quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Estudo do FMI Prevê Crescimento de 5,5% em 2013 e 2014 na África Subsaariana

FMI-Estudo do FMI prevê crescimento de 5,5% em 2013 e 2014 na África subsaariana.

 
No relatório, assinado por Montfort Mlachila, Seok Gil Park e Masafumi Yabara, explica-se que os bancos dos 45 países que compõem a região subsaariana, e nos quais se incluem Angola, Cabo Verde, Guiné Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe, resistiram bem à crise financeira dos últimos anos porque "não estavam alavancados, tinham genericamente níveis de capitalização elevados, ampla liquidez, pouca dependência de financiamento externo e tinham pouca ou nenhuma exposição a ativos tóxicos".
 
No documento, também se abordam as razões que levaram a que estes países africanos não tenham sido sugados para uma recessão, ficando-se por um abrandamento no crescimento, que regista actualmente um aumento de riqueza anual na ordem dos 5,4%, em média, para estes países.
 
Os peritos sublinham a melhoria nas políticas económicas, as reformas comerciais e de regulamento, a que correspondeu um afastamento do Estado da economia, um aumento do desempenho do setor bancário e, claro, a diminuição dos conflitos armados, como algumas das razões para esta manutenção do crescimento da economia mesmo em tempos de crise económica global.
 
Os autores sublinham que os bancos têm vários desafios pela frente, nomeadamente o crescimento integrado em vários países, a grande informalidade que ainda é um traço caracterizador de África, a pouca literacia financeira dos clientes, a deficiente moldura judicial, normativa e regulatória, bem como a pequena dimensão dos mercados.
 
Os autores não fazem referência a países específicos de língua oficial portuguesa, mas deixam claro que as "pressões nos bancos portugueses podem ter um efeito adverso de contágio aos sistemas bancários nalguns países lusófonos", acrescentando, ainda assim, que "a dependência nas fontes de financiamento internas deve garantir uma proteção sólida para a maioria das subsidiárias".

Líder militar da Guiné-Bissau acusa Governo de Corrupção e Pede Verbas para Forças de Segurança

Bissau- O chefe do Estado-Maior das Forças Armadas da Guiné-Bissau, António Indjai, acusou o Governo de transição de corrupção e pediu verbas para as forças de segurança e militares, sob pena de haver instabilidade.
 
O general que liderou os militares no golpe de Estado de Abril de 2012 falava na segunda-feira durante um encontro dedicado aos serviços de segurança guineenses, no Clube Militar de Bissau. " Fizemos este golpe para mudar e melhorar a situação do país, mas na realidade está pior", referiu, deixando um aviso: "se estão a brincar com este país, fiquem a saber que nós, os militares, não estamos na brincadeira e apenas vos chamámos para governar".

 

segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Acordo Com a Troika Torna a Vida dos Portugueses Ainda Mais Difícil

Portugal-o PSD foi punido nas autárquicas com um dos piores resultados de sempre. O PS venceu, mas também perdeu alguns municípios importantes como Évora, Beja e Loures para os comunistas ou ainda o feudo de Braga e a Guarda para o centro-direita.
 
Pedro Passos Coelho promete não mudar de rumo: “Quero reiterar, como presidente do PSD e como primeiro-ministro me continuarei a bater pelo caminho que temos vindo a percorrer, que é um caminho indispensável à recuperação da crise económica, recuperação da confiança e do crescimento para Portugal”.
 
“Sabemos evidentemente que há sempre um preço a pagar pela forma como estamos na política. O facto de esta campanha ter mostrado que as candidaturas que suportávamos não cediam ao populismo e, antes pelo contrário, se mantinham com os pés bem assentes na terra acaba sempre por trazer consequências eleitorais, não tenho dúvida”, afirmou na sede nacional dos sociais-democratas.
 
O PSD perdeu, entre outros, o Porto, Gaia, Sintra e foi humilhado em Lisboa (22,37%) e menos de metade dos votos do que em 2009, onde o socialista António Costa conseguiu o melhor resultado de sempre de um partido na capital, (50,91%).
 
Na Invicta, um independente chega pela primeira vez à liderança da autarquia: Rui Moreira (39,25%) venceu Luís Filipe Menezes (21,06%), o ex-autarca de Gaia acabou em terceiro, atrás do PS (22,68%).
 
O Partido Socialista obtém, apesar de tudo, o melhor resultado de sempre nas autárquicas e reconquista a presidência da Associação Nacional dos Municípios Portugueses, o que já não acontecia desde 2001.
 
O CDS sai reforçado das autárquicas passando a liderar cinco câmaras contra apenas uma há quatro anos e ainda pode orgulhar-se do apoio dado a Moreira no Porto.
 
O PCP recupera grandes municípios enquanto o Bloco de Esquerda praticamente desaparece do mapa autárquico perdendo Salvaterra de Magos e não conseguindo eleger vereadores nem em Lisboa, nem no Porto.

