terça-feira, 20 de agosto de 2013

Activistas Japoneses Protestam Contra acções da China nas Ilhas Senkaku

Japão-"20 activistas japoneses manifestaram-se junto às ilhas do arquipélago das Senkaku domingo passado contra as mais recentes movimentações da guarda costeira chinesa na região.  As ilhas estão sob administração japonesa mas são reivindicadas por Pequim.
 
Hideki Nagayama, membro do grupo activista, lembra que “a China continua a entrar em águas territoriais japonesas ao largo das do arquipélago das Senkaku. Por isso queremos mostrar que é território nosso. Se ninguém faz nada, o Japão terá problemas sérios.”
 
Os manifestantes em várias embarcações pescaram e comeram o peixe como forma de protesto. Nas últimas semanas, e por causa da disputa por estas ilhas, as duas maiores economias asiáticas têm trocado provocações. Este arquipélago tem grande interesse estratégico e económico para a China e para o Japão já que tem grandes quantidades de peixe e pode ter grandes reservas de petróleo e gás".

União Europeia Revê Relações com Egipto

UE-O "presidente da Comissão Europeia e do Conselho Europeu anunciaram fim-de-semana que "em conjunto com os Estados-Membros, a União Europeia vai reavaliar com urgência as relações com o Egipto e as medidas a adoptar" para que se promova "o fim da violência e o regresso ao diálogo político e ao processo democrático."
 
O Egipto está a entrar num quadro de guerra civil desde que a violência nas ruas se agravou a partir de quarta-feira, 14 de Agosto. Nesse dia, centenas de manifestantes que apoiavam o presidente deposto Mohammed Morsi são mortos. O número estimado de vítimas desde quarta-feira é de 600.
 
O ministro da Defesa e chefe do Exército egípcio, general Abdel Fatah al Sisi, disse no domingo que as Forças Armadas respeitam a vontade do povo, não querem poder mas advertiu os islamitas que não se vão vergar perante a violência. "Não vamos ficar impassíveis perante a destruição do país e as ameaças contra a população" disse Al-Sisi, num discurso no Cairo perante as chefias das forças de segurança.
 
O comunicado conjunto da Comissão e do presidente do Conselho é mais um passo no sentido da condenação europeia dos acontecimentos no Egipto. A posição da UE foi avaliada segunda-feira última na reunião de embaixadores. Uma decisão deverá ser adoptada ainda esta semana na reunião dos ministros dos Negócios Estrangeiros, admitindo-se que possa ser congelada a ajuda ao Egipto, conforme o que está a ser proposto pela França".

Musaharraf Acusado de Assassinato de Benazir Bhutto

Paquistão-"O ex-presidente do Paquistão, Pervez Musharraf, foi formalmente acusado do homicídio da antiga primeira-ministra e rival política, Benazir Bhutto, em 2007.
 
Musharraf voltou ao território paquistanês em Março, depois de quatro anos no exílio, e encontra-se em prisão domiciliária na sua residência dos arredores da capital Islamabad.
 
Bhutto foi assassinada no fim de um comício eleitoral em Rawalpindi, a 27 de Dezembro de 2007, num ataque suicida, poucas semanas depois de ter regressado ao Paquistão depois de anos no exílio.
 
Na altura, o governo acusou os talibãs paquistaneses e Musharraf disse ter avisado a opositora de que corria perigo".

Nigéria Anuncia Morte do Chefe do Boko Haram

Nigéria-O exército da Nigéria anunciou a morte do chefe do grupo islamita nigeriano Boko Haram.
 
Segundo a mesma fonte, Abubakar Shekau foi alvejado durante um confronto com soldados, na floresta de Sambisa, no nordeste da Nigéria. Terá sido transportado clandestinamente para os Camarões onde acabou por morrer.

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Guiné-Bissau: Serviços da APGB paralisados

Bissau - Os serviço da Administração dos Portos da Guiné-Bissau (APGB), único porto comercial no país, encontram-se paralisados desde as primeiras horas desta sexta-feira, 16 de Agosto, um caso que tem vindo a se arrastar desde o final do dia anterior.
 
Em causa está a exoneração do Director-geral da instituição, Augusto Cabi, pelo Ministro de Transportes e Ministro do Estado, Orlando Mendes Veigas, que não foi aprovada por alguns funcionários da APGB.

Helder Gomes disse desconhecer a situação. Contudo, admite que este caso esteja relacionado com a guerra interna entre os militantes do Partido de Renovação Social, que é responsável pela pasta dos Transportes.

«Estamos em busca de soluções entre as partes para que os serviços voltem a funcionar normalmente», disse Gomes.

De passagem pelo local, a PNN encontrou várias pessoas sentadas junto às instalações da Direcção-geral da APGB, na sua totalidade fechadas pelos trabalhadores que reclamam a continuidade de Augusto Cabi como responsável máximo da instituição.

Entretanto, uma fonte próxima de Augusto Cabi denunciou à PNN que este teria sido alvo de assassinato, esta madrugada, junto à sua residência em Bissau. «Houve uma tentativa de assassinato na casa dele esta madrugada. Um grupo de pessoas com máscaras e armadas foram à procura dele», disse a fonte.

A disputa sobre a posse do Director-geral da APGB mereceu  quinta-feira passada, 15 de Agosto, comentários no discurso preferido por Antonio Indjai, Chefe do Estado- Maior General das Forças Armadas, durante a cerimónia de abertura da 1ª Conferência Nacional de Segurança e Serviço de Informação Militar, classificando o assunto como ambição pelo dinheiro.

Augusto Cabi foi indicado pelo Comando Militar para se ocupar destas funções poucos dias depois do golpe de Estado do dia 12 de Abril 2012.

