sexta-feira, 20 de junho de 2014

Biografia de Cipriano Cassamá, novo Presidente da ANP da Guiné-Bissau

Biografia-Cipriano Cassamá nasceu na vila de Bula, na Região de Cacheu, norte da Guiné-Bissau.
 
De uma família modesta família, formou-se em agronomia na República de Argélia em 1985 e atualmente é estudante do direito na Faculdade do Direito de Bissau.
 
Cipriano Cassamá aderiu ao PAIGC em 1973 já no final da luta armada para a libertação nacional e depois do seu regresso de estudos, trabalhou como delegado do Ministério de Agricultura e Desenvolvimento Rural na região de Bolama-Bijagós.
 
Com apenas 31 anos de idade foi nomeado em 1990, Diretor-geral de Florestas e Caça no Ministério de Agricultura e Desenvolvimento Rural e, depois das primeiras eleições que tiveram lugar no país em 1994, foi nomeado Secretario de Estado de Turismo, Ambiente e Artesanato no governo liderado por Manuel Saturnino da Costa. Nessa mesma altura e no âmbito de uma remodelação governamental, Cipriano Cassamá foi promovido a ministro da tutela.
 
E em 1997, Cipriano Cassama foi nomeado pelo então Presidente da República João Bernardo Vieira (NINO), como o seu conselheiro para as áareas da Agricultura, do Ambiente, dos Recursos Naturais e das Infraestruturas com categoria de Ministro de Estado e porta-voz da presidência da República, funções que desempenhou até o início de conflito político-militar de 1998/1999.
 
A última função ministerial que Cassamá desempenhou foi a de Ministro de Administração Interna em 2008, num governo provisório liderado por Carlos Correia, o actual primeiro vice-presidente do PAIGC.
 
Cipriano Cassamá possui uma larga experiência parlamentar. Ele tem sido sempre eleito deputado da nação desde a abertura política em 1994, com a exceção nas eleições legislativas de 1999, porque esteve detido na sequência de conflito armado de 1998/1999. E em 2004 foi líder parlamentar do PAIGC.
 
O actual Presidente da Assembleia Nacional Popular é vice-presidente do Comité interparlamentar da União Económica e Monetária da África de Oeste CIP-UEMAO. Cipriano Cassamá tem 55 anos de idade e é casado e Pai de cinco (5) filhos.

Fundo dos Brics Terá regras que Dificultam Resgate a Países

Brics-O novo fundo compartilhado de reservas dos Brics deve ter regras tão duras para o saque de recursos que dificilmente se tornará uma alternativa concreta e independente ao Fundo Monetário Internacional (FMI) em caso de necessidade.

O volume de recursos não deve ser elevado e, além disso, a liberação da maior parte do dinheiro dependerá de eventuais acordos com o próprio FMI.
 
Arranjo- no total, o Arranjo Contingente de Reservas contará com US$ 100 bilhões. Os detalhes de seu funcionamento serão acertados nesta semana, em Melbourne (Austrália), durante reunião técnica dos Brics à margem de um encontro do G-20. A China entrará com US$ 41 bilhões. Brasil, Rússia e Índia vão colocar US$ 18 bilhões cada um. O restante - US$ 5 bilhões - será aportado pela África do Sul. A criação do fundo será um dos principais anúncios da cúpula do bloco, em Fortaleza, de 14 a 16 de Julho.

Regras finais- As regras finais do acordo, no entanto, deverão frustrar os que imaginam que cada um dos Brics terá direito a todo esse dinheiro. Se houver uma crise no balanço de pagamentos, o Brasil poderá pleitear o uso de uma vez e meia a quantia aportada. Ou seja, no máximo, US$ 27 bilhões. As mesmas normas e tectos para saques serão aplicadas a Índia e Rússia. Para a África do Sul, o tecto será de duas vezes o valor do aporte, chegando a US$ 10 bilhões. A China, que tem o maior peso no mecanismo, só terá acesso a metade de sua contribuição (US$ 20,5 bilhões).
 
Liberação parcial- Mesmo assim, nenhum país poderá usar imediatamente tudo o que tem direito. A ideia em discussão é que apenas de 20% a 30% dos recursos sejam liberados como empréstimos de curto prazo, para dar alívio imediato às contas do país em crise, enquanto se negociam os termos de um financiamento mais sólido com o próprio FMI. No caso do Brasil, isso significaria de US$ 5,5 bilhões a US$ 8 bilhões. O montante restante - de 70% a 80% - sairia junto com um pacote vinculado às mesmas condicionalidades exigidas pelo FMI.
 
