segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

Israel: Emigrantes Africanos Protestam em Tel Aviv

Israel-Em Tel Aviv, milhares de imigrantes africanos, maioritariamente oriundos do Sudão e da Eritreia, protestaram contra a prisão de compatriotas detidos como trabalhadores ilegais e pediram a sua libertação.
 
Os protestos surgem após Israel ter adotado em 10 de Dezembro uma lei que permite deter até um ano, sem processo, imigrantes clandestinos.
 
Vários grupos de Direitos Humanos apontam para mais de 300 detenções desde então.
 
“Pedimos ao governo israelita três coisas simples. A primeira é cancelar a nova lei e a libertação dos detidos. A segunda, tratar e analisar com transparência e de forma justa os nossos pedidos de asilo. Em terceiro lugar, dar os direitos humanos básicos incluindo o direito ao trabalho, ao serviço de saúde, etc.”, afirmou um imigrante vindo da Eritreia.
 
“O problema reside no facto de pessoas que clamam por direitos humanos terem vindo para um país democrático em busca de alguma segurança, serem tratadas como prisioneiros, como criminosos, como cancros. Em Israel há quem lhes chame cancro”, disse uma estudante israelita.
 
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, sublinhou que “não se trata de refugiados, mas de pessoas que infringem a lei e que serão tratadas como tal”. Segundo as autoridades israelitas, desde 2006 cerca de 60 mil imigrantes, entraram em Israel através da fronteira com o Egito.

sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

Ex-Presidente da Guiné-Bissau, Kumba Yalá, Deixa a Vida Política

Ex chefe de Estado guineense, Kumba Yalá, fundador do PRS
Guiné-Bissau-O antigo presidente guineense, Kumba Yalá, anunciou publicamente renunciar à vida política activa por "haver um tempo para tudo".  Por conseguinte aquele que fora derrubado por um golpe de Estado em 2003 desiste da corrida rumo às eleições agendadas para 16 de Março deste ano.

O fundador do PRS, Partido da renovação social, recorreu a citações biblícas para argumentar que chegou a hora de deixar o lugar a outros, alega poder vir a ser "senador da república" e diz partir com a consciência tranquila de quem sempre lutou para uma vida melhor para os seus concidadãos.

Kumba Yalá citou o rei Salomão que alegara haver um tempo para tudo na vida terrena. A sua decisão de deixar a vida política seria irrevogável. Contudo, irá apoiar Nuno na Bian, actual Presidente de Conselho de Administração de Aviação Civil da Guiné-Bissau, nas eleições de Março para a Presidência da República. 

quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

A Letónia já pertence à Zona do euro

Letónia-A Letónia tornou-se em 1 de Janeiro no 18° membro da zona euro. A moeda única europeia está já a circular no país e, à meia-noite, o primeiro-ministro, Vadis Dombrovski, foi um dos primeiros a retirar uma nota de dez euros de uma caixa multibanco.
 
Um gesto realizado pelo chefe do governo da Estónia, o primeiro dos Estados bálticos a aderir à eurozona em 2011.
 
A Letónia, uma das economias mais modestas do grupo do euro espera que a adoção da moeda europeia diminua os juros da dívida nos mercados internacionais e encoraje os investidores.
 
Dos três estados bálticos só falta a Lituânia. Face aos exemplos da Grécia, Irlanda, Portugal, Espanha e Chipre, as populações mostram pouco entusiasmo pelo euro.

Instabilidade no Sudão do Sul e na Líbia Sustentam Brent

Petróleo-Os futuros do petróleo Brent operavam perto da estabilidade, acima de 112 dólares por barril, na segunda-feira passada apoiados pelo aumento da instabilidade em países produtores na África.
 
A escalada de violência no Sudão do Sul nas últimas duas semanas ameaça cortar ainda mais a produção de petróleo do país, o que se soma à redução da oferta da Líbia, onde a produção segue em níveis muito baixos, perto de 250 mil barris por dia.
 
O Brent tinha alta de 0,04 dólar, negociado a 112,22 dólares por barril. O petróleo nos EUA operava estável a 100,32 dólares. O contrato quebrou a barreira do 100 dólares por barril na sexta-feira, pela primeira vez desde 21 de Outubro.
 
