quinta-feira, 30 de maio de 2013

Portugal Foi o Décimo Maior Investidor em África entre 2007 e 2012


Portugal-Portugal foi o 10.º maior investidor em África entre 2007 e 2012, lançando 137 novos projectos, numa lista liderada pelos Estados Unidos, com 516, segundo um relatório da consultora Ernst & Young.
 
De acordo com o relatório Africa Attractiveness Survey relativo a 2013, que resulta de mais de 500 inquéritos feitos a gestores e líderes empresariais, Portugal ocupa o décimo lugar, logo abaixo da China e acima do Quénia, numa lista inserida num relatório que revela que a África do Sul é o país mais apetecível para os empresários estrangeiros e que os investimentos dos países africanos noutros países do mesmo continente registam uma tendência sustentada de crescimento.
 
O documento, que combina as respostas dos empresários com uma análise das finanças e dos fluxos de investimento para África, constata que Moçambique teve a quinta maior subida em termos percentuais na captação de investimento directo estrangeiro (IDE), subindo 33% entre 2007 e 2012.
 
De acordo com a Ernst & Young, "ao olhar para a tendência de investimento durante a última década, constata-se que o IDE em países africanos tende a ser dominado por um pequeno número de países", uma vez que só África do Sul, Egipto, Marrocos, Nigéria, Angola Tunísia e Argélia representam 60% dos novos projectos nesses anos.


Angola recebeu 309 novos projectos de investimento estrangeiros, representando mais de 5% do total entre 2007 e 2012, sendo, assim, o sétimo país africano a captar mais verbas externas

Estudo: África Envia Mais Dinheiro Para o Ocidente do que Recebe

Estudo: África envia mais dinheiro para o Ocidente do que recebe

África-África enviou mais dinheiro para fora do continente do que o montante que recebeu da comunidade internacional nos últimos trinta anos, revela um relatório do Banco Africano para o Desenvolvimento (BAD) e da Global Financial Integrity (GFI).


De acordo com o relatório, apresentado no âmbito do 48.º Encontro Anual do BAD, em Marraquexe, África enviou, entre 1980 e 2009, quase 1,4 triliões de dólares (1,08 biliões de euros) para fora do continente, incluindo as saídas financeiras ilegais resultantes de atividades como o tráfico humano ou de droga.
 
"O pensamento tradicional é que o Ocidente tem inundado África com dinheiro através de fluxos de ajuda internacional e do setor privado, sem receber grande coisa em troca. O nosso relatório inverte esta lógica - África é um contribuinte líquido para o resto do mundo há décadas", diz Raymond Baker, o presidente do Global Financial Integrity, um 'think thank' de pesquisa e activismo com sede em Washington.
 
"A saída de recursos de África nos últimos trinta anos é quase equivalente ao PIB africano actual e está a atrasar a recuperação do continente", sublinha o economista-chefe e vice-presidente do BAD, Mthuli Ncube.
 
O estudo, preparado por uma equipa de economistas do BAD e deste 'think thank' norte-americano, conclui que entre 1980 e 2009 os fluxos financeiros que saíram de África situaram-se entre os 1,2 e os 1,4 triliões de dólares a preços correntes, incluindo as actividades ilegais, sobre as quais os autores não se pronunciam, a não ser para dizer que provavelmente terão tido um efeito negativo no desenvolvimento económico.
 
"Mais de um trilião de dólares saiu ilicitamente de África nos últimos 30 anos, superando os fluxos de capital para o continente africano, e dificultando o desenvolvimento económico", disse o economista-chefe do GFI, Dev Kar, que já ocupou o mesmo cargo no Fundo Monetário Internacional.
"
Reduzir estes fluxos devia ser uma prioridade para os decisores políticos em África e no Ocidente porque eles motivam e são, ao mesmo tempo, motivados por um degradado ambiente empresarial e má liderança política, sendo que ambos cerceiam o crescimento económico. A taxa de crescimento mais baixa resulta em mais dependência de ajuda externa, com o esforço dos contribuintes estrangeiros a compensar a quebra nas receitas [de impostos] dos Estados, uma vez que a evasão fiscal é parte dos fluxos ilícitos", acrescenta o responsável.
 