Útil - Apesar de tais restrições, o governo brasileiro avalia que esse arranjo pode demonstrar-se útil em momentos de crise e cita como especialmente positivo o facto de estar a ser negociado e criado quando nenhum dos Brics precisa desesperadamente de recursos. Assessores presidenciais também avaliam que, embora os montantes de reservas passíveis de liberação possam parecer relativamente pequenos na actual conjuntura, não devem ser desprezados em momentos de crise.
 
 Supervisão - A avaliação no governo é que, como o acordo de compartilhamento de reservas não é um organismo com estrutura capaz de acompanhar o uso dos recursos liberados - e, em consequência, seu pagamento - é necessário que o FMI actue como o supervisor desse processo. A intenção é que funcione como o socorro dado pelos países europeus, que entraram com recursos próprios, mas com a liberação condicionada à assinatura de programas de ajuste fiscal com o FMI. No limite, os recursos disponibilizados pelos Brics comporiam uma parte dos pacotes de socorro organizados pelo Fundo.
 
Ratificação - O acordo também precisa ser ratificado pelos países. No caso do Brasil, pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal. Na prática, o Congresso autorizará o governo a fazer um outro tipo de aplicação das reservas internacionais do país. No caso de um empréstimo, em vez de aplicar em títulos soberanos, o BC brasileiro estaria investindo as reservas num empréstimo de maior risco e maior retorno a um dos governos parceiros.
 
Negociação paralela- Também será necessária uma negociação paralela entre os bancos centrais para operacionalizar o funcionamento do acordo. A proposta dos negociadores é que isso seja feito em paralelo ao processo de ratificação em cada país. Dessa forma, quando houver a autorização formal para o novo mecanismo, os bancos centrais já terão acertado os detalhes de como, por exemplo, deve ser encaminhado um pedido de recursos, de tal forma que o funcionamento passe a ser imediato.

57 milhões de Crianças Fora do Sistema de Ensino

África-Cerca de 57 milhões de crianças em idade pré-escolar, em África, estão fora do ensino e 69 milhões de adolescentes não frequentam a escola secundária, indica um relatório do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).
 
De acordo com o documento que o Cirilo João Vieira teve acesso e que marca a celebração do 16 de Junho, dia da criança africana, grande parte destas crianças vivem em países afectados por conflitos, metade reside na África subsariana, sendo que mais de 50% são meninas.
 
O relatório, intitulado "Crianças fora da Escola", da ainda conta que a maior parte das crianças são de famílias pobres, de áreas rurais e provenientes de grupos étnicos minoritários. Muitas destas crianças, indica a pesquisa, são portadoras de deficiências ou têm de trabalhar para ajudar as suas famílias.
 
O estudo, que resulta de uma parceria entre a Unicef e o Instituto de Estatística da UNESCO, aconselha os governos africanos a implementar acções destinadas a reforçar o investimento no ensino básico, para dotar as crianças de instrumentos que lhes permitam viver uma vida significativa, produtiva e em coexistência pacífica.
 
No que diz respeito a Angola, o relatório do Unicef revela estar a se registar avanço progressivo no acesso ao ensino, com mais de 7 milhões de crianças e estudantes inseridos no sistema, contra as 1,7 milhões registadas em 2002.
 
Verifica-se também melhorias no ensino primário com o aumento de 2,6 milhões de crianças na escola desde 2003 e melhorias na taxa de alfabetização com mais de 2,5 milhões de pessoas alfabetizadas, lê-se no documento.
 
Apesar dos avanços, o Unicef diz persistirem ainda vários desafios para garantir o direito à educação as crianças e a melhoria do sistema de ensino, tais como o acesso a educação equitativa de qualidade para todas as crianças e a gestão do sistema educativo.

FMI Defende Compra de obrigações em "Larga Escala" pelo BCE

FMI-O FMI defende que o BCE tenha um papel mais interventivo de forma a estimular o crescimento económico. O papel da autoridade monetária da Zona Euro deverá ser semelhante ao da Fed, de forma a evitar a "década perdida" no Japão.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) propõe quinta-feira passada, 19 de Junho, durante a reunião do Eurogrupo, que o Banco Central Europeu (BCE) tenha um papel mais determinante na recuperação da economia da Zona Euro, de acordo com o Financial Times.

