segunda-feira, 24 de junho de 2013

Guiné-Bissau: Serviço de Migração e Fronteiras Regista Maior Fluxo de Cidadãos Malianos no País

Bissau - As autoridades guineenses, através do Serviço de Migração e Fronteiras, anunciaram o registo de entrada de um maior número de cidadãos do Mali na Guiné-Bissau, nos últimos tempos.
 
De acordo com a fonte da PNN, nas últimas duas semanas, perto de três dezenas de cidadãos malianos foram intercetados, em situação irregular, no território da Guiné-Bissau.

A mesma fonte informou que, relativamente ao mês de Junho de 2012, as autoridades de Migração e Fronteiras não registaram as entradas em situação de irregularidade.

Este ingresso constante de cidadãos malianos no país foi referido, durante esta semana, pelo Presidente de transição, Manuel Serifo Nhamadjo, devido à ameaça de fundamentalistas islâmicas do Mali, que podem infiltrar-se na Guiné-Bissau. O Chefe de Estado solicitou a colaboração do país, através do Ministério do Interior, com outros países da sub-região.

A República da Guiné-Konacry continua a liderar a lista, com o mais elevado número de pessoas em situação ilegal na Guiné-Bissau, tendo registado a entrada de mais de 300 pessoas sem qualquer documento de identificação.

Em relação aos imigrantes de outros países, a presença de cidadãos de nacionalidade nigeriana caiu, comparativamente com os anos anteriores.

A Gâmbia, a Mauritânia, a China, a Serra Leoa, Burkina Faso e Índia registaram a menor quantidade de entradas no país, nos últimos dias, sendo provenientes do Gana 17 pessoas em situação de ilegalidade que entraram na Guiné-Bissau.

Guiné-Bissau: União Europeia Confirma Sanções aos Autores do Golpe de Estado

Bissau - O Conselho Europeu confirmou, a 18 de Junho, as medidas restritivas aplicadas, desde o ano passado, aos militares implicados no golpe de Estado de 12 de Abril de 2012.

Em comunicado de imprensa enviado à PNN, o Conselho Europeu informou que mantém a decisão tomada no ano passado, na sequência do golpe de Estado de 12 de Abril de 2012 na Guiné-Bissau, confirmando as medidas restritivas contra os 21 militares que estiveram envolvidos na acção.

A decisão prevê o congelamento, no território europeu, de todos os fundos e recursos económicos que sejam propriedade dos indivíduos, no seguimento da sua implicação em actos que ameaçaram a paz, a segurança e a estabilidade da República da Guiné-Bissau. Os militares estão igualmente sujeitos à proibição de entrada e permanência em território da União Europeia (UE).

O Conselho Europeu indicou ainda que a lista dos militares submetidos às referidas medidas pode ser consultada na página de Internet da Delegação da UE, junto da República da Guiné-Bissau.

quarta-feira, 19 de junho de 2013

Advogados Muçulmanos Exigem Detenção de Obama Quando Visita África do Sul


Cidade do Cabo - A Associação dos Advogados muçulmanos de Joanesburgo pede a detenção do Presidente norte-americano, Barack Obama, quando ele chegar a 29 de Junho corrente na África do Sul, de acordo com o seu porta-voz, Yousha Tayob.

A organização apresentou um documento de 600 páginas ao director nacional da Procuradoria da República sul-africana para pedir que investigações sejam levadas a cabo sobre Obama por "crimes de guerra", nomeadamente a sua implicação no Médio Oriente e nos ataques mortíferos lançados com drones norte-americanos, veículos aéreos não tripulados por homens, anunciou Tayob.

Ele considera que, em virtude do Tratado de Roma, a África do Sul tem o direito de perseguir um criminoso de guerra no seu território.

A viagem de Obama pela África do Sul inscreve-se no quadro de uma digressão africana que o levará também ao Senegal e à Tanzânia.

Por outro lado, a disputa entre o Congresso Nacional Africano (ANC, partido no poder) e a Aliança Democrática (DA, sigla em inglês), principal partido da oposição, que administra a província do Cabo Ocidental, continua em torno da possível visita de Obama à sua jurisdição.

