segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Síria: o Governo de Trasição em Cima Mesa de Negociação em Genebra

 
 
 
Lakhdar Brahimi (enviado da ONU e Liga Árabe), John Kerry (EUA), Ban Ki-moon (ONU) e Sergey Lavrov (Rússia), em Montreux.
Lakhdar Brahimi (enviado da ONU e Liga Árabe), John Kerry (EUA), Ban Ki-moon (ONU) e Sergey Lavrov (Rússia), em Montreux.
 
Genebra-Esta segunda-feira, a cimeira Genebra II, entra no terceiro dia. Mediadas pela ONU, as negociações de paz entram no difícil terreno da instauração de um governo de transição para a Síria. A oposição exige a saída de Bashar al-Assad, uma possibilidade contestada pelo regime.
 
O segundo dia de conversações terminou com a delegação do regime de Bashar al-Assad a autorizar a saída de mulheres e crianças da cidade de Homs, bastião dos contestatários do regime.
 
O vice-ministro sírio dos Negócios Estrangeiros, Faisal al-Mikdad, assegura que “se os terroristas, na cidade de Homs, permitirem que essas crianças e mulheres se desloquem, se os deixarem sair da cidade antiga de Homs, nós permitimos-lhes todos os acessos e não só. Vamos dar-lhes abrigo, medicamentos e tudo aquilo que precisarem para a vida do dia-a-dia.”
 
A Coligação Nacional Síria acusa o regime de atrasar as negociações: “Vamos começar a falar sobre a transição da ditadura para a democracia. Claro que o regime não está entusiasmado para falar sobre isso e, por isso, estão a empatar… Estão a tentar táticas para atrasar tudo, tentando entrar em detalhes sobre informações que não podem ser verificadas,” afirma Louay Safi.
 
A cidade de Homs, quase reduzida a escombros, retrata a dura realidade da guerra civil na Síria. Bastião dos rebeldes, há mais de um ano que as forças do regime tentam recuperar o controlo. Os contestatários afirmam que na cidade estão cerca de 800 famílias sem acesso a comida, medicamentos ou bens básicos de sobrevivência.

Egipto Dividido Com Antecipação das Eleições Presidenciais

Egipto-O Egito vai eleger um novo presidente no prazo de três meses e antes de escolher o futuro Parlamento, anunciou este domingo Adly Mansour, o presidente interino.
 
No atual cenário político, o general Abdel Fattah al-Sisi é o mais forte candidato à presidência. Chefe do exército, vice-primeiro-ministro e ministro da Defesa, al-Sisi é o atual “faraó” do Egito.
 
A população está dividida com decisão de alterar o calendário político, acordado depois do golpe militar que derrubou o islamita Mohamed Morsi.
 
Há quem considere que o “país precisa mais de um presidente forte do que de um Parlamento” e os que classificam a decisão de “inaceitável” porque, afirmam, será o “regresso à ditadura e à angústia” em que o país vive atualmente.
 
Como quase sempre nos últimos 60 anos, o Egito prepara-se para voltar a ter um militar à frente do Estado, uma tradição só interrompida pela breve passagem da Irmandade Muçulmana pelo poder.
 
O fim de semana ficou marcado pela violência durante as comemorações do 3.º aniversário do arranque da revolução que colocou um ponto final nos 30 anos da ditadura de Hosni Mubarak. Os confrontos de sábado fizeram pelo menos 49 mortos e mais de duas centenas de feridos.

África do Sul Prepara-se Para Enviar Primeiro «Afronauta» Para o Espaço

África do Sul-Ninguém da família de Mandla Maseko pôs os pés fora da África do Sul, mas o jovem DJ prepara-se para viajar para o espaço em 2015. Originário do distrito de Mabopane, perto de Pretória, Maseko, de 25 anos, conquistou um lugar disputado para fazer uma jornada de 103 quilómetros rumo ao espaço, após vencer uma competição organizada por uma academia sediada nos EUA.
 
O jovem derrotou um milhão de outros concorrentes de 75 países e foi seleccionado entre as 23 pessoas que farão uma viagem suborbital de uma hora a bordo da nave Lynx Mark II.
 
O ex-estudante de engenharia civil, obrigado a suspender os seus estudos por não conseguir financiá-los, vivenciará a gravidade zero e uma viagem que normalmente custa 100 mil dólares.
 
A menos que um abonado turista espacial negro africano compre uma passagem antes do ano que vem, Maseko tornar-se-á o primeiro africano negro a viajar para o espaço.
 
