sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Mais de um Terço dos Despachantes da Guiné-Bissau Suspensos por Suspeitas de Fraude fiscal

Bissau-Conforme a Lusa, mais de um terço dos despachantes oficiais da Guiné-Bissau foram suspensos por suspeitas de fraude fiscal, disse o ministro das Finanças do Governo de transição, Abubacar Demba Dahaba.
 
A medida, de acordo com um documento do Ministério das Finanças, atinge 29 funcionários, entre despachantes oficiais, ajudantes despachantes e caixeiros despachantes, que estão a ser investigados pelo Ministério Público por suspeita de desvio de dinheiros do Estado.
 
Aos visados foram-lhe suspensas as cédulas de exercício da profissão e impedido o acesso ao sistema informático aduaneiro, o Sydónia.


quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Guiné-Bissau Reinicia, 36 Anos Depois, Exportação de Amendoim

Guiné-Bissau

Um grupo de empresários chineses está a trabalhar com uma empresa guineense para voltar a comprar toda produção de amendoim da Guiné-Bissau, disse na terça-feira Botche Candé, administrador da empresa Cuba Limitada.

 
De acordo com Botché Candé, ministro do Comércio no governo deposto em Abril passado, a intenção da sua empresa é retomar a exportação de amendoim interrompida há 36 anos.
 
Tendo como compradores empresários chineses que já se encontram no país, a empresa do antigo ministro pretende comprar de imediato quatro mil toneladas de amendoim, quantidade que o próprio Botché Candé reconhece ser difícil de atingir.
 
No ano passado, Guiné-Bissau foi grande exportador de amendoim, tendo inclusive, em 1980, exportado para vários países do mundo, 25 mil toneladas do produto. Nos últimos anos, com o cultivo acentuado do cajú, o país deixou de produzir outras culturas.
 
A partir dos anos 90 do século passado, o cajú passou a ser o principal produto de exportação da Guiné-Bissau. Em 2010, o país exportou cerca de 180 mil toneladas, tendo rendido 156 milhões de dólares aos cofres do Estado, indicam dados do Governo.
 
A última colheita de cajú foi substancialmente mais fraca e houve dificuldades de exportação, devido ao golpe de Estado e à baixa de preço do produto no mercado internacional.
 
O grupo chinês que agora pretende comprar o amendoim guineense e visa, no futuro, abrir uma unidade de processamento do produto no país com o qual vai empregar 200 pessoas, disse Botché Candé.

Homem Mais Rico da África do Sul Vai Doar metade da Fortuna aos Carenciados

África do Sul-O milionário sul-africano Patrice Motsepe anunciou quarta-feira que vai doar metade da sua fortuna a uma fundação de solidariedade, respondendo desta forma a uma campanha internacional dos filantropos norte-americanos Bill Gates e Warren Buffett.
Natural do Soweto, a sul de Joanesburgo, Patrice Motsepe, de 51 anos, controla o grupo mineiro African Rainbow Minerals e é a oitava fortuna do continente africano, avaliada em 2,65 mil milhões de dólares (cerca de 1,95 mil milhões de euros), segundo a revista norte-americana Forbes.
«As necessidades e os desafios são grandes e espero que este compromisso encoraje outros na África do Sul e em outras economias emergentes a dar e a fazer o mundo um lugar melhor», afirmou o milionário, num comunicado.

Presidente da Guiné Conakry Lamenta Intervenção Francesa no Mali que Considera "Vergonha para África"

Guiné Conakry

Conakry - A intervenção militar francesa no Mali para ajudar este país a combater os rebeldes islamitas é "uma vergonha" para África, sessenta anos depois das independências, declarou o Presidente guineense, Alpha Condé, terça-feira em Conakry no seu regresso ao país depois de participar na XX Cimeira da União Africana (UA) em Addis Abeba, na Etiópia.
 
O Presidente Condé afirmou que um dos temas da próxima Cimeira da instituição continental, prevista para 25 de Maio próximo em Addis Abeba para comemorar o 50º aniversário da Organização da Unidade Africana (OUA) tornada UA, abordará a gestão pelos africanos das resoluções dos conflitos em curso no continente.
 
"Apesar de toda África ter saudado a intervenção das forças militares francesas no Mali atormentada pela instalação no seu território de islamitas e outros narcotraficantes, é uma vergonha para nós que, depois de sessenta anos de independência, França resolva este problema no continente", disse.
 
Contudo, ele reconheceu que se França não tivesse intervindo a instalação dos islamitas e outros narcotraficantes seria "uma catástrofe" para o Mali ou para toda a sub-região e o mundo inteiro.
 
O Presidente Condé apelou a uma reflexão no seio da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) sobre as soluções africanas a encontrar no futuro para tais problemas, porque, segundo ele, a África Central resolveu, sem o concurso do Ocidente, o problema na República Centro Africana (RCA).
 