Entre as recomendações dos autores para inverter esta tendência estão a criação de fundos soberanos, a celebração de acordos entre os países relativamente aos paraísos fiscais para aumentar a transparência, incluindo a redução do recurso a offshores e 'empresas-fantasma', e obrigar os bancos a reportar ao Banco de Pagamentos Internacionais as transferências feitas de e para África, entre outros.

quarta-feira, 29 de maio de 2013

Rússia Vai Enviar Mísseis à Síria Para Dissuadir Intervenção Estrangeira

MOSCOVO - Rússia afirmou terça-feira que vai enviar mísseis antiaéreos S-300 para a Síria em uma tentativa de dissuadir a intervenção estrangeira. Somada ao fim do embargo de armas da União Europeia ao país anunciado na véspera, a decisão pode indicar o início de uma escalada armamentista em um conflito que já matou mais de 80 mil pessoas em dois anos. A medida russa tão pouco agradou países como França e Israel, que afirmou saber como agir se os mísseis russos chegarem ao território sírio.

Mais cedo, ao comentar a decisão da UE que permitirá aos países do bloco fornecer armas aos rebeldes sírios, o vice-chanceler russo, Sergei Ryabkov afirmara que o bloco estava basicamente jogando lenha na fogueira, além de prejudicar as chances de uma conferência de paz que Moscovo e Washington estão organizar.

Esse fornecimento (dos mísseis S-300) é um fator destabilizador e pode evitar que algumas cabeças quentes explorem cenários que poderiam dar ao conflito um caráter internacional - justificou o vice-chanceler russo, Sergei Ryabkov.Israel e França, no entanto, tentaram dissuadir o governo russo. O ministro da Defesa israelense, Moshe Yaalon, acredita que os S-300, considerados mísseis de alta precisão, ainda não tenham sido mandados a Damasco e advertiu:
- Espero que não sejam enviados e, Deus não permita, se chegarem à Síria, nós saberemos o que fazer - declarou Yaalon.

Para oposição, decisão é tardia

Por seu lado, a oposição da Síria considerou a decisão do bloco europeu um passo positivo, mas que pode ter vindo tarde e ser insuficiente. Definitivamente, é um passo positivo, mas tememos que seja muito pouco e muito tarde - disse terça-feira Louay Safi, porta-voz do principal partido de oposição da Coalizão Nacional da Síria.Os governos da UE não conseguiram superar diferenças sobre a questão na segunda-feira, e decidiram deixar expirar uma proibição a armar os rebeldes da oposição que combatem as forças do presidente sírio Bashar al-Assad.

Reino Unido e França, que se opunham à renovação do embargo, já deixaram claro que não vão entregar armas nesta fase, mas as autoridades da UE disseram que o compromisso expira efetivamente em 1º de Agosto.Rússia e Estados Unidos anunciaram em 7 de Maio que tentariam colocar o governo de Assad e seus adversários frente a frente numa conferência para buscar um fim ao conflito de 26 meses, em que mais de 80 mil pessoas foram mortas.

O chanceler russo, Sergei Lavrov, e o secretário de Estado dos EUA, John Kerry, encontraram-se novamente em Paris na segunda-feira para discutir a conferência, mas não anunciaram quaisquer planos específicos.O governo russo anunciou na semana passada a intenção do governo de Assad em participar na conferência. A data do encontro, no entanto, ainda não foi marcada.
 


terça-feira, 28 de maio de 2013

Guiné-Bissau Recupera e Cresce 4,2% Este Ano - Relatório

 
De acordo com o relatório elaborado pelo Banco Africano para o Desenvolvimento, a OCDE, a Comissão Económica de África e o Programa do Desenvolvimento das Nações Unidas, o cenário macroeconómico do país foi afetado pelo golpe de Estado de Abril do ano passado, fazendo o país sofrer uma recessão de 1,5%, depois de ter crescido 5,3% no ano anterior.
 
O défice orçamental foi de 2,3% no ano passado, depois de ter registado um excedente de 0,7% no ano anterior, refere o relatório, que prevê que as contas públicas caminhem para o equilíbrio graças à disciplina orçamental e às melhorias que estão a ser introduzidas na coleta de impostos.

