segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Assad: "o inimigo da França e dos EUA"

Síria-"O regime sírio acusa os Estados Unidos e a França de estarem a querer combater “um inimigo imaginário”, afirmando “não estar preocupado” com uma resolução da ONU que preveja a possibilidade de um ataque contra o país.
 
As afirmações foram feitas por Bashar Al-Assad, numa entrevista ao canal público chinês CCTV, em que afirma que o principal obstáculo ao desarmamento do seu arsenal químico, continua a ser a actividade dos grupos “terroristas” no país.
 
“Não vejo qualquer problema para que consigamos cumprir o acordado, mas como disse estes terroristas que obedecem às ordens de alguns países poderiam impedir os inspetores da ONU de fazerem o seu trabalho para depois acusarem a Síria”, afirmou Assad.
 
As declarações coincidem com a oferta de Moscovo de enviar militares para proteger os inspetores no terreno. O ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Serguei Lavrov, acusou os países ocidentais de estarem a tentar utilizar o acordo para o desmantelamento de armas químicas como um pretexto para aprovar uma resolução da ONU que preveja o uso da força contra o regime sírio.
 
Se Damasco aceitou desmantelar o seu arsenal químico depois do ataque de Agosto passado na capital, já Assad sublinhou a “necessidade” de reforçar o seu armamento, para fazer face ao que chama de “ataques repetidos de Israel”.
 
Em paralelo aos esforços ocidentais para tentar convencer Rússia e China a apoiarem uma nova resolução da ONU, a oposição síria mostra-se pronta para retomar as negociações, em Genebra, sobre uma transição política no país, segundo fontes diplomáticas".

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Documentário Reclama Oficialização do Crioulo na Guiné-Bissau

 
Apesar de ser falado "por 70 a 80 por cento da população", o crioulo ainda não está totalmente normalizado e a única língua oficial da Guiné-Bissau é o português, destaca Gorka.
 
Em diversas entrevistas a figuras das artes e letras e a residentes em diferentes pontos da Guiné-Bissau, o documentário capta um desejo comum.
 
"O desejo de muita gente é que, para além do português, o crioulo seja uma língua oficial para dignificar a cultura guineense", de modo a que a identidade nacional "tenha uma expressão institucionalizada ao nível do Estado", explica o realizador.
 
"A verdadeira independência, além de política e militar, tem que ser cultural, tem que ser pela defesa e dignificação da cultura do país e pela sua partilha em igualdade com outras culturas", acrescenta.
 
Gorka acredita que, apesar dos 40 anos de existência como Estado, ainda falta à Guiné-Bissau contrapor em definitivo a lei da cidadania guineense, de 1946, na era colonial portuguesa, "segundo a qual era indígena aquele que não falava ou não escrevia em português". Embora no quadro da lei da recepção, a lei nº1/73, a lei da cidadania colonial já se encontra revogada. 
 
Pelo contrário, o documentário rodado no início do ano em vários pontos da Guiné-Bissau, encontrou poemas e músicas que mostram como o crioulo é a massa que "agrega as diferentes culturas milenares" da guiné.
 
Foi a língua que sempre serviu "para intermediar o diálogo" entre comunidades de diferentes crenças.
 
O músico Aliu Bari, que faleceu este ano em Lisboa, o escritor Abdulai Silai ou o cantor e escritor Ernesto Dabó, são algumas das figuras ouvidas no filme que conta com a colaboração da artista Karina Gomes.
 
O documentário deverá ter 70 minutos de duração, está em fase de montagem e prevê-se que esteja pronto a exibir em Dezembro.
 
Deverá ter como título a palavra crioula "lantanda", que significa "pegar em algo que cai, no mesmo sentido em que se apanha a água que escorre", descreve Gorka.
 
A palavra para título foi escolhida por alguns entrevistados aos quais a equipa do documentário pediu que escolhessem uma palavra ou provérbio com o qual mais se identificassem.
"
Disseram-nos que escolheram esta pelo significado e pela metáfora que representa em relação à situação atual da Guiné-Bissau", refere o realizador.
 
Gorka Gamarra, basco, é funcionário do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) na Guiné-Bissau.
 
Fazem parte da equipa do documentário outros dois bascos, três guineenses e dois portugueses, todos interessados na cultura do país em que vivem.
 
