segunda-feira, 11 de agosto de 2014

BCE Matém Taxa de Juro e Alerta para Riscos Geopolíticos

Zona do Euro-Tal como esperado, o Banco Central Europeu (BCE) manteve a taxa de juro diretora em 0,15%, um valor mínimo histórico estabelecido em junho.
 
Na altura foram também anunciadas duas injeções de capital para estimular a banca a conceder crédito às empresas e às famílias, sendo a primeira já em setembro.
 
Mas a anémica recuperação económica da zona euro enfrenta nova ameaça face à crise militar russo-ucraniana, a que aludiu o presidente do BCE.
 
“Os riscos geopolíticos bem como desenvolvimentos nas economias dos mercado emergentes e nos mercados financeiros globais têm potencial para afectar negativamente as condições económicas, inclusive com efeitos nos preços da energia e na procura mundial dos produtos da zona euro”, disse Mario Draghi.
 
Os desenvolvimentos mencionados por Draghi incluem o anúncio do governo russo de banir a importação, por um ano, de produtos alimentares da União Europeia e de outras potências ocidentais.
 
Os analistas consideram cada vez mais forte a possibilidade do BCE seguir o exemplo de outros bancos centrais, nomeadamente o norte-americano, de lançar um programa de impressão de dinheiro para comprar ativos, tais como títulos do governo.
 
Tal poderá ocorrer no início de 2015, depois do BCE fazer a segunda injeção de liquidez nos bancos, em dezembro.

Financial Times BES Mostrou os "Muitos Pecados" da Vida Empresarial

Portugal-“O Banco Espírito Santo mostrou recentemente, e de forma incrível, como muitos pecados do passado permanecem na vida empresarial portuguesa”, lê-se num texto publicado no blogue ‘Alphaville’ do Financial Times que destaca os vários swaps contraídos por empresas públicas de transporte e que ameaçaram causar um rombo nas contas nacionais.
 
‘Derivados e entidades públicas: não seja um perdedor logo ao primeiro dia’ é o título do artigo e como exemplo é dado um swap da Metro do Porto, que deveria proteger o financiamento da empresa das variações das taxas de juro mas que, tal como sucedeu em outras empresas públicas, representou elevadas perdas.
 
Em causa, refere o texto, está concretamente o swap assinado em 2008 entre a Metro do Porto e o Goldman Sachs, apresentada como “uma das transações de derivados mais desnecessariamente complicada de sempre”, em que as perdas de um trimestre se acumulavam com os anteriores.
 
“No dia um das transações [os encargos que a empresa teria caso, no primeiro dia, quisesse cancelar o contrato], a Metro do Porto tinha – em termos de valor de mercado do swap – uma perda de 40 milhões de euros”, diz o artigo, sublinhando que os administradores da empresa à data “tinham consciência do que havia sido assinado”.
 
Na altura, Ricardo Oliveira era o presidente executivo da empresa que já ouvido na comissão de inquérito aos swaps, passou a ‘batata quente’ ao Governo, acusando-o de obrigar a investimentos sem que houvesse dinheiro para tal e obrigando a Metro do Porto a subscrever derivados que alegadamente melhoravam as contas no curto prazo.
 
“Parece haver uma lição óbvia a retirar, que se aplica além de Portugal. Se dirige uma empresa pública que obtém um swap para conseguir um crédito, analise as perdas iniciais”, aconselha o artigo.

China e Estados Unidos Trocam Acusações sobre Investimentos em África


China-O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China, Hua Chunying, pediu em um comunicado quinta-feira, 7, que o governo dos Estados Unidos faça uma avaliação mais "racional e objectiva" dos investimentos chineses em África. O pedido de retratação veio depois de Barack Obama ter dito durante a Cimeira dos Líderes Africanos que os Estados Unidos não olhavam África apenas pelos seus recursos naturais, uma crítica que analistas interpretaram como sendo dirigida a Pequim.
A resposta veio na sequência: "a política da China em África foi sempre realizada sob os princípios da sinceridade, amizade, tratamento equitativo e benefício mútuo", rebate em comunicado o Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês.
 
Obama disse ainda que os norte-americanos não pretendiam apenas retirar os minerais africanos, mas também "construir associações que criem postos de trabalho e oportunidades para todo o mundo".
 