O chefe do Estado guineense, que anunciou recentemente o envio ao Mali dum contingente de 125 militares do seu país para reforçar as forças africanas já desdobradas ao lado dos militares franceses, afirmou que a Guiné vai conceder, sem precisar o montante, uma contribuição para a soma requerida em benefício do Mali.
 
"Como disse o defunto Presidente Ahmed Sékou Touré, a Guiné e o Mali são dois pulmões de um mesmo corpo. Então somos obrigados a dar a nossa contribuição a favor do Mali que se bate por uma causa nobre e justa para que o segundo pulmão não morra", declarou.
 
De um orçamento previsional de mais de 900 milhões de dólares americanos proposto pela CEDEAO, a reunião de doadores em Addis Abeba registou promessas de financiamentos de 455 milhões de dólares americanos destinados à logística, à manutenção das forças africanas, inicialmente estimadas em três mil e 300 homens, mas atualmente composta por mais do que o dobro, e à formação do Exército maliano.

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Análise: Qual o Perigo Real da Ameaça Terrorista no Norte da África?

Rebeldes islâmicos no Mali (AFP)
Rebeldes islâmicos haviam imposto a lei islâmica no norte do Mali
Inglaterra-premeiro-ministro britânico, David Cameron, disse recentemente que extremistas islâmicos no norte da África representam uma "ameaça grande e existencial", em reação à crise dos reféns em uma refinaria da Argélia. O episódio deixou dezenas de mortos, principalmente estrangeiros.
 
"Será necessária uma resposta de anos, até décadas, e não de meses", afirmou Cameron. "Estamos diante de grupos extremistas islâmicos ligados à Al-Qaeda. Assim como lidamos com eles no Afeganistão e no Paquistão, precisamos nos unir para lidar com essa ameaça no norte da África."

O grupo responsável pela tomada de reféns na refinaria de In Amenas parece ter sido liderado por Mokhtar Belmokhtar, um jihadista local que foi, até o ano passado, comandante do AQIM, braço da Al-Qaeda na região africana do Magreb.

Ele fundou uma facção independente que defende que a ofensiva na Argélia é uma retaliação à ação militar francesa no Mali.

Mas como essa facção aparentemente tinha agentes infiltrados dentro da refinaria, parece provável que o plano de ataque do grupo tenha sido planejado há tempos e adiantado por causa do avanço francês no Mali.

E foi um líder próximo a Belmokhtar, Omar Ould Hamaha, quem declarou que a resposta à intervenção da França "abriu os portões do inferno (e) uma armadilha muito mais perigosa que o Iraque, o Afeganistão ou a Somália".

Tensões e elos regionais

Não chega a surpreender o fato de a facção de Belmokhtar querer atacar um alvo ocidental, dado seu histórico de sequestro de estrangeiros e de derramamento de sangue quando comandava o AQIM.

Criado com o nome de Grupo Islâmico Armado (GIA), após o Exército ter anulado as eleições de 1990 na Argélia, o grupo abrigou-se em 2007 sob o manto da AL-Qaeda e virou AQIM.

O GIA já havia tido ligações com ataques ao metrô de Paris, em meados dos anos 1990, e grupos norte-africanos têm histórica antipatia pelo antigo poder colonial francês na região.

O que preocupa nos eventos recentes na África, porém, é que grupos violentos de semelhante retórica extremista podem ser encontrados em diversos países.
Mokhtar Belmokhtar é apontado como líder do grupo que invadiu refinaria na Argélia

Só no Mali, além da AQIM, há outros grupos e inclusive uma ramificação da AQIM, que no ano passado tomou o controle de grandes partes do norte do país, onde passou a impor a lei islâmica.

Na Nigéria, o grupo extremista islâmico Boko Haram tem promovido uma campanha terrorista desestabilizadora e sangrenta, aproveitando-se de antigas tensões socio-econômicas locais.

Na semana passada, vieram à tona relatos de que um líder do grupo teria entrado no Norte do Mali.

Comandantes militares americanos há tempos advertem para uma possível conexão entre o Boko Haram, a AQIM e a Al-Qaeda na Península Arábica (braço iemenita da organização).

E, a partir do Iêmen, atravessando-se o golfo de Áden, chega-se na Somália, país-sede do Al-Shabab, grupo jihadista que no ano passado alinhou-se oficialmente à Al-Qaeda. Além disso, acredita-se que combatentes do Boko Haram estejam treinando lado a lado de membros do Al-Shabab.

Agenda local

Algo que é particularmente preocupante para arquitetos de defesa ocidentais é o fato de muitos desses grupos terem atraído um grande número de combatentes estrangeiros.

