quarta-feira, 6 de agosto de 2014

Financial Times: Aumento de Capital do BES Entre os Piores Negócios da história

Portugal-O Financial Times diz que a operação de aumento de capital realizada há pouco mais de um mês e meio terá sido a operação mais ruinosa de sempre na indústria financeira. Num curto espaço de tempo, os investidores perderam tudo.
 
O BES fez, em Maio, um aumento de capital de pouco mais de mil milhões de euros, dinheiro esse que agora desapareceu. Com o resgate do banco, dividindo-o num bom e outro mau, que fica com os activos tóxicos, quem investiu nesta operação perde praticamente tudo, fazendo deste, segundo o Financial Times, um dos piores negócios de sempre na indústria financeira.
 
"Ainda que as acções do aumento de capital tenham sido vendidas a um preço abaixo de 0,65 euros, os investidores enfrentam agora a elevada probabilidade de ficarem sem nada", diz o jornal britânico. No âmbito do resgate, o BES foi dividido no Novo Banco e num banco mau, ficando os accionistas com os activos tóxicos. Só poderão recuperar algum valor mediante a recuperação da massa falida, e só depois dos detentores de dívida subordinada.
 
Perdendo tudo, o aumento de capital do BES "irá para o topo da tabela dos piores aumentos de capital de sempre na indústria financeira, de acordo com dados recolhidos pela Dealogic" para o Financial Times (sendo que são apenas consideradas operações de valor superior a mil milhões de dólares)
 
No topo dos piores negócios para os investidores estão o Fortis e o Royal Bank of Scotland (RBS), considerando operações de aumento de capital. O Fortis fez uma recapitalização de 19,2 mil milhões de dólares (14,3 mil milhões de euros) em 2007 para pagar a compra do ABN Amro juntamente com o RBS. "No espaço de um ano as acções perderam quase 92%. O banco acabou por ser resgatado e desmembrado", diz o jornal.
 
O RBS, por seu lado, fez um aumento de capital de 24,3 mil milhões de dólares em 2008 a duas libras por acção. "No espaço de um aumento as acções perderam 82,4% face ao valor da emissão e o governo teve de resgatar o banco", com fortes perdas para quem participou na operação de recapitalização. Mas mesmo em ofertas públicas de venda há maus negócios. A prova é o Bankia.
 
"Nas OPV [ofertas públicas de venda], ninguém rivaliza com o Bankia, que entrou em bolsa em 2011. Apesar dos receios em torno do sector financeiro espanhol, o banco entrou no mercado a um preço de 3,75 euros por acção. No espaço de um ano as acções tinham já perdido 82% do seu valor em bolsa", destaca o Financial Times, suportando-se nos dados da Dealogic.

segunda-feira, 4 de agosto de 2014

4.900 Mil Milhões de Euros Para Resgate do BES




Portugal-A partir desta segunda-feira o Banco Espírito Santo dá lugar ao Novo Banco.
 
A solução encontrada pelo Banco de Portugal, já aprovada por Bruxelas, para evitar o colapso do BES passou pela separação em dois: o banco-bom e o banco-mau. Este último continuará a chamar-se BES e incluirá os activos tóxicos.
 
As explicações de Carlos Costa, o Governador do Banco de Portugal: “Foi criado um banco novo, denominado Novo Banco, para o qual são transferidos de imediato e de forma definitiva a generalidade dos activos e passivos do Banco Espirito Santo SA, bem como os seus colaboradores e demais recursos materiais.”
 
O Estado vai financiar com cerca de 4,5 mil milhões de euros o Novo Banco. No total, a entidade terá um capital de 4,9 mil milhões de euros, incluindo os 380 milhões que já existem no Fundo de Resolução.
 
O objetivo é vender o Novo Banco a privados. Para os depositantes fica a promessa de que nada muda.

Sector imobiliário de Londres é Possível Destino de Dinheiro sujo do Mundo

Inglaterra-O sector imobiliário londrino pode ter se convertido no destino do dinheiro sujo do mundo inteiro, afirmou nesta sexta-feira (1º) o jornal Financial Times, depois de identificar que foram investidos mais de 150 bilhões de euros neste setor na Grã-Bretanha, procedentes de paraísos fiscais.

Esta descoberta, resultante das análises dos registros de imóveis, mostra que cerca de dois terços das 91.248 empresas estrangeiras proprietárias de bens imóveis na Inglaterra e Gales possuem bens na grande Londres.

A mesma proporção destas empresas são propriedade de estruturas baseadas em paraísos fiscais no exterior, em particular nas Ilhas Virgens e nas ilhas anglo-normandas (Jersey, Guernesey), afirma o jornal econômico.