Guiné-Bissau Espera Ajuda do Brasil Para a Realização de Eleiçoes de Novembro

Nova York-O presidente de transição da Guiné-Bissau, Manuel Serifo Nhamadjo, disse que seu país conta com a ajuda do Brasil para realizar as eleições gerais, marcadas para dia 24 de Novembro.
 
Em entrevista exclusiva à Rádio ONU, pouco antes de discursar na Assembleia Geral, Nhamadjo elogiou o apoio dado pelo Brasil há vários anos, mas disse que receia mudanças por causa da situação política gerada com o golpe de 12 de Abril na Guiné.
 
A respeito da possível ajuda do sistema de urnas eletrônicas do Brasil, o presidente avalia que seria um óptimo auxílio. Mas, ponderou: "O ex-presidente Ramos Horta, o representante da ONU na Guiné-Bissau esteve lá, eu não sei o que é que se evoluiu".
 
"Acredito que dentro da comunidade CPLP, da posição que tem em relação aos acontecimentos de 12 de Abril, poderá contribuir para esse recuo na participação do Brasil. Não sei, não sei...".
 
O Brasil lidera a estratégia de paz para a Guiné-Bissau na Comissão de Consolidação da Paz das Nações Unidas. O País também realiza ações de apoio ao desenvolvimento no contexto da Cooperação Sul-Sul.
 
Apesar dos receios de Nhamadjo, ele reconhece a boa relação com outras nações lusófonas dentro da CPLP. "Cabo Verde é um país de relações históricas muito sólidas, não são esses pequenos incidentes que vão criar problemas ou que vão pôr em causa essa nossa relação histórica, e com São Tomé a mesma coisa", avalia.
 
E ele continua: "Falando de São Tomé, fala-se de Angola e de Moçambique. São todos países irmãos e nós temos uma cumplicidade histórica, que é impensável dizer que teremos problemas de maior. Há um incidente, que deve ser analisado e situado no seu momento, no seu contexto, para que depois das eleições, o país se reencontre com todos esses países irmãos, para o desenvolvimento que todos desejamos".
 
Ao retornar à tribuna da Assembleia Geral, após dois anos sem discursar na casa, o presidente da Guiné-Bissau pediu o apoio de todos os países da ONU para restaurar a ordem constitucional no País. "Aguarda o apoio internacional para que possamos iniciar o recenseamento, sem o qual as eleições não poderão ter lugar", solicitou.
 
O Escritório das Nações Unidas na Guiné-Bissau, Uniogbis, que é liderado pelo ex-presidente do Timor-Leste, José Ramos Horta, está trabalhando junto com autoridades guineenses no apoio da realização das eleições.
 
Segundo Ramos Horta, vários doadores internacionais estão à espera de um protocolo claro sobre a realização do pleito para que possam fazer suas promessas de doação financeira.

Guiné Vai às Urnas para Superar Anos de "Caos"


Guiné-Konacry-Os guineenses de Guiné-Konacry foram às urnas sábado último para as primeiras eleições parlamentares em mais de 10 anos, em um clima de tensão após os actos de violência pré-eleitoral.
 
"Espero que o povo da Guiné-Konacry vote esmagadoramente e em paz. Tudo vai ficar bem. A Guiné irá avançar", declarou o presidente Alpha Condé, depois de votar no centro da cidade sob forte esquema de segurança.
 
"A partir de agora, o Estado vai exercer as suas responsabilidades e o país será tranquilo", assegurou Condé que, um dia antes, considerou que a eleição permitirá a seu país "deixar uma transição (...) caótica".
 
A votação, prevista para acontecer das 8h00 às 18h00 local, iniciou com antecedência em partes da capital, Conakry.
 
As assembleias de voto abriram suas portas, em geral, no horário previsto nas províncias de Kankan (leste), Pita, Labe (norte), Siguiri (nordeste) e Forécariah (sul), indicaram testemunhas e funcionários eleitorais.
 
Em Kankan, as eleições foram, no entanto, perturbadas por tempestades. Em Siguiri, muitos eleitores tiveram dificuldades para encontrar os locais onde foram registrados.
 
Problemas foram relatados em alguns locais em Conakry, como a falta de tinta e cartões eleitorais não encontrados.
 
Depois de depositar seu voto em Conakry, Lamine Camara, uma professora de 57 anos, declarou que espera a "vitória de seu candidato e a aceitação dos resultados pelos partidos políticos". Mais de cinco milhões de eleitores estão aptos a votar nessas eleições legislativas, as primeiras desde 2002.
 
Elas deveriam ter sido realizadas seis meses após a posse, em Dezembro de 2010, de Alpha Condé, que se tornou o primeiro presidente democraticamente eleito da Guiné, após dois anos de uma transição agitada por um golpe militar. As eleições foram adiadas várias vezes devido à falta de consenso entre governo e a oposição, especialmente quanto ao registo eleitoral.
 
