quinta-feira, 10 de abril de 2014

Ucrânia: Uma Crise com impacto Económico Nacional e Mundial


Ucrânia-Uma delegação ucraniana parte esta quinta-feira de Kiev para duras negociações com o Fundo Monetário Internacional.
 
Um protesto em frente à sede do Banco Nacional da Ucrânia denunciava, ontem, a grave situação económica e, sobretudo, o impacto para a população.
 
Uma manifestante diz que “o preço do trigo, por exemplo, duplicou. Há dois meses, custava metade. Como é que um pensionista ou qualquer outra pessoa pode sobreviver?”
 
A Ucrânia enfrenta uma profunda crise económica, acentuada pelas tensões no Leste do país, após a anexação da Crimeia.
 
O Diretor do Banco Nacional da Ucrânia, Stepan Kubiv, diz que a sua instituição “não tem culpa, porque quando [o país] começava a estabilizar, aconteceu a Crimeia. Os depósitos começavam a estabilizar, as pessoas começavam a trazer dinheiro para os bancos em Kiev e agora temos o problema no Leste”.
 
O FMI desceu as previsões do crescimento mundial, evocando “o aumento dos riscos geopolíticos” associados à crise ucraniana.
 
Mas o economista Dmytro Boyarchuk mantém algum optimismo, dizendo que “é de esperar que, no fim do ano, haja uma descida significativa do défice e uma redução da pressão sobre a moeda ucraniana”.
 
Os ministros das Finanças do G7 encontram-se esta quinta-feira em Washington para debater nomeadamente a situação na Ucrânia e o impacto económico a nível mundial.

FMI prevê Crescimento Menor Para os Árabes

FMI-Os países do Oriente Médio e do Norte da África deverão crescer neste ano e em 2015 menos do que o esperado, assim como a economia mundial. O mesmo vale para países em desenvolvimento, como o Brasil e a África do Sul, mas não se reflete na realidade das economias avançadas. É o que indica o mais recente relatório Perspectiva para a Economia Mundial (WEO, na sigla em inglês) divulgado terça-feira última pelo Fundo Monetário Internacional (FMI).

As previsões do Fundo indicam que o Produto Interno Bruto (PIB) global irá crescer 3,6% neste ano e 3,9% no ano que vem, valores 0,1% inferiores aos previstos na revisão de Janeiro do documento. Já o PIB dos países do Oriente Médio e do Norte da África deverá crescer, em média, 3,2% neste ano (redução de 0,1% em comparação com Janeiro) e 4,5% em 2015. A previsão anterior para o próximo ano era de expansão de 4,8%.

Em comunicado divulgado junto com o WEO, o economista-chefe do FMI, Olivier Blanchard, afirmou que o começo da recuperação da economia mundial observada em Outubro do ano passado não é apenas “forte”, como também “ampla”. Mesmo assim, os riscos antigos e novos desafios continuam a ameaçar a recuperação mundial da crise de 2008. Entre os riscos citados pelo FMI estão alto índice de endividamento, desemprego elevado e preocupações com os mercados emergentes. Já entre os novos, observou que há risco de deflação nas economias avançadas e tensões geopolíticas.

O documento observou que as economias avançadas, como Estados Unidos, Japão, China e da Zona do Euro estão impulsionado o crescimento mundial, no entanto entre os emergentes o desafio está em crescer apesar dos ajustes domésticos e em enfrentar o crédito mais escasso.
 
“Muitas economias (emergentes) também precisam de uma nova rodada de reformas estruturais para aumentar o potencial de crescimento. Estes incluem investimento em infra-estrutura, remoção de barreiras para a entrada de produtos e serviços, e, na China, reequilibrar o crescimento a partir do investimento para o consumo”, afirmou Blanchard.

Crescimento dos árabes

No documento, o Fundo indicou que entre os países árabes houve uma redução na produção de petróleo, em parte devido a instabilidades políticas na Líbia, pequeno crescimento nos investimentos feitos pelo setor privado e aumento de gastos públicos em decorrência de conflitos e transições políticas. Mesmo assim, a expectativa é de crescimento nas economias neste ano, impulsionado pelo aumento das exportações e dos investimentos.