Apesar de estar prestes a ver a luz do dia numa altura em que o país celebra o 40.º aniversário, o documentário deixa de lado qualquer ambição de fazer um balanço do percurso de independência até hoje.
 
"Só tentamos compreender o que é a identidade guineense", realça o realizador. E se essa identidade ainda não está totalmente plasmada na lei e no que se ensina, "é porque é preciso dignificar e trabalhar mais sobre essa identidade", conclui.

Plano de Urgência para Guiné-Bissau Custará 24,7 Milhões de euros


Bissau - Elaborado por uma comissão estratégica, o Plano de Urgência para a Guiné-Bissau foi orçado em 24,7 milhões de euros, sendo que metade dessa quantia precisa de financiamento estrangeiro.
 
A proposta foi entregue na última semana ao Governo de transição para discussão e aprovação. Depois dessa etapa, o Plano ainda será "avaliado e auditado por um gabinete internacional".
 
O documento estipula 20 medidas para acudir as principais carências do país, de modo que as eleições gerais, marcadas para 24 de Novembro, possam ocorrer sem sobressaltos.
 
Entre as prioridades, estariam as medidas para "mitigar a ameaça de fome derivada de uma má campanha agrícola, combater a epidemia de cólera, garantir transfusão de sangue 100% segura e sanear o clima de tensão sócio laboral reinante nos sectores da educação e da saúde".
 
Medidas
 
No caso da volta à normalidade e a paz em escolas públicas, hospitais e centros sanitários, está prevista a criação de um fundo no valor de 5,8 milhões de euros, para pagar ordenados em atraso aos professores, aos médicos e aos enfermeiros.
 
Quase a mesma quantia, de 5,6 milhões de euros, será destinada a equipar os cinco blocos construídos através de um projecto do Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) no Hospital Simão Mendes, "numa perspectiva de urgência humanitária".
 
Para ajudar a alimentar a população, será reservado 12 milhões de euros (metade do Plano de Urgência). As ações serão definidas após o inquérito que é realizado pelo Programa Alimentar Mundial (PAM) e pela Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO).
 
Outro montante de 297 mil euros será destinado ao combate à cólera, "evitando que a doença se alastre ao resto do país e que aumente a mortalidade devida à epidemia".
 
 
Plano de Urgência
 
O plano foi preparado por uma Comissão Nacional de Planejamento e Coordenação Estratégica, apresentada em Julho. Ela foi escolhida pelas autoridades de transição da Guiné-Bissau, em articulação com parceiros internacionais e com o apoio da ONU.
 
De acordo com a proposta elaborada pela Comissão, sua execução "é da responsabilidade do Governo, através dos departamentos competentes, em estreita colaboração com as organizações da sociedade civil, o setor privado e os parceiros de desenvolvimento".
 
Também são sugeridas diferentes reuniões regulares e grupos de acompanhamento, assim como uma gestão assegurada por terceiros, escolhidos em consenso pelo Governo de transição e parceiros de desenvolvimento.

União Africana diz que África Perde Cerca de 39 Milhões Euros Devido a Crimes Financeiros

 
Os danos causados pelos delitos financeiros a África foram enfatizados em Maputo pelo antigo Presidente sul-africano Thabo Mbeki, responsável pelo Painel de Alto Nível da UA sobre Ilícitos Financeiros.
 
Em declarações, após um encontro com o Presidente moçambicano, Armando Guebuza, Thabo Mbeki apontou a cooperação continental como determinante para o estancamento de delitos financeiros em África.
 
"É importante que este mal seja combatido em conjunto para que o continente africano possa aplicar o valor desviado pelos ilícitos financeiros na resolução dos problemas de pobreza e em atividades de desenvolvimento", disse.
 
Segundo Thabo Mbeki, a luta contra os ilícitos financeiros exige uma articulação de esforços entre entidades relevantes de todos os países do continente.
 
"Na procura de formas para eliminar este mal, que faz com que o continente perca muito dinheiro, em Moçambique vamo-nos reunir com membros do Governo, representantes da polícia, das alfândegas, agentes económicos e com membros da sociedade civil", adiantou.
 
Do Presidente moçambicano, Thabo Mbeki diz ter recebido o compromisso do país no combate à criminalidade financeira, através da aposta na cooperação com o Painel de Alto Nível da UA sobre Ilícitos Financeiros.