Cerca de 1.800 candidatos disputam 114 assentos. Apesar do grande números de candidatos, a batalha nas urnas se resume essencialmente a um confronto entre duas coalizões: a União do Povo da Guiné (RPG, tendências socialistas) do presidente Condé, e a União das Forças Democráticas da Guiné (UFDG, liberal) do principal opositor Diallo, ex-primeiro-ministro.
 
Durante vários meses, o processo eleitoral foi tomado por um impasse entre governo e a oposição, que foi resolvido por um acordo assinado em Julho entre os dois lados, sob os auspícios da comunidade internacional.
 
Um dos pontos fundamentais de discordância era o registo eleitoral. A oposição suspeita de estar "inflado" em favor do poder em áreas consideradas pró-Condé e "reduzido" em áreas consideradas redutos da oposição.
 
Nos últimos meses, várias manifestações degeneraram em confrontos neste país de língua francesa de 11 milhões de habitantes, cuja história é marcada pela violência política, militar e étnica desde a sua independência da França em 1958.
 
Os recentes confrontos entre partidários do poder e da oposição, em 22 e 23 de Setembro (um morto e mais 70 feridos) elevou os temores de mais violência.
 
As eleições são supervisionados por mais de mil observadores nacionais e mais de 100 observadores da União Europeia e da União Africana. Os resultados preliminares devem ser anunciados pela comissão eleitoral no prazo de 72 horas após as eleições.

Islamitas Aceitam Plano para Deixar Poder na Tunísia

 Tunísia-O governo islamita da Tunísia aceitou renunciar depois de negociações que podem começar na próxima semana com a oposição secular para formar um Governo interino e preparar o país para eleições, disse no sábado uma importante autoridade do partido governista.
 
As negociações visam encerrar semanas de crise envolvendo a coalizão governista liderara pelos islamitas e os partidos de oposição secular que ameaça implodir a transição para a democracia no país do norte da África, onde a chamada Primavera Árabe começou em 2011.
 
A poderosa central sindical do país UGTT, mediando entre os dois lados, propôs que o partido governista islamita Ennahda participe de três semanas de negociações, depois das quais ele deixaria o governo para que um Governo interino  assuma e defina uma data para eleições.
 
"O diálogo começará na segunda ou terça-feira", disse Lotfi Zitoun, uma autoridade do partido. "O Ennahda aceitou o plano sem condições, para tirar o país da crise política."
 
A central sindical confirmou o acordo e pediu que os dois lados definam um momento para começar as negociações na próxima semanas.

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Em 15 Países Mulheres Ainda Precisam de Autorização do Marido para Trabalhar, diz Banco Mundial

Washington - Apesar dos progressos conquistados em relação aos direitos das mulheres e a igualdade de gênero, elas ainda precisam ter autorização do marido para trabalhar em pelo menos 15 países.
 
O dado faz parte de um estudo apresentado pelo Banco Mundial, o qual aponta para a necessidade de legislações mais firmes e eficazes sobre a violência dentro de casa.
 
Na Guiné-Bissau, por exemplo, há uma particularidade já que a mulher tem opção de anular a decisão do marido, por meio de recurso na justiça, alegando a defesa do interesse da família.
 
Na Rússia, por sua vez, o que se vê é uma lista com mais de 450 profisões - como a de motorista de caminhão, bombeito e controlador de trem - que são proibidas para o sexo feminino.
 
Outras nações onde ainda ocorrem essa relação de domínio e posse por parte do marido incluem Bolívia, Irã e Síria.
 
Os dados do estudo do Banco Mundial ainda apontam que em 29 países (como Senegal, Arábia Saudita e Honduras), o poder legislativo é dominado pelos homens, esses que são chefes de família e que têm o poder de decisão dentro de casa.
 
Entre as decisões importantes que ficam nas mãos deles estão, a escolha da residência, obtenção de documentos oficiais, como passaporte e carteira de identidade, e a abertura de uma conta no banco.
 
O estudo ainda lembra que países do Ocidente também demoraram a tratar suas mulheres de forma igualitária perante a lei, caso da Espanha, que o fez apenas em 1981, e a Suíça, em 1984.
 
Ainda em relação às recentes mudanças, o Banco Mundial aponta que 48 alterações de textos legislativos feitos em 44 países ao longo de dois anos fizeram com que aumentasse a igualdade entre os gêneros.
 
É o caso da Costa do Marfim, que apenas em 2013 deixou de ter autorização do marido para que a mulher pudesse ingressar o mercado de trabalho.
 
No entanto, na avaliação da instituição financeira, tratam-se de mudanças ainda frágeis. No Egito, por exemplo, a nova Constituição elaborada após a eleição do já deposto presidente Mohamed Mursi, integrante da Irmandade Muçulmana, suprimiu justamente a não-discriminação de gênero.