quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Homem Mais Rico da África do Sul Vai Doar metade da Fortuna aos Carenciados

África do Sul-O milionário sul-africano Patrice Motsepe anunciou quarta-feira que vai doar metade da sua fortuna a uma fundação de solidariedade, respondendo desta forma a uma campanha internacional dos filantropos norte-americanos Bill Gates e Warren Buffett.
Natural do Soweto, a sul de Joanesburgo, Patrice Motsepe, de 51 anos, controla o grupo mineiro African Rainbow Minerals e é a oitava fortuna do continente africano, avaliada em 2,65 mil milhões de dólares (cerca de 1,95 mil milhões de euros), segundo a revista norte-americana Forbes.
«As necessidades e os desafios são grandes e espero que este compromisso encoraje outros na África do Sul e em outras economias emergentes a dar e a fazer o mundo um lugar melhor», afirmou o milionário, num comunicado.

Presidente da Guiné Conakry Lamenta Intervenção Francesa no Mali que Considera "Vergonha para África"

Guiné Conakry

Conakry - A intervenção militar francesa no Mali para ajudar este país a combater os rebeldes islamitas é "uma vergonha" para África, sessenta anos depois das independências, declarou o Presidente guineense, Alpha Condé, terça-feira em Conakry no seu regresso ao país depois de participar na XX Cimeira da União Africana (UA) em Addis Abeba, na Etiópia.
 
O Presidente Condé afirmou que um dos temas da próxima Cimeira da instituição continental, prevista para 25 de Maio próximo em Addis Abeba para comemorar o 50º aniversário da Organização da Unidade Africana (OUA) tornada UA, abordará a gestão pelos africanos das resoluções dos conflitos em curso no continente.
 
"Apesar de toda África ter saudado a intervenção das forças militares francesas no Mali atormentada pela instalação no seu território de islamitas e outros narcotraficantes, é uma vergonha para nós que, depois de sessenta anos de independência, França resolva este problema no continente", disse.
 
Contudo, ele reconheceu que se França não tivesse intervindo a instalação dos islamitas e outros narcotraficantes seria "uma catástrofe" para o Mali ou para toda a sub-região e o mundo inteiro.
 
O Presidente Condé apelou a uma reflexão no seio da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) sobre as soluções africanas a encontrar no futuro para tais problemas, porque, segundo ele, a África Central resolveu, sem o concurso do Ocidente, o problema na República Centro Africana (RCA).
 
O chefe do Estado guineense, que anunciou recentemente o envio ao Mali dum contingente de 125 militares do seu país para reforçar as forças africanas já desdobradas ao lado dos militares franceses, afirmou que a Guiné vai conceder, sem precisar o montante, uma contribuição para a soma requerida em benefício do Mali.
 
"Como disse o defunto Presidente Ahmed Sékou Touré, a Guiné e o Mali são dois pulmões de um mesmo corpo. Então somos obrigados a dar a nossa contribuição a favor do Mali que se bate por uma causa nobre e justa para que o segundo pulmão não morra", declarou.
 
De um orçamento previsional de mais de 900 milhões de dólares americanos proposto pela CEDEAO, a reunião de doadores em Addis Abeba registou promessas de financiamentos de 455 milhões de dólares americanos destinados à logística, à manutenção das forças africanas, inicialmente estimadas em três mil e 300 homens, mas atualmente composta por mais do que o dobro, e à formação do Exército maliano.

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Análise: Qual o Perigo Real da Ameaça Terrorista no Norte da África?

Rebeldes islâmicos no Mali (AFP)
Rebeldes islâmicos haviam imposto a lei islâmica no norte do Mali
Inglaterra-premeiro-ministro britânico, David Cameron, disse recentemente que extremistas islâmicos no norte da África representam uma "ameaça grande e existencial", em reação à crise dos reféns em uma refinaria da Argélia. O episódio deixou dezenas de mortos, principalmente estrangeiros.
 
"Será necessária uma resposta de anos, até décadas, e não de meses", afirmou Cameron. "Estamos diante de grupos extremistas islâmicos ligados à Al-Qaeda. Assim como lidamos com eles no Afeganistão e no Paquistão, precisamos nos unir para lidar com essa ameaça no norte da África."

O grupo responsável pela tomada de reféns na refinaria de In Amenas parece ter sido liderado por Mokhtar Belmokhtar, um jihadista local que foi, até o ano passado, comandante do AQIM, braço da Al-Qaeda na região africana do Magreb.

Ele fundou uma facção independente que defende que a ofensiva na Argélia é uma retaliação à ação militar francesa no Mali.

