quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Guiné-Bissau Vai Ter "Eleições Gucci" com Orçamento Inflacionado

Guiné-Bissau-A Guiné-Bissau vai ter umas "eleições Gucci", ironizou o representante especial da ONU José Ramos-Horta, ao revelar que os parceiros internacionais aceitaram um orçamento inflacionado para desbloquear o processo.
"É um orçamento de quase 20 milhões de dólares (14,5 milhões de euros), quando se podia fazê-lo por 10 ou 12 milhões (7 ou 9 milhões de euros)", admitiu durante uma mesa-redonda no Instituto Real de Relações Internacionais, conhecido por Chatham House, em Londres.
 
O valor, disse o antigo presidente de Timor-Leste e prémio Nobel da Paz, foi acordado para pôr fim a uma discussão sobre "orçamentos altamente inflacionados" que se prolongava desde Junho.
 
Porém, no mês passado, Ramos-Horta sentou-se à mesa com representantes de vários parceiros, nomeadamente a França e a União Europeia e propôs: "Vamos render-nos, senão não saímos daqui".
 
O representante especial do secretário-geral da ONU para a Guiné-Bissau usou o nome de uma marca de roupa e acessórios de luxo para ironizar sobre a questão.
 
"Com 20 milhões de dólares têm de ser umas eleições Gucci. Terão de comprar t-shirts da Gucci, mas genuínas e não chinesas, e relógios Gucci para todos. É por isso que custará 20 milhões de dólares", gracejou.
 
A maioria do dinheiro está mobilizada, sendo Nigéria e Timor-Leste os dois principais, cada um com seis milhões de dólares (4,3 milhões de euros), mas referiu que algumas das promessas de apoio ainda terão de ser materializadas.
 
Se forem reunidos todos os fundos prometido pelos países, salientou, algum do dinheiro em excesso será aplicado em situações de emergência nas áreas da saúde e educação.
 
José Ramos-Horta apontou Fevereiro ou Março de 2014 "o mais tardar" para a realização de eleições, em vez de 24 de Novembro, como chegou a estar definido no acordo que instituiu um primeiro-ministro e o Presidente interinos após o golpe de Estado militar de Abril de 2012.
 
Além do impasse sobre o orçamento, lamentou a demora na escolha do sistema de voto, que o Presidente Serifo Nhamadjo pretendia inicialmente que tivesse tecnologia biométrica.
 
"Aparentemente, ele esteve em consultas que demoraram até Agosto e só então nos foi dito que não seria o biométrico, mas aquele que a ONU aconselhou, um sistema manual avançado que é suficientemente bom, seguro e transparente", sublinhou.
 
Ramos-Horta deu conta dos esforços junto dos políticos para acordarem na formação de um Governo inclusivo, com representantes dos principais partidos.
 
Porém, esta solução só poderá resultar se forem eleitos "dois indivíduos extraordinários - um Presidente que deve ser conciliatório e reconciliados e construtor de pontes e é preciso um primeiro-ministro que seja um gestor excecional de Governo e de pessoas".
 
O representante da ONU está também já a pensar no período pós-eleições e na necessidade de a comunidade internacional, incluindo instituições como a União Africana e o Banco Mundial, pensarem num programa de três a cinco anos "para reconstruir o Estado".
 
O antigo dirigente timorense defendeu que deve ser definida uma estratégia para modernizar, nomeadamente, o Ministério das Finanças, o banco central, o sector das pescas, as alfândegas, a agricultura, ou a extração de minério.
 
"Se a comunidade internacional não tiver visão e determinação, seis meses ou um ano depois das eleições o país pode estar na bancarrota", advertiu.

O Director de NSA Disse Que Foram os Europeus Que Espiaram Para os EUA


Estados Unidos-Os Estados Unidos rejeitam categoricamente as acusações recentes de espionagem de comunicações telefónicas na Europa e afirmam que os dados recolhidos foram fornecidos por vários serviços secretos europeus.
 
As declarações foram feitas pelo diretor da Agência Nacional de Segurança, perante uma comissão do Congresso norte-americano.
O general Keith Alexander frisou que existem “dados recolhidos legalmente pela NSA, bem como dados fornecidos por parceiros europeus” e sublinhou que “para deixar perfeitamente claro, [os Estados Unidos] não recolheram informações sobre cidadãos europeus”.
 
As afirmações de Alexander seguiram as revelações do Wall Street Journal que, citando fontes anónimas, disse que foram os serviços secretos franceses e espanhóis que forneceram os dados telefónicos à NSA.
 
Em visita a Washington para debater as acusações de espionagem, o deputado alemão do Parlamento Europeu, Elmar Brok, defendeu que “não se deve espiar os aliados. Tudo o que é feito, no sentido clássico de espionagem, deve ser de mútuo acordo. E no que diz respeito aos cidadãos comuns, isso não deve ser aceite”.
 
O jornal francês Le Monde, o espanhol El Mundo e o italiano L’Espresso noticiaram, nos últimos dias, que a NSA espiou dezenas de milhares de conversas telefónicas em França, Espanha e Itália.

terça-feira, 29 de outubro de 2013

Síria: Os Inspectores Visitaram 21 dos 23 Armazéns de Armas Quimicas


Síria-A ONU diz que a destruição dos meios de produção de armas químicas na Síria está a decorrer dentro do prazo previsto.

