quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Como Vivem os Brasileiros que Moram na África


Moçambique é um dos principais destinos de brasileiros na África

Brasil-Muita gente sabe que o o continente africano influenciou a formação histórico-social brasileira desde a época da colonização com os escravos trazidos por Portugal. Tal dimensão não sucumbiu ao longo dos anos e até hoje é forte a presença da cultura da África nos modos e costumes do Brasil. Mas com a relevância do país no cenário internacional, é como se outro movimento contrário estivesse sendo desenhado: cada vez mais brasileiros constituem vida em países do outro lado do Atlântico Sul.

Essa é a realidade que mostra a edição especial do programa Caminhos da Reportagem, da TV Brasil. A equipe viajou a Moçambique para conversar com um ex-jogador de futebol que montou uma empresa especializada em churrasquinho de picanha; encontrou personagens locais para falar sobre a influência das novelas; e viu como é a participação de militares brasileiros na organização da futura armada da Namíbia.

De Missionários a funcionários de grandes empresas, a todo ano vários brasileiros viajam para a África com o objetivo de morar.Dos 54 países que formam o continente, os de língua portuguesa são os principais destinos. Nesta primeira parte do programa, saiba como eles vivem, o que fazem e como é a relação de influência cultural do Brasil nas comunidades lusófonas.

Países da CEDEAO Sem Quadro Jurídico especial para Gerir Catástrofes Naturais, Diz Responsável


Dakar – A maioria dos Estados da África Ocidental não dispõem de leis especiais para facilitar e regulamentar a ajuda internacional durante o período de catástrofes naturais.

Estes pronunciamentos foram feitos segunda-feira em Dakar pelo director dos Assuntos Humanitários e Sociais na Comissão da Comunidade Económica para o desenvolvimento dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), Daniel Eklu, na abertura de um ateliê sobre o direito relativo às catástrofes para os Estados oeste-africanos.

Neste encontro organizado pela CEDEAO e pela Federação Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho (FICR), Eklu considerou que a ausência de um quadro de referência, de leis ou de regulamentação dificulta cada vez mais a coordenação da resposta e a sua eficiência.

Ele indicou que as leis internacionais sobre as respostas às catástrofes e o programa das regras e princípios foram o ponta de lança da Federação internacional da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho.

Acrescentou que o programa visa reduzir a vulnerabilidade das populações através da promoção de uma preparação jurídica para as catástrofes no que diz respeito à ajuda internacional.

''A política humanitária da CEDEAO baseia-se nos princípios humanitários básicos tais como a humanidade, a neutralidade, a independência, a imparcialidade, que visam evitar quaisquer danos'', acrescentou.

Para o diretor da zona África da Federação Internacional da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho, o Gambiano Alasan Senghore, cada Governo tem a possibilidade de pensar com antecedência, preparando o seu quadro jurídico para facilitar a importação, a exportação e o trânsito da ajuda humanitária, bem como para vigiar e coordenar o desempenho dos atores humanitários no seu território.

Senghore estimou que o ateliê é concebido para ajudar as principais partes interressadas na África Ocidental a fazerem melhor uso das leis internacionais em respostas às catástrofes.

Todavia, ele precisou que, desde 2001, a FICR leva a cabo pesquisas e consultas sobre as questões de leis em caso de catástrofe, com ênfase para a regulamentação das operações internacionais de socorro em caso de catástrofe.

Guiné-Bissau: Governo de Transição em Silêncio Sobre Possível Surto de Cólerara

Bissau - O Governo de Transição, através do Ministério de Saúde e Assuntos Sociais, decidiu manter-se em silêncio acerca dos casos de cólera que, nos últimos dias, têm assolado o país.
 
O facto foi confidenciado em exclusivo à PNN por alguns técnicos da saúde pública guineense ligados ao Hospital Nacional Simão Mendes (HNSM), a maior unidade hospitalar do país.

«Todos nós sabemos que existem casos de cólera no país mas não foram declarados publicamente para o conhecimento geral», disse a fonte.

Uma das enfermeiras descreveu-nos que, neste momento, as pessoas doentes com casos de cólera são atendidas na unidade da Quarta Enfermaria do HNSM, contudo não confirmou que se tenham registado casos de óbitos entre as pessoas atingidas com a doença.

Em recentes declarações à PNN, Umaro Bá, director-geral de Prevenção e Promoção da Saúde, disse que está em vigor um plano de contingência elaborado, desde 2008, e desmentiu a existência da doença.

«Enviámos amostras retiradas dos doentes para o laboratório, sendo a única entidade que pode confirmar clinicamente a existência de casos de cólera», disse ele.

Nesta entrevista, o responsável informou que a situação de livre circulação de pessoas e bens ao nível da sub-região está na origem do aparecimento da doença.

Por outro lado, Umaro Bá afirmou que não se pode falar em surtos de cólera, uma vez que a enfermidade não se encontra na sua fase elevada.

A Guiné-Bissau é frequentemente assolada por esta epidemia, quase em todas as épocas de chuva, provocando mortes imediatas às pessoas, com destaque para as crianças.

Presidente da Guiné-Bissau Prepara Assembleia Geral da ONU

 

O presidente interino guineense, Serifo Nhamadjo, deslocou-se terça-feira para Abdijan, Costa do Marfim, para se avistar com Alassane Ouattara, chefe de Estado marfinense e líder da CEDEAO. Nhamadjo deve participar em Nova Iorque nos trabalhos da Assembleia geral da ONU.

