segunda-feira, 14 de abril de 2014

Brics Avançam na Criação de FMI e Banco Mundial Próprio

Brics-Os países do Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) estão a fazer progresso na criação de alternativas ao Fundo Monetário Internacional e ao Banco Mundial, cujo domínio está concentrado em estruturas dos Estados Unidos e da União Europeia. Em um futuro próximo, órgão actual não será mais o único capaz de fornecer assistência financeira internacional.
 
Tudo indica que um pool de reservas cambiais, substituto do FMI, e um Banco de Desenvolvimento dos , como alternativa para o Banco Mundial, irão funcionar já em 2015, garantiu o embaixador para missões especiais do Ministério dos Negócios Estrangeiros russo, Vadim Lukov, em coletiva de imprensa na semana passada.
 
“O Brasil já preparou o projeto do estatuto do Banco de Desenvolvimento, enquanto a Rússia está desenvolvendo o acordo inter-governamental sobre a criação do banco”, disse o diplomata.
Os países do Brics já chegaram a um acordo sobre o montante do capital das novas estruturas, que será de US$ 100 bilhões para cada uma. “Estamos actualmente a negociar a distribuição do capital inicial de US$ 50 bilhões entre os parceiros e a localização da sede”, continuou o diplomata, acrescentando que todos os membros do grupo manifestaram interesse em sediar as instituições.
 
Para compor o pool de reservas cambiais, a China entrará com US$ 41 bilhões, o Brasil, a Índia e a Rússia, com 18 bilhões cada, e a África do Sul, com US$ 5 bilhões. O volume das quantias entregues está correlacionado com o volume das economias nacionais.
 
O montante actual de recursos do FMI, que é determinado por regras especiais de empréstimos (SDR), gira em torno de US$ 369,52 bilhões. No entanto, fazem parte FMI 188 países que, a qualquer momento, podem necessitar de assistência financeira.
 
Banco político
 
Outra promessa dos Brics é a criação de um Banco de Desenvolvimento como alternativa ao Banco Mundial para financiar projetos que não são de interesse dos EUA nem da UE. O objetivo principal da instituição, porém, é fornecer financiamento de projetos externos ao grupo e ajudar países que necessitam de ajuda para desenvolvimento de suas estruturas.
 
“Imaginemos que seja do interesse do Brics conceder um empréstimo a um país africano para o seu programa de desenvolvimento de energia hidrelétrica, no âmbito do qual os países do grupo poderão fornecer o seu equipamento ou actuarem como executantes dos trabalhos”, explica o especialista do Grupo de Peritos Econômicos, Iliá Prilepski. “Se o empréstimo for concedido pelo FMI, o equipamento será fornecido pelos países ocidentais, que irão também controlar o seu funcionamento.”
 
A criação do Banco de Desenvolvimento ganha, assim, conotação política, pois permite aos países do Brics avançar com seus interesses no exterior. “Esta é uma jogada de certa forma política, que pode enfatizar o fortalecimento crescente dos países cuja opinião não é muitas vezes levada em conta pelos países desenvolvidos”, ressalta a directora do departamento de análise do Golden Hill Capital, Natália Samoilov.
 
Proteção entre iguais
 
O pool de reservas cambiais dos países do Brics será uma proteção para o caso de surgirem problemas financeiros e déficit orçamentário em algum dos países-membros, como a recente queda brusca do rublo, por exemplo. A ajuda poderá ser obtida quando se verificar uma indesejada desvalorização abrupta da moeda nacional ou em caso de grande saída de capital devido ao abrandamento da política monetária da Reserva Federal dos EUA, que leva ao surgimento de problemas internos de crise no sistema bancário.
 
“A maior parte do financiamento do FMI vai para o resgate do euro ou das moedas nacionais dos países desenvolvidos. Em caso de necessidade, e levando em conta que a gestão do FMI está nas mãos dos países ocidentais, a esperança de ajuda por parte desta organização é pouca”, destacou o embaixador russo.
 
O pool de reservas também ajudará os países do Brics a interagir gradualmente sem a mediação do dólar norte-americano, segundo Natália Samoilova, embora tenha sido decidido repor o capital social do Banco de Desenvolvimento e do pool das reservas de divisas dos países do Brics com a moeda americana. “Não podemos excluir que em um futuro muito próximo, tendo em conta as ameaças de sanções econômicas contra a Rússia por parte dos EUA e da UE, o dólar possa vir a ser substituído pelo rublo e por outras moedas nacionais dos membros do grupo”, diz a economista.