Mas como essa facção aparentemente tinha agentes infiltrados dentro da refinaria, parece provável que o plano de ataque do grupo tenha sido planejado há tempos e adiantado por causa do avanço francês no Mali.

E foi um líder próximo a Belmokhtar, Omar Ould Hamaha, quem declarou que a resposta à intervenção da França "abriu os portões do inferno (e) uma armadilha muito mais perigosa que o Iraque, o Afeganistão ou a Somália".

Tensões e elos regionais

Não chega a surpreender o fato de a facção de Belmokhtar querer atacar um alvo ocidental, dado seu histórico de sequestro de estrangeiros e de derramamento de sangue quando comandava o AQIM.

Criado com o nome de Grupo Islâmico Armado (GIA), após o Exército ter anulado as eleições de 1990 na Argélia, o grupo abrigou-se em 2007 sob o manto da AL-Qaeda e virou AQIM.

O GIA já havia tido ligações com ataques ao metrô de Paris, em meados dos anos 1990, e grupos norte-africanos têm histórica antipatia pelo antigo poder colonial francês na região.

O que preocupa nos eventos recentes na África, porém, é que grupos violentos de semelhante retórica extremista podem ser encontrados em diversos países.
Mokhtar Belmokhtar é apontado como líder do grupo que invadiu refinaria na Argélia

Só no Mali, além da AQIM, há outros grupos e inclusive uma ramificação da AQIM, que no ano passado tomou o controle de grandes partes do norte do país, onde passou a impor a lei islâmica.

Na Nigéria, o grupo extremista islâmico Boko Haram tem promovido uma campanha terrorista desestabilizadora e sangrenta, aproveitando-se de antigas tensões socio-econômicas locais.

Na semana passada, vieram à tona relatos de que um líder do grupo teria entrado no Norte do Mali.

Comandantes militares americanos há tempos advertem para uma possível conexão entre o Boko Haram, a AQIM e a Al-Qaeda na Península Arábica (braço iemenita da organização).

E, a partir do Iêmen, atravessando-se o golfo de Áden, chega-se na Somália, país-sede do Al-Shabab, grupo jihadista que no ano passado alinhou-se oficialmente à Al-Qaeda. Além disso, acredita-se que combatentes do Boko Haram estejam treinando lado a lado de membros do Al-Shabab.

Agenda local

Algo que é particularmente preocupante para arquitetos de defesa ocidentais é o fato de muitos desses grupos terem atraído um grande número de combatentes estrangeiros.

Um exemplo é o sírio-americano Omar Hammami, que cresceu dentro do Al-Shabab até ser preterido pelo grupo.E a rede da AQIM se estendem até a França, a Espanha, a Itália e o Reino Unido.

No recente ataque na Argélia, o governo do país disse que um canadense estava envolvido na ação extremista.sob os olhos da Europa Ocidental forma-se um quadro assustador.

Mas o risco é de exagerar essa ameaça e focar no todo, em vez de nas partes individuais.Ainda que haja elos entre os grupos islâmicos, eles não costumam operar de forma uníssona nem têm objetivos similares.

Em geral, reivindicações locais se sobrepõem às internacionais, ainda que os grupos digam operar sob o guarda-chuva de uma organização internacional como a Al-Qaeda.

E faz muito tempo que células ligadas à AQIM não conseguem levar a cabo um plano terrorista na Europa.

Ainda que diversos planos recentes tenham sido ligados ao Al-Shabab, até o momento há poucos indícios de que eles fossem para ataques no Ocidente.

A maior ameaça é para os interesses ocidentais na África - locais como a refinaria de In Amenas, que agora serão vistos como potenciais alvos de grupos buscando atenção internacional, vingança contra a França ou represália a ações ocidentais contra aliados.

Ford Prevê perdas de US$ 2 Bilhões na Europa e Lucro Maior nos EUA

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 


Ford-A Ford previu terça-feira que o lucro operacional de 2013 ficará em linha com os resultados do ano passado, tendo em vista que a maior participação de mercado nos Estados Unidos compensa as crescentes perdas na Europa. As previsões de vendas na Europa estão piores, e a Ford prevê perder US$ 2 bilhões em 2013 no continente, acima do total de US$ 1,75 bilhão em 2012.
 
No entanto, a segunda maior montadora de veículos dos Estados Unidos acredita em lucros maiores na América do Norte neste ano.A região foi a maior força da Ford em 2012 e a ajudou a superar as estimativas de Wall Street para o quarto trimestre. "Devemos ver, na zona do euro, uma recessão no fechado do ano", afirmou o vice-presidente financeiro, Bob Shanks, no anúncio dos resultados.
 
