terça-feira, 13 de novembro de 2012

Guiné-Bissau: Comité Internacional da Cruz Vermelha Visita Pansau Ntchama

Bissau – Uma delegação de Comité Internacional da Cruz Vermelha (CICV) visitou, entre 7 e 8 de Novembro, o Capitão Pansau Ntchama e outras pessoas detidas e acusadas de envolvimento no caso de 21 de Outubro. A visita vai continuar até 14 de Novembro.
 
A informação foi avançada à PNN por uma fonte familiar ligada a um dos detidos acusados da suposta intentona, que culminou num ataque ao Quartel de Pára-comandos em Bissalanca, nos arredores de Bissau.

De acordo com a referida fonte, os prisioneiros encontram-se em condições de saúde minimamente aceitáveis mas estão impedidos de receber visitas de familiares e amigos.

A mesma fonte informou ainda que o CICV vai continuar a visita esta semana, entre 13 e 14 de Novembro, e dar produtos de higiene e alimentares aos detidos.

O CICV deverá também promover trocas de correspondência com os familiares. As mensagens serão analisadas pelas autoridades militares da Guiné-Bissau antes de chegarem aos destinatários.

Trata-se da primeira visita de um organismo internacional aos detidos no âmbito do caso de 21 de Outubro, que totalizam cerca de 20 pessoas.
A maioria dos prisioneiros encontra-se nas celas do Quartel de Amura e na Base Aérea de Bissalanca, a sete quilómetros de Bissau.

Governo de Transição da Guiné-Bissau Diz Que Empresários Portugueses São "Parceiros Preferenciais"

Guiné-Bissau-O Governo de transição da Guiné-Bissau considera que os empresários portugueses "são os parceiros preferenciais" para o país e garante "todo o apoio" aos que quiserem investir localmente."Entendemos que são os parceiros preferenciais para a Guiné-Bissau, por uma questão da língua, porque falamos a mesma língua, e temos uma cultura similar. Há muitas coisas que nos unem e tornam tudo mais fácil", defendeu o porta-voz do Governo e ministro da Presidência, Fernando Vaz.
 
Falando após uma reunião com um grupo de empresários portugueses que quer investir na Guiné-Bissau, Fernando Vaz disse que diariamente o Governo recebe pessoas interessadas em investir no país e acrescentou: "Aos portugueses particularmente, por serem nossos irmãos, nós abrimos as portas e daremos todo o apoio. Sem nenhuma hipocrisia, quando tivermos de dizer que fizeram mal continuaremos a dizer."
 
Fernando Vaz tem criticado duramente Portugal nos últimos tempos, nomeadamente acusando as autoridades de Lisboa de estarem implicadas na tentativa de assalto a um quartel em Bissau, no passado 21 de Outubro.
 
Após a reunião, salientou: "Os portugueses vão continuar a vir para a Guiné-Bissau, com ou sem apoio do Governo português. Estarão cá, terão todo o apoio do governo da Guiné-Bissau."
 
O grupo de sete empresários chegou a Bissau e vai ficar no país durante uma semana, para "explorar e ver a viabilidade de as empresas poderem aqui investir", disse Francisco Marques, empresário da área de engenharias e construção.
 
Ainda sem objetivos concretos de negócios ou investimentos, os empresários (seis deles pela primeira vez no país) estão em Bissau "para conhecer" e mostrar "o interesse em poder desenvolver uma atividade na Guiné-Bissau, com parceiros locais", disse Francisco Marques.
 
Otimistas quanto a futuros investimentos, os empresários garantiram que vão voltar e que outras missões se seguirão, como disse Marco Vieira, empresário da área da tecnologia e que representa também interesses de empresas norte-americanas e sul-coreanas.
 
Presentes estão também empresários da área da comercialização de vinhos, da indústria farmacêutica, do turismo e das pescas, além da construção civil, nomeadamente do grupo ACA (Alberto Couto Alves), que já trabalha em Angola e Marrocos e está agora a investir igualmente em Moçambique.
 
O grupo chegou à Guiné-Bissau "pela mão" de Carlos Gravito, da área da hotelaria e turismo, que já conhecia o país e que, disse, vai continuar a levar empresários portugueses a Bissau.
 
A Guiné-Bissau está a ser gerida por um governo de transição, na sequência de um golpe de Estado, a 12 de Abril. A maior parte da comunidade internacional, incluindo Portugal, não reconhece as autoridades de transição.

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Dois Mil Vaturas Circulam Ilegalmente na Guiné-Bissau


Bissau – Mais de dois mil viaturas de diferentes categorias encontram-se a circular de forma ilegal, em todo território nacional.A situação tem mais destaque em Bissau. Os principais autores da prática são os despachantes oficias do país, em colaboração com a Direção-geral das Alfândegas da Guiné-Bissau.

