segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Sudão do Sul: O Conflito Étnico de Poder

Sudão do Sul-A esperança pela paz no Sudão do Sul, que apenas há dois anos celebrava a independência do Sudão, foi interrompida por uma nova onda de conflitos internos.
 
As armas de fogo voltaram às ruas devido a uma histórica rivalidade entre as etnias Dinka e Nuer. Os conflitos envolvem os militares do SPLA (Exército Popular de Libertação do Sudão), fieis ao presidente Kir de etnia Dinka, e os rebeldes, que segundo algumas fontes, são apoiados pelo vice presidente Rijek Machar de etnia Nuer.
 
O ponto da discórdia é o petróleo, principal fonte de receita do país. A população está descontente com o mau aproveitamento do dinheiro que o governo gera com os 245 mil barris de petróleo negociados diariamente e o presidente Kiir foi acusado de corrupção.
 
Salva Kir desconfia de um golpe de Estado elaborado pelo vice-presidente do país e despediu Riek Machar do cargo sob suspeita de traição. Os dois pertencem a diferentes etnias e nunca foram amigos.
 
Os conflitos imediatamente reproduziram-se pelo país e atingiram contornos de guerra com mortos e feridos pelas ruas. Kir tentou travar a desordem, mas era tarde demais, várias pessoas abandonaram o país que vive uma nova ameaça de guerra civil.

Mercados Emergentes em 2013: o Fim de Um Futuro Promissor?

BRICS-Os países emergentes deixaram de ser, em 2013, a promessa do futuro promissor para a economia mundial: desaceleração do crescimento, mercados financeiros e cambiais instáveis e conflitos sociais se transformaram em uma fonte de temores, talvez exagerados.
 
 
Em Novembro, o clube de reflexão dos países ricos, a OCDE, resumiu a situação: o crescimento mundial será mais frágil por causa da desaceleração nos países emergentes e "o entorno econômico mundial pode servir de amplificador e de corrente de transmissão para os impactos negativos" procedentes desses países.
Há anos, a economia mundial se apoiou neles: Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, os chamados BRICS.
 
Seu forte crescimento compensava a estagnação dos países desenvolvidos, seus mercados internos, em plena expansão, alimentavam o apetite dos grandes grupos ocidentais, seus baixos custos de produção estimulavam o comércio mundial e suas reservas de divisas lhes permitiam financiar o endividamento ocidental.
 
Contudo, 2013 marcou uma pausa. Esses países perderam parte de seu brilho, sendo considerados com olhos talvez mais lúcidos.
 
"Esperávamos isso há um tempo, mas ficou mais claro" em 2013, declarou, Jennifer Blanke, chefe de economistas do World Economic Forum (WEF).
 
Segundo o economista Chris Weafer, sócio da consultoria Macro Advisory, com sede em Moscovo, esta "mudança de atitude em relação aos emergentes", era "necessária e tinha sido adiada durante tempo demais", por investidores iludidos e até "complacentes".
 
Para começar, em vários grandes países emergentes, o crescimento desacelerou liquidamente: na Rússia, na África do Sul, mas, principalmente, no primeiro deles, a China. 
 
A economia brasileira se contraiu 0,5% no terceiro trimestre de 2013, em relação ao segundo, a primeira queda do PIB desde o trimestre inicial de 2009.
 
"O Brasil é a incógnita da equação. O risco de 'estagflação', uma fase de estagnação econômica somada à inflação, é muito elevado", afirma Christian Déséglise, especialista em economias emergentes do HSBC e professor da Universidade da Columbia.
 
"Os dirigentes brasileiros não reformaram, quando era fácil fazê-lo, um país com rigidez estrutural, onde é muito alto o custo de investir e contratar", acrescenta.
 
 
"Fator de risco"
 
O banco espanhol BBVA identifica como "fator de risco" a nível internacional "o ajuste (para baixo) do crescimento da China e de outras economias emergentes".
 
Segundo o Banco Central Europeu "qualquer ajuste importante ou desordenado nas economias emergentes deve ser acompanhado de perto, levando em conta os riscos de um impacto mais forte e durável na zona do euro".
 
"Os investidores imaginavam que a China continuaria crescendo a uma taxa de 8 a 9% ao ano. Isso é impossível a longo prazo", explicou Weafer. O objetivo oficial do crescimento de Pequim para 2013 é de 7,5%.
 
 
Apesar de tudo, "nos tranquilizamos porque alguns falavam de uma aterrissagem mais brusca" da economia chinesa, que tivesse consequências mais graves, destaca Blanke.
 
"Vários países se tornaram dependentes" do crescimento chinês, destaca o banco suíço UBS em uma nota sobre as perspectivas de investimento em 2014.
 
