrar nas contas da instituição liderada por Mario Draghi. É que a melhor notação que Portugal recebe de entre as três maiores agências de ‘rating' mundiais - o critério que conta para o BCE - é o ‘BB+' atribuído pela Moody's e a Fitch, ou seja, abaixo do mínimo exigido.
 
Tal como Portugal, também a Grécia e o Chipre ficam de fora de um programa de compra de dívida que assuma uma notação mínima acima de lixo.
 
Já se a versão mais conservadora for em frente e o BCE optar por comprar apenas títulos com ‘AAA', apenas sete países do euro serão candidatos ao ‘quantitative easing'. E são precisamente alguns dos países que estão em melhores condições e menos precisam da ajuda da autoridade monetária, como é o caso da Alemanha, da Finlândia e da Holanda, por exemplo.
 
Ainda nenhuma decisão foi fechada e o desenho do programa poderá vir a depender bastante do veredicto do Tribunal Europeu sobre a legalidade do programa de compra de dívida que Draghi anunciou em 2012, o OMT, que deverá ser conhecido na próxima semana. O BCE reúne depois no dia 22 e os mercados esperam que seja anunciado nessa altura o ‘quantitative easing' e as suas características.
 





Grécia vai Arrastar Itália e Portugal, diz a Revista 'The Economist'

União Europeia-Economista Simon Baptist acusa a UE de ter memória curta. Syriza mantém-se em primeiro nas sondagens para eleições de dia 25 do corrente mês.

Apesar de os líderes do Syriza garantirem que não estão contra a Europa e que não pretendem sair do euro caso o partido chegue ao poder após as legislativas de dia 25, a influente The Economist, publicada a partir de Londres, continua a garantir que, da forma como as coisas estão, a Grécia só pode rebentar com o projeto europeu.

A Itália e Portugal serão os primeiros a ser apanhados na onda de choque, acredita Simon Baptist, o economista-chefe da The Economist Intelligence Unit (EIU). A revista é uma das mais influentes na difusão das ideias de política económica do paradigma dominante. Numa nota enviada aos jornais intitulada "Memória curta", Simon Baptist acusa tudo e todos: os gregos, as instituições europeias, os mercados. Está pessimista.

sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

Guiné-Bissau: 2015, Arranque do Plano de Desenvolvimento

Resultado de imagem para guiné-bissau
Guiné-Bissau -Domingos Simões Pereira, Primeiro-Ministro da Guiné-Bissau declara o Ano 2015 Ano do início da implementação do programa de desenvolvimento.
 
Para a materialização desse programa, o Chefe do Governo guineense pede "a produção  e apresentação de resultados palpáveis" nos quatro eixos de intervenção definidos no programa aprovado pela Assembleia Nacional Popular.
 
O Programa prevê reformas nos sectores da Justiça, segurança interna e defesa e segurança, assim como infra-estruturação, industrialização e desenvolvimento urbano. Neste último sector pretende-se  dotar Bissau e Bafatá, a 2ª cidade mais importante do país, e ainda Bolama e Cacheu, de investimentos importantes para a transformação do meio urbano: saneamento básico, promoção da imobiliária  e fogos de baixo custo, transportes e equipamentos colectivos.
 
Na última reunião do Conselho de Ministros do Ano 2014, Domingos Simões Pereira disse que "2015 pode e deve ser decisivo para a concretização do programa do desenvolvimento.
 
O Primeiro-Ministro destacou que "a importância dos desafios fixados irá necessitar de um amplo consenso nacional para poder mobilizar parcerias internacionais a favor do investimento de vulto".
 
Outro aspecto destacado foi o "maior controlo da fiscalidade interna, uma atenção especial se irá dispensar ao acompanhamento da capacidade de compra da população, através do controlo dos preços de produtos da primeira necessidade(arroz, óleo, açúcar  e combustível).
 
Para tudo isso, Domingos Simões Pereira disse que a "Guiné irá precisar da atenção e empenhamento determinado de todos os seus filhos: mais trabalho, mais empenho, mais produtividade, mais disciplina, mais rigor e mais controlo”.

quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Em Dez Anos, Brasil Perde 217 Bilhões de Dólares em Fuga de Capital Ilícito

Brasil-Um relatório divulgado segunda-feira (15/12) pelo instituto Global Financial Integrity (GFI) afirma que 217 bilhões de dólares saíram do Brasil, oriundos de crimes como corrupção, fraude, lavagem de dinheiro e evasão de divisas no período entre 2003 e 2012. O valor corresponde a cerca de 10% do Produto Interno Bruto (PIB) anual do país.
 
 
O resultado coloca o Brasil na sétima posição se for considerado o total de capital ilegal expatriado entre 2003 e 2012. China (1,25 trilhões de dólares), Rússia (973 bilhões), México (514 bilhões) e Índia (439 bilhões) são os primeiros colocados no ranking elaborado pelo instituto sediado em Washington, nos EUA. Em 2012, o Brasil ficou na oitava posição, com cerca de 34 bilhões de dólares.
 
"Os fluxos ilícitos são, em parte, relacionados com o valor do PIB. Como o país é a sétima economia mundial, quanto maior for ela, maior será a capacidade de gerar fundos ilícitos", comenta Dev Kar, economista-chefe do GFI. "O tamanho da economia informal do país, estimada entre 2010 e 2012 em 21,79% do PIB, também influencia. Quanto maior a economia paralela, maior é a capacidade de financiar fluxos ilícitos."
 
