sexta-feira, 2 de maio de 2014

Países de Língua Portuguesa Cada vez mais Importantes nas Trocas Comerciais da China com África

Macau Templo Pou Chai Sim Yun
Países de Língua Portuguesa-Os países de língua portuguesa representam cerca de um quinto das trocas comerciais da China com África, com um peso crescente no total e um excedente comercial em relação a Pequim, de acordo com os dados estatísticos mais recentes.
 
Em 2013, revelou na semana passada a Câmara de Comércio Internacional da China, as trocas comerciais com os países africanos aumentaram 5,9% para 210,2 mil milhões de dólar.
 
Deste total, a maior fatia é a das importações chinesas de África – 117,4 mil milhões de dólares, mais 3,8% em relação ao ano anterior – superior aos 92,8 mil milhões de dólares de exportações chinesas para África, que aumentaram 8,8%.
 
De acordo com os mesmos dados, no final de 2013 havia mais de 2000 empresas chinesas a operar em África, sobretudo em sectores como a agricultura, infra-estruturas, indústria, extracção de recursos, finanças, comércio e logística.
 
Os números já conhecidos relativamente às trocas comerciais chinesas com os países africanos de língua portuguesa – Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe – comparam favoravelmente com os totais do continente africano.
 
Estatísticas dos Serviços da Alfândega da China, divulgadas pelo Gabinete de Apoio ao Secretariado Permanente do Fórum Macau, revelam que Angola, o segundo parceiro chinês no mundo em língua portuguesa, registou em 2013 um aumento das trocas comerciais com a China na ordem de 35,5%, para 37 502 milhões de dólares.
 
As vendas angolanas à China foram de 33 458 milhões de dólares – mais 34,4% – e as compras de 4044 milhões de dólares, reflexo de um aumento superior a 45%.
 
Com Moçambique, as trocas comerciais aumentaram 22,6% para 1,64 mil milhões de dólares, com Moçambique a comprar à China produtos no valor de 1,19 mil milhões de dólares – mais 27,12% – enquanto China comprou a Moçambique bens de 451 milhões de dólares, mais 12,02% comparativamente ao ano de 2012.
 
Com os valores de Cabo Verde e demais países africanos de língua portuguesa, o total das trocas comerciais ascende a perto de 40 mil milhões de dólares, cerca de um quinto do total transaccionado entre China e África.
 
Na IV Conferência Ministerial do Fórum de Macau, realizada em Novembro de 2013, foi celebrado o Plano de Acção para a Cooperação Económica e Comercial (2014-2016) que definiu o objectivo de aumentar o comércio neste espaço até 160 mil milhões de dólares em 2016.
 
O vice-primeiro-ministro chinês, Wang Yang, manifestou expressamente o seu apoio a Macau na construção de uma série de infra-estruturas, em que se incluem o Centro de Serviços Comerciais para as Pequenas e Médias Empresas da China e dos Países de Língua Portuguesa, o Centro de Distribuição dos Produtos Alimentares dos Países de Língua Portuguesa e o Centro de Convenções e Exposições para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa.
 
“Nos anos recentes, testemunhámos uma cooperação cada vez mais aprofundada entre a China e os países de língua portuguesa no domínio comercial”, refere o Instituto de Promoção do Comércio e do Investimento de Macau numa avaliação recente sobre as trocas neste espaço.

quarta-feira, 30 de abril de 2014

Eleições Legislativa no Iraquue

Iraque-No Iraque mais de 20 milhões de eleitores escolhem um novo parlamento, nas primeiras eleições legislativas desde a saída das tropas norte-americanas do país, abalado por atentados diários e ameaçado por uma nova guerra confessional.
 
Candidato a um terceiro mandato, o primeiro-ministro xiita, Nuri al-Maliki, é dado como favorito apesar das críticas e da cólera dos iraquianos cansados do desemprego, da corrupção, da falta de serviços públicos básicos e da paralisia das instituições devido à crise política e à insegurança.
 
“Aqui no distrito de Douraterrorismo, bombardeamentos e ataques governamentais e não-governamentais. Precisamos, por isso, de uma mudança. Esperamos que os candidatos nos protejam dos extremistas para vivermos em paz. Nos últimos oito anos não houve melhorias, pelo contrário, fomos de mal para pior”, disse um habitante local.
 
