terça-feira, 13 de agosto de 2013

"Não Vamos Deixar as Ruas Até Vencermos ou Morrermos"

Egito-Sem receios, os partidários do presidente Mohammed Morsi, apoiado pela irmandade muçulmana, resistem às ameaças dos militares no Cairo. A anunciada intervenção deveria ter acontecido na segunda-feira de madrugada, conforme foi dito pelas autoridades, mas tudo encontra-se na mesma. Um mar de gente permanece estoicamente em duas praças da capital egípcia – a Rab’a al-Adaweya e a al- Nahda.
 
“Os sentimentos fortes e mútuos aqui e nos nossos corações esperam pelo perigo e pela morte. Estamos dispostos a morrer por Allah”, diz uma mulher. “A moral aqui na Rab’a al-Adaweya e em todas as praças do Egito é muito grande. Somos combatentes de Deus e não vamos deixar as ruas até vencermos ou morrermos”, garante um idoso.
 
Os manifestantes querem o regresso do presidente deposto ao poder. O Egito está em convulsão política e social desde 2011, quando acabaram os 30 anos de poder de Hosni Mubarak.
 
O correspondente da Euronews Mohammed Shaikhibrahim faz o ponto da situação: “existe uma expectativa cautelosa dos egípcios aqui depois dos crescentes sinais do início da intervenção de segurança para acabar com os protestos e da prontidão dos manifestantes para repelir uma investida policial que vai determinar as referências para o futuro cenário político no Egito”. Fonte: Euronews
 

Ibrhaim Keita Mais Próximo da Presidência do Mali

Mali-"Ibrahim Boubacar Keita está um passo de se tornar no chefe de Estado do Mali, depois de o rival ter admitido a derrota e felicitado a vitória do antigo primeiro-ministro. Os resultados ainda não são conhecidos, mas o triunfo dificilmente lhe escapará, pois teve o apoio de 22 dos 25 candidatos na 2 volta das presidenciais, depois de vencer a 1a ronda com 40% dos votos.
 
Soumalia Cissé, ex-ministro das Finanças, admitiu a derrota na segunda-feira à noite, apesar de horas antes ter feito referência a fraude. Os observadores locais e internacionais afirmam que apesar de ligeiras irregularidades, o escrutínio foi exemplar.
 
Um mandato forte de Ibrahim Boubacar Keita pode ser talismã para a governação de um país com grandes desafios: negociar a paz duradoura com os rebeldes tuaregues no norte, resolver problemas no seio das forças armadas e combater elevados níveis de corrupção no país".

Lider da Revolução Cubana Faz 87 Anos

 Cuba-"Fidel Castro faz, 87 anos. Filho de um imigrante galego e de uma cubana foi educado em escolas jesuítas. Destacou-se em desporto, mas optou pela política.
 
Afastou-se da vida pública em 2006 devido a uma doença nos intestinos, mas continua a ser uma referência em Cuba. “Para mim, enquanto cubana Fidel representa tudo de melhor na nossa história” afirma uma mulher. “Desejo-lhe muitos mais anos de vida e que continue a ser o nosso presidente” refere uma criança.
 
Para uma grande parte da população, Fidel vai ser sempre o presidente de Cuba. A doença precipitou a entrada em cena do irmão em 2006 como chefe de Estado interino. Dois anos depois Raul Castro tornou-se, formalmente, presidente.
 
Mas é preciso recuar um pouco mais no tempo para compreender o movimento que deu origem à revolução cubana. O ataque em Moncada lançado há seis décadas pelos dois irmãos.
 
A batalha termina com a derrota dos revolucionários. Fidel Castro é condenado a 15 anos de prisão, mas acaba por cumprir, apenas, dois.
 
O exilo no México permite-lhe conhecer o médico argentino Ernesto “Che” Guevara e orquestrar o inicio do fim da era “Batista” que acabaria por se tornar realidade em 1958".

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Cecile Kyenge, a Ministra Italiana Alvo de Ataques Racistas

 
Itália-Cecile Kyenge é a primeira mulher negra num Governo italiano. É ministra da Integração desde 28 de Abril e tem sido alvo de vários ataques racistas. O vice-presidente do Senado, membro do partido Liga do Norte, chamou-lhe orangotango.
 
Recentemente, atiraram-lhe com bananas durante um comício e os insultos são frequentes na internet. Nascida no Congo49 anos, chegou a Itália em 1983 para estudar. Enquanto não obteve uma bolsa, passou um ano na clandestinidade e teve de trabalhar para concluir o curso de medicina. Em 1994, casou-se com um cidadão italiano e ganhou a nacionalidade.
 
Euronews: Depois dos ataques racistas que sofreu é a ministra italiana deste Governo mais conhecida no mundo. Como vive este momento?
 