O jovem, que ainda vive na casa dos pais com quatro irmãos, recebeu a notícia de que estava entre os vencedores a 5 de Dezembro do ano passado, algumas horas apenas depois da morte do primeiro presidente negro do país, Nelson Mandela.
 
Exultante, imaginou uma conversa com Mandela. «Eu disputei a corrida e concluí a prova, aqui está a tocha», ter-lhe-ia dito Madiba. «Continue a corrida e aqui está o título que a acompanha, ser o primeiro sul-africano negro a viajar para o espaço», contou.
 
Filho de uma auxiliar de uma escola e de um fabricante de ferramentas para automóveis em Soshanguve, perto de Pretória, Maseko fez a alegria dos vizinhos ao colocar um distrito sul-africano no «mapa da galáxia».
 
Os seus planos de longo prazo são estudar engenharia aeronáutica e qualificar-se como um especialista de missão. O seu sonho é colocar a bandeira sul-africana na Lua.

sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

África Subsaariana Cada vez Mais Atrativa para Investidores: estudo



África Subsaariana-A África Subsaariana está se tornando cada vez mais atraente para investidores estrangeiros, mesmo que a falta de infra-estrutura e outros fatores dificultem o crescimento na região, mostrou um estudo do Commerzbank quinta-feira última.
O persistentemente baixo crescimento econômico global não afetou muito a África Subsaariana até agora", escreveu o banco alemão no estudo.
"A crise financeira internacional mal afetou a região. Com o crescimento econômico real de 5% em 2013 e previsão de 6% em 2014, a região é a segunda depois da Ásia" entre as regiões mais dinâmicas do mundo, disse o Commerzbank.
Os países da região, ricos em matérias-primas, estão se beneficiando com os altos preços das commodities e estão se tornando mercados lucrativos que despertam o interesse internacional.
"Mesmo que ainda haja déficits em alguns países quanto à democratização e à eficiência de instituições políticas, a estabilidade político e econômica cresceu", apontou o estudo.
Rainer Schaefer, chefe de análise de risco país do Commerzbank, disse que a melhora e a ampliação da infra-estrutura são chave para aumentar o dinamismo econômico e estimular as exportações da região.
Para atender sua rápida necessidade de crescimento energético, a África Subsaariana pode tornar um importante player no setor de energia verde e tecnologia, sugeriu Florian Witt, chefe do departamento de África do Commerzbank.
"Há muitas oportunidades para os investimentos estrangeiros com o know-how correspondente nas áreas de tecnologia solar e eólica e até biogás", disse Witt.

quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

A Nova Presidente Centro-Africana

República Centro-Africana-Empresária, Samba-Panza tem reputação de lutadora e tornou-se prefeita de Bangui em 2011 e foi eleita no segundo turno de votações no parlamento, derrotando Desire Kolingba ─ filho de um ex-presidente do país. Em seu discurso da vitória, a nova presidente pediu para que as milícias cristãs e muçulmanas ponham fim ao conflito religioso que duram meses.
 
Ela assume o lugar Michel Djotodia que tornou-se presidente  interino após o grupo rebelde Seleka tomar o poder do país em 2013, tornando-se o primeiro presidente muçulmano em um país de maioria cristã. Djotodia pediu renuncia do cargo no último dia 10, após pressão internacional.
 
“Mostre seu apoio a minha nomeação dando um sinal forte: abaixe suas armas”, disse a nova presidente, apelando para os grupos de conflito.  Samba-Panza é cristã, mas não fez campanha com base religiosa. “Começando hoje, eu sou a presidente de todos os centro-africanos, sem exclusões”, afirmou.
 
Em paralelo, a comunidade internacional prometeu US$ 496 milhões em ajuda para a República Centro-Africana em 2014, informaram União Europeia e Nações Unidas (ONU), na conferência de países doadores organizada em Bruxelas (Bélgica) com o objetivo de pôr fim à grave crise humanitária.
 
Os ministros das relações Exteriores da União Europeia também aprovaram segunda-feira passada uma operação militar sob a bandeira do bloco europeu na CAR, em apoio às tropas francesas e africanas.
 
Com isso, o número de soldados pode chegar a 500 e a missão deles será garantir a segurança no aeroporto de Bangui e de seus arredores, onde se estima que possam estar mais de 100 mil pessoas refugiadas. As primeiras tropas devem chegar no final de Fevereiro e somente a Estônia anunciou o envio de soldados com pelo menos 55 homens.
 