Paul Krugman Vê Portugal a Viver "Um Pesadelo"

Paul Krugman-O economista Paul Krugman abordou o tema Portugal no seu blog do jornal The New York Times para se referir à situação do país como um pesadelo. O Nobel da Economia pega no exemplo português para mandar um recado aos decisores da União Europeia: ou o euro desaparece ou se faz alguma coisa para que resulte. O que não pode acontecer – sustenta Krugman – é que se permita a destruição das unidades familiares de negócio, “o núcleo da economia e da estrutura social”, condenando “um extenso número de trabalhadores ao desemprego”.


Não é a primeira vez que Paul Krugman se refere à situação portuguesa. Há um ano manifestava fortes dúvidas de que Portugal conseguisse pagar a sua dívida por inteiro.

Desta vez vai mais longe e fala do pesadelo económico-financeiro que o país vive, para se lançar na defesa de soluções que não passam pelas políticas de austeridade a que tem deitado mão a liderança da União Europeia.

“Não me digam que Portugal tem tido más políticas no passado e que tem profundos problemas estruturais. Claro que tem: como todos os outros têm, mas, sendo a situação portuguesa mais grave do que noutros países, como é que pode fazer sentido lidar com esses problemas condenando ao desemprego um grande número de trabalhadores disponíveis?
 
”Há mês e meio o estudo seria posto em causa por um estudante de doutoramento. Problemas que obrigaram os autores a publicar uma correção desse estudo, mas cuja tese central – a ideia de que é impossível crescer com dívidas superiores a 90% do PIB - não mais foi vista da mesma forma.

A controvérsia em torno do estudo Crescimento em Tempos de Dívida abriu em definitivo a porta à contestação das políticas de austeridade.

Krugman foi igualmente crítico desse estudo e questionou, de forma retórica, se terão Keneth Rogoff e Carmen Reinhart “destruído por completo a economia do Ocidente?”.

“De facto, Reinhart-Rogoff poderão ter tido uma enorme influência, imediata, no debate público do que qualquer outro estudo na área da Economia”, insistiu Krugman, palavras que lhe mereceram um contra-ataque duríssimo numa carta publicada há dois dias pelos dois economistas.

Paul Krugman, acrescentam os dois autores, teve um comportamento pouco civilizado ao querer transformá-los em bodes expiatórios da situação que se vive em boa parte do Ocidente, com a implementação a toda a força de políticas de austeridade. Mas não apenas nesse departamento, também quando lançou acusações de que não partilhavam os seus dados ou ignorando estudo que vão ao encontro das suas conclusões em Crescimento em Tempos de Dívida.

R&R voltaram a repetir argumentos que têm esgrimido nos últimos tempos, procurando, em termos genéricos, desmentir a ideia de que a sua teoria estabeleça uma relação de causalidade entre forte dívida e baixo crescimento. Explicam que o que fica demonstrado é a relação (association, no original) entre uma coisa e outra. 
 
É a questão deixada por Krugman.Logo de entrada, o Nobel da Economia de 2008 aponta a degradação dos negócios familiares - que vê como o núcleo quer económico quer social do país – para pintar um quadro “profundamente deprimente” do Portugal destes tempos. Mas não se trata de um mero exemplo ilustrativo. Para Paul Krugman, “[contrariar isto] é o que de facto interessa”.Devemos tentar perceber "como e porque é que estamos a permitir que este pesadelo aconteça de novo, três gerações depois da Grande Depressão".
A solução, sustenta, está numa política monetária e orçamental expansionista que Portugal não pode colocar em marcha, já que “deixou de ter moeda própria”. E é neste ponto que o economista norte-americano advoga uma decisão: ou o euro acaba ou se faz alguma coisa para o pôr a funcionar.
 
“Porque aquilo a que estamos a assistir (aquilo por que os portugueses estão a passar) é inaceitável”, acrescenta Krugman, defendendo que a solução deve passar por “uma expansão mais forte na zona do euro como um todo e uma inflação mais elevada no núcleo europeu”. Para o conseguir, uma política monetária menos apertada seria uma ajuda, “tendo em mente que o BCE (Banco Central Europeu), tal como a Fed (Reserva Federal Norte-Americana), são contra taxas de juro próximas de zero”. Neste sentido, acrescenta, são desejáveis “políticas não convencionais (…) e uma ajuda ao nível da política orçamental”.