 
O secretário-geral das Nações Unidas acredita que a primeira fase do processo de eliminação do arsenal químico do regime de Bashar Al-Assad estará concluída a 1 de Novembro.
 
A Organização para a Proibição de Armas Químicas fez saber, no entanto, que até ao momento os seus inspetores só estiveram em 21 dos 23 locais declarados pelo governo sírio. As restantes duas instalações de produção e armazenamento, nos arredores de Damasco, estão inacessíveis devido aos intensos combates no terreno.
 
A partir do início do próximo mês começará a destruição das armas químicas propriamente dita, das quais se estima que o regime de Assad detenha cerca de 1000 toneladas, um processo que deverá estar concluído até meio de 2014.

 

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Eleições Guineenses:" Já Há Dinheiro,Falta Confirmar Data"

Manuel Serifo Nhamadjo, presidente de transição da Guiné-Bissau
Guiné-Bissau-O presidente guineense de transição Serifo Nhamajo, vindo da cimeira extraordinária da CEDEAO realizada em Dacar, afirmou sábado último que espera anunciar na próxima quinta-feira a data exacta das eleições gerais previstas para 24 de Novembro e garantiu ter obtido fundos para que o prazo estipulado por lei seja cumprido.
 
O presidente guineense de transição Serifo Nhamajo já regressou da cimeira extraordinária da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) que teve lugar esta sexta-feira na capital senegalesa. Do encontro não saiu uma nova data para as eleições gerais guineenses, escrutínio inicialmente previsto para 24 de Novembro, mas ficou resolvido o problema dos fundos necessários para a sua realização com a garantia de disponibilização dos mesmos por parte desta organização regional.

Face aos atrasos no recenseamento parece ser inevitável o adiamento do pleito e nesse sentido Serifo Nhamajo afirmou este sábado que espera anunciar na próxima quinta-feira a data exacta para as eleições gerais guineenses.

Eleições em Madagascar Foram Livres e Justa, dizem Observadores


ANTANANARIVO- A primeira eleição presidencial de Madagascar desde um golpe de Estado apoiado pelos militares foi livre e justa, disseram observadores da União Europeia (UE) e da África Meridional, domingo passado, enquanto os primeiros resultados começaram a ser divulgados dois dias depois da votação.

O anúncio foi um impulso para a ilha do Oceano Índico, que precisa de uma eleição com credibilidade para reconstruir a confiança dos investidores e reconquistar a ajuda internacional suspensa depois que tropas dissidentes levaram Andry Rajoelina ao poder em 2009.
 
 
No entanto, os enviados estrangeiros advertiram que ainda há tempo para uma reviravolta. Os resultados finais ainda devem levar até uma semana para sair, e os dois principais candidatos esperam um segundo turno, prolongando a incerteza.

 
"Esta eleição foi livre, transparente e crível", disse a chefe da missão de observadores da UE, Maria Muniz de Urquiza.
 
 
A Comunidade Sul-Africana de Desenvolvimento (SADC), que suspendeu Madagascar como um membro depois de Rajoelina chegar ao poder, disse que a votação "reflete a vontade do povo".

Argentina: "Vitória Amarga Para a Formação no Poder"

Argentina-Vitória com sabor amargo para a formação no poder na Argentina.
 
O Partido Frente para a Vitória de Cristina Fernandez Kirchner perdeu o controlo da província de Buenos Aires para Sergio Massa, que rompeu com a presidente para passar à oposição, liderando a Frente Renovadora.
 
Segundo as sondagens à boca das urnas, o partido no poder sofreu uma redução na maioria no Congresso que poderá custar à chefe de Estado, atualmente em convalescença, a tão almejada reforma constitucional que permitiria a Kirchner apresentar-se, nas presidenciais de 2015, a um terceiro mandato.
 
Mais de trinta milhões de argentinos foram chamados às urnas, este domingo, para renovar metade dos assentos da Câmara dos Deputados e um terço do Senado, pronunciando-se também sobre os cargos legislativos de várias províncias, incluindo a de Buenos Aires.
 
Segundo o ministro do Interior, a taxa de participação ultrapassou os 75 por cento.

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Alemanha e França Empurram a EUA Para acordo Anti-Espionagem


Espionagem Americanas-Alemanha e França querem fazer, com os Estados Unidos, um acordo contra a espionagem até ao final do ano.
 
A cimeira de líderes da União Europeia foi dominada pela questão das escutas americanas a milhares de registos telefónicos franceses e ao telemóvel privado de Merkel uma situação intolerável:
 
“Acho que a coisa mais importante é encontrar uma base para o futuro sobre a qual possamos trabalhar. Como frisei hoje a confiança tem de ser reconstruída, o que implica que a confiança foi severamente abalada. (…) Obviamente que as palavras não serão suficiente. é necessária verdadeira mudança”, afirmou a Chanceler alemã.
 
Ainda que Hollande não saiba se estava ou não sob escuta este escândalo é, para ele, um problema maior: “O que está em questão não é se este ou aquele líder, possivelmente, foram vigiados. É saber qual é a extensão do sistema. Porque este sistema inclui líderes, mas também empresas e cidadãos. Portanto, esta é uma questão que ultrapassa as relações que poderíamos ter de Estado para Estado. este é um grande problema.”
 
Do outro lado do Atlântico as explicações têm sido parcas. Resta saber se Obama vai aceitar as exigências alemãs e francesas e sentar-se à mesa para discutir um acordo anti-espionagem.