"O Brent está relativamente bem sustentado acima de 110 dólares por barril pela baixa produção da Líbia e do Sudão do Sul", disse o analista de investimentos Chee Tat Tan, da Phillip Futures.

segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Sudão do Sul: O Conflito Étnico de Poder

Sudão do Sul-A esperança pela paz no Sudão do Sul, que apenas há dois anos celebrava a independência do Sudão, foi interrompida por uma nova onda de conflitos internos.
 
As armas de fogo voltaram às ruas devido a uma histórica rivalidade entre as etnias Dinka e Nuer. Os conflitos envolvem os militares do SPLA (Exército Popular de Libertação do Sudão), fieis ao presidente Kir de etnia Dinka, e os rebeldes, que segundo algumas fontes, são apoiados pelo vice presidente Rijek Machar de etnia Nuer.
 
O ponto da discórdia é o petróleo, principal fonte de receita do país. A população está descontente com o mau aproveitamento do dinheiro que o governo gera com os 245 mil barris de petróleo negociados diariamente e o presidente Kiir foi acusado de corrupção.
 
Salva Kir desconfia de um golpe de Estado elaborado pelo vice-presidente do país e despediu Riek Machar do cargo sob suspeita de traição. Os dois pertencem a diferentes etnias e nunca foram amigos.
 
Os conflitos imediatamente reproduziram-se pelo país e atingiram contornos de guerra com mortos e feridos pelas ruas. Kir tentou travar a desordem, mas era tarde demais, várias pessoas abandonaram o país que vive uma nova ameaça de guerra civil.

Mercados Emergentes em 2013: o Fim de Um Futuro Promissor?

BRICS-Os países emergentes deixaram de ser, em 2013, a promessa do futuro promissor para a economia mundial: desaceleração do crescimento, mercados financeiros e cambiais instáveis e conflitos sociais se transformaram em uma fonte de temores, talvez exagerados.
 
 
Em Novembro, o clube de reflexão dos países ricos, a OCDE, resumiu a situação: o crescimento mundial será mais frágil por causa da desaceleração nos países emergentes e "o entorno econômico mundial pode servir de amplificador e de corrente de transmissão para os impactos negativos" procedentes desses países.
Há anos, a economia mundial se apoiou neles: Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, os chamados BRICS.
 
Seu forte crescimento compensava a estagnação dos países desenvolvidos, seus mercados internos, em plena expansão, alimentavam o apetite dos grandes grupos ocidentais, seus baixos custos de produção estimulavam o comércio mundial e suas reservas de divisas lhes permitiam financiar o endividamento ocidental.
 
Contudo, 2013 marcou uma pausa. Esses países perderam parte de seu brilho, sendo considerados com olhos talvez mais lúcidos.
 
"Esperávamos isso há um tempo, mas ficou mais claro" em 2013, declarou, Jennifer Blanke, chefe de economistas do World Economic Forum (WEF).
 
Segundo o economista Chris Weafer, sócio da consultoria Macro Advisory, com sede em Moscovo, esta "mudança de atitude em relação aos emergentes", era "necessária e tinha sido adiada durante tempo demais", por investidores iludidos e até "complacentes".
 
Para começar, em vários grandes países emergentes, o crescimento desacelerou liquidamente: na Rússia, na África do Sul, mas, principalmente, no primeiro deles, a China. 
 
A economia brasileira se contraiu 0,5% no terceiro trimestre de 2013, em relação ao segundo, a primeira queda do PIB desde o trimestre inicial de 2009.
 
"O Brasil é a incógnita da equação. O risco de 'estagflação', uma fase de estagnação econômica somada à inflação, é muito elevado", afirma Christian Déséglise, especialista em economias emergentes do HSBC e professor da Universidade da Columbia.
 
"Os dirigentes brasileiros não reformaram, quando era fácil fazê-lo, um país com rigidez estrutural, onde é muito alto o custo de investir e contratar", acrescenta.
 
 
"Fator de risco"
 
O banco espanhol BBVA identifica como "fator de risco" a nível internacional "o ajuste (para baixo) do crescimento da China e de outras economias emergentes".
 
