quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Novo Governo Promete Intensificar Relações Com Angola

São Tomé - O novo Primeiro-ministro são-tomense, Gabriel Arcanjo da Costa, elegeu quarta-feira, no discurso da sua tomada de posse, Angola, Guiné-Equatorial e República do Congo como os três países cuja cooperação bilateral vai merecer atenção "acrescida" do seu executivo.

"Numa área geográfica mais próxima importa salientar que o XV Governo manifesta uma acrescida relação com a República de Angola", disse o novo chefe de Governo.

"Pretendemos reforçar igualmente os laços de cooperação e de amizade existentes com a Guiné Equatorial e Congo Brazaville, sem prejuízo do intercâmbio com os demais países da nossa sub-região", acrescentou o Primeiro-ministro, que tomou posse  juntamente com dez outros membros do seu executivo no palácio presidencial.

Gabriel Costa prometeu manter "uma cooperação institucional estreita com os presidente da República e da Assembleia Nacional de modo a garantir a necessária unidade de ação para vencer a crise".

"É um Governo saído de uma maioria parlamentar inequívoca que terá como uma das suas tarefas tranquilizar o cidadão perante o pânico causado pelas ameaças proferidas durante a crise", lembrou o chefe do executivo que considera o XV governo constitucional como "um sinal de tranquilidade perante os empresários, para os trabalhadores, para os investidores nacionais e estrangeiros de que não haverá caos".

"A vocação para o diálogo será uma constante na nossa actuação, com a humildade de quem conhece a complexidade da tarefa que tem pela frente, de quem sabe serem escassos os recursos disponíveis perante crise que assola o mundo e flagela as economias vulneráveis como a nossa", sublinhou.

Gabriel da Costa prometeu criar no arquipélago "um quadro de tranquilidade e segurança, essenciais ao funcionamento das nossas instituições democráticas e ao desenvolvimento económico e social do país".

"Temos por missão restabelecer o clima de estabilidade e confiança abalados pela crise artificialmente engendrada, apenas com o propósito de provocar eleições legislativas antecipadas", explicou Gabriel Costa durante a cerimónia de tomada de posse em que não compareceram o ex-primeiro ministro, Patrice Trovoada e todo o seu elenco.

Em comunicado distribuído aos jornalistas, o partido Acção Democrática Independente (ADI) não reconhece este Governo por ter sido "forjado na Assembleia Nacional e no palácio presidencial".

Gabriel da Costa anunciou que vai submeter "brevemente" à Assembleia Nacional o seu programa e orçamento "com orientações estratégicas para os próximos tempos".

Dois membros do actual executivo não tomaram posse por "razões burocráticas, segundo fonte da presidência da República são-tomense: o ministro das Obras Públicas Infra - estruturas, Recursos Naturais e Meio Ambiente, Osvaldo Cravid Viegas d'Abreu, e a ministra da Justiça, Administração Pública e Assuntos Parlamentares, Edite Ramos da Costa Tenjua.  
O nome de Gabriel Costa foi proposto pelo principal partido da oposição, MLSTP - PSD, chamado no domingo pelo Presidente são-tomense, Manuel Pinto da Costa, a formar Governo.

Antes, Pinto da Costa tinha rejeitado voltar a nomear para a chefia do Governo Patrice Trovoada, presidente do partido Acção Democrática Independente (ADI), demitido do cargo de Primeiro-ministro por decreto presidencial depois da aprovação no parlamento de uma moção de censura ao seu executivo.





Saúde Pública Inicia Greve Geral de Sete Dias



Bissau - O sector da Saúde pública da Guiné-Bissau iniciou quarta-feira última uma greve de sete dias para reclamar o pagamento de seis meses de salários em atraso, disse à Lusa Domingos Sami, presidente do Sindicato de Técnicos da Saúde (STS).

De acordo com o sindicalista, a greve iniciada quarta-feira e que vai durar até à próxima quarta-feira "está a ter uma grande adesão", porque nas primeiras horas estava a ser cumprida por mais de 90 por cento dos técnicos da saúde.

Domingos Sami adiantou que todos os hospitais e centros de saúde do país "estão praticamente paralisados", embora prestem serviços mínimos. O presidente do STS disse que não havia outra solução que não a de ir para a greve já que o Governo deixou de pagar os salários ao pessoal da saúde há mais de cinco meses.