Entre os investimentos que estão a ser feitos na região, o WEO cita especificamente o plano de gastos do Catar para receber a Copa do Mundo de 2022 e o dos Emirados Árabes Unidos, para Dubai receber a Expo Mundial em 2020. Mesmo assim, o WEO observa que os países árabes, principalmente aqueles que não exportam petróleo, têm como desafios a elevada taxa de desemprego, grande volume de dívidas e baixa competitividade. Os cálculos do WEO levam em consideração as economias do Irã, Paquistão e do Afeganistão, que estão no Oriente Médio, mas não são árabes.

As previsões do FMI para a Arábia Saudita são de crescer 4,1% em 2014 e de 4,2% em 2015; para a Argélia, de 4,3% em 2014 e 4,1% em 2015; Emirados Árabes, de 4,4% e 4,2%, respectivamente; Catar 5,9% e 7,1%; Kuwait, 2,6% e 3%; Iraque, de 5,9% e 6,7%; Egito, 2,3% e 4,1%; Marrocos, de 3,9% e 4,9%; Tunísia, de 3% e 4,5%; Sudão, de 2,7% e 4,6%; Líbano, de 1% e 2,5%; e Jordânia, de 3,5% e 4%.
 
 
Expansão menor no Brasil

O WEO reviu para baixo o crescimento da economia brasileira. O documento cita baixo investimento privado, pouca competitividade e restrição de oferta doméstica para prever que o PIB brasileiro crescerá 1,8% neste ano e 2,7% em 2015. A previsão anterior era de que o Brasil cresceria 2,3% em 2014 e 2,9% em 2015. A expectativa de crescimento para o Brasil é menor do que a global e também inferior à estimada para os países emergentes, que é de 4,9% neste ano e 5,3% no ano que vem. Para a China, o WEO não prevê mudanças na sua expectativa anterior, de crescimento de 7,5% neste ano de 7,3% em 2015.

quarta-feira, 9 de abril de 2014

Irlanda do Norte: Presidente Irlandês em Visita de Sempre ao Reino Unido


Irlanda do Norte-Com um banquete no Palácio de Windsor, a Rainha Isabel II acolheu o presidente irlandês numa visita história de quatro dias ao Reino Unido. Michael D. Higgins é o primeiro chefe de Estado da Irlanda a visitar oficialmente a Grã-Bretanha, cem anos após a independência e desde o final de mais de três décadas de um conflito sangrento na Irlanda do Norte.
 
A visita de Higgins consagra a reconciliação entre os dois países. Isabel II frisou que “os irlandeses e os britânicos têm-se tornado bons vizinhos e melhores amigos. Não existe hoje em dia uma relação de trabalho mais próxima para o governo [britânico] do que a que mantém com a Irlanda”.
 
A comitiva de Higgins integra o antigo líder do IRAo Exército Republicano IrlandêsMartin McGuinness, negociador do processo de paz na Irlanda do Norte.
 
No discurso de ontem perante o Parlamento em Westminster, o presidente irlandês disse que “a dor e sacrifício associados ao advento da independência irlandesa pesa bastante sobre as relações [bilaterais]. Reconhecemos esse passado, mas damos as boas vindas aos sucessos consideráveis da realidade actual: o respeito mútuo, a amizade e a cooperação que existe entre os nossos dois países”.
 
A visita de Estado de Higgins conclui o processo de reconciliação oficial lançado pela Rainha Isabel II quando visitou a Irlanda em 2011, recebida pela então presidente irlandesa Mary Patricia McAleese.

Guiné-Bissau : Protestos de Agentes Eleitorais Preocupam Sociedade Civil

Guiné-Bissau-Agentes das assembleias de voto, desfilaram terça-feira passada nas ruas de Bissau, exigindo cerca do triplo dos subsídios, que a Comissão Nacional de Eleições lhes atribui no quadro das eleições gerais de 13 de Abril.
 
Na sequência do impasse registado após o encontro entre o presidente da Comissão Nacional de Eleições, Augusto Mendes e representantes dos agentes das mesas de voto, quanto aos montantes dos subsídios atribuídos pela CNE, para o apoio às eleições gerais do próximo domingo, dezenas deles saíram à rua em Bissau, para exigir cerca do triplo da soma atribuída pela CNE, que afirma não ter meios para atender às reivindicações dos agentes, que por sua vez ameaçam não participar nos trabalhos no dia das eleições.