"O crescimento dos investimentos chineses alimentou a demanda de matérias primas e sustentou várias economias como as do Brasil ou da Austrália", disse o banco suíço, que alerta que "não há China depois da China". Em outras palavras, não haverá outra superpotência com um crescimento de dois dígitos, capaz de substituir a China como motor da economia mundial.
 
A esta desaceleração se soma um segundo fator de risco: a instabilidade financeira. Este verão, bolsas e divisas de vários emergentes foram afetadas pelo maciço refluxo de capitais provocado pela perspectiva de que o Federal Reserve norte-americano ponha fim a sua política de estímulo monetário.
 
Além disso, vários grandes grupos norte-americanos e europeus registraram fortes perdas financeiras como consequência dos efeitos da alta das taxas de câmbio.
 
"Parte do bolo"
 
Finalmente, a instabilidade social é outro fator de risco, "como o que aconteceu recentemente no Brasil ou na África do Sul, com gente que exige uma maior parte do bolo, porque não experimentam uma melhoria (em sua qualidade de vida) tão rapidamente como desejariam", considera Blanke.
 
É "um risco muito grande e acredito que esses países são conscientes disso", disse a analista, apesar de admitir que vários deles não aproveitaram os anos de opulência para adotar as reformas necessárias.
 
"Um governo deve escutar a voz das ruas. Um governo não pode se isolar em si mesmo", reconheceu, no final de Novembro, ao jornal El País, a presidente Dilma Rousseff.
 
Contudo, esses países continuam sendo um motor essencial da economia mundial. "A abundância do final da última década durou muito e manteve as expectativas muito elevadas (...) acredito que, agora, a percepção contrária vai muito longe", alerta Weafer.
 
"Ninguém duvida que esses países continuarão crescendo", disse Blanke. Suas "classes médias em expansão (...) serão uma fonte importante de demanda para muitos bens e serviços das economias avançadas", projeta. 
 
"São um fator de risco, mas são também nossa única oportunidade", conclui.

SEF Diz Que Voos de Bissau Trazem "Migrantes na Posse de Documentos Fraudulentos"

Guiné-Bissau-A linha aérea Bissau-Lisboa é considerada de "elevado risco em termos migratórios" e existe uma "crescente tendência de deteção de migrantes na posse de documentos fraudulentos".

Quem o diz, é uma fonte oficial do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), a propósito de terem existido mais dois voos de Bissau para Lisboa com 54 sírios a bordo, tal como afirmou o ministro da Presidência da Guiné-Bissau, Fernando Vaz, na quinta-feira.

Contactado o Ministério da Administração Interna, recusou fazer qualquer comentário. Já o SEF afirma que, "nos casos confirmados de nacionalidade síria, tem sido concedido o regime da proteção subsidiária, entendendo-se não ser possível o repatriamento".

O voo dos 74 sírios ilegais ensombra as relações entre Portugal e Guiné. Fernando Vaz acusa ainda Cavaco Silva de ter sido "extremamente infantil" e o ministro dos Negócios Estrangeiros, Rui Machete, de ser "infeliz" no modo como reagiram ao caso.
 
A Polícia Judiciária guineense recusou-se a prender o ministro do Interior, António Suca Ntchama, acusado pelo Ministério Público de responsabilidades criminais no embarque forçado dos sírios.         

sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

Argentina Está na Lista dos Países com Alto Risco Social



Argentina - A Argentina será um dos países com mais alto risco de instabilidade social do mundo em 2014, segundo um ranking elaborado pela Unidade de Inteligência Econômica da revista britânica "The Economist".
 
O ranking, que mede a probabilidade de convulsão social em 150 países no mundo em base a fraquezas políticas e institucionais, colocou a Argentina na mesma categoria da Bolívia, Venezuela, Egito, Grécia e Iraque, denominada de "muito alto risco".
 
Segundo Lazla Kekic, da Unidade de Inteligência, "somente quando os problemas econômicos são acompanhados por outros elementos de vulnerabilidade é quando existe risco de instabilidade.

Das convulsões sociais recentes as erosões dos governos e das instituições aparecem como um elemento desencadeante de grande importância: uma crise na democracia".
 
Ao longo deste ano, além dos protestos sociais ocorridos o país teve diversos problemas institucionais, entre eles, tentativas do Poder Executivo em limitar a ação do Poder Judiciário. Além disso, no início de Dezembro a Argentina foi o cenário de saques a estabelecimentos comerciais e residências em dezesseis das vinte e quatro províncias do país.

segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

Os rebeldes Controlam a Capital do Província Petrolífero do Sudão do Sul

Sudão do Sul-O governo do Sudão do Sul admitiu ter perdido o controlo de Bentiu, a capital da província crucial de Unity, região petrolífera que alimenta a quase totalidade do orçamento do país.
 