“HOJE HÁ MUITOS MANDELAS NA ÁFRICA DO SUL”

África do Sul-O professor John Volmink considerou que a morte de Nelson Mandela foi seguida pelo “receio” de que “o caos” se instalasse na África do Sul, mas tal “não aconteceu” e hoje o país tem “muitos Mandelas”.


Em entrevista à Lusa, em Lisboa, onde está para participar nos trabalhos de criação de uma rede internacional de Academias Ubuntu, o professor universitário sul-africano apresentou-se como “um micro-mandela”, que tenta “continuar a construir o sonho” do histórico líder negro contra o apartheid.

“Hoje, há muitos, muitos Mandelas na África do Sul”, garantiu, reconhecendo que “havia muito receio que, uma vez que Mandela partisse, se instalasse o caos e as pessoas se matassem umas às outras”. Porém, “isso não aconteceu”, o que confirmou a "verdadeira liderança” de Mandela.

“Os piores líderes são os temidos, os líderes bons são admirados, mas os melhores líderes são os que, terminado o seu trabalho, levam as pessoas a dizer ‘conseguimos’. Agora, nós não pensamos em Mandela diariamente, mas o espírito dele vive em nós”, explicou John Volmink.

“Sabemos que o melhor líder desta era viveu na África do Sul, mas ele nunca escreveu um livro nem desenvolveu um manual sobre liderança, porque ele é um livro”, distinguiu, assinalando “o privilégio” que o país teve por conviver com Nelson Mandela durante 24 anos, depois de este ter passado 27 preso.

John Volmink destacou que o primeiro Presidente negro da África do Sul “recorria muito” à tradição oral africana. “Nós falamos dos assuntos, não [recorremos aos] grandes livros em bibliotecas, isso é mais a tradição ocidental. Em África, partilhamos ideias, sentamo-nos juntos, falamos… Mandela fazia muito isso. Esse é o espírito ubuntu, que nos consciencializa de que estamos ligados uns aos outros”, disse.

As Academias Ubuntu espalhadas pelo mundo – em Portugal coordenada pelo Instituto Padre António Vieira – vão reunir-se hoje, na Fundação Gulbenkian, com o objetivo de criarem uma rede global.

John Volmink teve um papel central na reforma curricular do ensino pós-apartheid. Em 1994, havia “currículos escolares diferentes” para cada comunidade, “um para negros, outro para brancos, outro para indianos, etc.”, recordou.

O Governo de Mandela começou a trabalhar “num só” currículo, que “abraçasse toda a gente” e “removesse” todos “os termos ofensivos”, transmitindo valores de confiança, respeito e compaixão.

Não foi tarefa fácil, porque, em 1994, os sul-africanos seguiam a “ética da obediência” e viviam “com medo”. Mas, assinalou o professor, “a História não é o que aconteceu na realidade, é o que as pessoas dizem que aconteceu”, o que oferece “uma oportunidade” para a “reinterpretar”.

Por isso, Volmink sempre defendeu um tronco escolar comum e rejeitou “a segregação”, como a que ainda existe, por exemplo, nos manuais dos países que pertenciam à Jugoslávia. “O separatismo é contra o espírito ubuntu, que se baseia na conexão e em dizer ‘o teu medo é também o meu medo'”, enunciou, frisando que é preciso evitar a generalização que diz “todos os negros são assim”.

O professor é um optimista. “Acho que era o Albert Einstein que dizia ‘aprendemos com o passado, aprendemos com o presente, temos esperança no futuro’. A esperança é muito importante, temos de a manter viva”, frisou.

Porém, sublinhou, a esperança exige ação, “não basta dizer que se espera que a situação melhore”, porque isso são “apenas boas intenções”.


sexta-feira, 11 de abril de 2014

Guiné-Bissau: Nuno Nabiam e Simões Pereira posicionados para liderar os destinos do país

Bissau - Na recta final da campanha eleitoral, as tendências de voto indicam que o futuro do país deverá ser liderado por duas caras da nova geração guineense: Nuno Nabiam, na Presidência, e Domingos Simões Pereira na Chefia do Governo, os mais bem colocados para vencer as eleições Gerais de 2014.
 