A CNE propõe pagar 35 mil francos CFA a cada presidente e secretário de assembleia de voto, enquanto este pedem 100 mil, e ainda 25 mil francos CFA por pessoa aos dois escrutinadores de cada mesa, quando estes exigem 80 mil, os agentes de protecção das assembleias de voto (elementos da polícia e Guarda Nacional), pretendem por sua vez receber 50 mil francos CFA, mas a CNE afirma que apenas pode pagar 15 mil por pessoa.

Augusto Mendes, alega não poder alterar o respectivo orçamento, financiado pela Comunidade dos Estados da África Ocidental - CEDEAO.

As partes não se entendem, o que preocupa Mamadu Keita, dirigente do Movimento da Sociedade Civil, que apela a consensos, e alerta para que se evitem perturbações ao acto eleitoral de 13 de Abril.

Guiné-Bissau: Vinte e Três Observadores da União Europeia chegaram à Guiné-Bissau terça-feira Passada



Guiné-Bissau-Vinte e três elementos da missão de observação eleitoral da União Europeia chegaram à Guiné-Bissau terça-feira passada, devendo partir no dia a seguir para o terreno.
 
Na nota a que Cirilo João Vieira teve acesso, a Missão de Observação Eleitoral da União Europeia (UE) informa que chegaram na terça-feira última, receberam uma formação no mesmo dia sobre a realidade eleitoral e situação sociopolítica do país e no dia a seguir partem para as regiões.
 
Os 23 elementos, integrantes da missão de observação eleitoral de curto prazo, juntam-se aos 16 de longo prazo que já se encontram no terreno desde o passado dia 26 de Março, lê-se na nota.
 
Ao lado dos observadores de longo prazo os 23 elementos vão observar o andamento da campanha eleitoral, os preparativos para as eleições, a votação, a contagem dos votos e o apuramento dos resultados, adianta ainda a nota informativa.
 
Ainda no decorrer da mesma semana chegaram à Guiné-Bissau quatro elementos do Parlamento Europeu que se vão juntar aos outros que se encontram no país . No total serão 49 elementos da missão europeia que já estão no país a convite da Comissão Nacional de Eleições da Guiné-Bissau para uma análise a todo o processo para que decorra de forma imparcial e equilibrada.

PRESENÇA EM 90 PAÍSES, COM AMÉRICA LATINA E ÁFRICA A REPRESENTAR 60% DAS VENDAS


Holcim e Lafarge criam gigante do cimento(Fusão ou Concentração)-Grupo suíço/francês venderá US$ 44 bilhões e no Brasil será a terceiro maior produtor

A suíça Holcim divulgou segunda-feira última um acordo envolvendo apenas ações para comprar a francesa Lafarge, criando a maior fabricante de cimento do mundo, com vendas combinadas de US$ 44 bilhões.

As parceiras fecharam o acordo como uma fusão de iguais, em que os acionistas da Lafarge receberão uma ação da Holcim para cada papel da Lafarge que possuírem, com o grupo resultante da operação sediado na Suíça e listado em Zurique e Paris.

Acúmulo de dívida

A nova companhia terá o controle acionário dividido com uma fatia de 53% para a Holcim e 47% para a Lafarge, disseram as empresas em uma apresentação virtual conjunta, na seqüência do anúncio na sexta-feira de que mantinham negociações, com um acordo sendo fechado durante o fim de semana.

Tanto a Lafarge quanto a Holcim sofrem com investimentos que não produziram os resultados esperados. Ambas acumularam uma dívida considerável para se expandir globalmente, mas foram golpeadas pela crise imobiliária norte-americana em 2008 e a crise da dívida soberana da Europa, que teve um profundo impacto sobre seus negócios, particularmente nos países mais atingidos do sul da Europa.

As empresas também enfrentam uma desaceleração da actividade de construção em alguns países em desenvolvimento, onde investiram pesadamente.

Mundo árabe

A Lafarge foi ainda atingida pela turbulência no mundo árabe em 2011 e 2012, já que tinha feito altas apostas no mercado do Oriente Médio, com a compra da empresa egípcia Orascom Cement.

