quarta-feira, 3 de julho de 2013

Angola Contribui com 10 Milhões de Dólares Para Fundo Fiduciário



Angola-O ministro das Relações Exteriores, Georges Rebelo Pinto Chikoti, reiterou  em Addis Abeba, Etiópia, a contribuição de Angola de 10 milhões de dólares norte-americanos (um dólar equivale a 100 Kwanzas) para o fundo fiduciário de segurança alimentar em África.

De acordo com uma nota de imprensa do Ministério das Relações Exteriores, o governante, que intervinha na sessão de Chefes de Estado e de Governo da Reunião de Alto Nível sobre uma parceria renovada para uma abordagem unificada com vista a pôr fim a fome no continente, disse que Angola está solidária com todos os países africanos que lutam para erradicação desse mal.

Georges Chikoti que participa no encontro em representação do Presidente da República José Eduardo dos Santos, afirmou que o objectivo deste fórum é de debater assuntos pertinentes que tem a ver com a necessidade de melhorar a segurança alimentar e nutricional dos povos do continente africano e encontrar caminhos que conduzem a África para erradicação da fome.

A realização desta reunião dos lideres africanos com parceiros internacionais “Rumo ao Renascimento Africano, dentro de uma parceria renovada e no quadro de uma abordagem unificada para erradicar a Fome em África até 2015 no âmbito do CAAP”, abre uma nova era de optimismo para o desenvolvimento do continente e do programa detalhado para o desenvolvimento da agricultura africana, sublinhou.

O ministro das Relações Exteriores enalteceu ainda a melhoria significativa da renda per capita de muitos dos países africanos através de programas de desenvolvimento rural e de combate a fome e a pobreza implementados pelos Governos africanos e as partes interessadas nacionais, com o apoio da União Africana (UA) e seu programa NEPAD (Nova Parceira para o Desenvolvimento de Africa), a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) e de organizações locais e internacionais.

Segundo Georges Chikoti, fruto deste esforço, Angola alcançou o primeiro objectivo do Milénio ao reduzir pela metade a percentagem das pessoas malnutridas.

A Reunião de Alto Nível sobre uma Parceria Renovada para uma Abordagem Unificada com vista a pôr fim a fome em África, co-organizada pela Comissão da União Africana, a FAO e a Agência da NEPAD, com o apoio do Instituto Lula, bem como do país acolhedor iniciou os seus trabalhos domingo, com a participação do ministro da Agricultura e Desenvolvimento Rural, Afonso Canga, na sessão ministerial, onde apresentou igualmente a experiência de Angola na Redução da Pobreza e Combate à Fome.

terça-feira, 2 de julho de 2013

Obama Prepara Anúncio da Liberação de US$ 7 Bilhões Para a África

África-Em visita à África do Sul, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, prepara para o anúncio de um plano de apoio ao Continente Africano no valor de US$ 7 bilhões. A ideia é que os recursos ajudem no acesso à eletricidade. O dinheiro será destinado à região da África Subsaariana, onde mais de dois terços da população vivem sem luz. Os recursos serão aplicados no prazo de cinco anos.
 
O chamado Plano Power Africa (Poder da África em tradução livre) envolve a Etiópia, Gana, o Quênia, a Libéria, a Nigéria e a Tanzânia. Segundo a Agência Internacional de Energia (AIE), a África Subsaariana necessita de um investimento superior a US$ 300 bilhões para tornar universal o acesso à eletricidade em 2030.
 
Obama conversou com Graça Machel, mulher do ex-presidente sul-africano e Prêmio Nobel da Paz Nelson Mandela, e com parentes dele. Ele disse que não ia visitar Mandela, que está internado há três semanas, por respeito à família.

Vendem Cartas Falsas a 2000 €

Portugal-Dois homens suspeitos de pertencerem a uma rede de falsificação de cartas de condução foram detidos em flagrante delito pela GNR, em Sebadelhe, Vila Nova de Foz Côa, a venderem uma carta falsa, da República da Guiné-Bissau, por dois mil euros, a um homem de 43 anos.

segunda-feira, 1 de julho de 2013

Exportação de Caju na Guiné-Bissau Foi Suspensa, Alertam Exportadores

 
A 28 de Maio o então ministro das Finanças do Governo de transição da Guiné-Bissau, Abubacar Demba Dahaba, anunciou, em conferência de imprensa, que a taxa de exportação de caju, que era de 50 francos por quilo (0,07 cêntimos), passava para 100 francos (0,015).
 
A medida agradou à Associação Nacional de Importadores e Exportadores (ANIE-GB), que duas semanas depois disse já haver em Bissau 80 mil toneladas de caju para exportação. O caju é o principal produto de exportação da Guiné-Bissau e o sustento de milhares de famílias.
 
