sexta-feira, 20 de junho de 2014

FMI Defende Compra de obrigações em "Larga Escala" pelo BCE

FMI-O FMI defende que o BCE tenha um papel mais interventivo de forma a estimular o crescimento económico. O papel da autoridade monetária da Zona Euro deverá ser semelhante ao da Fed, de forma a evitar a "década perdida" no Japão.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) propõe quinta-feira passada, 19 de Junho, durante a reunião do Eurogrupo, que o Banco Central Europeu (BCE) tenha um papel mais determinante na recuperação da economia da Zona Euro, de acordo com o Financial Times.

O jornal teve acesso a um documento que deverá conter o que será defendido  no Eurogrupo e que diz que o BCE deveria ter um papel mais semelhante ao da Reserva Federal (Fed) dos EUA no que respeita ao programa de estímulos económicos, incluindo a compra de obrigações soberanas em "larga escala".

"Se a inflação permanecer persistentemente baixa, o BCE deve considerar um programa de compra de activos de larga escala", referindo-se essencialmente a "activos soberanos". "Isto vai aumentar a confiança, melhorar os balanços das empresas e famílias e estimular o crédito bancário", salienta o FMI no documento a que o Financial Times teve acesso.

O Financial Times diz que o alerta promete elevar o debate dentro da União Europeia sobre como evitar o risco de uma história semelhante à do Japão, que passou por uma "década perdida" no que respeita ao crescimento económico.

Christine Lagarde deverá assim defender esta posição, admitindo que quer os níveis de dívida quer a taxa de desemprego continuam muito elevados e podem dificultar o regresso a um crescimento económico "robusto" na região.

Esta posição assumida pelo FMI surge numa altura em que a taxa de inflação na Zona Euro se encontra em 0,5%, tendo vindo a diminuir progressivamente e a aumentar os receios em torno de deflação na região. O BCE tem garantido que este cenário está posto de lado e reiterando que está preparado para actuar assim que necessário.

Na última reunião da autoridade monetária para a Zona Euro foi decidido um pacote de medidas precisamente para combater a inflação baixa e que incluía várias operações de empréstimos de longo prazo aos bancos da Zona Euro, com maturidades que chegam a quatro anos, e que estão condicionais à concessão de crédito à economia real, com excepção de empréstimos a governos e a imobiliário.
 

O Nível de Consumo per Capita em Portugal no ano Passado Ficou a 24 Pontos Percentuais da Média Europeia

Portugal-O Eurostat publicou um ‘ranking' do consumo per capita no espaço comunitário em 2013 construído a partir da média da União Europeia a 28, apresentado com o valor 100.
Portugal surge na cauda desta lista com um nível de consumo calculado em 76, ou seja, 24 pontos percentuais abaixo da UE. Um valor perto dos registos da Grécia, Lituânia e Eslovénia e muito longe da média da zona euro de 108.

Para o fraco consumo nacional terão contribuído as medidas de austeridade aplicadas no âmbito do resgate internacional, sobretudo a redução salarial e o aumento de impostos. E ainda outro dos efeitos do programa de ajustamento: a subida do desemprego.

Este indicador do Eurostat, que mede a riqueza material dos lares, é mais uma prova da fragmentação da economia comunitária. Até porque o nível de consumo mais elevado, o do Luxemburgo, mais do que quintuplica, os valores registados nos países mais pobres - Roménia e Bulgária.

quinta-feira, 19 de junho de 2014

Fundo Soberano Chinês Muda Foco para Agricultura

China-O fundo soberano da China está mudar o seu foco para investir em agricultura e em fontes de suprimento de alimentos, em uma importante decisão estratégica que reflete as prioridades da nova liderança do país. Em um artigo publicado no "Financial Times", Ding Xuedong, presidente da China Investment Corp (CIC), afirma que o fundo, com US$ 650 bilhões, quer investir mais na agricultura em todo o mundo e "em toda a cadeia de valor".
 
Ciente da controvérsia em torno das tentativas anteriores de governos asiáticos e do Oriente Médio de garantir o uso de terras agrícolas e alimentos em países mais pobres, especialmente da África, Ding afirma que a CIC quer firmar parcerias com governos, organizações multilaterais e outros investidores institucionais. Ele também enfatizou o compromisso do fundo soberano de "fortalecer a segurança alimentar nos países nos quais investimos e onde contribuímos com nossa parte para a criação de empregos e para o crescimento econômico local".
 