Cecile Kyenge, ministra da Integração: Não é fácil lidar com ataques todos os dias. Desde a minha nomeação sofri ofensas e provocações todos os dias. Não os considero ataques contra mim mas contra a instituição que represento. Ao mesmo tempo, é uma experiência importante. Tenho sempre presente o percurso difícil da minha vida até agora. Enquanto médica e enquanto ministra, o meu objetivo foi sempre ajudar os outros.
 
Euronews: Escolheu a Itália porque é um país de que certamente gostava. Enquanto ministra descobriu uma Itália retrógrada?
 
C.K.: Muitas das coisas que estão a acontecer hoje não se devem ao facto de a Itália ser racista, mas de a Itália estar a atravessar um momento de mudanças. Estas mudanças não foram acompanhadas por uma política diferente, nem por uma comunicação que explicasse bem o fenómeno migratório, nem por uma educação que tenha tido em conta a memória da história italiana.
 
Euronews: Teve o apoio do Governo, desde o primeiro-ministro Letta ao Presidente Napolitano. Esperava mais?
 
C.K.: É difícil responder a essa questão. É a primeira vez que a Itália tem uma ministra de origem estrangeira e é a primeira vez que a Itália está confrontada com esta mudança.
 
Euronews: Queria a demissão do vice-presidente do Senado?
 
C.K.: Não me cabe a mim pedi-la.
 
Euronews: Não pergunto à ministra, pergunto-lhe a si, Cécile
 
Kyenge enquanto pessoa: gostaria de vê-lo demitido?
 
C.K.: Gostaria de… Enfim, cabia-lhe a ele tomar essa decisão. Ninguém lhe deve impor isso. A mudança começa assim: é preciso que cada um de nós tome posição e seja capaz de fazer marcha atrás.
 
Euronews: Os italianos são racistas?
 
C.K.: Sim, são muito racistas, mas não se pode dizer que todo o país é racista senão não teria tido a possibilidade de fazer este percurso de integração.
 
euronews: Arrependeu-se de ter aceite o cargo de ministra da Integração?
 
C.K.: Não, nunca, nem por um momento.
 
Euronews: Nunca pensou deixar o governo?
 
C.K.: Não, há sempre alguém que deve abrir caminho. A minha personalidade não pode sobrepor-se à causa. É a causa que merece toda a atenção, incluindo a negação de si próprio.
 
Euronews: A sua nomeação tem um valor altamente simbólico. É ministra sem pasta. Teme não ter os meios necessários para fazer o que pretende?
 
C.K.: Não. Penso que, por vezes, as mudanças podem fazer-se com poucos recursos. Por vezes, podemos conseguir mudanças através de um trabalho interministerial.
 
Euronews: O direito à nacionalidade italiana para filhos de imigrantes nascidos em Itália e a revogação do crime de imigração ilegal são as suas prioridades. Três meses depois do início do seu mandato, o que é que fez?
 
C.K.: Os filhos de um casal que viva em Itália há 3 ou 5 anos são crianças nascidas no mesmo hospital, que vão às mesmas escolas e às mesmas salas de desporto que as outras crianças italianas. Eles começaram outro percurso diferente dos pais. Trata-se de facilitar o acesso à cidadania. E é sobre esta questão que o Governo trabalha hoje. Há quase 20 propostas de lei apresentadas a nível ministerial. O meu ministério trabalhou para simplificar o procedimento administrativo para se obter a nacionalidade. Entre as outras medidas, há a possibilidade de provar que se reside legalmente no país, não apenas com um visto de residência mas também com outro tipo de documentos.
 
Euronews: A Itália é capaz de grandes gestos de acolhimento e, ao mesmo tempo, as políticas de imigração italianas são alvo de grandes críticas a nível europeu. Qual é a verdadeira imagem de Itália?
 
C.K.: Neste momento, a Itália tenta mudar o aspeto da política migratória, graças também à abordagem do meu ministério para resolver certos problemas. O facto de termos um ministério da Integração é um ponto fundamental para o governo.
 
Euronews: Pensa que a Itália está sozinha a gerir o fluxo de imigração clandestina? Até que ponto se sente a ausência europeia?
 
C.K.: Isso deve-se à legislação europeia, segundo a qual, por exemplo, um cidadão que chega a Itália deve pedir asilo a Itália. Devemos trabalhar para que quando uma pessoa entre em Itália, entre, de facto, no espaço Schengen. Trabalhamos para a tomada de consciência de toda a comunidade europeia para enfrentar o problema com outra abordagem.
 
Euronews: Que tipo de abordagem?
 
C.K.: O Espaço Schengen baseia-se na livre circulação dentro desse território.
 