Fonte do Ministério das Finanças disse que foi o mesmo ministro (que entretanto saiu) quem revogou a descida da taxa. A ANIE-GB está agora a tentar mostrar que a nova medida torna impossível exportar o caju, disse à Lusa o vice-presidente da associação, Fernando Flamengo.
 
Os exportadores começaram a comprar caju "numa estrutura de custos que dava para exportar ao preço actual, que é baixíssimo.Compraram e quando os armazéns estão cheios e estão à espera dos barcos sai um novo decreto, a passar outra vez a taxa para 50 francos. Não sei o que faremos com a castanha (de caju), vai ser um problema gravíssimo, mas é impossível exportar", disse Fernando Flamengo.
 
Até agora, disse, apenas foram exportadas uma dúzia de toneladas, estando o restante caju ou em armazéns em Bissau ou então ainda no campo (50 a 60 mil toneladas), que os exportadores não irão comprar porque não podem vender o que têm.
 
"Não entendemos isto, é uma confusão muito grande. Está tudo parado, os armazéns estão cheios, a chuva está a chegar e os barcos a não virem", lamentou.
 
Na quinta-feira realizou-se em Bissau um debate sobre a questão do caju, no qual foi salientada a importância da transformação do caju no país, visto que até agora é vendido na quase totalidade em bruto, para a Índia.
 
Henriques Mendes, presidente da Agência Nacional do Caju, alertou para a necessidade de renovar cajueiros e disse que a capacidade instalada no país para processamento de caju nem chega a dois por cento da produção total.
 
"Os anos de ouro do caju na Guiné-Bissau acabaram", disse, justificando com o aumento da produção mundial e quebra na procura.
 
O responsável acrescentou que construir no país unidades de transformação de caju fica muito caro, o dobro do que custa por exemplo em Moçambique, e há o problema da "estabilidade de mão-de-obra", porque infelizmente os guineenses "não querem trabalhar".
 
Ainda assim, Nbalia Queita, do Centro de Promoção do Caju, disse à Lusa que esta semana foi exportado para os Estados Unidos um contentor com 15 toneladas de produto transformado, o que não acontecia há mais de 15 anos.
 
Como as unidades de transformação (torrar e descascar o caju, por exemplo) não têm capacidade, é o Centro que faz "o acabamento de acordo com as exigências do mercado externo", explicou, adiantando que é lá que se faz o processo de embalamento em vácuo.
 
A certificação foi feita em laboratórios do Senegal, já que a Guiné-Bissau também não tem essa capacidade. Nbalia Queita disse que deverá ser vendido outro contentor para os Estados Unidos e também a Eslovénia e a Rússia vão comprar.
 
Tudo isso, no entanto, representa uma ínfima parte, tendo em conta que o Governo projetava vender este ano até 180 mil toneladas de caju em bruto.
 
Queita disse à Lusa que a transformação do caju é "a única via" para a Guiné-Bissau, mas alertou para a necessidade de o Governo a considerar prioritária e não a onerar com impostos.
 
A União Europeia, em colaboração com a Organização Holandesa de Desenvolvimento, tem apoiado a transformação local do caju e a valorização dos seus derivados em duas regiões do país.
 
Nessas regiões estão a ser feitos sumos e bolachas de caju. O projeto tem um financiamento de 380 milhões de francos (580 mil euros).

Guiné-Bissau com Eleições Marcadas Para Novembro

Guiné-Bissau-O presidente interino da Guiné-Bissau anunciou sexta-feira passada a convocação de eleições legislativas e presidenciais para o dia 24 de Novembro.
 
Manuel Serifo Nhamadjo, num comunicado divulgado pela rádio estatal, disse que o país está agora preparado para ir a votos e que tomou a decisão depois de ter consultado os partidos políticos.
 
“As condições estão maduras para levarmos a cabo, com segurança, eleições presidenciais e legislativas no dia 24 de Novembro”, disse Nhamadjo.
 
A instabilidade regressou à Guiné-Bissau no ano passado, em resultado de um golpe de estado militar que derrubou o presidente interino Raimundo Pereira e o primeiro-ministro Carlos Gomes Júnior, dias antes do segundo turno das legislativas.

Domingos Simões Pereira Apresenta em Paris o Projecto Para o PAIGC

 Domingos Simões Pereira, candidato à liderança do PAIGC
Domingos Simões Pereira, candidato à liderança do PAIGC
 
Bissau-antigo secretário executivo da CPLP, Domingos Simões Pereira, é um dos candidatos à presidência do PAIGC, partido que estava no poder na Guiné-Bissau antes do golpe de estado. Com eleições marcadas para o país para dia 24 de Novembro, o PAIGC deverá marcar o congresso que vai eleger o novo líder em Julho.

Domingos Simões Pereira está de passagem pela capital francesa, para um encontro com a diáspora, que considera que teve e continua a ter um papel importante e activo para que o país volte à normalidade constitucional.