O que Paul Krugman rejeita liminarmente é a solução na continuidade do que vêm sendo os últimos três anos de uma política europeia “focada quase inteiramente nos supostos perigos da dívida pública”, com “a austeridade na periferia a ser reforçada pela austeridade no centro”.
É uma visão que o Nobel norte-americano teme venha a ser comentada como a de um anti-europeu. Nada disso – garante. Num segundo texto colocado logo após no seu blog “Consciência de Um Liberal”, Paul Krugman afirma que por vezes encontra europeus que vêem nas suas críticas à troika a opinião de “um anti-europeu”.

“Pelo contrário: o projecto europeu, a construção da paz, democracia, e a prosperidade através da união, é uma das melhores coisas que aconteceu à Humanidade. É por isso que estas políticas erradas, que estão a rasgar a Europa em bocados, são uma tragédia tão grande”, explica nesse texto que aborda a sua passagem por Portugal no período pós-revolução (1975) enquanto conselheiro do MIT (Massachusetts Institute of Technology), a pedido do então governador do Banco de Portugal José da Silva Lopes.
 
O economista lembra com ironia que entre os especialistas que se deslocaram a Portugal nesse período que se seguiu ao derrube da ditadura de Marcello Caetano estaria um ano depois Ken Rogoff, um colega com quem tem mantido um diferendo académico, depois da polémica acesa a propósito de uma certa teoria da austeridade alegadamente sustentada numa folha de Excel suspeita.

Carmen Reinhart e Kenneth Rogoff, economistas da Universidade de Harvard e com ligações ao FMI (Fundo Monetário Internacional), têm estado no centro de todas as discussões sobre as políticas da austeridade devido a Crescimento em Tempos de Dívida, obra de 2010 sobre o impacto da dívida pública no crescimento económico que tem sido vista como uma espécie de cartilha para neoliberais.

segunda-feira, 27 de maio de 2013

Brasil Perdoa US$ 900 Milhões de Dívidas de Países Africanos

Etiópia-A presidente do Brasil, Dilma Rousseff, anunciou em Adis Abeba o perdão de US$ 900 milhões (R$ 1,8 trilhão) das dívidas de 12 países africanos. A declaração foi feita durante a cerimônia de comemoração do Jubileu de Ouro da União Africana que acontece sábado na capital da Etiópia.

De acordo com a Presidência da República, a medida é uma prova da importância que o Brasil dá ao continente africano. “Ter relações especiais com a África é estratégico para a política externa brasileira”. Os dois principais beneficiados pelo perdão são o Congo (Brazzaville) que havia uma dívida de US$ 352 milhões (R$ 721 milhões) e a Tanzânia, US$ 237 milhões (R$ 485 milhões). Na lista, estão ainda a Costa do Marfim, o Gabão, a Guiné Conacry e a República Democrática do Congo. São Tomé e Príncipe e Guiné Bissau, países que também têm o português como idioma oficial, fecham a lista.

Thomas Traumann, porta-voz da Presidência, explicou que o gesto tem como objetivo estreitar os laços do Brasil com seus parceiros africanos. Ele lembrou ainda que a África tem uma das taxas de crescimento mais elevadas do mundo. De acordo com o Itamaraty, as trocas comerciais entre o Brasil e as economias africanas atingiram US$ 25 bilhões (R$ 51 bilhões) no ano passado.

Durante a visita à Etiópia, Dilma Rousseff também assinou acordos bilaterais nas áreas de cooperação tecnológica, científica e de agricultura com o país. Essa foi a terceira viagem da presidente brasileira ao continente africano em três meses.

Ontem, em encontro bilateral com o presidente etíope, Dilma insistiu na relevância das trocas com a África e defendeu uma cooperação “não opressiva” com a África. “O Brasil quer não só estabelecer relações comerciais, investir aqui, vender para o país, mas o Brasil quer também uma cooperação no padrão Sul-Sul. O que é o padrão Sul-Sul de cooperação? É uma cooperação que não seja opressiva, que seja baseada em vantagens mútuas e valores compartilhados, basicamente isso”, afirmou.