Atualmente o país conta com 1,6 mil soldados franceses e com as forças da Missão Internacional de Suporte a República Centro-Africana (MISCA), da União Africana, com 4,4 mil homens.

terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Síria: A ONU Retira o Convite ao Irão Para Participar na Conferência de Paz

Síria-As Nações Unidas retiraram segunda-feira o convite ao Irão para participar na conferência sobre a paz na Síria, devido à recusa de Teerão apoiar os apelos a um governo de transição.
 
No domingo, Ban Ki-moon tinha convidado oficialmente o Irão para a conferência sobre o futuro da Síria.
 
“O secretário-geral está profundamente desapontado com as declarações públicas do Irão feitas que não são de forma alguma consentâneas com o comunicado adotado.
 
Continua, no entanto, a inisistir para que o Irão se junte ao consenso global do comunicado de Genebra. Ele decidiu que o encontro de um dia em Montreux vai realizar-se sem a participação do Irão”, disse o porta-voz de Ban Ki-moon.
 
Em resultado da retirada do convite ao Irão, a oposição síria já comunicou a sua vontade de participar na conferência.
 
“O Irão não satisfez os requisitos mínimos para esse convite. Agradecemos ao secretário-geral ter aceitado a carta enviada pelo líder da Coligação Nacional, Ahmed al-Jerba, a esse respeito”, sublinhou Anas Abda, da Coligação Nacional Síria.
 
O Irão, aliado do regime de Damasco, já tinha declarado que não aceitaria condições para a sua participação nas conversações de Montreux.
 
“A crise síria não pode ser resolvida sem a interferência de todos os intervenientes. O Irão é um dos principais intervenientes nesta crise, quer se goste ou não. Isso é um facto”, referiu o analista político Paul Morcos.
 
As expectativas de um acordo para pôr fim ao conflito que já fez mais de 130 mil mortos e milhões de refugiados, surgem, para já, num cenário bastante cinzento.

Cinco Cidadãos Sírios Detidos em Cabo Verde Reconduzidos ao Senegal

Cabo Verde-Cinco cidadãos sírios detidos, sábado último, no aeroporto internacional da Cidade da Praia, em Cabo Verde, com passaportes falsos, foram reconduzidos para Dacar (Senegal), donde vinham num voo da companhia aérea senegalesa Air Senegal.
 
A notícia, divulgada em primeira mão pela Rádio de Cabo Verde (RCV), dava conta que os cinco Sírios, com idade compreendida entre os 35 e os 45 anos, pretendiam embarcar, a partir da capital cabo-verdiana, para as ilhas Canárias para, depois, seguirem para um outro destino na Europa.
 
No entanto, os serviços da Direcção de Estrangeiros e Fronteiras no aeroporto internacional Nelson Mandela, notaram que os mesmos eram portadores de passaportes falsos. Três deles pretendiam passar como cidadãos suecos, ao passo que um como francês e outro como lituano, de acordo com a Direcção de Estrangeiros e Fronteiras.
 
Os viajantes foram retidos nas próprias instalações do aeroporto para a sua posterior recondução ao ponto de partida donde viajaram para a capital cabo-verdiana. A rádio pública cabo-verdiana, que cita fontes oficiais, revelou também que este não foi o primeiro caso de cidadãos sírios desejosos de ir para a Europa com escala em Cabo Verde, aludindo a uma família síria que conseguiu chegar a Lisboa via Cidade da Praia e que, depois, pediu asilo às autoridades portuguesas.
 
O caso mais mediático de tentativa de cidadãos da Síria, país que vive actualmente uma situação de guerra civil que já provocou vários milhares de mortos e de refugiados, aconteceu a 10 de Dezembro de 2013, na Guiné-Bissau.
 
Naquela ocasião, a companhia aérea portuguesa TAP foi obrigada, pelas autoridades dos serviços de fronteira local, a embarcar, num voo da capital da Guiné-Bissau para Lisboa, 74 passageiros sírios, detentores de passaportes turcos falsificados.
 
Os viajantes acabaram por ser detidos ao chegarem à fronteira, na capital portuguesa, e colocados sob custódia das autoridades enquanto aguardam pelo desfecho do processo relativo ao pedido de concessão de estatuto de refugiado político por parte de Portugal.
 
Na sequência do incidente, a TAP deixou de voar para a Guiné-Bissau, uma decisão que foi interpretada pelo Governo português como uma grave falha de segurança no aeroporto internacional de Bissau.