Em resposta, Hua Chunying garantiu que na relação com África, Pequim não procura apenas o lucro para as suas empresas, mas também melhorias económicas e sociais para o continente. E ainda manifestou o desejo da China de que os "Estados Unidos, o país mais desenvolvido do mundo, possa assumir um papel de maior apoio ao crescimento das nações africanas".

sexta-feira, 8 de agosto de 2014

União Europeia Reserva o Direito de Responder as Sanções Russas

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União Europeia-Inversão de marcha para as exportações agro-alimentares europeias com destino à Rússia. Moscovo baniu a importação de produtos alimentares da União Europeia, da Noruega, Estados Unidos, Canadá e Austrália, em resposta às sanções contra o Kremlin pelo alegado papel na crise do leste ucraniano. Bruxelas reagiu ao anunciar que reserva o direito de responder contra uma medida que diz ser “claramente política”.
 
A Alemanha desdramatiza o impacto da retaliação económica russa. O ministro alemão da Agricultura Christian Schmidt afirmou que “a Rússia tem sido um cliente ágil e infelizmente os números das exportações de carne e no setor do leite já estavam numa grande queda”.
 
Mas as palavras do ministro alemão contrastam com as do ministro italiano do Trabalho e das Políticas Sociais, Giuliano Poletti, que garantiu que a medida vai ter grandes consequências na Itália, país bastante afectado pela crise, e noutros países europeus.
 
Na Grécia, alguns vendedores de fruta dizem não recear pois acreditam que “a consequente maior oferta de produtos agrícolas no mercado interno vai provocar uma queda nos preços, apesar dos produtores lucrarem menos”.
 
De acordo com um estudo russo, baseado no Eurostat e em dados nacionais, a Rússia importa 43% dos produtos alimentares consumidos no país.
 
Alguns consumidores russos apoiam a decisão do Kremlin e dizem que os produtores precisam agora de trabalhar para fazer com que os produtos fiquem disponíveis no mercado interno.
 
Se as sanções russas podem afetar a já débil economia europeia, a medida pode também levar à penúria de alimentos nas prateleiras dos supermercados russos, mas Moscovo tem como alternativa a importação de produtos oriundos da América do Sul.

África do Sul: Winnie Mandela, Reivindica o Direito de Propriedade da Casa de Qunu

África do Sul-Winnie Madikizela-Mandela, segunda esposa de Nelson Mandela, está a contestar o testamento deixado pelo primeiro Presidente negro da África do Sul ao reivindicar o direito de propriedade da casa de Qunu, na Província do Eastern Cape.
 
O advogado de Winnie, Mvuyo Notyesi, terá endereçado há duas semanas atrás, uma carta reivindicativa ao vice-juiz Presidente Dikgang Moseneke, um dos co-executores do testamento de Mandela.
 
Na carta, Notyesi, argumenta que os costumes do clã AbaThembu, ditam que o direito de propriedade sejam conferidos a sua cliente Winnie e aos seus descendentes. “Este direito é conferido a esposa divorciada como não,” lê-se da carta do advogado Notyesi.
 
Segundo o advogado, é na propriedade de Qunu, que os filhos e netos da senhora Madikizela-Mandela, podem praticar os seus rituais ou custumes tradicionais.
 
Como suporte a esta reivindicação, outras cartas foram enviadas pelos anciãos do clã AbaThembo, pelo rei Buyelekhaya Dalindyebo entre outros.
 
De acordo com a carta de reivindicação, não se tratava de um desafio, mas sim de um arranjo com base nos costumes e nos direitos tradicionais.
 
O vice-juiz Presidente do Tribunal Constitucional e um dos executores do testamento de Mandela, Dikgang Moseneke, já confirmou a recepção da carta reivindicativa e defendeu que esta seria analisada nesta quinta-feira.
 
Winnie Madikizela-Mandela, que foi esposa de Nelson Mandela por 38 anos, não foi contemplada no testamento deixado pelo ícon da luta contra a segregação racial na África do Sul. Este testamento foi tornado público em Fevereiro último, após a morte de Mandela a 5 de Dezembro de 2013.

quinta-feira, 7 de agosto de 2014

China Convida os EUA para Parceria em África

China e EUA- A China convidou os Estados Unidos da América (EUA) para uma parceria financeira em África. Em causa está a construção de uma barragem na República Democrática do Congo, o projeto Inga-3, no valor de 12 mil milhões de dólares, cerca de 8,9 mil milhões de euros, diz o Financial Times.
 