Nuno Nabiam era, até há pouco tempo, um elemento estranho à política guineense. Oriundo da Aviação Civil, organismo que liderava, Nabiam era de início acusado por muitos de ser apenas uma «marioneta» de Koumba Yalá, ex-líder do PRS recentemente falecido.

Mas a verdade é que, apesar do seu até agora anonimato, soube ao longo da vida tecer uma teia de relações que o colocaram bem junto dos principais líderes guineenses. Cunhado do ex-Presidente Nino Vieira, parceiro de negócios de António Indjai, e herdeiro político de Koumba Yalá, no PRS, e de Satú Camará, no PAIGC.

Um conjunto apreciável de apoios, que o colocam como favorito nas Presidenciais e lhe concedem crédito na capacidade de estabelecer acordos internos com vista à estabilidade política guineense. Ao nível externo, Nabiam conta com o apoio dos países da CEDEAO (por intermédio de Koumba Yalá, que tinha garantido este apoio antes da sua morte) e sobretudo dos EUA, país no qual trabalhou e onde casou.

Uma das dúvidas reside em saber como irá Nabiam conciliar as exigências dos EUA, que ainda há bem pouco tempo voltaram a pedir a cabeça do CEMGFA António Indjai pelo seu alegado envolvimento em acções de narcotráfico, e a importância das Forças Armadas num contexto de estabilização do país.

A segunda grande dúvida reside em qual poderá ser a reacção do eleitorado à morte de Koumba Yalá, e o impacto que isso terá na votação final. Se por um lado, a morte de Koumba poderá afastar parte do eleitorado balanta para o candidato oficial do PRS, Abel Incada (também ele de etnia balanta), por outro lado, há quem defenda que o desaparecimento do ex-Presidente da República poderá ter como efeito cativar os descontentes do PRS e do próprio PAIGC, que olhavam, até agora, com desconfiança para a excessiva influência que Koumba apresentava sobre Nabiam.

O principal opositor de Nabiam na luta Presidencial será o candidato José Mário Vaz, do PAIGC. Beneficia da força da máquina partidária, e sua eventual vitória colocaria o partido na frente da Presidência e da Primatura, uma situação que, à partida, seria também um garante da estabilidade política futura.

Isto porque nas eleições Legislativas, Domingos Simões Pereira, recentemente eleito Presidente do PAIGC, é o grande favorito para liderar o futuro Governo guineense.

Figura reconhecida a nível internacional pelo seu excelente desempenho enquanto Secretário Executivo da CPLP, goza de crédito na comunidade internacional, que lhe reconhece capacidades de reformar as instituições do país.

Com um perfil mais técnico que político, espera-se que Domingos Simões Pereira, enquanto Primeiro-ministro, coloque ordem nas contas públicas do país, retome as medidas para o desenvolvimento guineense e dê passos concretos com vista ao restabelecimento da credibilidade da Guiné-Bissau enquanto pais.

À semelhança de Nabiam, ao longo do seu percurso Domingos Simões Pereira foi também capaz de criar uma rede de contactos junto dos países que foram os tradicionais doadores internacionais para o desenvolvimento guineense.

Após as eleições é esperado que estas boas relações, existentes até ao Golpe de Estado de 12 de Abril de 2012, liderado por António Indjai, venham a ser recuperadas, deixando para trás o percurso acidentado que o Governo de transição impôs à população guineense nos últimos dois anos.

quinta-feira, 10 de abril de 2014

Ucrânia: Uma Crise com impacto Económico Nacional e Mundial


Ucrânia-Uma delegação ucraniana parte esta quinta-feira de Kiev para duras negociações com o Fundo Monetário Internacional.
 
Um protesto em frente à sede do Banco Nacional da Ucrânia denunciava, ontem, a grave situação económica e, sobretudo, o impacto para a população.
 
Uma manifestante diz que “o preço do trigo, por exemplo, duplicou. Há dois meses, custava metade. Como é que um pensionista ou qualquer outra pessoa pode sobreviver?”
 
A Ucrânia enfrenta uma profunda crise económica, acentuada pelas tensões no Leste do país, após a anexação da Crimeia.
 