Segundo o Banco Central Europeu "qualquer ajuste importante ou desordenado nas economias emergentes deve ser acompanhado de perto, levando em conta os riscos de um impacto mais forte e durável na zona do euro".
 
"Os investidores imaginavam que a China continuaria crescendo a uma taxa de 8 a 9% ao ano. Isso é impossível a longo prazo", explicou Weafer. O objetivo oficial do crescimento de Pequim para 2013 é de 7,5%.
 
 
Apesar de tudo, "nos tranquilizamos porque alguns falavam de uma aterrissagem mais brusca" da economia chinesa, que tivesse consequências mais graves, destaca Blanke.
 
"Vários países se tornaram dependentes" do crescimento chinês, destaca o banco suíço UBS em uma nota sobre as perspectivas de investimento em 2014.
 
"O crescimento dos investimentos chineses alimentou a demanda de matérias primas e sustentou várias economias como as do Brasil ou da Austrália", disse o banco suíço, que alerta que "não há China depois da China". Em outras palavras, não haverá outra superpotência com um crescimento de dois dígitos, capaz de substituir a China como motor da economia mundial.
 
A esta desaceleração se soma um segundo fator de risco: a instabilidade financeira. Este verão, bolsas e divisas de vários emergentes foram afetadas pelo maciço refluxo de capitais provocado pela perspectiva de que o Federal Reserve norte-americano ponha fim a sua política de estímulo monetário.
 
Além disso, vários grandes grupos norte-americanos e europeus registraram fortes perdas financeiras como consequência dos efeitos da alta das taxas de câmbio.
 
"Parte do bolo"
 
Finalmente, a instabilidade social é outro fator de risco, "como o que aconteceu recentemente no Brasil ou na África do Sul, com gente que exige uma maior parte do bolo, porque não experimentam uma melhoria (em sua qualidade de vida) tão rapidamente como desejariam", considera Blanke.
 
É "um risco muito grande e acredito que esses países são conscientes disso", disse a analista, apesar de admitir que vários deles não aproveitaram os anos de opulência para adotar as reformas necessárias.
 
"Um governo deve escutar a voz das ruas. Um governo não pode se isolar em si mesmo", reconheceu, no final de Novembro, ao jornal El País, a presidente Dilma Rousseff.
 
Contudo, esses países continuam sendo um motor essencial da economia mundial. "A abundância do final da última década durou muito e manteve as expectativas muito elevadas (...) acredito que, agora, a percepção contrária vai muito longe", alerta Weafer.
 
"Ninguém duvida que esses países continuarão crescendo", disse Blanke. Suas "classes médias em expansão (...) serão uma fonte importante de demanda para muitos bens e serviços das economias avançadas", projeta. 
 
"São um fator de risco, mas são também nossa única oportunidade", conclui.

SEF Diz Que Voos de Bissau Trazem "Migrantes na Posse de Documentos Fraudulentos"

Guiné-Bissau-A linha aérea Bissau-Lisboa é considerada de "elevado risco em termos migratórios" e existe uma "crescente tendência de deteção de migrantes na posse de documentos fraudulentos".

Quem o diz, é uma fonte oficial do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), a propósito de terem existido mais dois voos de Bissau para Lisboa com 54 sírios a bordo, tal como afirmou o ministro da Presidência da Guiné-Bissau, Fernando Vaz, na quinta-feira.

Contactado o Ministério da Administração Interna, recusou fazer qualquer comentário. Já o SEF afirma que, "nos casos confirmados de nacionalidade síria, tem sido concedido o regime da proteção subsidiária, entendendo-se não ser possível o repatriamento".

O voo dos 74 sírios ilegais ensombra as relações entre Portugal e Guiné. Fernando Vaz acusa ainda Cavaco Silva de ter sido "extremamente infantil" e o ministro dos Negócios Estrangeiros, Rui Machete, de ser "infeliz" no modo como reagiram ao caso.
 
A Polícia Judiciária guineense recusou-se a prender o ministro do Interior, António Suca Ntchama, acusado pelo Ministério Público de responsabilidades criminais no embarque forçado dos sírios.