A campanha eleitoral foi marcada por vários ataques sangrentos contra assembleias de voto ou comícios. A violência no país já causou perto de três mil mortos desde o início do ano.

terça-feira, 29 de abril de 2014

Economist Prevê que Economia Moçambicana Cresça 7,3% em 2014



Moçambique-A economia moçambicana vai registar um crescimento de 7,3% em 2014, devendo fechar o ano com um défice orçamental equivalente a 9,2% do Produto Interno Bruto (PIB), prevê a Economist Intelligence Unit (EIU), num relatório recente sobre o país.
 
Menos optimista do que o Fundo Monetário Internacional, que apontou, em Março, uma taxa para a expansão do PIB moçambicano de 8,3%, a EIU mostra-se também mais moderada nas suas previsões para 2015, anunciando um crescimento da economia de 7,6%, abaixo da previsão de 7,9% avançada pela organização financeira.

Considerando o recente encaixe extraordinário de cerca de 300 milhões de dólares, resultante da tributação de mais-valias pelo Estado moçambicano à alienação de parte do capital (10%) que o grupo petroquímico norte-americano Anadarko Petroleum detém no projecto de exploração de hidrocarbonetos da bacia do Rovuma, a EIU reviu de 9,9% para 9,2% a sua previsão para o défice orçamental do país em 2014.

No relatório, a organização estima que a inflação média anual se situe em cerca de 4%, devendo acelerar para 4,7% no próximo ano, acompanhando a tendência dos preços internacionais do petróleo.

Notando que as exportações anuais de alumínio da multinacional Mozal vão rondar 1100 milhões de dólares até 2018, a EIU sublinha, no entanto, que o carvão deverá, já a partir de 2015, ultrapassar a posição de liderança que esta matéria-prima tem ocupado no sector exportador.

A organização baseia-se na garantia de que a linha de caminho-de-ferro do Corredor de Nacala, que vai ligar a região carbonífera de Tete ao porto de Nacala, numa extensão de mais de 900 quilómetros, entre em funcionamento no próximo ano, o que irá possibilitar exportações de carvão de cerca 22 milhões de toneladas até 2018, com receitas estimadas de cerca de 3100 milhões de dólares ao ano.

No que se refere ao período compreendido entre 2016-2018, a EIU estima que a economia moçambicana cresça a um ritmo médio anual de 7,8%, suportado por grandes investimentos na área de infra-estruturas e nos grandes projectos de exploração de recursos naturais, sobretudo com o início da construção de unidades de liquefacção de gás natural no norte do país.

No documento, prevê-se ainda a redução do défice orçamental para 7,1% durante essa altura, embora a EIU alerte para o facto de a dívida pública poder alcançar cerca de 50% do PIB, risco este que poderá ser agravado pelas reduções nas verbas atribuídas pelos doadores internacionais ao Orçamento do Estado moçambicano.

Guerra Contra a Pobreza na África

Guerra contra a pobreza na África
África-Dividido em 54 países, o continente africano é reconhecido pela sua grande diversidade, que vai desde as características naturais até as sociais e históricas. A África é atravessada pelo meridiano de Greenwich, pela linha do Equador e pelos Trópicos de Câncer e de Capricórnio, ocupando uma posição singular no mapa do mundo.

Guerras, epidemias, pobreza e fome


Embora possua uma grande diversidade natural e as famosas savanas (tipo de vegetação dispersa, constituída por árvores de médio porte, grande porte e campos naturais que oferecem condições de sobrevivência para mamíferos como girafas, leões e outros), o continente também possui um quadro adverso: 1/3 de suas áreas são desérticas, destacando-se o Deserto do Saara, o Deserto da Namíbia e o Deserto do Kalahari, e de florestas impenetráveis, Além disso, tem o título de pior Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) e o maior Índice de Pobreza Humana (IPH) do mundo. Isso significa que o continente africano possui o menor PIB per capita, as mais elevadas taxas de analfabetismo, de subnutrição, mortalidade, natalidade, mortalidade infantil e de crescimento demográfico.
 
Em países como a Somália, Etiópia e Sudão, a população convive com as doenças e a fome; e as guerras civis são comuns em alguns países.