No encontro da tarde Domingos Simões Pereira quer mostrar o programa que tem para o PAIGC e para a Guiné-Bissau, e diz-se disposto a ser questionado e escurtinado pelo povo guineense, apostando na transparência.

Entretanto em Bissau, o PAIGC reuniu-se para tentar unir as diferentes candidaturas em torno de um único candidato, o antigo primeiro-ministro Carlos Correia, para liderar o principal partido guineense, sendo que dos candidatos que concorrem à sua liderança, quatro acordaram em apoiar Carlos Correia, já Braima Camará e Domingos Simões Pereira continuam na corrida.

sexta-feira, 28 de junho de 2013

Obama Por Fim em África, Um Continente Que Terá de Disputar à China


Obama-É a primeira visita pelo continente desde que foi reeleito Presidente. Deslocação ensombrada pela saúde de Mandela.

É uma viagem emblemática e que África esperava desde que Barack Obama foi reeleito, mas que começa ensombrada pelo estado crítico em que se encontra Nelson Mandela. Nas três escalas, no Senegal, África do Sul e Tanzânia, o Presidente norte-americano vai falar de democracia e desenvolvimento, mas chega ao continente com poucas armas para contrariar a posição dominante conseguida nos últimos anos pela China.
 
Muito mudou desde a breve visita de Obama ao Gana, há quatro anos, quando um continente inteiro bebeu as palavras do primeiro Presidente negro dos EUA: "O sangue de África corre nas minhas veias, a história da minha família integra por igual as tragédias e os triunfos da história maior de África", disse, numa homenagem também ao pai, de nacionalidade queniana. A euforia que acompanhou essa breve visita esmoreceu - África foi sendo relegada na agenda de um Presidente ocupado com a crise económica, as Primaveras Árabes, os assuntos internos - e dificilmente se repetirá, apesar do entusiasmo dos países que foram incluídos na viagem de Obama pelo continente.
 
O Senegal é a primeira paragem de Presidente norte-americano, com uma visita à ilha de Gorée e aos edifícios onde os cativos africanos eram mantidos à espera de serem mandados para a escravatura na América. Uma visita simbólica, sublinhando um pedaço comum da história dos dois continentes, mas com a escolha do Senegal a Casa Branca pretende enviar outra mensagem aos africanos. O país "é uma das raras ilhas de democracia na África francófona face a uma tormenta de golpes de Estado e ditaduras e isso foi determinante", explicou um diplomata ouvido pela Radio France Internationale.
 
África do Sul e Tanzânia são as etapas seguintes de um percurso durante o qual se espera que Obama insista na ideia forte que levou em 2009 ao Gana, a de que os africanos "não precisam de homens fortes, mas de instituições fortes".
 
A promessa de investimentos americanos no continente fará parte da agenda, mas não se espera que Obama apresente iniciativas com a dimensão das que foram lançadas pelos seus antecessores: Bill Clinton, que visitou várias vezes o continente, fez aprovar uma "lei sobre o crescimento de África", eliminando as barreiras comerciais sobre mais de seis mil produtos de 35 países africanos; George W. Bush aproveitou uma deslocação em 2003 para lançar um plano de cooperação na luta contra a sida, recordou a France 24.
 
Com a crise no Ocidente, é da China que parte hoje grande parte do investimento - em infra-estruturas, mas também nos sectores das minas e do petróleo - de que África precisa e que, desde 2009, faz de Pequim o principal parceiro económico do continente. Mas os EUA não querem ficar de fora da corrida pelas oportunidades económicas e pelas matérias-primas africanas e a visita de Obama pretende mostrar isso mesmo. "África é um continente onde temos de estar presentes e ficamos felizes de poder enviar, no início deste segundo mandato, uma mensagem muito forte do profundo compromisso americano", disse à AFP Ben Rhodes, o conselheiro diplomático de Obama.
 
Todos os planos podem, no entanto, desmoronar-se se surgirem más notícias de Pretória, onde o ex-Presidente sul-africano está hospitalizado em estado crítico. Mesmo que ele não morra, a situação clínica de Mandela ensombrará a passagem pela África do Sul, onde Obama é esperado no sábado para uma visita que incluiria Robben Island, a ilha que foi prisão do Nobel da Paz. O Governo sul-africano disse apenas que Obama não deverá visitar Mandela - com quem se encontrou uma única vez, quando era ainda um jovem senador.
 
A ensombrar a visita também o desagrado do Quénia por não ter sido incluído no périplo - uma decisão que se deve ao facto de o recém-eleito Presidente Uhuru Kenyatta ter sido acusado de crimes contra a humanidade pelo Tribunal Penal Internacional por causa da violência étnica que se seguiu às eleições de 2007 - e as notícias sobre os custos da viagem que, segundo o Washington Post, se situam entre os 60 e os cem milhões de dólares.