Com o novo acordo de fusão, ambas poderão compartilhar fábricas, coordenar a produção e fortalecer suas margens de lucro. A fusão também permitiria que a empresa resultante corte custos mais rapidamente.

90 países

O grupo resultante da fusão estará presente em 90 países, com os mercados emergentes como a América Latina e África a representar 60% das vendas, mas com nenhum país, individualmente, a responder por mais de 10%.

“O novo grupo vai oferecer maior crescimento e baixo risco, criando, portanto, mais valor”, disse o presidente-executivo da Lafarge, Bruno Lafont, que irá se tornar presidente da Lafarge-Holcim.

As empresas acrescentaram com a fusão, uma economia anual de 1,4 bilhão de euros após três anos, graças a economias de escala, maior eficiência operacional e redução de custos de financiamento.

Reguladores

O negócio deve atrair escrutínio de reguladores antitruste, com analistas do UBS apontar potenciais questões em mercados chave, incluindo Brasil, Canadá , Equador, França, Reino Unido, Estados Unidos, Marrocos e Filipinas.

“Dado o número de possíveis problemas e soluções necessárias, esperamos um longo processo de aprovação, possivelmente levando até dois anos”, escreveram analistas do UBS.

A fusão dos dois grupos criará a terceira maior produtora de cimento do Brasil em um momento em que o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) se posiciona para impor medidas punitivas, que incluem multas bilionárias e venda de activos, contra o que considera como prática de cartel pelo setor no país.

Segundo dados mais recentes do Sindicato Nacional da Indústria do Cimento (Snic), de 2011, a Lafarge ocupava a quinta posição entre os maiores produtores do país, atrás de Votorantim, João Santos, InterCement e Cimpor. Já a Holcim aparecia na sexta posição no ranking.

Somados, os dois grupos ficariam com produção de cerca de 10 milhões de toneladas, atrás apenas da Votorantim, com 23,38 milhões de toneladas em 2011, no ranking do Snic, e da InterCement, do grupo Camargo Corrêa, com produção de 12 milhões de toneladas no Brasil quando incluída a adquirida Cimpor.

Venda de ativos

Lafarge e Holcim confirmaram que irão vender negócios avaliados em 10% a 15% do lucro do grupo antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) para satisfazer as preocupações antitruste, avaliados em quase 5 bilhões de euros.

Dois terços das vendas de activos serão na Europa, disse Lafont em uma teleconferência. As empresas também têm sobreposição de operações de negócios no Canadá, Brasil, Índia e China, afirmou Lafont. Ele não quis dar mais detalhes sobre quais países seriam mais afectados pelas vendas de ativos.

A transação tem o apoio dos principais acionistas das companhias e deverá ser concluída no primeiro semestre de 2015, disseram as empresas.

Sinergias

Em 2013, a Holcim foi a maior fabricante mundial de cimento em receita, com vendas totalizando US$ 22 bilhões, seguida pela Lafarge, com US$ 20,82 bilhões. A Heidelberg ficou em terceiro, com US$ 18 bilhões e a Cemex em quarto, com cerca de US$ 15,2 bilhões.
As duas empresas em conjunto geraram 31,6 bilhões de euros em vendas no ano passado e um Ebtida de 6,4 bilhões de euros. As sinergias conseguidas com a fusão representam mais 400 milhões de euros em receitas e mais 1 bilhão de euros de Ebtida. Descontando os custos com a implementação da operação, as vendas rondariam os 27 bilhões de euros e o Ebtida seria de cerca de 6,6 bilhões de euros.

terça-feira, 8 de abril de 2014

Venezuela: O Presidente Aceita Diálogo com a Oposição


Venezuela-O presidente da Venezuela aceitou reunir-se com uma delegação da oposição para tentar encontrar uma saída à crise que degenerou em violentos protestos.
 
Confrontado há dois meses com manifestações anti-governamentais, Nicolas Maduro acedeu à proposta de diálogo mediada pela Unasul, a União de Nações Sul-Americanas.
 
A Mesa da Unidade Democrática, principal coligação da oposição, exigiu que o encontro seja transmitido em directo pela televisão nacional.
 
Os protestos contra o Governo que se prolongam desde o início de Fevereiro e que degeneraram várias vezes em violência, saldam-se até ao momento em 39 mortos e centenas de feridos e detidos.