"Desde o mês de Junho que não recebemos salário até hoje. Entregámos um pré-aviso de greve e não houve reacção. Hoje decidimos entrar em greve de sete dias", afirmou Domingos Sami.

O sindicalista alertou, contudo, para os perigos de uma greve geral no sector da saúde num momento em que o país é assolado por uma epidemia de cólera.

"Neste momento que o país é assolado por uma epidemia de cólera é complicado, mas infelizmente não temos outra saída a não ser fazer esta greve", frisou, explicando os perigos que podem advir de falta de atendimento aos doentes.

"Imaginem que chegam ao hospital Simão Mendes quatro doentes afectados pela cólera e no centro de reabilitação só estão dois técnicos. Vai ser complicado salvar a vida dessas pessoas em tempo útil. Em condições normais estão lá 10 técnicos mas devido à greve só lá devem estar dois elementos", explicou Sami.

O presidente do STS disse que para já há indicações de que o Governo quer resolver o problema mas garantiu que a greve só é levantada mediante o cumprimento de algumas condições.

"Terça-feira fui chamado pelos responsáveis do Ministério das Finanças. Querem saber qual é o valor da dívida em causa. São neste momento 381 milhões de francos CFA (581 mil euros), de Julho a Novembro, isto sem contar com o mês de Dezembro que já venceu", disse Domingos Sami.

Além do pagamento dos salários em atraso o sindicalista afirmou que a greve só será levantada se o Governo pagar os salários aos novos ingressos (técnicos de saúde recém-formados), cumprir com a última actualização salarial efectuada para o sector da saúde e ainda efectivar outros técnicos recém-formados que prestam assistência mas que não recebem por ainda não terem vínculos com o Estado.

"A sensação com que ficamos é a de que só recebemos o salário se fizermos greve. Isso é triste mas é a realidade. Se até ao final do dia de quarta-feira não houver um sinal da parte do Governo vamos entregar um novo pré-aviso de greve de uma semana para observar logo após ao término desta greve", avisou Domingos Sami.

Paralelamente, o presidente do Sindicato Nacional dos Professores (Sinaprof), Luís Nancassa, deu ao Governo um prazo até hoje para resolver problemas de salários em atraso, ameaçando recomeçar uma greve no ensino público.

Guiné-Bissau: Signatários de Pacto de Transição Recusam Eleição de Rui Nené Para a CNE

Bissau – Os partidos apoiantes do golpe de Estado e signatários do pacto de transição anunciaram, segunda-feira última, 10 de Dezembro, o não reconhecimento da eleição de Rui Nené para o cargo de Presidente da Comissão Nacional de Eleições.
 
«Os signatários de pacto de transição não reconhecem, em momento nenhum, a eleição do Juiz Conselheiro Rui Nené para o cargo de Presidente da Comissão Nacional de Eleições», anunciou o grupo.

Em conferência de imprensa, Artur Sanha, que se assumiu como coordenador do grupo, ameaçou que o colectivo vai utilizar todos os
meios legais e judiciais para a correcção da suposta ilegalidade que dizem estar em volta de processo de eleição de Rui Nené.

Os contestatários da eleição de Rui Nené sustentaram ainda as suas reclamações numa alegada fraude eleitoral. «Ele foi escolhido de forma extemporânea, parcial, sem isenção e independência», referiu o grupo.

Neste sentido, de acordo com Artur Sanha, esta eleição vai contra disposições estabelecidas no quadro de negociações da CEDEAO e consignadas no pacto de transição.

O grupo acusou ainda o PAIGC, partido que propôs o nome de Rui Nené, de falta de vontade de contribuir para a solução dos problemas da Guiné-Bissau, dado que esta formação política recusou assinar e reconhecer o pacto.

De salientar que, com esta nova posição, está aberta mais uma crise no quadro de transição em curso na Guiné-Bissau assegurada pela CEDEAO.

