quinta-feira, 28 de março de 2013

François Bozizé, Um ex-rebelde Deposto Por Rebeldes na República Centro-Africana


República Centro Africana-Chegou ao poder pelas armas e foi apanhado pelas armas, que marcaram a sua vida: filho de um polícia, o presidente François Bozizé foi militar, rebelde e líder de uma República Centro-Africana insegura e violenta há décadas.

O guerreiro respeitado “Boz”, como é muitas vezes chamado, foi abandonado pelo seu exército, que nunca opôs verdadeira resistência à ofensiva iniciada em Dezembro pela coligação rebelde Seleka, indo de derrota em derrota.

Silencioso, François Bozizé é um orador pobre, mesmo sabendo mobilizar multidões, sobretudo quando fala em Sango, a língua nacional. Às palavras prefere os atos, repetiu nas últimas eleições em 2011, que mais uma vez o levaram ao poder, com 64% dos votos, apesar das críticas da oposição.

Nascido em Mouila, no Gabão, a 14 de outubro de 1946, François Bozizé abraçou a carreira militar e rapidamente subiu na hierarquia.
Tendo sido assessor do imperador Jean-Bedel Bokassa, Bozizé tornou-se no mais jovem general do exército, com 32 anos.

Com a queda de Bokassa em 1979, Bozizé perdeu influência, mas voltou ao jogo político em 1981, quando o general André Kolingba derrubou o sucessor de Bokassa.

Tornou-se ministro da Informação, mas, não contente, tentou dois anos depois derrubar Kolingba, em favor de Ange Félix Patassé, o ex-primeiro-ministro de Bokassa.

Após esta derrota, fugiu para o Benin, de onde foi extraditado em 1989. Preso durante dois anos, em 1990 conseguiu escapar por pouco de uma tentativa de assassinato na sua cela.

Apresentou-se às presidenciais de 1993, mas conseguiu pouco mais do que 1% dos votos e em 1997 reintegrou o exército, apoiando Patassé, e tornou-se chefe de gabinete.

Em outubro de 2001, falhou um golpe de Estado contra o presidente e trocou então Bangui pelo Chade e depois pela França, antes de voltar ao norte da República Centro-Africana para lançar a revolta dos “patriotas”.

Em Março de 2003, assumiu o controlo com um golpe e instalou um governo de transição, até que em 2005 foi eleito presidente.

Em 2010 um grupo de rebeldes lançou um ataque em Birao, forçando as tropas do Governo a recuar, mas Bozizé consegui manter-se no poder, graças à ajuda do seu aliado de longa data, o Chade, cujo exército lhe forneceu guarda-costas e o ajudou a livrar-se dos rebeldes.

“Boz” tentou a paz através do “diálogo político inclusivo”, que juntou à mesma mesa o poder a sociedade civil, a oposição e os rebeldes, e assinou um acordo de paz com os rebeldes em 2007 e 2012, que incluía a sua integração.Mas o seu regime, assolado pela corrupção, nunca cumpriu as promessas.

A República Centro-Africana, cuja capital, Bangui, foi hoje ocupada por rebeldes que exigem o cumprimento daqueles acordos, é um dos países mais pobres do mundo e é conhecido pela sua história de golpes e motins militares.

Esta antiga colónia francesa situa-se no coração da África Equatorial, faz fronteira com o Chade, o Sudão, o Congo, a República Democrática do Congo e os Camarões, tem cerca de 4,5 milhões de habitantes e duas línguas, o sango e o francês.

sexta-feira, 22 de março de 2013

Rockets Sobre Israel Durante visita de Obama

Israel-Militantes palestinianos de Gaza lançaram rockets sobre o sul de Israel, no dia em que o presidente dos EUA manteve um encontro com o presidente da Autoridade Palestiniana para reforçar a importância de alcançar um acordo de paz entre israelitas e palestinianos.
 
