quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Guiné-Bissau Vai Ter o Seu Primeiro Centro Comercial


Guiné-Bissau-O primeiro centro comercial da Guiné-Bissau deverá abrir as portas na capital Bissau dentro de 18 meses, um projecto de um consórcio luso-guineense, disse o empresário português Luís Neves, em declarações à agência noticiosa portuguesa Lusa.

A primeira pedra para a construção do centro comercial, enquadrado dentro de uma cadeia de vários empreendimentos a serem construídos, será lançada no próximo sábado na presença de entidades oficiais da Guiné-Bissau e de empresários dos dois países.

Luís Neves disse ainda que representantes de oito empresas portuguesas de metalomecânica, carpintaria, casas pré-fabricadas, serralharia, produtos alimentares, cozinhas e material de construção chegam sexta-feira a Bissau a fim de constatar a realidade guineense e analisar possíveis áreas de cooperação com empresários locais.

O centro comercial de construção ligeira, a ser erguido na zona industrial de Brá, a seis quilómetros do centro de Bissau, com 1500 metros quadrados e quatro pisos, disporá de “todas as condições de higiene, segurança e mobilidade” iguais aos edifícios semelhantes na Europa, sendo a única exigência apresentada pelos parceiros portugueses que os produtos a serem comercializados sejam genuínos.

Além do centro comercial, o consórcio luso-guineense pretende construir no total sete armazéns, duas salas de cinema, um edifício multi-serviços, escritórios para alugar a baixo custo, um pavilhão para uma feira de exposição de produtos produzidos na Guiné-Bissau e os de outros países e ainda abrir uma rádio privada para a divulgação das actividades do grupo.
 

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Tuaregues e Radicais Islâmicos Aceitam Processo de Diálogo em Mali

Mali-Os rebeldes tuaregues do Movimento Nacional de Libertação de Azawad (MNLA) e os radicais islâmicos do Ansar Dine aceitaram começar um processo de diálogo político para tentar acabar com a crise no norte de Mali.
   
"As delegações do MNLA e do Ansar Dine expressaram sua disponibilidade para começar um processo de diálogo político sob a supervisão da Comunidade Econômica de Estados da África Ocidental (CEDEAO)", informou terça-feira o ministro das Relações Exteriores de Burkina Fasso, Djibrill Bassole.
   
Após uma reunião dos grupos rebeldes com o presidente burquinense e mediador da CEDEAO na crise, Blaise Compaoré, Bassole disse que o objetivo das conversas é "encontrar uma solução negociada, justa e sustentável para a crise no norte malinês".
   
"Eles aceitaram continuar as conversas em um marco formal e se organizaram para apresentar um programa de reivindicações que incluam as dos povos do norte de Mali", acrescentou Bassole.
   
Por sua vez, o líder do MNLA, Bilal Ag Cherif, assegurou que chegou a hora de encontrar uma saída pacífica para o conflito.
   
"Não temos outra opção a não ser nos sentar e conversar seriamente para encontrar uma solução para o conflito entre Azawad e Mali, que já dura mais de 50 anos", declarou o líder rebelde aos jornalistas.
   
Por sua vez, Bassole advertiu que "o diálogo não substituirá a intervenção militar, nem a intervenção militar o diálogo".
   
"Temos que combinar um processo diplomático e político com um militar para libertar a região dos grupos terroristas que representam uma ameaça para o processo de paz e para toda a região", asseverou Bassole.
   
Enquanto isso, na região oriental malinesa de Menaka foram travados sexta-feira combates entre o MNLA e Monoteísmo e a Jihad na África Ocidental, um dos grupos fundamentalistas islâmicos que controlam o norte do país africano.
   
Mali se encontra imerso em uma profunda crise desde o dia 22 de Março, quando um golpe de Estado militar derrubou o presidente eleito democraticamente, Amadu Tumani Turé.
   
Segundo os últimos números do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur), o conflito do norte de Mali causou o deslocamento de mais de 200 mil pessoas, das quais pelo menos 46 mil se mudaram para Bamaco, a capital do país.

BEAC Celebra 40º Aniversário


Paris - O Banco dos Estados da África Central (BEAC) organizará a 22 de Novembro próximo um simpósio em Malabo, a capital da Guiné Equatorial, para celebrar os seus 40 anos de existência.
 
O BEAC deseja, através deste simpósio, fazer o balanço da experiência adquirida na gestão e na consolidação duma união monetária e apresentar as perspectivas de cooperação e de desenvolvimento para os próximos anos.
 
Três temas foram escolhidos para este simpósio: "BEAC, 40 anos de Cooperação Monetária na África Central", "União Monetária e Convergência Económica: Experiências em África e na Europa" e "Perspectivas da Integração Monetária em África e no Mundo".
 
O objectivo da reunião é permitir trocas sobre as experiências respectivas das uniões monetárias em África e na Europa, bem como a elaboração duma visão comum sobre as perspectivas da integração monetária na Comunidade Económica e Monetária da África Central (CEMAC).
 