A Ford teve um lucro operacional antes de impostos de quase US$ 1,7 bilhão nos três últimos meses de 2012, ou US$ 0,31 por ação, acima da estimativa média de analistas de US$ 0,25 por ação, de acordo com a Thomson Reuters I/B/E/S. Esse resultado se compara a US$ 1,1 bilhão, ou US$ 0,20 por ação, um ano antes. A receita no quarto trimestre somou US$ 36,5 bilhões.
 
Na América do Norte, a montadora ganhou US$ 1,9 bilhão, US$ 1 bilhão a mais do que em 2011. As perdas na Europa somaram US$ 732 milhões, bem acima do prejuízo de US$ 190 milhões um ano antes.
 
A recuperação na América Norte será um guia para a reestruturação da Ford na Europa, onde a companhia planeja fechar três fábricas e reduzir a capacidade de produção em 18% para economizar US$ 500 milhões por ano. A Ford, que prevê perdas na Europa US$ 200 milhões maiores em 2013, por outro lado acredita em maior participação de mercado nos Estados Unidos e China.

Guiné-Bissau: Chefe das Forças Armadas do Senegal Termina Visita ao País

Bissau – O Chefe do Estado Maior-general das Forças Armadas do Senegal termina, terça-feira, 29 de Janeiro, a sua visita de dois dias à Guiné-Bissau.
 
Convidado pelo homólogo guineense, António Indjai, o Chefe do Estado Maior-general das Forças Armadas do Senegal, Mamadu Sow, visitou unidades militares no país e o contingente militar do Senegal em Bissau, que integra um total de 200 homens, no âmbito da ECOMIB (Força de alerta da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental
– CEDEAO).

Nesta sequência da ECOMIB, os médicos militares senegaleses estão a efectuar consultas no Hospital Militar de Bissau, enquanto os engenheiros aguardam pelo início das obras de reparação de quartéis, que se encontram num estado avançado degradação.

Durante a sua estadia em Bissau, espera-se um esclarecimento sobre a participação do país na Missão Internacional de Apoio ao Mali (MISMA) onde cerca de 120 militares guineenses se encontram acantonados na Base Área de Bissau, nos arredores da capital.

O assunto tem gerado controvérsia entre as autoridades militares, que afirmavam que os soldados guineenses iriam participar na guerra do Mali mas sob o comando senegalês, enquanto recentemente Serifo Nhamadjo, de regresso da cimeira extraordinária da CEDEAO em Abidjan, afirmou que a Guiné-Bissau não iria enviar soldados para o Mali, por falta de meios financeiros.

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Hollande e Merkel Celebram reconciliação Franco-alemã

   A chanceler Angela Merkel e o presidente François Hollande se cumprimentaram com beijos no rosto.  
Aniversário de Reconciliação-Em meio a uma crise nas relações franco-alemãs, o presidente francês, François Hollande, e a chanceler alemã, Angela Merkel, deram início, em Reims (França) às celebrações dos 50 anos da reconciliação entre os dois países, após a Segunda Guerra Mundial. O evento foi manchado pela profanação de 51 túmulos de soldados alemães em um cemitério de região.

A descoberta dos atos de vandalismo, feitos nas cruzes dos túmulos, ocorreu à noite, na véspera do encontro entre os dois governantes. Um cemitério de Ardennes, onde repousam combatentes da Primeira Guerra Mundial, foi atacado. “Em relação a acontecimentos ocorridos, digo que nenhuma força obscura, e ainda menos a estupidez que lhe alimenta, não poderá alterar o movimento de profunda amizade franco-alemã”, declarou Hollande, domingo, ao lado de Merkel. “Nossa amizade inspira a Europa. Nós não queremos dar lições. Nós desejamos simplesmente dar o exemplo”, acrescentou.

Antes, o presidente francês havia recebido a chanceler alemã, sob uma chuva constante, em frente à catedral de Reims, para onde os dois se dirigiram juntos a pé. No local, onde o general Charles de Gaulle e o chanceler Konrad Adenauer celaram a reconciliação em 8 de Julho de 1962, os líderes discursaram. Merkel defendeu a união política da Europa.

"Hoje, à união econômica e monetária, nós devemos amparar o nível político. É um trabalho hercúleo, mas a Europa é capaz de fazê-lo", afirmou. "A Europa é muito mais do que uma moeda, e a relação franco-alemã é incontornável neste aspecto. Ela marcou fortemente a unificação europeia e a fez progredir", disse, destacando que não se trata de "uma relação exclusiva", mas sim convida os demais países "a se associarem".

