quinta-feira, 8 de novembro de 2012

África Espera Apoio de Obama Para Desenvolvimento Regional

BRASÍLIA Ao parabenizar quarta-feira (7 de Novembro) o presidente reeleito dos Estados Unidos, Barack Obama, o presidente da África do Sul, Jacob Zuma, apelou para que ele mantenha o apoio ao desenvolvimento do continente africano. "A África do Sul espera que os Estados Unidos continuem a desempenhar um papel positivo nessa matéria [o desenvolvimento africano]", diz o comunicado de Zuma.
 
"Valorizamos as nossas relações com os Estados Unidos e esperamos que a cooperação seja reforçada nos próximos anos, acrescenta o texto.
 
A primeira-dama dos Estados Unidos, Michelle Obama, esteve recentemente na África do Sul e visitou o ex-presidente Nelson Mandela, simbolo da paz e dos esforços em favor do fim do regime de segregação racial no país. Michelle e Mandela foram fotografados juntos.

Bancos Centrais Africanos Possuem US$ 500 Biliões de Dólares em Reservas Cambiais

Paris - Cerca de US$ 500 bilhões de dólares encontram-se depositados sob forma de reservas cambiais nos cofres de diferentes bancos centrais dos países africanos, indica uma avaliação confidencial a que a PANA teve acesso em Paris.
 
Realizada no quadro da busca de financiamentos inovadores para o desenvolvimento em África, o estudo, apoiado pelo Banco Africano de Desenvolvimento (BAD), propõe a utilização destes 500 bilhões de dólares americanos na realização de infra-estruturas.
 
"Este estudo é uma excelente notícia. Somos um certo número de pessoas a reclamar há muito tempo que se ponha termo a este escândalo que consiste em deixar dormir o dinheiro dos Bancos Centrais enquanto África carece de financiamentos", comentou o economista camaronês François N'Dengwe.
 
Ele desejou igualmente que o dinheiro dos Bancos Centrais africanos sirva principalmente para estimular a atividade económica através dum apoio acrescido aos investimentos.
 
"Deve-se, sobretudo, evitar que este dinheiro seja utilizado para pagar os funcionários ou para cobrir outras despesas correntes do Estado. Seria contraproducente. Ele deve servir antes para a realização de infra-estruturas, a educação e a formação técnica e profissional", insistiu o economista camaronês.
 
Os bancos centrais nacionais ou sub-regionais dos países da zona franco acumulam importantes montantes de dinheiro para lutar contra a subida da inflação ligada à excessiva circulação do dinheiro numerário.
 
As reservas de câmbio são depositadas nas sedes nacionais dos Bancos Centrais, salvo no caso dos países da zona franco onde elas são colocadas numa conta do Tesouro Francês em Paris.

Reeleição de Obama Prova Que «América Está Aberta» ao Mundo. Hollande felicita Obama pela vitória nas presidenciais

Hollande
França-O Presidente francês, François Hollande, felicitou  quarta-feira Barack Obama pela sua reeleição como Presidente dos Estados Unidos, considerando tratar-se de «uma escolha clara» por «uma América aberta, solidária e plenamente comprometida na cena internacional».

«Dirijo-vos em nome de todos os franceses e em meu nome pessoal as mais calorosas felicitações. É um momento importante para os Estados Unidos, mas também para o mundo», disse Hollande num comunicado, citado pela Lusa e divulgado pelo Eliseu.

«A vossa reeleição é uma escolha clara a favor de uma América aberta, solidária e plenamente empenhada na cena internacional e consciente dos desafios do planeta: a paz, a economia e o ambiente», prosseguiu o Presidente francês.

François Hollande mostrou-se ainda convencido de que durante o novo mandato de Obama será possível reforçar a parceria da Europa com os Estados Unidos «para favorecer o regresso ao crescimento económico», «lutar contra o desemprego» e para encontrar soluções para as crises, «nomeadamente no Médio Oriente».

A Eleição de Obama Foi Melhor Para a América e Para o Mundo

Lisboa-Contactado pelo DIÁRIO, o professor catedrático na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, onde lecciona as cadeiras de Filosofia Social e Política e História das Ideias na Europa Contemporânea, considera que a reeleição de Barack Obama se trata de "um resultado positivo para a América e para o mundo".
 
Realça que foi com muito alívio que recebeu os resultados desta votação, uma vez que o oponente, "Mitt Romney tinha um programa indefinido, contraditório e comprometido com a direita mais radical norte-americana, o que não augurava nada de bom para os EUA e para o mundo".
 
Isto, sem colocar em causa a bondade de Romney que, considera, era o mais equilibrado de todos os republicanos que se apresentaram para concorrerem a eleições. "Era o que tinha o discurso mais regular e mais próximo da realidade".
 
Numa época de crise económico-financeira e com a situação do Irão com a capacidade de desenvolver dentro de pouco tempo armas nucleares "seria complicado introduzir um factor de incerteza com um presidente americano inexperiente e com deslizes verbais como os que aconteceram contra a Rússia e a China". Seria um presidente com muita ideologia e pouco realismo.
 