A disputa surgiu depois da DA ter enviado uma carta ao presidente da Assembleia Nacional para pedir aos parlamentares para convidarem Obama a exprimir-se diante do Parlamento reunido em sessão comum durante a sua visita.

O gabinete do presidente do Parlamento rejeitou este pedido, considerando que, em virtude dos protocolos internacionais, o Parlamento não pode convidar um chefe de Estado estrangeiros a proferir um discurso nas suas instalações.

"O Presidente Obama visitará este país enquanto hóspede do Governo sul-africano e não enquanto hóspede do Parlamento. O programa da sua visita é por conseguinte conjuntamente estabelecido pelos dois Governos. Portanto, o Parlamento não pode desviá-lo, como sugerido pelo requerimento o gabinete da DA", lê-se num comunicado.

terça-feira, 18 de junho de 2013

Fundo Internacional Quer Criar 50 Escolas Profissionais em África



Presidente gabonês, Ali Bongo
Presidente gabonês, Ali Bongo

Libreville - O Presidente do Gabão, Ali Bongo Ondimba, anunciou, no final de um fórum internacional, em Libreville, a criação de um fundo de 150 milhões de euros (um euro equivale a AKZ 124.00 ) para financiar 50 escolas profissionais em África.

O anúncio do fundo Train My Generation (ensina a minha geração) foi feito no final do New York Forum Africa, fórum pan-africano que juntou líderes políticos, homens de negócios e peritos internacionais na capital do Gabão, durante três dias, e que terminou no domingo.

Segundo um comunicado da African Press Organization divulgado (segunda-feira), o objectivo do fundo é criar 50 escolas profissionais para educar 100 mil estudantes em África, durante um a dois anos.

As escolas profissionais vão focar-se em três áreas - turismo, agricultura e venda a retalho -, consideradas como aquelas com mais potencial de crescimento e de criação de emprego.

Os seis membros da Comissão da Comunidade Económica e Monetária da África Central (CEMAC) - Tchad, República Centro-Africana, Camarões, Guiné Equatorial, Gabão e República do Congo - darão o pontapé de saída no financiamento do fundo, com 37 milhões de euros.

Os restantes virão do setor privado e de investidores africanos e internacionais, em associação com o New York Forum Institute, responsável pelo New York Forum Africa.

As duas centenas de participantes no fórum apontaram o crescente desemprego jovem como o maior desafio para o continente africano.

O fundo será apresentado na cimeira do G8 (grupo que inclui Estados Unidos, Japão, Alemanha, Reino Unido, França, Itália, Canadá e Rússia), que hoje começa na Irlanda do Norte. O objectivo é "demonstrar que África (...) está decidida a fazer do emprego juvenil uma prioridade", disse o Presidente do Gabão.


União Europeia Reafirma Apoio Financeiro à Guiné-Bissau Para as Eleições

Bissau-O representante da União Europeia (UE) na Guiné-Bissau, Joaquim Gonzalez Ducay, reafirmou que a organização vai apoiar técnica e financeiramente as eleições gerais do país, que devem ocorrer em Novembro deste ano.

 Gonzalez Ducay falava aos jornalistas em Bissau após assistir à cerimónia de posse da nova equipa dirigente da Comissão Nacional de Eleições (CNE), liderada pelo juiz do Supremo Tribunal de Justiça (STJ) Augusto Mendes e ainda integrada por três magistrados.

O representante da UE não costuma comparecer às cerimónias ou actos oficiais das autoridades de transição, que não são reconhecidas por Bruxelas, mas Gonzalez Ducay sentou-se na primeira fila de convidados no acto de posse dos novos dirigentes da CNE.

Sobre a sua presença na cerimónia, o embaixador dos "27" afirmou tratar-se do reconhecimento dos esforços no processo de conclusão da transição na Guiné-Bissau rumo à organização de eleições gerais, que "é exigência da comunidade internacional".