Criado a 22 de Novembro de 1972, o BEAC é o banco central comum aos seis Estados que constituem a CEMAC - os Camarões, a República Centro Africana, o Congo, o Gabão, a Guiné Equatorial e o Tchad.

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Presidente Interino Deposto em Díli Para Falar Sobre Assuntos de "Interesse Comum"




Díli - O Presidente interino deposto da Guiné-Bissau, Raimundo Pereira, disse quinta-feira última que se deslocou a Timor-Leste para "falar sobre assuntos de interesse comum" com as autoridades timorenses, sem especificar quais.

"É uma visita normal no quadro das relações entre os povos da Guiné-Bissau e de Timor.Como sabem, nós temos um passado comum de luta pela independência e os laços históricos falam mais alto e é normal que eu esteja cá em visita para falar sobre assuntos de interesse comum", afirmou Raimundo Pereira.

O Presidente interino deposto da Guiné-Bissau falava à imprensa no aeroporto Nicolau Lobato, em Díli, momentos depois de chegar acompanhado do chefe da diplomacia deposto, Mamadu Djaló Pires, e não do Primeiro-ministro deposto, Carlos Gomes Júnior, como a Lusa noticiou na quarta-feira.

A 12 de Abril, na véspera do início da segunda volta para as eleições presidenciais da Guiné-Bissau, na sequência da morte por doença do Presidente Malam Bacai Sanhá, os militares derrubaram o Governo e o Presidente.

A Guiné-Bissau está a ser administrada por um Governo de transição, apoiado pela Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), que pretende realizar eleições no país em Abril do próximo ano.

A maior parte da comunidade internacional, incluindo a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), não reconhece as novas autoridades de Bissau.

O convite para visitar Timor-Leste foi feito ainda por José Ramos-Horta, que abandonou a presidência timorense em Maio, e que manteve um pequeno encontro no aeroporto com Raimundo Pereira e Mamadu Djaló Pires.

Durante a sua estada em Timor-Leste, que termina no sábado, Raimundo Pereira deverá reunir-se com o actual Presidente timorense, Taur Matan Ruak.

Cúpula dos BRICS Vai Discutir Criação de Fundo Monetário do bloco

Cúpula dos BRICS-Os países do bloco BRICSBrasil, Rússia, Índia, China e África do Sul – vão discutir em Março de 2013 parâmetros concretos e condições de acumulação de reservas monetárias, num mínimo de 240 bilhões de dólares, para a criação de um fundo comum do grupo. O encontro de cúpula do bloco será realizado na África do Sul.
 
A concepção da criação do fundo anti-crise econômica global do grupo BRICS surgiu ainda em Junho deste ano. Na cúpula do G20, no México, o vice-ministro das Finanças da Rússia, Sergei Storchak, afirmou que o fundo será criado se Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul não puderem exercer sua devida influência sobre a adoção das decisões do Fundo Monetário Internacional, que se encontra agora em fase de reforma. “É evidente que os países-membros do grupo BRICS entraram numa fase em que podem exigir que a sua opinião seja levada em consideração”, disse Storchak em Los Cabos.
Os líderes dos BRICS reunidos em Março de 2012 em Nova Délhi

Os cinco países que integram o grupo BRICS detêm 43% da população do planeta e cerca de 18% do PIB mundial. O total das suas reservas é de cerca de 4 trilhões de dólares.
 
Esse crescente poderio econômico dos BRICS permitiria reclamar também um papel mais alto na política mundial, na opinião do analista financeiro Roman Andreev, em declaração à Rádio Voz da Rússia. Disse Andreev: “Creio que a idéia básica consiste em dar a entender à comunidade mundial que no globo existem não somente o Fundo Monetário Internacional e o Banco Mundial, e que não somente eles é que podem impor as suas regras. Neste caso prevalecem precisamente os motivos políticos, trata-se de uma certa alternativa ao Banco Mundial, ao Fundo Monetário Internacional e a outros fundos que são criados agora na Europa.
 
Creio que se trata do desejo dos países- membros do grupo BRICS de mostrar que os países emergentes não podem ser descartados, que é perfeitamente possível que em breve os atuais países emergentes passem para a categoria de países evoluídos e que precisamente eles irão recomendar aos países evoluídos que adotem as suas tecnologias políticas e econômicas.

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Como a América Latina Pode Ajudar a Europa

América Latina-A zona Euro parece estar a aprender lentamente as lições de gestão de crise. Esta coluna defende que as décadas de crise financeira da América Latina podem fornecer informações importantes à Europa.Muitos países periféricos da zona euro estão a sofrer problemas financeiros e de competitividade que lembram os que ocorreram na América Latina. A analogia já foi apontada várias vezes.
 
Num trabalho recente, Cavallo e Fernandez em Arias 2012: "focamo-nos em determinados domínios em que a experiência latino-americana com a crise e retoma oferece lições úteis para as atuais preocupações europeias, nomeadamente prémio elevado de risco de dívida pública, dificuldades no sistema bancário, interrupções repentinas de fluxos de capital, e fraco crescimento e competitividade".
 