 

Economia de subsistência


A maioria dos países africanos vive da economia de subsistência com um baixo rendimento, passando fome no intervalo entre duas colheitas. Além de problemas como a fome e guerras, há um grande problema na área da saúde com a propagação de epidemias. Uma das doenças mais alarmantes no continente é a AIDS(sida): há duas décadas, mais de 23 milhões de casos em uma população de 760 milhões de pessoas, cerca de 71% dos portadores do vírus HIV vive na região. A malária é outra doença que provoca muitas mortes na África, sendo que cerca de 90% dos casos mundiais da doença ocorre na África Subsaariana. Além dessas doenças, o continente africano tem um número elevado de casos de meningite e tuberculose. Após a descolonização, as guerras civis tornaram-se constantes no continente. Por ser um continente rico em minerais, ouro, petróleo e outras riquezas naturais, a África foi bastante explorada por potências mundiais, além de ter sido fornecedora de mão de obra.

 

Condições de vida


Um dos problemas históricos mais notáveis no continente africano é o apartheid, com a discriminação e segregação dos povos. No continente africano existem faltas de condições de vida em diversas áreas, como na área de saúde, comunicação, comércio, educação, alimentação e moradia. A intervenção humana é também uma grande causadora da pobreza e fome no continente: a escassez de alimentos e falta de água são agravados pela instabilidade política, com políticas agrárias ruins e uma má administração dos recursos naturais. Por todas estas razões, a África é um continente que vive constantemente em guerra contra a pobreza.

Violência na Região Leste da Ucrânia

Ucrânia-Em Donetsk militantes pró-russos atacaram uma manifestação de apoiantes do governo de Kiev.
 
Cerca de mil manifestantes que durante uma marcha no centro da cidade defendiam a unidade da Ucrânia, e militantes pró-russos envolveram-se em confrontos, apesar da tentativa da polícia para os separar.
 
Pelo menos 14 pessoas ficaram feridas, entre as quais um jornalista. O presidente pró-russo da câmara de Kharkiv foi gravemente ferido a tiro por desconhecidos. Segundo agências locais, Guennadi Kernes foi atingido a tiro nas costas e submetido a uma intervenção cirúrgica delicada. As autoridades estão em campo para apurar o autor ou autores do atentado.
 
O edil de 64 anos é membro do Partido das Regiões, que já foi liderado pelo deposto Viktor Ianukovich. O secretário-geral da ONU exigiu a libertação imediata dos observadores da OSCE raptados na sexta-feira por separatistas pró-russos que os classificaram como “prisioneiros de guerra” e pretendem trocá-los por detidos pelas autoridades de Kiev. Um observador foi libertado na noite de domingo, por razões de saúde.

segunda-feira, 28 de abril de 2014

Crescimento de 5,5% na África Subsariana está Sujeito a Riscos - FMI

FMI-O Fundo Monetário Internacional considerou que a previsão de crescimento para a África subsariana está mais sujeita a riscos do que no passado recente, mas mantém a estimativa de uma expansão de 5,5% do PIB.
 
Na apresentação do relatório 'Regional Economic Outlook' - Perspetivas Económicas Regionais, em Washington, a directora do departamento africano, Antoinette Sayeh, disse que "a perspetiva está, no entanto, sujeita a mais riscos do que no passado recente" e explicou que "alguns dos factores que suportavam o crescimento na região começaram a enfraquecer".
 
Entre eles, os economistas do FMI destacam a desvalorização do preço das matérias-primas e as condições financeiras mundiais mais apertadas, que aumentam os custos de empréstimos financeiros que muitos países africanos têm de suportar: "Se estas tendências continuarem, provavelmente vão dificultar o crescimento em muitos países da região."
 
De acordo com a responsável pela análise do FMI à África subsariana, é preciso uma atenção maior à "sustentabilidade da estabilidade macro-económica que suportou as altas taxas de crescimento nos últimos anos" e é necessário aumentar o foco nos défices das contas públicas, que são "elevados tendo em conta as fortes taxas de crescimento e os preços das matérias-primas, ainda altos".
 
Apesar de os desequilíbrios nas contas públicas serem, em muitos casos, justificados pelo elevado nível de despesa pública financiado com recursos a empréstimos com taxas de juro muito baixas ou alicerçados em maturidades bastante alargadas, "nalguns casos tem havido uma marcada expansão dos défices orçamentais devido a fortes aumentos na despesa corrente".
 
