terça-feira, 30 de abril de 2013

UE Doa 200 Mil euros Para a Luta Contra a Cólera

 

Guiné-Bissau-A União Europeia (UE) anunciou sábado, que irá doar à Organização Mundial de Saúde (OMS) 200 mil euros para a luta contra a cólera na Guiné-Bissau.

Em comunicado divulgado em Bissau pela delegação da UE, a organização lembra que «ainda persistem casos residuais e há receios do reaparecimento da doença».

O investimento permitirá, assim, fortalecer a deteção, gestão e o acompanhamento de casos de colares do país, seis meses depois de uma epidemia.

Segundo a UE, desde outubro de 2012 foram detetados quase quatro mil casos de cólera na Guiné-Bissau.

«O objetivo principal deste financiamento é permitir à OMS melhorar a sua capacidade de intervenção na luta contra a cólera», afirmou o embaixador Joaquín González-Ducay, chefe da delegação da UE em Bissau.

sexta-feira, 26 de abril de 2013

Agricultores da Guiné-Bissau Preocupados Com Preços Baixos do Caju

Bissau - Os agricultores da Guiné-Bissau consideram baixos os preços de venda de caju, o principal produto do país, e querem a intervenção do governo para que haja mais compradores e por isso mais concorrência e melhores preços.
 
Os agricultores e a Câmara de Comércio reuniram-se em Bissau com o primeiro-ministro de transição, Rui de Barros, e o presidente da Assembleia Nacional (e Presidente da República em exercício dado a ausência do país do Presidente de transição), tentando sensibiliza-los para o problema.
 
"A situação no terreno é precária, os preços não são os melhores. Estão a 100 francos (15 cêntimos) o quilo, no máximo 150 francos. E há troca de caju por arroz, um quilo de arroz por três de caju. Isto é inaceitável", disse aos jornalistas o presidente da Associação Nacional de Agricultores, Mamasamba Embaló.


Tribunal da Guiné-Bissau Condena Capitão a Cinco Anos de Prisão por Ataque a Quartel

Bissau - O capitão do Exército bissau-guineense Pansau N'Tchama foi condenado a cinco de prisão efectiva, pelo ataque ao quartel dos para-comandos em Outubro passado. O tribunal regional de Bissau absolveu ainda oito militares por falta de provas.
 
Pansau N'Tchama, Jorge Sambu e Braima Djedju foram acusados de crimes de traição à pátria e uso indevido de armas de fogo. Por isso, o tribunal regional de Bissau condenou-os a cinco anos de reclusão efectiva, informa a rádio francesa RFI.
 
Um outro militar foi condenado a quatro anos de prisão, dois a penas de três anos e seis meses e três ficarão presos durante três anos. Do grupo, sete militares e um civil foram absolvidos por falta de provas.
 
O tribunal concluiu que Pansau N'Tchama, a mando do ex-chefe das Forças Armadas da Guiné-Bissau, Zamora Induta, tentou subverter a ordem constitucional no país, numa operação que teria sido preparada a partir da Gâmbia. A operação culminou com o ataque ao quartel dos para-comandos em Bissau.
 
Mbisan Na N'Quilin, porta-voz do colectivo de advogados de defesa, salientou o facto de pela primeira vez "um caso militar" ter sido julgado na Guiné-Bissau, mas afirmou que a defesa não concorda com as sentenças.

Comissão Europeia e Comissão da União Africana Reúnem-se Para Preparar a Próxima Cimeira África-UE

 Adis AbebaO Presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, e seis Comissários europeus irão reunir-se com os seus homólogos da União Africana (UA), em 25 e 26 de Abril, em Adis Abeba, Etiópia. Este evento de alto nível, que decorre no âmbito do 50.º aniversário da Organização da União Africana (OUA), irá lançar os preparativos da Quarta Cimeira África-UE, a realizar em Bruxelas em Abril de 2014.
 
Esta reunião será uma oportunidade para intensificar a cooperação bilateral e o diálogo político entre os dois continentes, promover interesses partilhados e fazer face a desafios regionais e globais comuns no âmbito da Estratégia Conjunta África-UE.
 