O jornal teve acesso a um documento que deverá conter o que será defendido  no Eurogrupo e que diz que o BCE deveria ter um papel mais semelhante ao da Reserva Federal (Fed) dos EUA no que respeita ao programa de estímulos económicos, incluindo a compra de obrigações soberanas em "larga escala".

"Se a inflação permanecer persistentemente baixa, o BCE deve considerar um programa de compra de activos de larga escala", referindo-se essencialmente a "activos soberanos". "Isto vai aumentar a confiança, melhorar os balanços das empresas e famílias e estimular o crédito bancário", salienta o FMI no documento a que o Financial Times teve acesso.

O Financial Times diz que o alerta promete elevar o debate dentro da União Europeia sobre como evitar o risco de uma história semelhante à do Japão, que passou por uma "década perdida" no que respeita ao crescimento económico.

Christine Lagarde deverá assim defender esta posição, admitindo que quer os níveis de dívida quer a taxa de desemprego continuam muito elevados e podem dificultar o regresso a um crescimento económico "robusto" na região.

Esta posição assumida pelo FMI surge numa altura em que a taxa de inflação na Zona Euro se encontra em 0,5%, tendo vindo a diminuir progressivamente e a aumentar os receios em torno de deflação na região. O BCE tem garantido que este cenário está posto de lado e reiterando que está preparado para actuar assim que necessário.

Na última reunião da autoridade monetária para a Zona Euro foi decidido um pacote de medidas precisamente para combater a inflação baixa e que incluía várias operações de empréstimos de longo prazo aos bancos da Zona Euro, com maturidades que chegam a quatro anos, e que estão condicionais à concessão de crédito à economia real, com excepção de empréstimos a governos e a imobiliário.
 

O Nível de Consumo per Capita em Portugal no ano Passado Ficou a 24 Pontos Percentuais da Média Europeia

Portugal-O Eurostat publicou um ‘ranking' do consumo per capita no espaço comunitário em 2013 construído a partir da média da União Europeia a 28, apresentado com o valor 100.
Portugal surge na cauda desta lista com um nível de consumo calculado em 76, ou seja, 24 pontos percentuais abaixo da UE. Um valor perto dos registos da Grécia, Lituânia e Eslovénia e muito longe da média da zona euro de 108.

Para o fraco consumo nacional terão contribuído as medidas de austeridade aplicadas no âmbito do resgate internacional, sobretudo a redução salarial e o aumento de impostos. E ainda outro dos efeitos do programa de ajustamento: a subida do desemprego.

Este indicador do Eurostat, que mede a riqueza material dos lares, é mais uma prova da fragmentação da economia comunitária. Até porque o nível de consumo mais elevado, o do Luxemburgo, mais do que quintuplica, os valores registados nos países mais pobres - Roménia e Bulgária.

quinta-feira, 19 de junho de 2014

Fundo Soberano Chinês Muda Foco para Agricultura

China-O fundo soberano da China está mudar o seu foco para investir em agricultura e em fontes de suprimento de alimentos, em uma importante decisão estratégica que reflete as prioridades da nova liderança do país. Em um artigo publicado no "Financial Times", Ding Xuedong, presidente da China Investment Corp (CIC), afirma que o fundo, com US$ 650 bilhões, quer investir mais na agricultura em todo o mundo e "em toda a cadeia de valor".
 
Ciente da controvérsia em torno das tentativas anteriores de governos asiáticos e do Oriente Médio de garantir o uso de terras agrícolas e alimentos em países mais pobres, especialmente da África, Ding afirma que a CIC quer firmar parcerias com governos, organizações multilaterais e outros investidores institucionais. Ele também enfatizou o compromisso do fundo soberano de "fortalecer a segurança alimentar nos países nos quais investimos e onde contribuímos com nossa parte para a criação de empregos e para o crescimento econômico local".
 
A CIC prestará especial atenção a aspectos agrícolas que no passado foram negligenciados por grandes investidores institucionais, como irrigação, transformação da terra e produção de rações para animais. O foco na agricultura se intensificou no ano passado e assinala a segunda grande mudança estratégica no fundo desde que foi criado, em 2007. As empresas chinesas, estatais em sua maioria, têm feito grandes investimentos em terras agrícolas e em produção de alimentos nos últimos anos, especialmente na Ásia, África e América Latina.
 