A comunidade internacional multiplica esforços para evitar que o confronto que opõe o poder em Juba aos rebeldes do ex-vice-presidente Riek Machar se transforme numa guerra civil em larga escala.
 
O chefe da diplomacia do Sudão do Sul diz que “Machar conseguiu escapar pelo Nilo até à sua aldeia, Adok, a partir da qual lançou um ataque contra as instituições governamentais em Bentiu”.
 
Os Estados Unidos retiraram os seus cidadãos de Bor e reforçaram o contingente militar, depois do ataque que feriu quatro soldados norte-americanos na cidade. O presidente Barack Obama disse que, “se necessário”, poderão ser tomadas novas medidas.
 
O conflito entre Machar e o presidente Salva Kiir eclodiu a 15 de Dezembro. Só na capital, Juba, os combates fizeram mais de 500 mortos. O chefe das operações humanitárias da ONU no Sudão do Sul fez referência a “centenas de milhares” de deslocados através do país.

Países da África Austral Querem Acabar com Dupla Tributação na sua Comunidade. Reformas Fiscais dos Estados membros Visam Uniformizar Regras entre os Países

África Austral-A reforma da fiscalidade que está a ser feita em quase todos os países da Comunidade para o Desenvolvimento Económico da África Austral tem como principal objectivo o aprofundamento da integração económica dos Estados que a integram. A SADC representa uma população de aproximadamente 210 milhões de pessoas e um PIB de 700 mil milhões de dólares. Na base da sua constituição esteve a promoção do desenvolvimento económico, a resolução dos problemas ligados à pobreza e o aumento da qualidade de vida do povo. A comunidade quer também desenvolver valores políticos e sistemas e instituições comuns.
 
Todos estes Estados estão a ter desafios similares aos que Portugal enfrenta por estar na UE. A integração económica regional tem obrigado a um aumento da complexidade dos regimes fiscais e a progressiva uniformização das pautas aduaneiras.
 
Outra das metas é acabar com a dupla tributação dentro da comunidades, através do estabelecimento de uma comunicação institucional entre todas as administrações fiscais dos 14 países que integram a SADC (África do Sul, Botswana, Lesoto, Malawi, Ilha de Maurícia, Moçambique, Namíbia, Seychelles, Suazilândia, Tanzânia, Zâmbia e Zimbabwe - Madagáscar está suspenso).
 
Angola tem pretensões em desempenhar um papel importante nesta unificação, a par da África do Sul, que tem desempenhado um grande protagonismo nesta área, levando os países próximos a acomodarem a sua legislação.
 
O fenómeno desta integração é um dos processos mais complexos que África viveu nos últimos anos, obrigando todos os Estados da SADC a um trabalho sistemático e complexo que se vai prolongar ainda por muito tempo. Esta preocupação tornou-se mais premente com a abertura das economias africanas à globalização e ao investimento chinês.
 
Ao longo da última década, esta região africana despertou para a necessidade de integrar as suas economias a fim de ganharem peso na economia internacional e atrair mais investimento estrangeiro. A SADC tem estado a desenvolver um intenso trabalho para adaptar a fiscalidade dos vários países membros para que tudo possa começar a funcionar de forma comunicante.

Eleições em Madagáscar Foram Livres e Democráticas


Madagáscar-O Centro Carter e o Instituto Eleitoral para uma Democracia Durável em África (EISA) consideraram que as eleições presidenciais e legislativas de sexta-feira em Madagáscar foram livres e democráticas.

Os dois atos eleitorais "desenrolaram-se dentro das condições que foram permitidas aos eleitores, para escolherem livremente os seus dirigentes", declarou o antigo presidente da Mauritânia Cassam Uteem, que dirigiu a missão de observação da EISA, uma organização baseada em Joanesburgo, na África do Sul.

A missão da EISA, que detetou ainda alguns incidentes, foi "relativamente bem-sucedida", apesar de algumas contrariedades de ordem logística, financeira e até do clima, uma vez que Madagáscar está na estação das chuvas.

O chefe da missão do Centro Carter, organização não-governamental fundada pelo antigo presidente dos Estados Unidos Jimmy Carter, assinalou "irregularidades isoladas" nas eleições presidenciais e legislativas.

"Os observadores do Centro Carter e a EISA não constataram qualquer prova de intimidação generalizada, de campanhas ativas próximo de áreas de voto ou de tentativas flagrantes de fraude eleitoral", disse John Stremlau.

As conclusões preliminares das eleições naquela nação da África Austral são semelhantes às que foram produzidas pela organização de países francófonos no sábado.