Os referidos carros pertencem, na sua maioria, aos cidadãos nacionais, assim como de outras nacionalidades, designadamente nigerianos, senegaleses e libaneses.Como consequência, o Estado guineense perde aproximadamente o valor correspondente ao pagamento de salários de dois meses aos funcionários públicos.

Com o objectivo de contornar a situação, a Secretaria de Estado de Transportes, Telecomunicações e Novas Tecnologias de Informação, na qual se integram o Ministério do Interior e o Ministério das Finanças do Governo de transição, levam a cabo, desde 12 de Outubro, uma campanha de apreensão de carros em condições irregulares.

Falando à PNN a 8 de Novembro, Abdu Djaguite Supervisor-geral da referida campanha, disse que a iniciativa tem como objetivo recuperar receitas de tesouro público que até esta data vem sendo roubado por pessoas alheias.

«Queremos desencorajar as pessoas que praticam este acto, porque existem muitas viaturas a circular no país sem despachos devidamente autorizados», disse Djaguite.

Sem querer entrar em números exatos de carros aprendidos, Djaguite disse que, até à data, mais de 40% das pessoas na situação ilegal já regularizaram as suas condições, cuja operação está a ser orientada através de um regulamento interno, elaborado para este efeito.

«Em cada vinte viaturas que circulam, podemos considerar que apenas quatro se encontram na situação legal», disse o responsável.

As dificuldades que o Governo enfrenta nos últimos anos em relação ao pagamento de salários e greves nos sectores de saúde e a educação, foram, de entre outros aspectos, motivados por estas práticas irregulares, disse Djaguite, sublinhando que este comportamento continua contribuir negativamente na vida social do guineense.

Trata-se de uma situação que é do conhecimento da Associação de Despachantes, que Djaguite acusou de roubo ao Estado guineense.

«Não é normal, quando um valor é destinado ao Estado e não chega ao seu destino porque eles fazem roubo ao Estado e ao proprietário da viatura, causando prejuízo ao Estado», referiu.

Interrogado sobre a forma como esta prática é executada, Abdu Djaguite disse que se trata de um sistema por meio de falsificação de documentação entre os despachantes, em estreita colaboração com a Direção-geral das Alfândegas.

A título de exemplo, algumas viaturas são despachadas como se fossem géneros alimentícios, sabão, água importada, refrigerantes ou roupas usadas.

Contactada pela PNN, a direção da Associação de Despachantes não se quis pronunciar sobre o assunto.

Recordo que este processo teve início desde Janeiro, através de um trabalho de levantamento de despachos de viaturas junto da Direção-geral da Viação e a Direção-geral das Alfândegas, levado a cabo por Abdu Djaguite, na altura em que foi designado Inspetor-geral da Secretaria de Estado de Transportes e Comunicações.

Abdu Djaguite é formado na área de Inspeção de Causas e Resoluções de Consequências Económicas e Empresarial.

Antigo Presidente Guineense Kumba Ialá Felicita Congresso


Kumba Ialá
Bissau-O ex-Presidente da Guiné-Bissau Kumba Ialá foi uma das personalidades e organizações políticas estrangeiras que felicitaram o Partido Comunista Chinês (PCC) pela realização do seu 18.º Congresso, anunciou a agência noticiosa oficial chinesa Xinhua.

Kumba Ialá é a única figura dos países de língua portuguesa entre os 26 nomes citados pela Xinhua, numa lista que inclui, entre outros, um secretário nacional do Partido Socialista francês e o vice-secretário-geral da Coligação Islâmica do Irão.

O antigo líder guineense, eleito em 2000 e deposto cerca de três anos e meio depois, é presidente do Partido da Renovação Social da Guiné-Bissau.

O 18.º Congresso do PCC, que vai escolher a liderança chinesa para a próxima década, decorre em Pequim até à próxima quarta-feira.

Xi Jinping, atual vice-Presidente, deverá então substituir o Presidente Hu Jintao na chefia do partido, iniciando a ascensão ao topo do poder de uma nova geração de líderes.

Politólogo Guineense Tcherno Djaló Apresenta em Lisboa Livro Mestiço e Poder

Obra "O Mestiço e o Poder" do guineense Tcherno Djaló lançada a 10 de Novembro de 2012 em Lisboa
Obra "O Mestiço e o Poder" do guineense Tcherno Djaló lançada a 10 de Novembro de 2012 em Lisboa
 
 
(...) É uma abordagem da nossa sociedade num outro prisma; o papel da comunidade mestiça na Guiné Bissau na gestão tecnocrática do aparelho do Estado ao longo do tempo. Mas antes disso a obra ("O Mestiço e o Poder Identidades, Dominações e Resistência na Guine") tem como primeira parte, o estudo da matriz da comunidade tradicional, a sociedade tradicional na sua matriz de hoje, o estudo de todos os grupos étnicos, quer do espaço animista, quer islamizado da sociedade tradicional, na sua forma de organização social, política, religiosa, a sua cosmogonia, visão do mundo, a sua relação com o Poder (...)