Empresas chinesas apoiadas pelo Estado realizaram diversos investimentos na produção de alimentos na Ucrânia antes da eclosão da crise política - e o aporte da empresa de carne Shuanghui na Smithfield Foods, maior produtora de carne suína nos EUA, em 2013, até agora é a maior aquisição chinesa de uma empresa americana.
 
Originalmente, a CIC se concentrou em assumir participações em instituições financeiras americanas, como no fundo de private equity Blackstone e no Morgan Stanley. Mas, após prejuízos nesses investimentos na esteira da crise financeira, a CIC ajustou sua estratégia de modo e passou a se concentrar em energia, metais, mineração e outras commodities necessárias para assegurar os insumos necessários à vigorosa ascensão industrial chinesa.
 
Ding assumiu a presidência da CIC há um ano, não muito tempo após o presidente chinês, Xi Jinping, ter assumido o comando do país - e a nova estratégia de investimentos do fundo está em linha com as prioridades do novo governo. Pequim quer reduzir sua dependência de investimentos em infra-estrutura e indústria pesada poluente e aquecer o consumo, com ênfase em melhoria dos padrões de vida. Acredita-se que um forte crescimento da procura chinesa por carne, laticínios, grãos e outras commodities agrícolas passem a exercer crescentes pressões sobre a oferta alimentar mundial.
 
Até o fim de 2013, a CIC tinha cerca de US$ 650 bilhões em activos sob gestão, dos quais US$ 200 bilhões investidos fora do país. A maior parte do montante restante é composto por participações nas maiores instituições financeiras chinesas, que o fundo detém em nome do Estado. Além da agricultura, a CIC concentrará seus investimentos em tecnologia, imóveis e investimentos em infra-estrutura, que proporcionam retornos estáveis em longo prazo.
 
Ding está no Reino Unido nesta semana, acompanhando Li Keqiang em sua primeira visita oficial ao Reino Unido como primeiro-ministro. Embora não estejam previstos anúncios de grandes investimentos da CIC durante a visita, executivos do fundo soberano estão "pesquisando activamente" oportunidades potenciais, especialmente em infra-estrutura, para incluí-las em seu portfólio no Reino Unido.

terça-feira, 17 de junho de 2014

Comissão Europeia Teme Problemas no Fornecimento do Gás no Inverno

Ucrânia-A Europa pode ter problemas com o fornecimento de gás durante o inverno. O alerta foi deixado pelo comissário europeu da energia, depois do falhanço das negociações entre a Rússia e a Ucrânia para o pagamento da dívida de Kiev.
 
Alguns países membros podem mesmo enfrentar dificuldades semelhantes às vividas durante a crise do gás de 2009.
 
Gunther Oettinger, numa conferência de imprensa em Viena, onde decorreram as negociações, explicou que “as próximas semanas não serão um problema, vamos receber o nosso gás. Mas a Ucrânia vai ter de decidir se vai fazer o pré-pagamento do gás, o que é muito caro, ou se vai usar as reservas que tem. Mas esse é exatamente o nosso problema, porque a Europa precisa de ter as reservas completas para o inverno.”
 
O executivo europeu acrescentou ainda que apelou à Ucrânia para que aumente as reservas de gás para um máximo de 20 mil milhões de metros cúbicos, sendo que agora tem 13,5 mil milhões.
 
Além disso, os chefes de Estado e de governo da União Europeu vão reunir-se em Bruxelas no final da próxima semana para analisar quais serão os próximos passos a ser dados.
 
Os pontos chave deste encontro devem ser as medidas para tornar os países membros menos dependentes do gás russo e a ajuda a Kiev.
 
Para perceber melhor as implicações deste falhanço nas negociações, especialista da área da energia do Centro de Estudos de Política Europeia em Bruxelas(…)sublinhou, que a “curto prazo, é necessário concentrarmo-nos no fluxo inverso, na integração do mercado, nas infra-estruturas, na gestão da procura, reduzindo assim essa procura. Sobretudo em momentos de oferta reduzida, como é o caso desta crise que envolve a Ucrânia.”
 
De qualquer forma, a Gazprom e UE sublinharam que, para já, os clientes europeus não vão sofrer cortes no abastecimento do gás que passa pela Ucrânia.
 
Kiev também também se comprometeu a não interferir no transporte do combustível para os 28 países da União Europeia. Recorde-se que um terço do gás consumido na Europa vem da Rússia, do qual metade passa pela Ucrânia.