Relativamente à Europa, "Obama nunca aderiu a uma visão unilateral da resposta à crise", o que é bom para os países europeus, onde se inclui o Portugal. Obama, com a FED e o Banco Central Americano, "tem feito um financiamento da economia através de estímulos económicos que impede que aquela se degrade. Tem criado postos de trabalho, coisa que nem os privados nem os Estados têm conseguido fazer". A eleição de um presidente que combina crescimento orçamental com emprego é um bom sinal.
 
Quanto às relações com o Irão, Viriato Soromenho-Marques considera que "há margem de tempo para negociar, uma vez que aquele país ainda demorará mais 3 a 4 anos a desenvolver armas nucleares e Obama vai fazer tudo para evitar uma guerra". Vai utilizar uma diplomacia parcialmente transparente "aceitando o Irão como interlocutor" e trazendo-o para a cena política, deixado de se sentir ostracizado.
 
O professor considera que "é melhor uma via diplomática do que uma militar e Romney usava argumentos militares muitas vezes disparatados".

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Discurso Integral de Vitória de Barack Obama

Barack Obama-Se alguém ainda duvida que a América é o lugar onde todos os sonhos são possíveis, se ainda questiona se os sonhos dos nossos fundadores ainda estão vivos, se ainda questiona o poder da nossa democracia, teve esta noite a resposta.

Foi a resposta dada pelas filas que se estendiam à volta das escolas, das igrejas em números que a nossa nação nunca viu antes, feitas de pessoas que esperaram três a quatro horas, muitas pela primeira vez nas suas vidas, porque acreditavam que desta vez tinha de ser diferente, que as suas vozes podiam fazer a diferença.

Foi a resposta dada por jovens e velhos, ricos e pobres, Democratas e Republicanos, negros, brancos, latinos, asiáticos, homossexuais, heterossexuais, deficientes, americanos que enviaram a mensagem ao mundo de que não somos somente um conjunto de indivíduos ou um conjunto de estados vermelhos ou azuis.

Nós somos, e sempre seremos, os Estados Unidos da América.

Foi a resposta que levou aqueles a quem foi dito durante tanto tempo para serem cínicos e receosos e duvidarem do que somos capazes de fazer e para colocar as mãos na arca da história e vergá-la mais uma vez em direcção à esperança num dia melhor.

Levou muto tempo, mas esta noite, por causa do que fizemos hoje nesta eleição e neste momento decisivo, a mudança chegou à América.

Soares Afirma Que Derrota de Obama Seria Tragédia Para o Mundo

 
Eleição na América-Antigo Presidente da República Mário Soares acredita que Barack Obama seria o vencedor das eleições para a presidência norte-americana.Soares considera que a sua derrota seria uma tragédia.

“Se ele não ganhasse, era uma tragédia para a América, para a Europa e para o mundo. Espero que as coisas não corram tão mal na América que ganhe um republicano, que terá feito uma campanha mais ou menos dinâmica e até menos agressiva do que o costume no Partido Republicano, mas que não tem condições para ser presidente dos Estados Unidos da América”, defende Mário Soares.

Obama Vs Romney: Que Consequência Para a Europa?


José Gomes André, Investigador de Filosofia Política e professor da Faculdade de Letras da
Universidade de Lisboa

Eleição na América-Segundo José Gomes André, é bastante improvável que o resultado eleitoral norte-americano tenha um impacto directo significativo na política europeia. Desde o fim da Guerra Fria que a Europa perdeu importância na agenda americana, em detrimento de regiões mais problemáticas (como o Médio Oriente) ou estrategicamente mais promissoras (o eixo Ásia Oriental-Pacífico).
 
Este realinhamento político decorre de dois factores fundamentais.Por um lado, a pacificação do teatro europeu e a consolidação da União Europeia estabilizaram o Velho Continente, tornando “dispensável” a supervisão e o envolvimento americano (salvo raras excepções).
 
Por outro lado, a emergência de novas potências (China, Índia, etc.) mereceu especial atenção do gigante americano, interessado em conquistar novos mercados, mas também em interagir politicamente com potenciais ameaças num quadro internacional que os Estados Unidos da América (EUA) têm dominado nas últimas duas décadas.
 
A crise económica que abalou os alicerces da própria União Europeia poderia alterar este quadro. Devido à importância das transacções comerciais e financeiras transatlânticas, os EUA foram obrigados a acompanhar atentamente os eventos europeus. Porém, estando também a contas com graves problemas económicos (crescimento tépido, desemprego e défice elevados, dívida descontrolada), os EUA não têm demonstrado nem disponibilidade política, nem tãopouco possuir boas ideias para solucionar esta prolongada crise.
 
Sem surpresa, as questões europeias têm portanto sido um tema ausente na campanha, não merecendo um único minuto no terceiro debate (sobre política externa) ou uma só linha nos programas de Obama e Romney.
 
A existirem consequências relevantes para a política europeia na sequência destas eleições, elas advirão por via indirecta – nomeadamente caso se verifique uma recuperação económica e financeira dos EUA (“arrastando” as principais economias europeias), ou surjam eventos internacionais com dimensões globais (por exemplo, uma nova intervenção americana no Médio Oriente, que fizesse escalar os preços do petróleo e questionasse mais uma vez as “posições europeias” em matéria de Defesa e política externa).
 
Todavia, face às interrogações que abalam a própria estrutura económica e política norte-americana, permanece uma incógnita perceber com que futuro Presidente esses ou outros acontecimentos seriam mais prováveis.