Sobre este assunto, os economistas prevêem uma grande perda para o tesouro público, considerando que afecta negativamente, do ponto de vista económico, os trabalhos da Direcção-geral das Alfandegas da Guiné-Bissau.

União Africana Pede Contenção no Egito

 (AL-WATAN NEWSPAPER / AFP)
Egipto-"A presidente da Comissão da União Africana (UA), Nkosazana Dlamini-Zuma, pediu sábado passado em Lilongüe contenção ante os violentos protestos no Egito.
 
"Peço a todas as partes que atuem com a máxima contenção e que iniciem diálogo", disse durante uma reunião de líderes do sul da África na capital do Malauí. "É necessário que a UA peça uma reunião sobre a paz e a segurança no Egito", disse.
 
O ministro alemão das Relações Exteriores e seu colega do Catar - principal apoio da Irmandade Muçulmana -, condenaram sábado em Berlim a escalada da violência no Egito e também defenderam o diálogo.
 
"Estamos comovidos pela violência contínua e brutal no Egito", disse o chefe da diplomacia alemã, Guido Westerwelle, durante uma entrevista com o colega do Catar, Khalid bin Mohamed Al-Atiyah".

Um Terço das Mulheres do Quênia Foi ou Será Vítima de Estupro

Quênia-"Ser mulher no Quênia significa ter mais de 30% de possibilidade de sofrer algum tipo de abuso sexual durante a infância e adolescência, uma estatística assustadora que bate frontalmente com o pouco apoio recebido pelas vítimas. De acordo com um estudo realizado pelo governo do Quênia, em parceria com a ONU, um terço das menores quenianas terá sido o objeto de alguma violência sexual antes de completar 18 anos.

Este número é bem conhecido pelo Centro de Atendimento às Vítimas de Violência Sexual que a ONG Médicos Sem Fronteiras (MSF) opera no bairro de periferia de Kibera, em Nairóbi, uma das maiores cidades da África.Estima-se que em torno de 25% das pessoas que buscam ajuda são meninas menores de 12 anos.

Zaina Ahamed, queniana de 46 anos e uma das responsáveis pelo programa da MSF, conta que as menores são estupradas ou agredidas por pessoas de seu círculo, como vizinhos, conhecidos, membros da família, e até mesmo seus pais.

"Aos menores temos que dar ainda mais apoio que o normal, porque às vezes os estupradores são os próprios pais, e por isso temos que ter certeza que seu núcleo familiar é seguro", explica Zaina na porta do centro, que fica em uma das caóticas e empoeiradas ruas de Kibera.

Zaina diz ser muito comum serem os pais os violentadores, os vizinhos, e que normalmente a comunidade costuma ficar contra a vítima, a quem culpam por mentir ou criar uma má reputação para o bairro. "As vítimas vêm aqui porque não recebem nenhum tipo de apoio da comunidade. É preciso ser muito forte para sobreviver a um caso assim", ressalta.

O caso mais marcante para Zaina é o de uma menina de 12 anos que foi estuprada por um vizinho. "A menina demorou uma semana em contar à família que tinha sido violentada pelo vizinho. Quando a irmã foi enfrentar o estuprador, ele negou veementemente, mas uma hora depois se suicidou", contou.

Longe de receber o apoio do resto das pessoas da comunidade, a menina foi acusada de ser a responsável pela morte do morador. "Tal foi o assédio para ela, que teve que se mudar", relata Zina, com a naturalidade de quem viu centenas de casos similares.

Mas não são só as meninas que contam com uma rede de apoio praticamente inexistente. As mulheres, já adultas, também sofrem a mesma rejeição. Segundo Ahamed, muitas mulheres que contam ao marido terem sido estupradas são expulsas de seus lares ou acusadas de serem mentirosas. "Muitos homens acusam suas esposas de mentirosas, de dizer que foram agredidas sexualmente quando na realidade se tratava de relação consentida", declara a funcionária da MSF.

A causa do estigma e da rejeição que vem com a violência sexual, a pouca confiança que os quenianos têm em sua polícia e em seu sistema judiciário, fazem com que a maioria dos estupros nem sequer sejam denunciados, apesar da legislação impor penas duras aos estupradores.

Helen Achieng49 anos que mora em Kibera, denunciou às autoridades ter sido violentada, mas sem resultado. Ela vive nesta cidade há mais de 18 anos, depois da morte de seu marido, que, Helen suspeita ter morrido de Aids.

Infectada pelo vírus, Helen foi estuprada numa noite quando voltava com um grupo de amigos de um acto para arrecadar dinheiro para o funeral de uma amiga. A caminho de casa ela encontrou um grupo de homens armados que a levaram, junto com outra amiga, a uma floresta. Ali foi violentada por quatro homens diferentes durante mais de três horas.

Os estupradores nunca foram detidos nem processados, apesar de Helen ter buscado ajuda no centro da MSF e denunciado a violência. Além da incompetência das autoridades, Helen está cansada do pouco apoio e compreensão que recebeu dos vizinhos com quem conviveu por duas décadas.

"Os vizinhos que sabem do estupro dizem muitas coisas estúpidas. Alguns perguntam porque andava pela rua, que talvez estivesse procurando pelo que me aconteceu", explica com amargura. "Dizem que mudei, que fiquei sombria, que estou com o pavio curto e que estou mais magra", acrescenta.

Até seu filho mais velho pediu que não denunciasse os estupradores, que não continuasse investigando a identidade de seus agressores, como se assim fosse possível esquecer aquela noite. Aconteceu e ponto. Agora é preciso esquecer, dizia meu filho".