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Assad Precisa de Mil Milhões de Dólares para Destruir Armas Químicas

Síria-O presidente sírio confessou quarta-feira passada, em entrevista à televisão norte-americana FoxNews, que possuía armas químicas. Bashar al Assad garantiu que pretende destruí-las mas para isso necessita de tempo e muitos milhões de dólares.
 
“É preciso muito dinheiro, cerca de mil milhões de dólares. É muito prejudicial para o ambiente. Se o governo norte-americano está disposto a pagar esse dinheiro e assumir a responsabilidade de trazer materiais tóxicos para os Estados Unidos, então por que não faz isso?”, interroga al Assad.
 
Durante a entrevista, Bashar al Assad reiterou que o governo sírio não é responsável pelo ataque com gás sarin, a 21 de Agosto, nos arredores de Damasco. O governante assegurou, ainda, que a Síria não está a viver uma guerra civil, mas a ser alvo de ataques por parte de grupos extremistas ligados à Al-Qaeda.
 
Nas Nações Unidas o impasse mantém-se. Paris, Washington e Londres estão a pressionar para que se consagre a possibilidade de usar a força, através de uma resolução da ONU. A Federação Russa opõe-se.
 
Enquanto isso, no território, rebeldes e forças governamentais continuam a defrontar-se de modo a conseguirem o controlo do maior número de cidades.

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Síria Domina Discussoões na Assembleia -Geral da ONU

Nova York-Num quadro em que a Rússia se opõe aos Estados Unidos, França e Reino Unido na consagração do uso da força contra Damasco, através de uma resolução da ONU, a Síria será certamente a matéria que irá dominar a 68ª Assembleia-Geral das Nações Unidas, formalmente inaugurada terça-feira última sob a presidência de John William Ashe.
 
O secretário-geral, Ban Ki-moon, anunciou que aproveitará esta Assembleia-Geral para apelar à comunidade internacional sobre a necessidade de encontrar uma solução para a paz na Síria.
 
“Tal como a comunidade internacional se uniu contra a ameaça de uma guerra química, também deve parar a guerra generalizada que está a destruir a Síria. Espero que através da diplomacia, e de forma rápida, se avance para uma conferência de paz e se encontra uma solução política”, sublinhou.
 
As imagens de satélite do campo de refugiados sírios em Zaatari, na Jordânia, recolhidas em 2012 e em Julho deste ano, ilustram claramente o aumento do fluxo dos sírios que fogem à guerra civil onde já morreram mais de 100 mil pessoas.
 
Segundo a coordenadora das ações humanitárias da ONU, Valerie Amos, sete milhões de pessoas afectadas pelo conflito precisam de “ajuda humanitária de urgência”.

Educação na Guiné-Bissau dá Origem a Filme

Guiné-Bissau-O projeto «Bambaram di MindjerProfissionalização das Mulheres e Qualificação da Educação de Infância», realizado na Guiné-Bissau pela Fundação Fé e Cooperação (FEC), deu origem a um documentário que retrata o trabalho da instituição junto dos jardins de infância e na capacitação de professores.

O filme, com cerca de 30 minutos, será lançado na próxima segunda-feira, 23 de Setembro, no Chapitô, em Lisboa. A iniciativa vai contar com a intervenção de «diversas personalidades ligadas à cultura», de várias organizações não governamentais, parceiros da instituição, representações oficiais e sociedade civil.

O evento, de entrada livre, terá início às 19h00 com a tertúlia «Educação: a arma da esperança na Guiné-Bissau». Miguel Silva, diretor do programa «Engenheiros Sem Fronteiras» da Associação para o Desenvolvimento, Dina Henriques, religiosa da Congregação das Servas Nossa Senhora de Fátima, Maria Odete Semendo, professora da língua portuguesa e Ernesto Dabó, músico, serão os intervenientes.

A exibição do documentário está agendada para as 20h00. A película foi realizada e produzida pela Dolly Filmes, com financiamento do Camões – Instituto da Cooperação e da Língua. O lançamento do documentário será ainda uma ocasião para «celebrar os 40 anos da proclamação da independência da Guiné-Bissau», destaca a FEC, em comunicado.