O Diretor do Banco Nacional da Ucrânia, Stepan Kubiv, diz que a sua instituição “não tem culpa, porque quando [o país] começava a estabilizar, aconteceu a Crimeia. Os depósitos começavam a estabilizar, as pessoas começavam a trazer dinheiro para os bancos em Kiev e agora temos o problema no Leste”.
 
O FMI desceu as previsões do crescimento mundial, evocando “o aumento dos riscos geopolíticos” associados à crise ucraniana.
 
Mas o economista Dmytro Boyarchuk mantém algum optimismo, dizendo que “é de esperar que, no fim do ano, haja uma descida significativa do défice e uma redução da pressão sobre a moeda ucraniana”.
 
Os ministros das Finanças do G7 encontram-se esta quinta-feira em Washington para debater nomeadamente a situação na Ucrânia e o impacto económico a nível mundial.

FMI prevê Crescimento Menor Para os Árabes

FMI-Os países do Oriente Médio e do Norte da África deverão crescer neste ano e em 2015 menos do que o esperado, assim como a economia mundial. O mesmo vale para países em desenvolvimento, como o Brasil e a África do Sul, mas não se reflete na realidade das economias avançadas. É o que indica o mais recente relatório Perspectiva para a Economia Mundial (WEO, na sigla em inglês) divulgado terça-feira última pelo Fundo Monetário Internacional (FMI).

As previsões do Fundo indicam que o Produto Interno Bruto (PIB) global irá crescer 3,6% neste ano e 3,9% no ano que vem, valores 0,1% inferiores aos previstos na revisão de Janeiro do documento. Já o PIB dos países do Oriente Médio e do Norte da África deverá crescer, em média, 3,2% neste ano (redução de 0,1% em comparação com Janeiro) e 4,5% em 2015. A previsão anterior para o próximo ano era de expansão de 4,8%.

Em comunicado divulgado junto com o WEO, o economista-chefe do FMI, Olivier Blanchard, afirmou que o começo da recuperação da economia mundial observada em Outubro do ano passado não é apenas “forte”, como também “ampla”. Mesmo assim, os riscos antigos e novos desafios continuam a ameaçar a recuperação mundial da crise de 2008. Entre os riscos citados pelo FMI estão alto índice de endividamento, desemprego elevado e preocupações com os mercados emergentes. Já entre os novos, observou que há risco de deflação nas economias avançadas e tensões geopolíticas.

O documento observou que as economias avançadas, como Estados Unidos, Japão, China e da Zona do Euro estão impulsionado o crescimento mundial, no entanto entre os emergentes o desafio está em crescer apesar dos ajustes domésticos e em enfrentar o crédito mais escasso.
 
“Muitas economias (emergentes) também precisam de uma nova rodada de reformas estruturais para aumentar o potencial de crescimento. Estes incluem investimento em infra-estrutura, remoção de barreiras para a entrada de produtos e serviços, e, na China, reequilibrar o crescimento a partir do investimento para o consumo”, afirmou Blanchard.

Crescimento dos árabes

No documento, o Fundo indicou que entre os países árabes houve uma redução na produção de petróleo, em parte devido a instabilidades políticas na Líbia, pequeno crescimento nos investimentos feitos pelo setor privado e aumento de gastos públicos em decorrência de conflitos e transições políticas. Mesmo assim, a expectativa é de crescimento nas economias neste ano, impulsionado pelo aumento das exportações e dos investimentos.

Entre os investimentos que estão a ser feitos na região, o WEO cita especificamente o plano de gastos do Catar para receber a Copa do Mundo de 2022 e o dos Emirados Árabes Unidos, para Dubai receber a Expo Mundial em 2020. Mesmo assim, o WEO observa que os países árabes, principalmente aqueles que não exportam petróleo, têm como desafios a elevada taxa de desemprego, grande volume de dívidas e baixa competitividade. Os cálculos do WEO levam em consideração as economias do Irã, Paquistão e do Afeganistão, que estão no Oriente Médio, mas não são árabes.

As previsões do FMI para a Arábia Saudita são de crescer 4,1% em 2014 e de 4,2% em 2015; para a Argélia, de 4,3% em 2014 e 4,1% em 2015; Emirados Árabes, de 4,4% e 4,2%, respectivamente; Catar 5,9% e 7,1%; Kuwait, 2,6% e 3%; Iraque, de 5,9% e 6,7%; Egito, 2,3% e 4,1%; Marrocos, de 3,9% e 4,9%; Tunísia, de 3% e 4,5%; Sudão, de 2,7% e 4,6%; Líbano, de 1% e 2,5%; e Jordânia, de 3,5% e 4%.
 