Obama visitou o Museu Nacional de Israel e o West Bank para reafirmar aos plasetiniamos que a criação de um Estado da Palestina continua a ser uma prioridade do seu Executivo.
 
Obama não levou para o Médio Oriente um plano novo para relançar o diálogo de paz, mas no encontro com Mahmoud Abbas, presidente da Autoridade Palestiniana e num discurso a alunos israelitas ao final do dia, o presidente americano vai apelar a ambos os lados do conflito para que parem com acções unilaterais que dificultam o processo de paz.
 
Entre estas acções encontram-se o estabelecimento de bairros judeus em terrenos reivindicados pelos palestinianos e os repetidos esforços da Palestina para conquistar o reconhecimento da ONU, mesmo sem acordo de paz.
 
Os palestinianos afirmam que não podem negociar uma fronteira entre Israel e uma futura Palestina enquanto os israelitas estabelecerem essa fronteira de forma unilateral através da construção apressada de bairros.

Sarkozy Acusado por Abuso de Confiança no Âmbito do Caso Bettencourt

França-O antigo Presidente francês Nicolas Sarkozy foi acusado por abuso de confiança no chamado caso Bettencourt após ter sido ouvido por um tribunal de Bordéus.
 
A informação foi dada à agência AFP pelo advogado de Sarkozy, Thierry Herzog, que anunciou a intenção de recorrer “imediatamente” da decisão tomada pelo juiz de instrução Jean-Michel, após a acareação entre Sarkozy e o mordomo da multimilionária Liliane Bettencourt, herdeira do império L’Oréal.O advogado classificou ainda a decisão como "injusta e incoerente do ponto de vista jurídico".
 
O antigo Presidente estava a ser ouvido sob o estatuto de “testemunha assistente” do processo – na ordem jurídica francesa, corresponde a um meio-termo entre simples testemunha e arguido.A acareação com o mordomo e outros três funcionários da casa dos Bettencourt tinha o objectivo de esclarecer o número de vezes que Sarkozy visitou o casal Bettencourt na sua residência de Paris, no decurso da campanha.
 
O político conservador alega que se encontrou com a herdeira da L’Oréal uma única vez, mas vários funcionários de Bettencourt contrariaram essa informação em anteriores depoimentos. O marido de Bettencourt terá entregue vários envelopes de dinheiro para financiar – à margem da lei – a campanha eleitoral da UMP em 2007.
 
A informação é pertinente para a investigação por financiamento partidário ilegal que corre desde que a antiga contabilista de Bettencourt, Claire Thibout, confirmou à polícia ter entregue vários envelopes com dinheiro a Patrice de Maistre, um homem de confiança da proprietária da L’Oréal. Segundo a contabilista, esse dinheiro destinava-se ao tesoureiro do partido de Sarkozy, Eric Woerth, que depois foi também ministro do Orçamento.
 
Os investigadores estimam que cerca de quatro milhões de euros tenham chegado por essa via à campanha de reeleição do Presidente Sarkozy, numa clara violação da lei que estabelece limites às contribuições financeiras para partidos políticos.
 
Além disso, os investigadores consideram que o caso configura um abuso de confiança de uma pessoa enfraquecida pela doença: desde 2006 que Liliane Bettencourt não está na posse de todas as suas faculdades.

quinta-feira, 21 de março de 2013

Parlamento de Chipre Rejeita plano de Resgate

Chipre – O Parlamento Cipriota rejeitou o plano de resgate dos credores internacionais que previa a aplicação de um imposto sobre depósitos bancários superiores a 20 mil euros. O plano de resgate financeiro foi rejeitado com 36 votos e nenhum voto favorável ao plano. Foram 19 abstenções.

No início do debate, o presidente do Parlamento, Yiannakis Omirou, tinha já apelado aos deputados para votarem contra a “chantagem” do acordo negociado com a Troika (União Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional).

O desafio de Yiannakis Omirou teve uma imediata aceitação entre deputados de várias formações políticas, a insurgirem-se contra a sugestão de um imposto sobre os depósitos bancários, enquanto milhares de pessoas manifestavam no exterior do edifício pela rejeição do acordo anunciado no sábado pelos credores internacionais.