A PNN apurou que, terça-feira, 11 de Dezembro, o Presidente de transição Serifo Nhamadjo vai receber o grupo de partidos signatários do pacto de transição.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Presidente do Banco Mundial Está Optimista Sobre Europa e Abismo Fiscal

ESTOCOLMO - O presidente do Banco Mundial, Jim Yong Kim, afirmou terça-feira esperar que a Europa volte a ter crescimento logo e que os Estados Unidos cheguem a um acordo de redução de déficit sem prejudicar a economia.
 
Kim, visitando a região para reuniões com ministros nórdicos e bálticos, afirmou que a Europa adotou passos importantes para resolver sua longa crise da dívida soberana.
 
"Eu acho que o progresso que foi feito é muito real e espero que as reformas continuem e que voltemos a ter crescimento no futuro próximo", disse ele em entrevista.
 
"Eu também penso que muitos dos fundamentos estão no lugar nos Estados Unidos. Nós continuamos otimistas de que as discussões em torno do abismo fiscal serão resolvidas logo e não desacelerará o crescimento que nós já estamos vendo".
 
Kim disse ainda que estava "encorajado" pelo desenvolvimento na África e na América.

Vibrante Discurso de Kumba Yalá Abre Congresso do PRS

Kumba Yalá, fundador do PRS, e antigo Presidente bissau-guineense
Kumba Yalá, fundador do PRS, e antigo Presidente da Guiné-Bissau
 
Bissau-Começou em Bissau, o IV Congresso de Partido da Renovação Social (PRS). São 801 delegados ao Congresso que ali estarão reunidos até à próxima Sexta-feira, para escolher o Presidente do partido, mas também o secretário-geral, entre quatro candidatos.
 
Na linha de mira do PRS, as próximas eleições gerais. Por isso mesmo, na abertura dos trabalhos deste IV Congresso, Kumba Yalá, fundador do partido e antigo Presidente da Guiné Bissau, fez um discurso de mais de meia hora, no qual apelou para que o PRS venha a tornar-se um partido forte, que venha a comandar o o destino do Pais.

Banco Islâmico Admite Relançar Cooperação com Guiné-Bissau, Diz Governo de Transição


Bissau - O Banco Islâmico de Desenvolvimento (BID) pretende relançar a cooperação com a Guiné-Bissau, suspensa desde 2002, disse segunda-feira,10,em Bissau, o Ministério das Finanças do governo de transição.

De acordo com o Ministério, o ministro das Finanças, Abubacar Demba Dahaba, reuniu-se com o diretor do escritório regional de Dacar do BID, Sidi Mohamed Ould Taleb, com quem foi discutida a possibilidade de a instituição voltar a cooperar com o país.

A cooperação com a Guiné-Bissau, segundo a mesma fonte, estava suspensa desde 2002 por acumulação de dívidas e não cumprimento de acordos assinados.

"Esta mudança de atitude do banco decorre da possibilidade de assinatura de um novo acordo de reescalonamento da dívida, devido às negociações que têm vindo a ser feitas, nos últimos anos, com as instituições financeiras do mundo árabe, nomeadamente o BID", segundo o Ministério.

A dívida da Guiné-Bissau, esclareceu, tem a ver essencialmente com o fornecimento de produtos petrolíferos e seus derivados.

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Demissão de Mario Monti Aumenta Prémio de Risco


Itália-A demissão de Mario Monti, as eleições antecipadas e o regresso de Berlusconi voltam a rodear de incerteza a vida política da maior economia periférica da zona euro. O prémio de risco exigido pelos investidores, que na semana anterior tinha baixado dos 300 pontos desde Março, disparou para os 350 pontos. Esta situação alastrou ainda à dívida espanhola, com o prémio a subir até aos 435 pontos.

Desta forma, a dívida soberana dos países periféricos volta a estar sob a mira dos mercados e o foco de tensão não é a Grécia, nem a Espanha. A verdade é que a questão italiana apanhou os investidores desprevenidos, uma vez que a trégua alcançada na semana passada até tinha feito baixar os prémios de risco para níveis que já não se verificavam há vários meses.
 
A indefinição em torno do novo cenário político e económico, provocado pela saída de Monti, já provocou um forte movimento de venda de dívida italiana. Os juros a 10 anos superam os 4,8% e o prémio de risco os 350 pontos base. No caso espanhol, que parece estar a ser contagiado, os juros exigidos a 10 anos estão nos 4,3%, com um prémio de risco a rondar os 435 pontos.