O secretário de Estado dos EUA, John Kerry, que é um dos convidados especiais além do presidente francês, François Hollande, do secretário-geral da ONU, Ban-ki Moon e da presidente do Brasil, também disse que os Estados Unidos precisam investir na região. “A África está mudando profundamente e convidando diversos países como a Rússia, a China, o Brasil e o Japão a investir e aproveitar as oportunidades econômicas. Os Estados Unidos ficaram para trás, mas vamos mudar isso”, declarou Kerry.

Sábado, a presidente Dilma Rousseff também se encontrou com os presidentes da República do Congo, Denis Sassou-Nguesso; do Quênia, Uhuru Kenyatta; do Gabão, Ali Bongo Ondimba; e da Guiné, Alpha Conde. Ela embarca para Brasília no próprio sabado à noite (hora local).

América Latina e África Devem Resolver Seus Problemas, diz Dilma

Etiópia-Em um rápido discurso para celebrar os 50 anos da União Africana, na Etiópia, a presidente Dilma Rousseff disse sábado, 25, que, na América Latina e na África, quem deve resolver os problemas das nossas regiões "somos nós mesmos".

O discurso do Dilma foi marcado por uma série de trapalhadas dos organizadores do evento. Em vez de breves discursos, como o da presidente, os demais chefes de Estado se prolongaram por exaustivos minutos, atrasando em uma hora e meia a aparição de Dilma. Além disso, logo após Dilma ser chamada para dirigir-se ao palco, houve uma falta de luz por três minutos. A presidente cogitou não discursar, conforme áudio flagrado por cinegrafistas. "Eu não vou lá", afirmou, antes de aparecer no palco.

Dilma discursou para um público de cerca de 100 pessoas que acompanhavam o evento em um centro de convenções. O presidente da França, François Hollande, falou depois, para uma plateia ainda mais minguada.

"Os avanços da União Africana, assim como os da União das Nações Sul-Americanas, encerram um ensinamento fundamental: quem deve resolver os problemas das nossas regiões somos nós mesmos, respeitando sempre as diferenças que porventura existam entre nós. Temos o conhecimento, a perspectiva e a vontade política pra superar os obstáculos que restrinjam nosso desenvolvimento", afirmou Dilma.

"As perspectivas de desenvolvimento econômico e social e de fortalecimento da democracia se tornam mais consistentes e promissoras em todo o continente africano e em todo o continente latino-americano. Logramos nos últimos anos, Brasil, América Latina e África, muitas conquistas, mas temos muito que trabalhar para atingir níveis desejados de educação, saúde, moradia e segurança para os nossos povos", disse.

Para a presidente, os grandes recursos da África são decisivos para o continente, assim como os recursos da América Latina são decisivos "para nós". "Aqui na África, suas altas taxas de crescimento econômico, acima da média mundial, urbanização acelerada, a juventude de sua população, suas imensas riquezas naturais e a consolidação da democracia tem todas as condições para trazer um desenvolvimento com inclusão social ainda maior", afirmou.

A presidente destacou que a sua geração teve como referências políticas centrais o movimento de descolonização da África. "Os escritos e exemplos dos grandes líderes, dos pais fundadores da emancipação africana, sempre estiveram presentes nas ações e reflexões dos que, no Brasil e na América Latina, lutaram contra a opressão e por uma sociedade justa", observou.

Ao falar que o Brasil tem muito orgulho das raízes africanas, Dilma ressaltou que o povo africano está no cerne da construção da nação brasileira. "O povo africano está no cerne da construção da nossa nação e explica muito o que somos e tudo aquilo que temos certeza de que nos tornaremos. Nossos interesses comuns são amplos, buscamos o verdadeiro desenvolvimento e o desenvolvimento exige combate à pobreza. Já chegou a hora do leão africano escrever sua própria história, assim como chegou a hora da onça brasileira escrever a sua própria história", disse.

Do evento, Dilma foi directo para o aeroporto de Adis Abeba, já embarcando de volta para o Brasil.