A este propósito, o Presidente José Manuel Durão Barroso declarou: «A África e a Europa são os vizinhos mais próximos um do outro. A parceria entre a Comissão Europeia e a União Africana tem vindo a tornar-se cada vez mais importante com o tempo. Congratulo-me com a próxima reunião dos nossos dois Colégios (C2C), um acontecimento que simboliza a cooperação, a convergência e a cumplicidade existentes entre as duas organizações congéneres que estão na origem da integração regional tanto na Europa como em África. Podemos estar orgulhosos de tudo o que conseguimos realizar em conjunto até à data. E estou convencido de que podemos ir muito mais longe no futuro, fazendo face, em conjunto, aos nossos desafios comuns, desde a ação para o clima à segurança regional, erradicando a pobreza e partilhando as vantagens do comércio e do crescimento.»
 
A UE é o principal parceiro comercial de África e continua a ser o seu doador mais importante. Os países africanos receberam cerca de 24 mil milhões de euros de ajuda pública ao desenvolvimento (APD) da UE no período de 2007 a 2012.
 
Mais recentemente, a UE concedeu 50 milhões de euros para apoiar a Missão Internacional de Apoio ao Mali sob liderança africana (AFISMA) através do Mecanismo de Apoio à Paz em África, que apoia a União Africana e as organizações regionais africanas na realização de operações de manutenção da paz, como a AMISOM, na Somália, e a MICOPAX, na República Centro-Africana. Através do Mecanismo de Apoio à Paz em África, a União Europeia suporta principalmente as despesas não-militares da força, como as ajudas de custo diárias, as despesas médicas e de transporte. Desde 2004, a UE afetou mais de 1100 milhões de euros através do Mecanismo de Apoio à Paz em África para evitar conflitos e promover a paz, por exemplo no Darfur, na Somália e na República Centro-Africana.
 
O encontro entre as duas Comissões iniciar-se-á com os discursos inaugurais da Presidente Nkosazana Dlamini-Zuma e do Presidente José Manuel Durão Barroso, seguidos de uma discussão plenária, bem como de reuniões temáticas dos Comissários. As discussões irão abranger a integração regional, o comércio e as infraestruturas, a governação económica e as matérias-primas, bem como questões aduaneiras e fiscais. Outros assuntos importantes serão o ambiente e a ação para o clima, a energia e a agricultura sustentáveis, a segurança dos alimentos e a segurança alimentar, a resiliência, a educação, o emprego, a saúde e as migrações.
 
A África e a Europa partilham um mesmo desafio que consiste em consolidar um crescimento económico sustentável e garantir o seu caráter inclusivo na criação de emprego, em especial para as mulheres e os jovens, sendo necessária uma ação coordenada a nível continental, regional e nacional para atingir este fim. Neste contexto, as questões relativas ao comércio, à integração regional, à agricultura e às matérias‑primas farão parte dos principais pontos da ordem de trabalhos.
 
Em matéria de educação, saúde e emancipação dos jovens e das mulheres, bem como do desenvolvimento do capital humano, os Comissários irão analisar os meios para cooperar de forma mais estreita para enfrentar os desafios estruturais e contribuir, deste modo, para a prosperidade económica.
 
Aquando desta 6.ª sessão anual conjunta dos colégios africano e europeu, o Presidente José Manuel Durão Barroso será acompanhado pelos Comissários Andris Piebalgs (desenvolvimento), Karel de Gucht (comércio), Kristalina Georgieva (cooperação internacional, ajuda humanitária e resposta a situações de crise), Connie Hedegaard (ação climática), Dacian Cioloş (agricultura e desenvolvimento rural) e Algirdas Šemeta (fiscalidade e união aduaneira, auditoria e luta contra a fraude).
 
A parceria estratégica entre a África e a UE persegue objetivos comuns e visa alargar o diálogo político e as iniciativas concretas a novas áreas de interesse comum, num espírito de igualdade entre os parceiros.
 