 
Expansão menor no Brasil

O WEO reviu para baixo o crescimento da economia brasileira. O documento cita baixo investimento privado, pouca competitividade e restrição de oferta doméstica para prever que o PIB brasileiro crescerá 1,8% neste ano e 2,7% em 2015. A previsão anterior era de que o Brasil cresceria 2,3% em 2014 e 2,9% em 2015. A expectativa de crescimento para o Brasil é menor do que a global e também inferior à estimada para os países emergentes, que é de 4,9% neste ano e 5,3% no ano que vem. Para a China, o WEO não prevê mudanças na sua expectativa anterior, de crescimento de 7,5% neste ano de 7,3% em 2015.

quarta-feira, 9 de abril de 2014

Irlanda do Norte: Presidente Irlandês em Visita de Sempre ao Reino Unido


Irlanda do Norte-Com um banquete no Palácio de Windsor, a Rainha Isabel II acolheu o presidente irlandês numa visita história de quatro dias ao Reino Unido. Michael D. Higgins é o primeiro chefe de Estado da Irlanda a visitar oficialmente a Grã-Bretanha, cem anos após a independência e desde o final de mais de três décadas de um conflito sangrento na Irlanda do Norte.
 
A visita de Higgins consagra a reconciliação entre os dois países. Isabel II frisou que “os irlandeses e os britânicos têm-se tornado bons vizinhos e melhores amigos. Não existe hoje em dia uma relação de trabalho mais próxima para o governo [britânico] do que a que mantém com a Irlanda”.
 
A comitiva de Higgins integra o antigo líder do IRAo Exército Republicano IrlandêsMartin McGuinness, negociador do processo de paz na Irlanda do Norte.
 
No discurso de ontem perante o Parlamento em Westminster, o presidente irlandês disse que “a dor e sacrifício associados ao advento da independência irlandesa pesa bastante sobre as relações [bilaterais]. Reconhecemos esse passado, mas damos as boas vindas aos sucessos consideráveis da realidade actual: o respeito mútuo, a amizade e a cooperação que existe entre os nossos dois países”.
 
A visita de Estado de Higgins conclui o processo de reconciliação oficial lançado pela Rainha Isabel II quando visitou a Irlanda em 2011, recebida pela então presidente irlandesa Mary Patricia McAleese.

Guiné-Bissau : Protestos de Agentes Eleitorais Preocupam Sociedade Civil

Guiné-Bissau-Agentes das assembleias de voto, desfilaram terça-feira passada nas ruas de Bissau, exigindo cerca do triplo dos subsídios, que a Comissão Nacional de Eleições lhes atribui no quadro das eleições gerais de 13 de Abril.
 
Na sequência do impasse registado após o encontro entre o presidente da Comissão Nacional de Eleições, Augusto Mendes e representantes dos agentes das mesas de voto, quanto aos montantes dos subsídios atribuídos pela CNE, para o apoio às eleições gerais do próximo domingo, dezenas deles saíram à rua em Bissau, para exigir cerca do triplo da soma atribuída pela CNE, que afirma não ter meios para atender às reivindicações dos agentes, que por sua vez ameaçam não participar nos trabalhos no dia das eleições.

A CNE propõe pagar 35 mil francos CFA a cada presidente e secretário de assembleia de voto, enquanto este pedem 100 mil, e ainda 25 mil francos CFA por pessoa aos dois escrutinadores de cada mesa, quando estes exigem 80 mil, os agentes de protecção das assembleias de voto (elementos da polícia e Guarda Nacional), pretendem por sua vez receber 50 mil francos CFA, mas a CNE afirma que apenas pode pagar 15 mil por pessoa.

Augusto Mendes, alega não poder alterar o respectivo orçamento, financiado pela Comunidade dos Estados da África Ocidental - CEDEAO.

As partes não se entendem, o que preocupa Mamadu Keita, dirigente do Movimento da Sociedade Civil, que apela a consensos, e alerta para que se evitem perturbações ao acto eleitoral de 13 de Abril.