A forte alta dos preços da moradia na Grã-Bretanha, em parte alimentada pelos investidores estrangeiros, que consideram o setor imobiliário britânico um refúgio para seu dinheiro, provocou, nos últimos tempos, o temor de uma bolha imobiliária.

Os preços da moradia aumentaram 26% em Londres em um ano, enquanto que no conjunto do país subiram 11,5%, anunciou o Nationwide, o maior financista do Reino Unido.

Em Londres, onde o preço médio de uma residência fica em 480.000 libras (590.000 euros), 70% dos apartamentos novos no centro da cidade foram vendidos a estrangeiros, assim como 50% dos apartamentos de mais de um milhão de libras, segundo a imobiliária Savills.

Para acalmar esse entusiasmo dos estrangeiros que ameaça transformar os imóveis em refúgios vazios para seus investimentos, o ministro das Finanças George Osborne anunciou a introdução, a partir de abril de 2015, de um imposto sobre a mais-valia para os não residentes.

sexta-feira, 1 de agosto de 2014

Rússia condenada a Pagar Mais de 1,9 Mil Milhões aos Ex-accionistas da Yukos

Rússia-De acordo com o Financial Times, esta é a maior coima aplicada pelo Tribunal Europeu dos Direitos Humanos, cobrindo cerca de 55 mil accionistas da antiga petrolífera.
 
O Tribunal Europeu dos Direitos Humanos condenou a Rússia ao pagamento de 1,9 mil milhões de euros aos antigos accionistas da petrolífera Yukos e dá seis meses para que o país defina um plano de pagamentos.
 
Moscovo terá ainda de pagar 300 mil euros em despesas judiciais. O Ministério da Justiça russo já reagiu à decisão, considerando-a "injusta". Terá agora um prazo de três meses para recorrer.
 
De acordo com o Financial Times, esta é a maior coima aplicada pelo Tribunal Europeu dos Direitos Humanos, cobrindo cerca de 55 mil accionistas da antiga petrolífera.
 
Também esta semana, a Rússia foi condenada ao pagamento de 50 mil milhões de dólares aos accionistas da antiga Yukos, depois de o Tribunal Permanente de Arbitragem em Haia ter considerado que as autoridades russas tinham manipulado o sistema legal com o objectivo de levar a companhia à falência. Moscovo irá recorrer desta decisão.
 
A Yukos foi desmantelada em 2007. Era controlada por Mikhail Khodorkovsky (na foto), então o homem mais rico da Rússia. Khodorkovsky foi condenado a 10 anos de prisão por acusações de fraude e evasão fiscal. Foi libertado em Dezembro de 2013, após perdão do Presidente Vladimir Putin.

quinta-feira, 31 de julho de 2014

Agencia da ONU Acusa Israel de Grave Violação de Direito Internacional

Palestina -A Agência da ONU para os Refugiados da Palestina (UNRWA) responsabilizou Israel pelo ataque a uma das escolas da organização situada na Faixa de Gaza.
 
A ofensiva teve lugar na madrugada de quarta-feira última e resultou na morte de pelo menos 20 pessoas. O edifício estaria a ser utilizado como refúgio para os deslocados do conflito.
 
“As pessoas em Gaza não têm para onde ir. Quando irrompem os combates as pessoas não podem atravessar a fronteira e entrar noutro país. O último refúgio que é possível oferecer às pessoas são as nossas escolas, é por isso que a santidade destes locais deve ser respeitada. Se isto não for respeitado, é intolerável e o mundo deve saber”, adiantou o comissário da UNRWA, Pierre Kraehenbuehl.
 
A Agência das Nações Unidas para os Refugiados da Palestina (UNWRA) acusa ainda o exército israelita de “grave violação do direito internacional”.
 
Ainda na quarta-feira, um ataque israelita próximo a um mercado na zona oriental da faixa de Gaza provocou pelo menos 17 mortos. O ministério da saúde afirma que em 23 dias de combates mais de 1,300 palestinianos já foram mortos. Do lado israelita, há a lamentar 56 mortos.
 
Entretanto, o exército israelita publicou imagens de uma operação em Chajaya. O exército afirma que estava à procura de armas e entradas para túneis.

Economia da Guiné-Bissau Deve Crescer nove Vezes Mais Este Ano Que em 2013, Estima FMI

Guiné-Bissau-O Fundo Monetário Internacional (FMI) prevê que o Produto Interno Bruto (PIB) da Guiné-Bissau cresça 2,7% este ano, nove vezes mais que os 0,3% de 2013, anunciou o chefe da missão que esteve sete dias no país.
 