"Já confirmámos que a União Europeia está pronta para contribuir para o financiamento do processo eleitoral com fundos e apoio técnico", observou Gonzalez Ducay, quando questionado sobre o que a UE pensa fazer daqui para a frente em relação à Guiné-Bissau.

Questionado sobre se a sua presença na posse dos novos dirigentes da Comissão Eleitoral significa o reconhecimento das autoridades de transição, o embaixador disse que a a UE quer falar antes do apoio às próximas eleições gerais.

"Estamos a falar do apoio ao processo eleitoral para o regresso da ordem constitucional. Esta é uma etapa importante, vamos proceder por etapas. Vamos continuar com os apoios em função da evolução dos acontecimentos", sublinhou Gonzalez Ducay.

O diplomata europeu reconheceu que foram dados passos importantes com a criação do novo Governo inclusivo e agora com a posse da nova equipa dirigente da CNE, mas disse faltar ainda a marcação da data das eleições.

Gonzalez Ducay afirmou também que o novo Governo criado na semana passada tem a responsabilidade de preparar as eleições dentro dos padrões internacionalmente aceites.

"O Governo tem uma grande responsabilidade de gerir o processo de transição até à realização de eleições que se querem livres, justas e transparentes e que permitam ao país regressar à ordem constitucional", acrescentou.

Guiné-Bissau: Augusto Mendes é o Novo Presidente da Comissão Nacional de Eleições

Bissau - A Comissão Nacional de Eleições (CNE) tem um novo Presidente, o juiz conselheiro Augusto Mendes, que exercia o cargo de Presidente do Conselho Nacional da Comunicação Social.
 
O novo homem forte da CNE, que substitui o falecido Presidente Desejado Lima da Costa, foi eleito quarta-feira passada, 12 de Junho, pelos deputados da Assembleia Nacional Popular (ANP) com 82 votos a favor. O seu adversário, Emiliano Nosoline dos Reis, antigo Presidente do Supremo Tribunal de Justiça, contou com três votos.

Para a função de Secretário Executivo da CNE, os parlamentares elegeram José Pedro Sambu, outro magistrado judicial, que terá como Secretários Executivos adjuntos Cátia Lopes e Idrissa Djaló.

A eleição do corpo dirigente da CNE, ao abrigo do Pacto de Transição e do Acordo Político recentemente assinado, representa um passo importante para o início do processo das eleições Gerais previstas para Novembro deste ano, tido como prioritário pelo actual Governo de transição e pela Comunidade Internacional.

segunda-feira, 17 de junho de 2013

Como a China Gasta Suas Reservas Bilionárias?

China-É possível ter uma coisa boa em excesso?
A pergunta vem do facto de que, enquanto muitos governos ocidentais têm de se preocupar com seus crescentes deficit comerciais, a China tem o problema oposto.Graças ao seu sucesso como país exportador, a China tem as maiores reservas de moeda estrangeira do mundo. E essas reservas não param de crescer,  chegaram a um recorde de US$ 3,44 trilhões.

Com todos os zeros, essa soma é US$ 3.440.000.000.000, equivalente ao tamanho da poderosa economia alemã.O conteúdo das reservas é um segredo de Estado, mas um relatório divulgado anos atrás no periódico China Securities Journal revelou que 65% delas consistem em dólares, 26% em euros, 5% em libras e 3% em ienes.

A China é a maior detentora de títulos da dívida do governo americano, depois do Fed (banco central americano). Também tem títulos da dívida de governos europeus, mas não tantos títulos de países periféricos endividados - pelo menos não tantos quanto a zona do euro gostaria.No pico da crise do euro, a moeda comum europeia subia a cada sinal de que a China planejava comprar títulos europeus.

Você pode achar que ter um superavit comercial como o chinês seja uma boa notícia. Mas, segundo autoridades do banco central da China, a situação acabou causando um problema, por causa do câmbio fixo chinês.

Desafios

 
As reservas internacionais ajudam a proteger a moeda de um país de ataques, já que a venda de moedas estrangeiras ajuda a sustentar o valor da moeda local. Os bancos centrais aprenderam essa lição após a crise financeira da Ásia, em 1997.