A CIC prestará especial atenção a aspectos agrícolas que no passado foram negligenciados por grandes investidores institucionais, como irrigação, transformação da terra e produção de rações para animais. O foco na agricultura se intensificou no ano passado e assinala a segunda grande mudança estratégica no fundo desde que foi criado, em 2007. As empresas chinesas, estatais em sua maioria, têm feito grandes investimentos em terras agrícolas e em produção de alimentos nos últimos anos, especialmente na Ásia, África e América Latina.
 
Empresas chinesas apoiadas pelo Estado realizaram diversos investimentos na produção de alimentos na Ucrânia antes da eclosão da crise política - e o aporte da empresa de carne Shuanghui na Smithfield Foods, maior produtora de carne suína nos EUA, em 2013, até agora é a maior aquisição chinesa de uma empresa americana.
 
Originalmente, a CIC se concentrou em assumir participações em instituições financeiras americanas, como no fundo de private equity Blackstone e no Morgan Stanley. Mas, após prejuízos nesses investimentos na esteira da crise financeira, a CIC ajustou sua estratégia de modo e passou a se concentrar em energia, metais, mineração e outras commodities necessárias para assegurar os insumos necessários à vigorosa ascensão industrial chinesa.
 
Ding assumiu a presidência da CIC há um ano, não muito tempo após o presidente chinês, Xi Jinping, ter assumido o comando do país - e a nova estratégia de investimentos do fundo está em linha com as prioridades do novo governo. Pequim quer reduzir sua dependência de investimentos em infra-estrutura e indústria pesada poluente e aquecer o consumo, com ênfase em melhoria dos padrões de vida. Acredita-se que um forte crescimento da procura chinesa por carne, laticínios, grãos e outras commodities agrícolas passem a exercer crescentes pressões sobre a oferta alimentar mundial.
 
Até o fim de 2013, a CIC tinha cerca de US$ 650 bilhões em activos sob gestão, dos quais US$ 200 bilhões investidos fora do país. A maior parte do montante restante é composto por participações nas maiores instituições financeiras chinesas, que o fundo detém em nome do Estado. Além da agricultura, a CIC concentrará seus investimentos em tecnologia, imóveis e investimentos em infra-estrutura, que proporcionam retornos estáveis em longo prazo.
 
Ding está no Reino Unido nesta semana, acompanhando Li Keqiang em sua primeira visita oficial ao Reino Unido como primeiro-ministro. Embora não estejam previstos anúncios de grandes investimentos da CIC durante a visita, executivos do fundo soberano estão "pesquisando activamente" oportunidades potenciais, especialmente em infra-estrutura, para incluí-las em seu portfólio no Reino Unido.

terça-feira, 17 de junho de 2014

Comissão Europeia Teme Problemas no Fornecimento do Gás no Inverno

Ucrânia-A Europa pode ter problemas com o fornecimento de gás durante o inverno. O alerta foi deixado pelo comissário europeu da energia, depois do falhanço das negociações entre a Rússia e a Ucrânia para o pagamento da dívida de Kiev.
 
Alguns países membros podem mesmo enfrentar dificuldades semelhantes às vividas durante a crise do gás de 2009.
 
Gunther Oettinger, numa conferência de imprensa em Viena, onde decorreram as negociações, explicou que “as próximas semanas não serão um problema, vamos receber o nosso gás. Mas a Ucrânia vai ter de decidir se vai fazer o pré-pagamento do gás, o que é muito caro, ou se vai usar as reservas que tem. Mas esse é exatamente o nosso problema, porque a Europa precisa de ter as reservas completas para o inverno.”
 
O executivo europeu acrescentou ainda que apelou à Ucrânia para que aumente as reservas de gás para um máximo de 20 mil milhões de metros cúbicos, sendo que agora tem 13,5 mil milhões.
 
Além disso, os chefes de Estado e de governo da União Europeu vão reunir-se em Bruxelas no final da próxima semana para analisar quais serão os próximos passos a ser dados.
 
Os pontos chave deste encontro devem ser as medidas para tornar os países membros menos dependentes do gás russo e a ajuda a Kiev.
 
Para perceber melhor as implicações deste falhanço nas negociações, especialista da área da energia do Centro de Estudos de Política Europeia em Bruxelas(…)sublinhou, que a “curto prazo, é necessário concentrarmo-nos no fluxo inverso, na integração do mercado, nas infra-estruturas, na gestão da procura, reduzindo assim essa procura. Sobretudo em momentos de oferta reduzida, como é o caso desta crise que envolve a Ucrânia.”
 