Oitenta Chefes de Estado e de Governo de África e da Europa adotaram a Estratégia Conjunta África-UE na Cimeira de Lisboa, em Dezembro de 2007. Ambas as partes acordaram em perseguir, em conjunto, interesses e objetivos estratégicos comuns, além das questões tradicionais do desenvolvimento, do âmbito geográfico exclusivo de África e das instituições, associando mais à sua ação os parlamentos e os doadores, incluindo o setor privado, a sociedade civil e os jovens. A Estratégia Conjunta África-UE define uma visão partilhada a longo prazo do futuro das relações entre a África e a UE num mundo globalizado.A próxima Cimeira África-UE deverá realizar-se em Bruxelas, em abril de 2014.
 
A União Africana e a Comissão da União Africana
A UA, organismo sucessor da Organização da Unidade Africana (OUA), foi criada em 2002 e conta atualmente 54 Estados Membros. Constitui a instituição continental mais importante e a principal organização no domínio da paz e da segurança em África. Tem por objetivos principais instaurar a unidade e a solidariedade no continente, alcançar a integração política e económica, promover a paz e a segurança, instituições e princípios democráticos, bem como o desenvolvimento sustentável.
 
A Comissão da UA, composta pelo Presidente, um Vice-Presidente e oito Comissários, é a principal instituição que assegura a gestão corrente da União Africana e o principal interlocutor da Comissão Europeia na Parceria Estratégica África-UE. Tem a sua sede em Adis Abeba e possui atualmente cerca de 1500 efetivos. Em 2012 foi eleito um novo Colégio, sendo o cargo de Presidente ocupado pela Dra. Nkosazana Dlamini-Zuma. A maior parte dos novos Comissários da UA já entraram em funções.

Ban Ki-moon Saúda Progresso na Retomada de Diálogo Político na Guiné

Guiné-Conakri-O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon divulgou quarta-feira (24) uma declaração através de seu porta-voz, saudando o progresso obtido pela Guiné na retomada do diálogo político.
 
Ban revelou que o governo, a oposição e a equipa presidencial assinaram dia 23 uma declaração conjunta apelando para que todos os partidos políticos não se realizem manifestações violentas e que estão determinados em resolver questões pendentes através de negociações pacíficas. Ban ainda saudou a garantia feita pelo presidente da Guiné Alpha Conde de tomar as medidas necessárias para manter a transparência e credibilidade da eleição parlamentar.
 
O secretário-geral da ONU ainda encorajou o governo e líderes da oposição da Guiné-Conakri a realizar diálogos construtivos para enfrentar desafios surgidos no processo eleitoral, a fim de manter a paz e estabilidade no país.

China Entregou à Guiné-Bissau 110 Postes de Iluminação Solar

eletricidade

Guiné-Bissau-A China entregou às autoridades da Guiné-Bissau 110 postes de iluminação solar de via pública para colmatar a falta de energia recorrente na cidade de Bissau.

 
No ato da entrega formal dos postes, realizado terça-feira à noite, o primeiro-ministro do Governo de transição, Rui de Barros, elogiou a China pela forma como tem vindo a consentir sacrifícios em prol do povo da Guiné-Bissau.
 
"É um gesto muito importante que o povo da Guiné-Bissau agradece do fundo do coração ao povo chinês, pelo sacrifício que tem consentido em prol da Guiné-Bissau", disse Rui de Barros, salientando que a segurança pública ficará reforçada em Bissau.
 
O projeto, cujo valor global não foi revelado, consiste na fixação de 110 postes de energia solar nalgumas avenidas da capital guineense, sobretudo nas zonas circundantes da Câmara Municipal de Bissau, perímetro da presidência da República e alguns bairros adjacentes.
 
O embaixador da China na Guiné-Bissau, Li Baojun, afirmou que o seu país tem sempre a preocupação com o ambiente "por corresponder aos princípios da cooperação da China com a África" um continente que, notou, "tem uma abundância de energia natural".
 
O presidente da Câmara Municipal de Bissau, Artur Sanha, considerou que a capital do país passa a ser mais segura com a iluminação pública o que, enalteceu, irá dar uma outra qualidade de vida aos citadinos.
 
"São 110 postes que são inaugurados e entregues ao Governo de transição, mas é verdade que não são suficientes tendo em conta a demanda real desses equipamentos", frisou Artur Sanhá.
 