A China permite que o yuan flutue até 1% para mais ou menos, e as reservas ajudam nisso. Mas não está claro qual a quantidade de reservas que um país realmente precisa.

Não se trata apenas do temor de que o dólar ou o euro se depreciem. A preocupação é também de que as reservas contribuam para um excesso de dinheiro na economia. Isso tem levado ao aumento de preços, inclusive de habitação.
 

Quando um banco central acumula reservas, ele imprime dinheiro (yuan) para comprar os dólares, euros, libras e ienes que acrescenta a essas reservas. Para impedir que isso gere inflação (imagine o que aconteceria se a China imprimisse US$ 3,4 trilhões à sua economia, que movimenta US$ 8 trilhões), o BC "esteriliza" suas ações tirando a quantidade de dinheiro equivalente da economia.

A China faz isso pagando juros ao dinheiro que bancos comerciais depositam no Banco Central, para incentivar os bancos a deixar seu dinheiro ali.A esterilização tende a ser incompleta, já que os bancos buscam taxas de remuneração maiores em outros investimentos, em vez de deixar todo seu dinheiro no BC.

Além disso, há a preocupação de que o BC não esteja obtendo um grande retorno nessas reservas, já que os yields (taxas de juros) de títulos das dívidas europeias e americanas são baixos.

Então, a China usa essas reservas para financiar investimentos no exterior. Pequim quer comprar activos reais - como portos, recursos naturais, tecnologia e companhias financeiras.Isso contribui para seu objetivo de criar multinacionais chinesas.

Política de expansão

Ter empresas competitivas globalmente poderia ajudar a China a aumentar sua capacidade tecnológica e sua produtividade, algo crucial para sustentar seu crescimento. A China gostaria de seguir o exemplo de outros que enriqueceram - como a Coreia do Sul ou Taiwan - e desenvolver marcas internacionais, como Samsung e HTC.
Essa era a meta quando Pequim lançou sua política global, em 2000. O primeiro investimento comercial no exterior foi em 2003-04, na Europa, quando a empresa chinesa TCL comprou a marca francesa Thomson.

Desde então, seus investimentos estrangeiros aumentaram exponencialmente e atingiram níveis recordes, superando os internos - dado que geralmente indica que um país está chegando ao nível de desenvolvimento econômico.A maioria desses investimentos chineses tem ido para outras partes da Ásia, para a América Latina e a Europa.

Para investir no exterior, as empresas chinesas necessitam de autorização oficial, já que o governo do país é o controlador de movimentos de capitais. Sendo assim, os investimentos chineses vão para onde a China tem interesse em crescer - não apenas recursos naturais, mas também tecnologia e serviços com valor agregado. É por isso que os países que mais recebem esses investimentos (com exceção de Hong Kong e Ilhas Cayman) são Austrália, Cingapura e EUA.

Política

No entanto, o capital chinês nem sempre é bem recebido.Investimentos de origem estatal podem gerar desavenças políticas, como já ocorreu nos EUA e na Austrália.

E empresas privadas chinesas têm dificuldades em operar, por conta da falta de transparência quanto ao que é privado e o que é ordenado pelo Estado. Isso indica uma necessidade de reformas na China, para deixar claras as fontes de financiamento em seus negócios internacionais e a real posse de empresas chinesas.

Ao mesmo tempo, a China não deve continuar tendo os grandes superavit comerciais do passado.Em 2012, o superavit caiu para menos de 3% do PIB - chegara a 10% antes da crise de 2008. Os chineses não estão exportando tanto por conta da menor demanda externa, então é improvável que acumulem tantas reservas quanto antes.

Isso também significa que será mais importante que os investimentos chineses no exterior sejam bem vistos, já que a China dependerá mais de multinacionais produtivas e competitivas para continuar crescendo. E essas empresas precisarão cada vez mais se financiar de maneira competitiva.

Certamente veremos mais empresas chinesas disputando terreno global. Seu sucesso será importante não apenas para as próprias empresas, mas para o próprio futuro da China.