No geral, conclui a diretora do FMI para África, o impacto destes "ventos negativos na actividade da região deverá ser limitado na maioria dos países", mas "não há espaço para complacência". A política orçamental precisa de estar mais ligada ao ciclo económico, "e, quando o crescimento está a correr bem, tem de se conter e gradualmente reduzir os défices, com particular ênfase na correcta aplicação das receitas fiscais".
 
O relatório divulgado em Washington mantém os mesmos números apresentados a 8 de Abril no World Economic Outlook, prevendo que Angola cresça 5,3% este ano, acelerando para os 5,5% no próximo ano, depois de ter crescido 4,1% em 2013.
 
O crescimento previsto pelo FMI para Angola é, aliás, o mais baixo no grupo de países que são exportadores de petróleo, com exceção da GuinéEquatorial, que deverá continuar em recessão acentuada neste ano e no próximo ano (2,4 e 8,3%), respetivamente.
 
O grupo de países africanos exportadores de petróleo deverá crescer, em média, 6,7% neste e no próximo ano, liderado pela Nigéria, cuja economia deverá expandir-se perto de 7% neste e no próximo ano.
 
Moçambique, por seu turno, deverá ver a sua economia expandir-se em 8,3% em 2014 e abrandar ligeiramente para 7,9% no próximo ano.
 
Cabo-Verde deverá crescer 3% este ano e 3,5% em 2015, ao passo que a Guiné-Bissau registará crescimentos na ordem dos 3% e 3,9% neste e no próximo ano, bem abaixo de São Tomé e Príncipe, cuja previsão de crescimento do FMI aponta para 5% e 5,5% no mesmo período.

Tecnologias Agilizam os Governos e os Cidadãos-Diz Estudo

 
 
Economist Intelligence Unit-As organizações governamentais são pouco pressionadas para se adaptarem às novas tecnologias, segundo a Economist Intelligence Unit, que diz haver falta de urgência nesta adopção. O seu impacto, contudo, beneficia cidadãos e entidades governamentais
 
A Economist Intelligence Unit divulgou os resultados do seu novo estudo - O Desafio da Rapidez -, onde concluiu que as organizações governamentais não estão a ser suficientemente encorajadas para se adaptarem às novas tecnologias. O estudo foi patrocinado pela Ricoh e baseou-se num inquérito a 461 executivos sénior europeus, de vários sectores e dimensões.
 
As conclusões também sugerem que o recrutamento de novos colaboradores e a melhoria dos processos documentais são essenciais para a evolução das organizações. Dois terços dos executivos governamentais reconhecem que é necessário mudar mais rapidamente nos próximos três anos, mas apenas 27% dos inquiridos sente uma pressão pouco significativa (ou externa) para se adaptar rapidamente a estas mudanças necessárias. Em contrapartida, 55% não prevê grandes problemas relacionados com a tecnologia durante os próximos três anos, comparativamente a apenas 29% dos executivos de todos os sectores.
 
Apesar desta aparente falta de pressão de adaptação, o relatório também indicia que os últimos três anos foram palco para mudanças impulsionadas pela tecnologia: cerca de 71% dos executivos - uma percentagem significativa - admite ter enfrentado mudanças na forma como trabalham causadas pelas tecnologias.
 
Áreas de mudança nos próximos três anos
 
O universo de executivos inquiridos pretende melhorar a sua “agilidade organizacional”, mas também considera que o recrutamento de novos colaboradores (45%) e a melhoria dos processos empresariais (44%) são as duas principais áreas onde vão ocorrer mais mudanças ao longo dos próximos três anos.
 
"A identificação das mais importantes áreas de mudança e as experiências anteriores de problemas relacionados com tecnologia são positivas para os governos europeus, pois aproximam-se mais mudanças", afirma Carsten Bruhn, vice-presidente executivo da Ricoh Europa. "As metas do governo electrónico da União Europeia estão definidas: indicam que 50% dos cidadãos e 80% das empresas interagirão digitalmente com o governo até 2015. A taxa de adopção digital mais recente, medida em 2012, era de 44%.
 
Portanto, o progresso é positivo e pode ajudar a explicar porque é que os executivos do governo não sentem uma pressão extrema nem esperam mais transtornos significativos”.