O primeiro contacto de Pequim com a Casa Branca aconteceu no ano passado, mas as negociações só ganharam força durante a cimeira bilateral que decorreu em Julho de 2014, na capital chinesa. A publicação avança que a iniciativa chinesa pode ser um indício de que o país liderado por Xi Jinping quer equilibrar as relações com o continente africano, depois das várias acusações de que tem sido alvo.
 
Nos últimos anos, a China tem sido acusada de emprestar dinheiro aos estados africanos em troca de benefícios às empresas de construção chinesas que atuam na região: todos os projetos de construção têm estado a cargo das empresas asiáticas, refere a publicação. A abordagem multilateral chinesa aconteceu no início de 2014, quando Pequim lançou um fundo de 2 mil milhões de dólares, cerca de 1,4 mil milhões de euros, junto do Banco Africano de Desenvolvimento.
 
As autoridades norte-americanas revelaram que uma parceria com a China no projeto Inga-3, ou mesmo noutra barragem, poderia ser um avanço “importante” nas relações. Contudo, membros da administração de Barack Obama, do Congresso e de algumas instituições financeiras permanecem cautelosos com o envolvimento norte-americano no projeto. As autoridades avançaram que ainda não foi tomada nenhuma decisão.
 
O projeto Inga-3 faz parte de uma iniciativa maior para explorar o potencial hidroelétrico do rio Congo, que é o segundo maior do mundo em termos de volume. Existem três consórcios, um chinês, um espanhol e um sul-coreano, interessados na construção da infra-estrutura e o Banco Mundial aprovou um subsídio de 70 milhões de dólares, 52,1 milhões de euros, para realizar uma avaliação técnica. Contudo, o banco ainda não decidiu se vai apoiar a construção.
 
As negociações entre os dois países para o projeto Inga-3 estão em fase avançada e têm existido conversas sobre eventuais colaborações noutros projetos fora do continente Africano, no Nepal e no Paquistão, diz o Financial Times.

Banco Mundial Anuncia Ajuda de US$ 5 Bilhões para Eletrificação na África

Washington- O presidente do Banco Mundial (BM), Jim Yong Kim, anunciou terça-feira passada que o organismo fornecerá US$ 5 bilhões à iniciativa da Casa Branca "Power África", que procura dobrar o acesso à eletricidade no África Subsaariana.

"O Banco Mundial, seguindo a liderança do presidente (dos EUA Barack) Obama, respaldará a iniciativa 'Power África' com US$ 5 bilhões em financiamento directo, garantias ao investimento e serviços de assessoria", disse Kim no marco da Cúpula de Líderes da África realizada em Washington.

A Casa Branca lançou a iniciativa "Power África" em Junho do ano passado para ajudar mais de dois terços da população da África Subsaaariana que não têm acesso à eletricidade, 85% deles residentes em áreas rurais.

O presidente do Banco Mundial disse que a ajuda do organismo se centrará nos seis países nos quais se concentra a iniciativa do governo americano: Etiópia, Gana, Quênia, Libéria, Nigéria e Tanzânia.
"O que sabemos é que é necessário muito mais investimento", ressaltou hoje Kim, que lembrou que em países como Burkina Fasso o custo do quilowatt por hora é de cerca de US$ 0,75, comparado, disse, com os "10, 11 ou 12" que custa na capital americana.

O titular do BM insistiu sobre o potencial da África e traçou uma comparação com seu país de nascimento, Coreia do Sul.

"Nasci em 1959 em um país que tinha sofrido uma guerra e era um dos mais pobres do mundo, com um PIB per capita inferior ao de Gana", lembrou  Kim.

O líder mencionou que economistas do Banco Mundial sustentavam então que a Coreia do Sul era "demais agrária e pouco educada" para ter algum tipo de esperança de se transformar em um país desenvolvido.

"Escutamos esse mesmo tipo de declarações sobre a África", insistiu Kim.

"Não deveríamos duvidar em nenhum momento do potencial da África (...) No Banco Mundial acreditamos na África", concluiu Kim.

A Cúpula de Líderes da África reúne desde segunda-feira e até quarta-feira mais de 45 chefes de estado do continente em um encontro que tem um tom marcadamente econômico, mas no qual serão abordados também os desafios de segurança do continente e que entrou em colapso pela epidemia de ebola que castiga a região.