Para Gilberto Braga, professor de finanças do Ibmec/RJ, a má posição do Brasil é explicada por uma combinação de dois fatores. O primeiro é a alta carga tributária interna, que faz com que muitos empresários busquem a evasão fiscal e a retirada de recursos do Brasil para países de menor tributação. O segundo é a corrupção e a consequente necessidade de esconder recursos em paraísos fiscais, que normalmente oferecerem anonimato e tributação mais baixa.
 
"Existem mecanismo legais e fiscalizatórios, como, por exemplo, que as transações acima de 10 mil reais sejam justificadas e passíveis de monitoramento pelas autoridades. Há também a exigência de que qualquer transação considerada suspeita seja alertada à fiscalização pelos bancos", afirma Braga. "Mesmo com essas ferramentas, a capacidade de impedir a fuga de recursos é considerada baixa."
 
Lentidão da Justiça brasileira
 
O estudo mostra ainda que 991,2 bilhões de dólares saíram de países em desenvolvimento somente no ano de 2012 por meio de crimes envolvendo corrupção. No período entre 2003 e 2012, 6,6 trilhões de dólares que foram expatriados.
 
O relatório mostra bons exemplos do Reino Unido e da Dinamarca, com a criação de um registro público com os beneficiários de contas e depósitos bancários.
 
De acordo com o promotor Silvio Marques, do Ministério Público do Estado de São Paulo (MP-SP), as leis brasileiras são rígidas e contemplam vários crimes cometidos contra os cofres públicos. As leis de natureza civil podem levar à recuperação de ativos, como a Lei de Improbidade Administrativa (8.429/1992).
 
"Essa lei é uma referência no mundo. Todavia, a execução dela é dificultada pela morosidade da Justiça, que não consegue julgar rapidamente todos os processos. Isso se deve aos procedimentos, que são complexos e permitem todo o tipo de manobra jurídica", explica Marques. "Infelizmente não vejo nenhuma iniciativa do governo ou do Congresso para resolver o problema. O resultado desse quadro é a impunidade."
 
O promotor – cuja promotoria fechou neste ano um acordo com o Deutsche Bank para pagar uma indenização pela movimentação de dinheiro desviado de obras públicas durante a gestão do ex-prefeito Paulo Maluf, entre 1993 e 1996, num paraíso fiscal – cita que deveria haver uma total reformulação do processo penal e civil para que o Poder Judiciário possa julgar rapidamente os crimes praticados contra o patrimônio público.
 
"Deveria haver também modificações na cooperação jurídica internacional para que os pedidos dos países signatários das convenções possam ser cumpridos rapidamente", explica Marques. "Atualmente, apenas o sistema de assistência judiciária da União Europeia pode ser considerado moderno e eficaz."

 

 

 

terça-feira, 9 de dezembro de 2014

Economia Portuguesa cresce 0,3% com Europa em Estagnação

Portugal-Os dados revelados sexta-feira pelo Eurostat dão conta de um crescimento do Produto Interno Bruto português de 0,3 por cento do segundo para o terceiro trimestre. A comparação com o período homólogo aponta para um crescimento de 1,1 por cento, em linha com o tímido crescimento registado a nível comunitário.

O Eurostat reviu ligeiramente em alta a estimativa divulgada em novembro, que previa um crescimento da economia portuguesa de 0,2 por cento no terceiro semestre de 2014.

O valor do crescimento face a igual período do ano passado foi também ligeiramente superior aos números divulgados em novembro pela entidade estatística da União Europeia, que tinha estimado uma progressão de 1,0 por cento.

Os números estão em linha com o crescimento verificado no segundo trimestre deste ano, quando a economia portuguesa cresceu 0,9 por cento no período homólogo e 0,3 por cento face ao trimestre anterior.

A nível comunitário, os 28 países da União Europeia cresceram no total 0,3 por cento face ao trimestre anterior, enquanto o crescimento homólogo foi de 1,3 por cento, uma subida ligeiramente superior ao crescimento registado em Portugal.

Na zona euro, os números são inferiores: o Eurostat dá conta de um crescimento de 0,2 por cento face ao trimestre anterior. Face a igual período do ano passado, os 18 países da moeda única registaram um aumento de 0,8 por cento.

Estagnação europeia gera preocupações
 
As maiores economias europeias não fogem de forma significativa à média comunitária. Economias como a alemã e francesa, que tinham estado em queda no trimestre anterior, apresentam um crescimento ligeiro do PIB de 0,1 e 0,3 por cento, respetivamente. Em recessão estão o Chipre (-0,4%), Áustria (-0,3%) e Itália (-0,1%), os únicos países da União Europeia com registaram um recuo do Produto Interno Bruto.
 
Mario Draghi, presidente do Banco Central Europeu, já tinha mostrado preocupação com os valores de estagnação registados pelas economias-motor da Europa e disse estar disposto a implementar novas medidas de apoio e incentivo, logo depois de reveladas as estimativas em novembro.

Entre os países que mais cresceram na União Europeia estão a Roménia (1,8 por cento) e a Polónia (0,9 por cento), com destaque também para a Grécia, que cresceu 0,7 por cento e que está ainda integrada no programa de ajustamento económico.