É assim que o Politólogo guineense, Tcherno Djaló, Professor na Universidade Lusófona, fala do seu livro apresentado sabádo, 10 de Novembro, em Lisboa, no âmbito das festividades do Dia da Comunidade guineense em Portugal.

Malawi e Tanzânia Retomam Negociações Sobre Diferendo Fronteiriço

Blantyre - As negociações relativas ao diferendo fronteiriço entre o Malawi e a Tanzânia devem ser retomaadas de 15 a 17 de Novembro, disse o ministro malawiano dos Negócios Estrangeiros, Ephraim Mganda Chiume.

A Tanzânia reclama metade do Lago Malawi, rejeitando o tratado anglo-alemão de 1890 (Tratado Holigoland).

A questão tinha sido antes levantada nos anos 1960 depois da ascensão dos dois países à independência, todavia o Malawi ganhou o processo. O conflito ressurge hoje depois da concessão pelo Malawi de direitos de exploração de petróleo no Lago a uma firma britânica.

A Presidente do Malawi, Joyce Banda, falou desta questão à margem duma Cimeira da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) decorrida em Maputo, em Moçambique, onde foi decidida a resolução amigável da questão.

Os responsáveis dos dois países concordaram em organizar negociações, mas a Presidente Banda ordenou ao Malawi para romper as conversações depois da publicação pela Tanzânia dum novo mapa mostrando a fronteira no meio do Lago e relatos de que pescadores do Malawi foram perseguidos.

Ela acusou o seu homólogo tanzaniano de tentar burlá-la. O ministro malawiano dos Negócios Estrangeiros disse que as discussões da próxima semana concentrar-se-ão sobre o novo mapa da Tanzânia e sobre a perseguição dos pescadores do Malawi.

"A Presidente Banda deseja que esta questão seja resolvida pacifica e diplomaticamente", acrescentou o chefe da diplomacia do Malawi, adiantando que o seu país vai levar este caso ao Tribunal Internacional da Justiça (TIJ).

"Sendo uma questão de ordem jurídica internacional, acredito que a melhor via a seguir é recorrer ao TIJ", disse o ministro malawiano dos Negócios Estrangeiros.

União Africana Discute Crise no Mali

General Sekouba Konate 
UAGADUGU — O general Sekouba Konate, ex-presidente interino da Guiné-Konakry que supervisiona para a União Africana (UA) a preparação de uma intervenção militar no Mali, reuniu-se quinta-feira em Uagadugu com o chefe de Estado de Burkina Faso, Blaise Compaoré.

Konaté foi recebido por cerca de uma hora no palácio presidencial por Compaoré, mediador na crise no Mali para a Comunidade Econômica da África Ocidental (CEDEAO), constatou a AFP.

"A União Africana e a CEDEAO vão fazer todo o possível para manter a integridade territorial do Mali", declarou o representante da UA após o encontro.

Antes da reunião, uma fonte da Presidência de Burkina Faso tinha indicado à AFP que os dois discutiriam "a intervenção militar e o diálogo permanente", enquanto o norte do Mali é ocupado por grupos armados islamitas.

Konaté chegou a Bamaco, onde participou de trabalhos de especialistas e depois de uma reunião com os chefes do Estado Maior da África Ocidental, que desenvolveram um plano de reconquista do norte do Mali.

Este "conceito de operações harmonizadas" deve ser discutido sexta-feira em Abuja pelos ministros das Relações Exteriores e da Defesa da CEDEAO, antes de uma reunião de chefes de Estado no domingo.

Depois de adotado, o plano deve ser transmitido pela UA ao Conselho de Segurança da ONU "antes de 15 de novembro", segundo um comunicado da CEDEAO divulgado quinta última. O Conselho de Segurança adotou, em 12 de outubro, uma resolução dando à CEDEO 45 dias para enviar seus planos.

Em defesa de uma política de diálogo antes de recorrer à força contra os "terroristas", Burkina Faso iniciou discussões com um dos grupos islamitas armados no norte do Mali, o Ansar Dine, aliado dos jihadistas da Al-Qaeda no Magreb Islâmico (AQMI) e do Movimento para a unicidade e a Jihad na África Ocidental (Mujao).Ansar Dine manifestou na terça-feira em Uagadugu sua rejeição ao "terrorismo" e pediu que outros grupos armados e Bamaco dialoguem.