De qualquer forma, a Gazprom e UE sublinharam que, para já, os clientes europeus não vão sofrer cortes no abastecimento do gás que passa pela Ucrânia.
 
Kiev também também se comprometeu a não interferir no transporte do combustível para os 28 países da União Europeia. Recorde-se que um terço do gás consumido na Europa vem da Rússia, do qual metade passa pela Ucrânia.

Economia de Macau Deverá Crescer a uma Média de 11% em 2014/2015

Macau-O Produto Interno Bruto de Macau deverá crescer a uma média de 11% em 2014/2015, com uma taxa de 11,3% este ano e um ligeiro arrefecimento para 10,6% em 2015, de acordo com as previsões da Economist Intelligence Unit (EIU).

No mais recente relatório sobre Macau, a EIU adianta que a expansão económica será baseada num “crescimento saudável da exportação de serviços”, em resultado do crescente e contínuo influxo de visitantes da China continental que procuram os casinos do território.

A formação bruta de capital fixo ou investimento manter-se-á forte em 2014, em resultado de um conjunto de grandes projectos hoteleiros na zona do Cotai, uma área de aterro entre as ilhas de Coloane e da Taipa, desacelerando em 2015 à medida que estes projectos se forem aproximando da conclusão.

De acordo com o relatório que o Cirilo João Vieira teve acesso, o investimento este ano deverá apresentar um crescimento homólogo de 14,2% para cair bruscamente para 6,0% em 2015.

A taxa de inflação manter-se mais ou menos estável se bem que ligeiramente mais elevada do que a registada em 2013, de 5,5%, antecipando a EIU que suba para 6,0% este ano e para 6,3% em 2015.

O resto dos principais indicadores, como a taxa de juro básica, o excedente orçamental do território e as taxas de câmbio relativamente ás principais divisas, caos do dólar, iene e euro, manter-se-á sem grande alteração.

Guiné-Bissau:Morreu Adelino Mano Queita, antigo ministro Negócios Estrangeiros


Guiné-Bissau -O antigo ministro dos Negócios Estrangeiros da Guiné-Bissau Adelino Mano Queita morreu sábado, em Bissau, vítima de doença.

Fonte familiar disse que o político se tinha sentindo mal nos últimos dias e que de madrugada foi assistido no hospital Simão Mendes, de Bissau, mas não resistiu e faleceu.

O funeral de Adelino Mano Queita, que contava 70 anos, deverá ter lugar na próxima semana, uma vez que se aguarda pela chegada a Bissau de parte de familiares que se encontram em Portugal.

Aquando do golpe de Estado militar de Abril de 2012, Mano Queita desempenhava as funções de ministro da Justiça.

Licenciado em Ciências Políticas e Sociais, Adelino Mano Queita foi secretario-executivo adjunto da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) e, mais tarde, representante do país na Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) em Lisboa.

Entre 1992 e 2002, Mano Queita foi nomeado sucessivamente embaixador da Guiné-Bissau em Portugal, Espanha, Itália, Marrocos e Taiwan. Candidatou-se como independente à presidência da Guiné-Bissau nas eleições.

tropas dos EUA Voltam ao Iraque

Iraque-As tropas norte-americanas estão de regresso ao Iraque, com o envio de uma força de 275 homens. Mesmo se a Casa Branca garante que os Estados Unidos não vão voltar a mandar tropas de combate e começar uma nova guerra, a presença militar americana no país está a aumentar, com o Iraque cada vez mais tomado pelos radicais islamitas.
 
O secretário de Estado John Kerry admite mesmo colaborar com o Irão, mas não em operações militares: “Estamos abertos a discussões, se o Irão puder dar uma contribuição construtiva e estiver preparado para fazer algo que respeite a integridade e a soberania do Iraque, tal como a capacidade de o governo fazer reformas”.
 
Onze anos depois da invasão liderada pelos Estados Unidos de George Bush e pela Grã-Bretanha de Tony Blair, três depois da retirada das tropas americanas, o Iraque volta a estar no centro das preocupações da comunidade internacional. Desta vez o problema não são as supostas armas de destruição em massa, mas sim os jihadistas do Estado Islâmico do Iraque e do Levante (EIIL), que depis da tomada de Mosul estão agora às portas de Bagdade.