Algumas respostas latino-americanas
 
Aqui ficam algumas lições de uma região com uma longa história de crise financeira e difícil interação entre economia e política.
 
Não ficar paralisado pelo receio de riscos morais
 
A experiência latino-americana demonstra a necessidade de proporcionar um apoio externo de liquidez rápido e amplo para atenuar a pressão financeira e impedi-la de aumentar para uma crise alarmante. Os riscos morais não foram um problema nos resgates externos financeiros na América Latina pois os países saldaram as suas obrigações ao abrigo de acordos estritos de aplicação obrigatória, e portanto internalizaram todos os custos e benefícios da assistência externa oficial sem beneficiar de um comportamento oportunista.
 
Indiscutivelmente, o apoio externo insuficiente esteve por trás da profundidade dos grandes colapsos da América Latina. Os riscos morais só têm sido um problema em resgates internos de entidades subnacionais pelo Governo federal.

África Longe de Atingir Metas de Desenvolvimento do Milénio

Huambo – Grande parte dos países africanos estão muito longe de atingir as metas de desenvolvimento do milénio até 2015, devido aos inúmeros problemas que enfrentam (guerras, calamidades naturais, casos de VIH/Sida, malárias, fome e pobreza).

Sobre os objectivos do milénio, é difícil a África atingir um desenvolvimento interno até 2015 devido aos inúmeros conflitos étnicos e os mais variados problemas que aflige o continente.

É quase impossível porque o continente se debate com conflitos étnicos como na República Democrática do Congo (RDC), Guiné-Bissau, Guiné Conakry, Sudão e na Somália, entre outros problemas que afligem, como à pobreza e à fome e a própria miséria.

A Declaração do Desenvolvimento do Milénio (ODM) foi assinada em 2000 por chefes de Estado e de Governo de 189 países, nas Nações Unidas, em Nova Iorque.

A mesma pretende atingir oito objectivos até 2015, nomeadamente erradicar a pobreza extrema e a fome, alcançar a escolaridade primária universal, promover a igualdade de género e capacitação da mulher, diminuir a mortalidade infantil e melhorar a saúde materna.

Perspectiva ainda o combate a epidemia do HIV/Sida, a malária e outras doenças, assegurar o desenvolvimento sustentável e promover uma parceria global para o desenvolvimento.

Em África os países em desenvolvimento aparentemente conseguiram reduzir para metade a pobreza extrema, segundo indica um relatório do Banco Mundial.

O documento divulgado pelo Banco Mundial revela igualmente que, pela primeira vez desde 1981, menos de metade da população vive na pobreza extrema em África e que as condições para um avanço maior no continente são pouco favoráveis.

Dados preliminares apresentados pela instituição multilateral de crédito indicam que o conjunto dos países em desenvolvimento atingiu em 2010 a primeira das oito Metas de Desenvolvimento do Milénio, que inclui avanços contra à fome, doenças e analfabetismo.

Do ponto de vista do VIH/Sida, essa epidemia continua a destacar-se como um problema importante de saúde pública, exigindo cada vez mais o engajamento de diversos sectores, público e privado, das Nações Unidas (UN) e da sociedade civil, tendo em conta aspectos da efectividade humana, o respeito a diversidade e o seu alastramento em África, sobretudo em países em vias de desenvolvimento.
 
Algumas das Metas de Desenvolvimento do Milénio com vista a cortar pela metade a pobreza no mundo serão alcançadas já em 2015, segundo o relatório das Nações Unidas divulgado no contexto da 67ª Assembleia-geral da ONU são objectivos longe de serem atingidos por muitos países do continente africano, incluído da África Branca (Líbia, Tunísia e Egipto) devido a primavera árabe consubstanciada com sucessivas guerras e destruições.

No campo dos direitos humanos, alguns Estados africanos registaram avanços significativos no acesso a educação básica para as mulheres. Em Angola por exemplo, as mulheres têm procurado ganhar o seu espaço nas esferas política, económica, social, desportiva e no poder legislativo que tem servido de estímulo para as demais mulheres no mundo e na África, em particular.

A nível da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), tal como Angola, Moçambique também possui uma Lei sobre a violência no género, desde 2011, que defende as vítimas deste flagelo, tráfico de mulheres e crianças e abuso sexual da rapariga, tornando-se desafios permanentes aliados a formação da mulher e erradicação do analfabetismo.

Neste capítulo da igualdade do género no continente africano, se destaca ainda a eleição da sul-africana Nkosozana Zuma ao cargo de presidente da Comissão da União Africana (UA), ascensão enaltecida por várias mulheres do continente africano.

As metas sobre globais de acesso a água potável e a educação básica para meninas, distribuição equitativa da riqueza do país e sustentabilidade ambiental estão ainda longe de ser alcançados por muitos países do continente africano.