Euronews: Após os primeiros cem dias do Governo Letta, muitos não acreditam que seja para durar. O primeiro-ministro mostra um grande optimismo. É um optimismo partilhado pelos elementos do Governo ou é um optimismo de fachada?
 
C.K.: É um optimismo partilhado. Alguns pensavam que não íamos aguentar nem 100 dias, mas superámos os cem dias e é um passo importante.
 
Euronews: Tem saudades da vida de médica?
 
C.K.: Sim! Tenho algumas saudades. É a primeira vez que aproveito para saudar os meus pacientes! Fonte:Euronews

Manifestantes Pró-Morsi Aguarda Anunciada Intervenção dos Militares

Egipto-Os apoiantes do presidente deposto Mohammed Morsi não cedem um milímetro e aguardam a todo o momento uma ação das autoridades de facto para os dispersar. São dois os locais onde os manifestantes resistem às ordens dos militares liderados pelo general Abdel Fattah al-Sisi. Recusam sair e exigem que o chefe de Estado deposto, apoiado pela Irmandade Muçulmana, seja recolocado no cargo.
 
“Este é um protesto para todos os filhos do Egito e qualquer tentativa de nos cercar ou de nos impor uma morte lenta, com o corte de mantimentos ou eletricidade, é um crime. Os responsáveis hão de responder pelos actos. Também, a morte de egípcios com base em diferenças políticas, como tem estado a acontecer com a polícia e os militares, será punida e poderá inflamar todo o Egito”, diz Gamal Heshmat, líder sénior da Irmandade Muçulmana.
 
Os militares anunciaram que as operações iriam começar esta madrugada. Consideram as manifestações uma ameaça à segurança nacional e dizem estar a preparar uma nova transição política para a sociedade civil. Desde o golpe de Estado já morreram 300 pessoas.

Mali Aguarda Resultado das segunda Volta das Presidencias

Mali-"Os dados estão lançados. Terminada a votação, o Mali espera agora o resultado da voz popular na segunda volta das eleições presidenciais. Os primeiros sinais dão conta de uma elevada afluência às urnas. O escrutínio do domingo decorreu sem grandes incidentes.
 
Qualquer que seja o vencedor, o próximo chefe de Estado vai herdar um país recheado de problemas depois de um ano passado com um golpe de estado, com o avanço de rebeldes islâmicos e a intervenção estrangeira para travar e fazê-los recuar.
 
E deverá ser o antigo primeiro-ministro Ibrahim Boubacar Keita o homem escolhido pelo povo. Na primeira volta conquistou 40 % dos votos e para esta segunda volta reuniu apoio de 22 dos 25 candidatos, ingredientes que fazem dele favorito. Prometeu acabar com o caos e tem como prioridade a paz com os rebeldes Tuaregues.
 
Com uma ideia contrária e do outro lado barricada eleitoral, está Soumaila Cissé, antigo ministro das finanças. Na primeira volta recolheu 19 % dos votos e denunciou fraude. Mas Cissé, que dá prioridade à educação e ao emprego, jurou respeitar os resultados da segunda volta e já anunciou que desta vez houve menos irregularidades. A contagem dos votos deverá estar concluída dentro de dois a três dias".

EUA Reabrem Representações Diplomáticas na África e Oriente Médio

Estados Unidos -"Os Estados Unidos reabriram h(11/08) duas embaixadas e um consulado que estavam fechados desde o último dia 4, quando o governo norte-americano decidiu fechar temporariamente as sedes diplomáticas no Norte da África e no Oriente Médio, em função da ameaça de um ataque da Al Qaeda. Com a decisão, 22 embaixadas e consulados do país foram fechados nas duas regiões.
 
A ação do governo americano foi motivada por uma suposta interceptação de mensagens da Al Qaeda, trocadas entre altos oficiais do grupo extremista, que tratavam sobre um plano contra uma embaixada. Na época, uma autoridade americana que não quis se identificar disse que a ameaça poderia estar relacionada ao Ramadã, mês sagrado para os muçulmanos.
 
A embaixada em Abu Dhabi, em Tripoli  e o consulado em Dubai foram reabertos. Mas, ainda em função das celebrações do fim do Ramadã, o governo norte-americano decidiu manter a embaixada em Riad e os consulados em Jeddah e Dahran, na Arábia Saudita, fechados até a próxima quarta-feira (14/08). A representação norte-americana no Bahrein deve ser reaberta amanhã e a do Qatar no próximo dia 15.
 
O anúncio de que diversas embaixadas seriam reabertas neste final de semana foi feito há dois dias pelo Departamento de Estado norte-americano. As únicas exceções, de acordo com o porta-voz do departamento, Jen Paksi, são a embaixada em Sana, no Iêmen, e o consulado em Lahore, no Paquistão. As duas representações vêm sendo alvos de ameaças de ataques e permanecerão fechadas".