“Apenas existe uma resposta: não à chantagem”, considerou Omirou, do Partido Socialista Edek. “A nossa exigência é que este acordo deve ser renegociado. Se este imposto for aprovado, nenhum investidor estrangeiro manterá aqui o seu dinheiro”, avisou.

Os deputados do partido do presidente conservador Nicos Anastasiades, o Disy, decidiram por unanimidade não participar da votação, uma posição que “reforçará a posição da República de Chipre durante as negociações”, disse um representante do partido.

Milhares de pessoas concentraram-se em frente ao Parlamento para exigir a rejeição do plano, e avisar que a sua aprovação poderá implicar a medidas idênticas a de outros países da zona do euro, como a Espanha e a Itália.

Após uma contestação generalizada e o adiamento por duas vezes do debate parlamentar, a mais recente proposta do plano de resgate prevê a aplicação de um imposto de 6,75% para os depósitos entre 20 mil e 100 mil euros, e de 9,9% acima desse montante, ficando os depósitos inferiores a 20 mil euros isentos de qualquer taxa.

Há quatro dias que os bancos permanecem fechados na República de Chipre (a parte grega da ilha mediterrânica, cerca de dois terços do território e reconhecida internacionalmente), enquanto a Bolsa de valores cipriota decidiu suspender até hoje as transações.

Guiné-Bissau Tem Regundo Regime Mais Autoritário do Mundo - Estudo

Guiné-Bissau tem segundo regime mais autoritário do mundo - estudo

Guiné-Bissau-A Guiné-Bissau tem o segundo regime mais autoritário do mundo, a seguir à Coreia do Norte, tendo em 2012 caído nove posições no índice da Democracia publicado pela revista norte-americana The Economist.

Na quinta edição do estudo, realizado pela Economist Intelligence Unit e divulgado, a Guiné-Bissau ocupa o 166º lugar entre 167 países e territórios analisados com a classificação de regime autoritário.
 
O índice avalia as democracias de 165 estados independentes e dois territórios, classificando-os como democracias plenas, democracias com falhas, regimes híbridos ou regimes autoritários.
 
Processo eleitoral e pluralismo, funcionamento do governo, participação política, cultura política e liberdades cívicas são os critérios analisados.
 
Em 10 pontos possíveis, a Guiné-Bissau recolhe apenas 1,43, surgindo atrás de países como a Síria, o Chade ou o Turquemenistão.
 
Na edição de 2011 do índice, o país ocupava o 157º lugar com 1,99 pontos à frente da Síria, Irão, Chade e Guiné-Equatorial.
 
A Guiné-Bissau vive desde Maio do ano passado um período de transição na sequência de um golpe de Estado, em Abril, que derrubou os dirigentes eleitos. A maior parte da comunidade internacional não reconhece as autoridades de transição e cancelou os apoios
 
Moçambique e Timor-Leste são outros países lusófonos que no ano passado registaram retrocessos em matéria de democracia, tendo caído respetivamente dois e um lugares no índice.
 
Moçambique passou do 100º para 102º lugar, mantendo a classificação de regime híbrido, enquanto Timor-Leste passou do 42º para 43º lugar e continua classificado como democracia com falhas, a mesma categoria do Brasil que subiu uma posição, passado de 45º para 44º país mais democrático do mundo.Angola (133º) e Cabo Verde (26º) mantiveram as respetivas posições.
 
Angola surge classificado como regime autoritário, enquanto Cabo Verde é considerado uma democracia com falhas, mas muito próxima da fronteira para as democracias plenas.
 