"Espera-se que que a actividade económica acelere este ano, no contexto dos melhores preços de exportação de caju e do restabelecimento do apoio de parceiros internacionais", referiu
 
Maurício Villafuerte em conferência de imprensa. A missão estima que, "após um crescimento de 0,3% em 2013, o PIB alcance um crescimento de 2,7% em 2014", sublinhou. Na prática, a taxa de evolução prevista para este ano é nove vezes superior à do ano transato.
 
Um dos pontos de viragem aconteceu nas últimas semanas, com a tomada de posse de um Governo e Presidente eleitos, em substituição dos órgãos que tomaram o poder com o golpe de Estado de 2012.
 
O FMI destacou a confiança dos bancos regionais que já permitiu ao novo executivo a emissão de 22,8 milhões de euros em Bilhetes do Tesouro e considera que há "uma perspetiva favorável" para se conquistar "o rápido restabelecimento do apoio dos doadores internacionais" - condição essencial para o Governo "alcançar plenas condições operacionais".
 
O executivo espera levar ao parlamento, o mais tardar em Setembro, um orçamento geral do Estado para o que resta de 2014 que, tanto o chefe de missão do FMI, como o ministro das Finanças e Economia, Geraldo Martins, querem que seja "totalmente financiável".
 
"A aprovação de um orçamento totalmente financiável para 2014 constitui um elemento decisivo para que se possa introduzir disciplina orçamental, aliada à complexa implementação de medidas que visam melhorar a gestão de Tesouraria e o controlo da execução orçamental", defendeu hoje Maurício Villafuerte.
 
Nova missão estará na capital guineense em setembro para preparar um programa de apoio ao país, depois de o último empréstimo do FMI, no valor de cerca de três milhões de euros e previsto para o período de 2011 a 2013, ter sido interrompido com o golpe militar de 2012.
 
"Para apoiar financeiramente a Guiné-Bissau, um novo empréstimo terá que ser desenhado com base no programa de médio prazo que o Governo está a preparar", referiu Maurício Villafuerte.
 
Geraldo Martins destacou que o objetivo do executivo "é ter um programa com o fundo o mais rapidamente possível", porque "os parceiros de desenvolvimento vão sentir-se mais confiantes em apoiar o país".
 
"Existem várias janelas no FMI que a Guiné-Bissau pode utilizar, vamos tentar perceber qual a que nos pode facilitar rapidamente a adoção de um programa", concluiu o ministro das Finanças e Economia.

Filha do Presidente da África do Sul Nomeada para Alto cargo no Governo

África do Sul-Thuthukile Zuma, filha do Presidente sul-africano Jacob Zuma, foi indicada recentemente como chefe de pessoal no Ministério das Telecomunicações. Com apenas 25 anos de idade, a filha do Presidente Zuma, poderá ter feito história ao tornar-se na mais jovem líder de um departamento num Ministério da África do Sul.
 
A ascensão de  Thuthukile foi meteórica, até há dois meses era uma simples funcionária pública e agora passou a ser a poderosa chefe que irá receber um salário de cerca de 1 milhão de randes por ano. Esta nomeação no novo Governo do seu pai, reeleito este ano para um novo mandato, está a levantar indignação de vários sectores por suspeita de nepotismo e de favorecimento político no Ministério das Telecomunicações e dos Correios.
 
Apesar dos Ministros gozarem da prerrogativa de nomearem sem a observância de um processo "normal", a vaga para o posto não terá sido sequer publicada em concurso público, como tem sido prática nos restantes Ministérios.
 
Thuthukile é a mais nova das quatro filhas do Presidente Zuma com a sua ex-mulher Nkosazana Dlamini-Zuma, antiga Ministra da Saúde, dos Negócios Estrangeiros e do Interior e, que agora ocupa o cargo de Presidente da Comissão da União Africana.
 
Procedimento ignorados
 
A posição de chefe do pessoal nos Ministérios sul africanos tem sido ocupada por gestores com pelo menos 5 anos de experiência de gestão. O cargo exige compreensão dos serviços ministeriais e parlamentares e também requer conhecimentos de gestão de Serviços Públicos e de Gestão Financeira.
 
A filha de Zuma licenciou-se em 2011 tendo em seguida trabalhado, ou melhor, sido voluntária do partido liderado pelo seu pai o Congresso Nacional Africano (ANC, sigla em inglês). Depois juntou-se a Agência de Segurança do Estado onde trabalhou durante menos de um ano.
 
A Universidade de Witwatersrand confirmou que Thuthukile terá feito o Bacharelato em Artes em Abril de 2011 e Licenciado-se em Antropologia em Junho de 2012.