Um exemplo é o sírio-americano Omar Hammami, que cresceu dentro do Al-Shabab até ser preterido pelo grupo.E a rede da AQIM se estendem até a França, a Espanha, a Itália e o Reino Unido.

No recente ataque na Argélia, o governo do país disse que um canadense estava envolvido na ação extremista.sob os olhos da Europa Ocidental forma-se um quadro assustador.

Mas o risco é de exagerar essa ameaça e focar no todo, em vez de nas partes individuais.Ainda que haja elos entre os grupos islâmicos, eles não costumam operar de forma uníssona nem têm objetivos similares.

Em geral, reivindicações locais se sobrepõem às internacionais, ainda que os grupos digam operar sob o guarda-chuva de uma organização internacional como a Al-Qaeda.

E faz muito tempo que células ligadas à AQIM não conseguem levar a cabo um plano terrorista na Europa.

Ainda que diversos planos recentes tenham sido ligados ao Al-Shabab, até o momento há poucos indícios de que eles fossem para ataques no Ocidente.

A maior ameaça é para os interesses ocidentais na África - locais como a refinaria de In Amenas, que agora serão vistos como potenciais alvos de grupos buscando atenção internacional, vingança contra a França ou represália a ações ocidentais contra aliados.

Ford Prevê perdas de US$ 2 Bilhões na Europa e Lucro Maior nos EUA

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 


Ford-A Ford previu terça-feira que o lucro operacional de 2013 ficará em linha com os resultados do ano passado, tendo em vista que a maior participação de mercado nos Estados Unidos compensa as crescentes perdas na Europa. As previsões de vendas na Europa estão piores, e a Ford prevê perder US$ 2 bilhões em 2013 no continente, acima do total de US$ 1,75 bilhão em 2012.
 
No entanto, a segunda maior montadora de veículos dos Estados Unidos acredita em lucros maiores na América do Norte neste ano.A região foi a maior força da Ford em 2012 e a ajudou a superar as estimativas de Wall Street para o quarto trimestre. "Devemos ver, na zona do euro, uma recessão no fechado do ano", afirmou o vice-presidente financeiro, Bob Shanks, no anúncio dos resultados.
 
A Ford teve um lucro operacional antes de impostos de quase US$ 1,7 bilhão nos três últimos meses de 2012, ou US$ 0,31 por ação, acima da estimativa média de analistas de US$ 0,25 por ação, de acordo com a Thomson Reuters I/B/E/S. Esse resultado se compara a US$ 1,1 bilhão, ou US$ 0,20 por ação, um ano antes. A receita no quarto trimestre somou US$ 36,5 bilhões.
 
Na América do Norte, a montadora ganhou US$ 1,9 bilhão, US$ 1 bilhão a mais do que em 2011. As perdas na Europa somaram US$ 732 milhões, bem acima do prejuízo de US$ 190 milhões um ano antes.
 
A recuperação na América Norte será um guia para a reestruturação da Ford na Europa, onde a companhia planeja fechar três fábricas e reduzir a capacidade de produção em 18% para economizar US$ 500 milhões por ano. A Ford, que prevê perdas na Europa US$ 200 milhões maiores em 2013, por outro lado acredita em maior participação de mercado nos Estados Unidos e China.

Guiné-Bissau: Chefe das Forças Armadas do Senegal Termina Visita ao País

Bissau – O Chefe do Estado Maior-general das Forças Armadas do Senegal termina, terça-feira, 29 de Janeiro, a sua visita de dois dias à Guiné-Bissau.
 
Convidado pelo homólogo guineense, António Indjai, o Chefe do Estado Maior-general das Forças Armadas do Senegal, Mamadu Sow, visitou unidades militares no país e o contingente militar do Senegal em Bissau, que integra um total de 200 homens, no âmbito da ECOMIB (Força de alerta da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental
– CEDEAO).

Nesta sequência da ECOMIB, os médicos militares senegaleses estão a efectuar consultas no Hospital Militar de Bissau, enquanto os engenheiros aguardam pelo início das obras de reparação de quartéis, que se encontram num estado avançado degradação.

Durante a sua estadia em Bissau, espera-se um esclarecimento sobre a participação do país na Missão Internacional de Apoio ao Mali (MISMA) onde cerca de 120 militares guineenses se encontram acantonados na Base Área de Bissau, nos arredores da capital.

O assunto tem gerado controvérsia entre as autoridades militares, que afirmavam que os soldados guineenses iriam participar na guerra do Mali mas sob o comando senegalês, enquanto recentemente Serifo Nhamadjo, de regresso da cimeira extraordinária da CEDEAO em Abidjan, afirmou que a Guiné-Bissau não iria enviar soldados para o Mali, por falta de meios financeiros.