Na mesma posição que Cabo Verde, aparece Portugal, que regressou ao 26º lugar, depois de no índice de 2011 ter caído uma posição.

quarta-feira, 20 de março de 2013

Inauguração do Pontificado de Francisco Acompanhada Por Mais de 130 Delegações

Vaticano-A inauguração do pontificado do papa Francisco é acompanhada foi terça-feira, por mais de 130 delegações políticas e religiosas, entre as quais figurarão o presidente da República e o chefe da diplomacia portugueses, e outros dirigentes lusófonos.

No último balanço feito, na segunda-feira, pelo porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi, 132 países anunciaram presença na cerimónia, com delegações de diferente amplitude e dimensão.

"Não há convites. Todos os que querem vir são bem vindos.Ninguém é privilegiado nem rejeitado", esclareceu Lombardi, citado no portal de notícias do Vaticano, clarificando que "a ordem depende do protocolo e do nível da delegação".

Claro que, reconheceu, há delegações com mais destaque do que outras, nomeadamente as de Itália, em cuja capital se situa o Vaticano, e Argentina, país de origem do papa Francisco.

A presidente Cristina Kirchner encabeça a delegação argentina e já foi recebida pelo papa, em encontro privado, na segunda-feira.

Entre as presenças confirmadas contam-se seis reis, três príncipes herdeiros, meia centena de chefes de Estado e de Governo, líderes de organizações internacionais, como a União Europeia, vários ministros, deputados e embaixadores.

África Com Menos Pessoas na Classe Média

África-A África subsariana (incluindo Angola) vai continuar a ter a proporção mais baixa da classe média, nos próximos 15 anos, depois da América Central e do Sul que, até 2030, terá 10 por cento mundial desta estrutura social.

De acordo com o Relatório do PNUD sobre o Índice de Desenvolvimento Humano, a Ásia-Pacífico responderá por mais de 75 por cento da classe média mundial, acontecendo o mesmo com a sua quota-parte no consumo total.

Estima-se ainda que, até 2025, o consumo anual nas economias dos mercados emergentes aumente dos 12 mil milhões de dólares, em 2010, para cerca de 30 mil milhões de dólares, e que três quintos dos mil milhões de famílias que ganham mais de 20 mil dólares por ano vivam nos países em desenvolvimento. O PNUD acredita que o crescimento contínuo da classe média venha a ter um impacto profundo na economia mundial.

Os extraordinários números da população desses países – milhares de milhões de consumidores e cidadãos – multiplicam, a nível mundial, as consequências para o desenvolvimento humano das medidas tomadas por governos, empresas e instituições internacionais, de acordo com o estudo, que reconhece que o Hemisfério Sul emerge, hoje, ao lado do Norte, como terreno fértil para a inovação tecnológica e o empreendedorismo criativo. O estudo do PNUD diz que a escolarização está igualmente a aumentar em todo o Mundo. Prevê-se que o número de pessoas com mais de 15 anos sem educação formal diminua de 12 por cento para três por cento da população mundial e que a percentagem da população com ensino secundário ou terciário seja de 64 por cento, em 2050, contra 44 por cento em 2010.

Equilíbrio mundial

O Hemisfério Sul (que compreende os países em desenvolvimento) é responsável, no seu conjunto, por cerca de metade do produto mundial, contra cerca de um terço em 1990. Os PIB combinados de oito dos grandes países em desenvolvimento - Argentina, Brasil, China, Índia, Indonésia, México, África do Sul e Turquia - equivalem ao Produto Interno Bruto dos Estados Unidos, que continua a ser, de longe, a maior economia nacional a nível mundial.

Ainda em 2005, o peso económico combinado dessas oito nações praticamente não atingia metade do dos Estados Unidos.Até 2050, segundo as projecções do PNUD, o Brasil, a China e a Índia em conjunto serão responsáveis por 40 por cento do produto mundial, contra 10 por cento em 1950.

No entanto, ressalta o relatório sobre o ìndice de Desenvolvimento Humano 2013, este aumento da sua quota-parte no produto económico pouco significaria em termos de desenvolvimento humano, se não tivesse sido acompanhado por uma redução na privação e um alargamento sem precedentes nas capacidades humanas.