O discurso complementa declarações recentes de Hollande, que demonstrou a vontade de alargar a liderança franco-alemã na Europa para países como Itália e Espanha, que tentam há meses participar mais das decisões. Merkel - que havia ignorado o socialista durante a campanha eleitoral francesa, devido à sua intenção de renegociar o pacto fiscal europeia se mostrou conciliadora, chamando Hollande de “caro François” e terminando o discurso com um “Vive l’amitié franco-allemande” (“Viva a amizade franco-alemã”, em francês).

Na França, a oposição vem criticando o governo socialista por ter “degradado as relações” com a vizinha em apenas poucas semanas.Hollande buscou apoio dos colegas italiano e espanhol para inserir um “pacto de crescimento” ao pacto fiscal, que para Merkel sempre foi não-negociável.

Soldados Franceses e Malinenses Tomam o Controle do Aeroporto de Gao

 
Mali-Soldados franceses e malinenses tomaram sábado o controle do aeroporto de Gao, um reduto islamita situado 1.200 km a nordeste de Bamaco, informaram fontes da segurança de Mali, onde um grupo rebelde propôs negociar a libertação de um refém francês.
 
"As forças francesas tomaram a zona do aeroporto de Gao e a ponte de Wabary de Gao", afirmou o ministro francês da Defesa, Jean-Yves Le Drian, em um comunicado difundido sábado passado.
 
Segundo fontes ligadas ao ministro, os combates continuam nesta zona onde há uma forte tensão. Outra fonte garantiu que esses dois lugares estratégicos estão completamente sob o controle das forças malinenses e francesas.O aeroporto fica situado 6 km a leste de Gao. A ponte fica na entrada sul da cidade.
 
Paralelo a isso, uma coluna de soldados e blindados chadianos, posicionada em Niamey, no Níger, partiu rumo a Ualam, perto da fronteira com o Mali, de onde, junto com soldados nigerianos, se dirigirão a Gao.
 
Gao, uma das principais cidades do norte do Mali, é o reduto dos islamitas do Movimento para a Unidade e a Jihad na África Ocidental (MUJAO).
 
O MUJAO anunciou sábado passado à AFP que está disposto a negociar a libertação do refém francês que mantém em seu poder há meses.
 
Foi o que informou Walid Abu Sarhaui, porta-voz do movimento, referindo-se ao francês Gilberto Rodriguez Leal, sequestrado em novembro de 2012 no oeste do Mali.
 
"Queremos negociar. Quanto à guerra entre muçulmanos, podemos nos entender", afirmou o porta-voz quando indagado se sua vontade de negociar estava relacionada com a situação na zona.
 
A grande maioria dos combatentes islamitas evacuou a cidade nos últimos dias para fugir dos ataques aéreos franceses contra "campos de treinamento, infraestruturas e depósitos logísticos", segundo uma fonte oficial francesa.
 
A tomada do aeroporto de Gao ilustra a vontade das forças malinenses e francesas de reconquistar o norte do Mali, depois de ter ocupado Diabali (oeste), Konna e Douentza (centro).
 
Na sexta-feira, as tropas francesas tomaram o controle de Hombori (norte de Bamaco), que se converteu na primeira cidade do norte do Mali reconquistada.
 
Neste sábado, uma coluna de soldados malinenses e franceses avançava para Timbuctu, a cidade símbolo do Islã na África.As tropas francesas e malinenses avançam em meio a uma degradação da situação humanitária nas grandes cidades do norte.
 
A associação Ação Contra a Fome (ACF) dá conta de inúmeros casos de má nutrição infantil aguda.A situação também é crítica em Timbuctu, onde não há eletricidade há três dias.
 
Por sua parte, os chefes do Estado-Maior dos países oeste-africanos se reuniram de emergência em Abidjan para desenvolver a Missão Internacional de Apoio ao Mali (MISMA).A União Africana decidiu na sexta-feira aumentar os efetivos da força africana no Mali.
 
A Comunidade Econômica dos Estados da África do Oeste (CEDEAO) prevê enviar 4.000 homens às operações no Mali.Mil homens desses efetivos já se encontram no Mali, para onde se dirigem outros 2.000 soldados do Chade, com muita experiência em guerra no deserto.
 
Por sua parte, o ministro francês da Defesa anunciou sábado passado, no 16º dia de intervenção militar contra os grupos islamitas armados no Mali, que 3.700 militares franceses estão mobilizados na Operação Serval, sendo que 2.500 já operam em território malinense.