A capital da Guiné-Bissau, e quase todo país, tem estado sempre às escuras devido à falta de energia eléctrica da rede pública. Em Bissau, por norma, ou falta gasóleo para alimentar os geradores ou há problemas técnicos na central elétrica, o que faz com que a capital esteja quase sempre sem electricidade.
 
Como alternativa, as autoridades do país estão a tentar colocar sistemas de energia solar, com apoio nomeadamente das Nações Unidas e da China.

quarta-feira, 24 de abril de 2013

Rainha Beatriz da Holanda Abdica Fafavor do Filho Guilherme

Holanda-A rainha não está morta, viva o rei! Nas últimas seis décadas, tem sido esta a proclamação que acompanha o anúncio da subida ao trono de um novo monarca na Holanda, uma tradição sem igual nas restantes monarquias europeias.
 
Segunda-feira, foi a vez da rainha Beatriz abdicar voluntariamente do topo da monarquia constitucional do país. O sucessor é o seu filho Guilherme Alexandre, que será investido no final de Abril.

"É com a maior confiança que entregarei o trono ao meu filho Guilherme e à sua esposa Máxima, no dia 30 de Abril", anunciou a monarca numa comunicação ao país — a três dias de comemorar 75 anos de idade —, em que se declarou "convencida" de que ambos estão "preparados para assumir a responsabilidade".

Beatriz rejeitou a ideia de que a idade começava a pesar e apontou outro motivo para a sua decisão: "Não abdiquei porque o cargo era pesado de mais para mim, mas porque a responsabilidade por este país deve recair nas mãos de uma nova geração."

Na hora da saída, as palavras da rainha Beatriz curvaram-se perante o povo holandês: "Agradeço-vos muito a confiança que em mim depositaram nestes anos em que tive o privilégio de vos servir como rainha."

A decisão da rainha Beatriz mereceu uma reacção imediata do primeiro-ministro, Mark Rutte, que destacou o envolvimento da monarca no acompanhamento de desastres naturais no país.

"A rainha esteve sempre presente nos bons momentos, mas também nos maus momentos. O seu conhecimento e compaixão fizeram dela um ícone da Holanda", lê-se num comunicado do primeiro-ministro, citado pelo site do jornal britânico The Guardian.

Os rumores sobre a saída de Beatriz do trono da Holanda já circulavam há mais de um ano. Em Janeiro de 2012, no dia do seu 74.º aniversário, tudo levava a crer que Guilherme Alexandre iria ser investido ainda nesse ano. Era o próprio Governo de centro-direita que o dava a entender. "O príncipe herdeiro, Guilherme, está pronto para reinar", frisou então um porta-voz governamental.

A própria rainha admitiu  segunda-feira que a ideia estava a ser equacionada há muito tempo: "É uma boa altura para tomar esta decisão, que já estava a ser pensada há alguns anos."

A confirmação chegou pela boca da própria rainha, mas o acto em si não é uma novidade para os súbditos holandeses. Desde que a rainha Guilhermina abdicou do trono a favor da sua filha Juliana, em 1948, a casa real da Holanda não tem abdicado desta tradição: o herdeiro não precisa de esperar pela morte do regente para ser investido. Trinta e dois anos depois, foi a vez de Juliana sair de cena e deixar o trono a Beatriz, que tem chefiado o Estado desde 1980.

O futuro rei, o príncipe Guilherme Alexandre, tem 45 anos e é casado com a argentina Máxima Zorreguieta, de 41 anos, filha de Jorge Zorreguieta, ministro da Agricultura no regime de Jorge Rafael Videla, considerado por muitos o ditador mais cruel da América Latina.

Guilherme e Máxima casaram-se no dia 2 de Fevereiro de 2002, numa cerimónia que não contou com a presença da família da noiva devido à imagem negativa de Jorge Zorreguieta na Holanda.

Com a cerimónia de investidura marcada para 30 de Abril, Guilherme Alexandre será também o primeiro rei da Holanda em mais de 100 anos, depois de Guilhermina (1890-1948), Juliana (1948-1980) e Beatriz.