Para se tentar por cobro ao isolamento internacional do país as autoridades de Bissau procuram conseguir voz no concerto das nações.

A Assembleia Geral das Nações Unidas, a decorrer nos próximos dias terá, por isso, uma relevância acrescida.

Serifo Nhamdajo, de acordo com uma nota divulgada no passado dia 14, pretende representar a Guiné-Bissau ao mais alto nível na 67a Assembleia Geral e alega ter sido convidado por Johhnie Carson, secretário de Estado adjunto norte-americano para os assuntos africanos.

Uma deslocação prevista para de 26 de Setembro a 1 de Outubro.Ora Raimundo Pereira, presidente interino deposto, já se encontra em Nova Iorque, cidade aonde se deve deslocar também nos próximos dias Carlos Gomes Júnior, primeiro-ministro derrubado pelo golpe de Estado com a intenção de participarem nesse mesmo fórum.

Carlos Gomes Júnior que formalizou, entretanto, a sua candidatura para a liderança do PAIGC (Partido africano para a indpendência da Guiné e Cabo Verde) com congresso agendado para Janeiro de 2013 em Cacheu, norte da Guiné-Bissau, deve deslocar-se ainda esta semana a Addis Abeba, capital etíope e sede da União Africana, antes de rumar a Nova Iorque.

Serifo Nhmadadjo, presidente interino guineense, em declarações recolhidas em Bissau por Aliu Candé, em serviço especial para a RFI, explicou as razões que o levaram antes à Costa do Marfim para encontros com chefe de Estado marfinense.

Guiné-Bissau: UEMOA Apoia Agricultura e Pescas com 600 mil euros

Bissau- A União Económica e Monetária Oeste Africana (UEMOA) vai apoiar a Guiné-Bissau com 393 milhões de francos CFA (600 mil euros) nos domínios da agricultura e pescas, de acordo com três protocolos assinados em Bissau.
 
Os documentos foram assinados no âmbito de uma visita de um dia à Guiné-Bissau do presidente da comissão da UEMOA, Cheikhe Hadjibou Soumaré, que os rubricou com o ministro das Finanças do governo de transição, Abubacar Demba Dahaba.
 
Os documentos assinados incidem sobre o apoio a campanhas nacionais de vacinação contra a doença do carbúnculo (que afeta especialmente os animais herbívoros mas que pode atingir também o ser humano) e contra a doença de Newcastle (que afeta as aves), e no reforço da colheita de dados estatísticos sobre pesca artesanal e continental.


quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Domingos Simões Pereira Admite Candidatar-se a Presidente do PAIGC



Secretário - executivo da CPLP
Ex-Secretário - executivo da CPLP

Lisboa - O guineense Domingos Simões Pereira, secretário-executivo cessante da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), admitiu segunda -feira, em Lisboa, candidatar-se à liderança do PAIGC, mas sem apontar datas.

"Sou militante de um grande partido na Guiné-Bissau, termino as minhas funções [de secretário-executivo da CPLP] e coloco-me à disposição do meu povo e do partido para aquilo que eles entenderem ser o melhor espaço para o meu contributo", disse Simões Pereira ao ser questionado pelos jornalistas sobre se poderá candidatar-se a presidente do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC).


Domingos Simões Pereira falava à margem de uma homenagem que lhe foi prestada, na sede da CPLP, pela Associação de Estudantes da Guiné-Bissau em Lisboa.

Quanto ao seu futuro político, considerando que em Janeiro de 2013 vai realizar-se um congresso do PAIGC, Simões Pereira reconheceu que há "colegas, amigos, gente do partido e de fora do partido que comungam do sentimento" de que pode vir a assumir "algo de importante" no seu país.

"Tenho defendido que fazer política tem que ser um bocado mais do que disputar o poder. Temos que ter um projecto de sociedade. E eu estou a desafiar os colegas que acreditam em mim e os jovens que dizem que eu represento esse futuro e essa esperança a trabalharmos num projecto de sociedade, que nos garanta que quando chegar o momento teremos soluções. E se formos capazes de o fazer, então sim, eu irei assumir esse desafio", disse.

O Presidente da República de transição da Guiné-Bissau anunciou que representará o país na 67.ª Assembleia-Geral das Nações Unidas, que se realiza este mês, em Nova Iorque.

Serifo Nhamadjo anunciou também que é um dos convidados de honra da Administração norte-americana para participar numa recepção que será oferecida nesta circunstância a mais de 100 personalidades.

Questionado sobre se isso representa um reconhecimento tácito pela ONU e pela comunidade internacional das autoridades de transição da Guiné-Bissau, que assumiram o poder na sequência do golpe de Estado de 12 de Abril, Simões Pereira disse que essa avaliação cabe às Nações Unidas.

"O que acontecer terá a sua explicação e as pessoas certas saberão dá-la", observou.

Apesar de ser "contra golpes de Estado", Simões Pereira frisou que "todos os guineenses devem ser parte da solução, que tem de ser a mais inclusiva possível".

Simões Pereira disse que vai acompanhar o novo secretário executivo da CPLP, o moçambicano Murade Murargy, a Nova Iorque, "na perspectiva de o introduzir em determinados meandros" da participação da CPLP durante a Assembleia-Geral das Nações Unidas.

Quanto à homenagem que lhe foi prestada pelos estudantes guineenses, Simões Pereira admitiu que foi "muito sentida e muito sincera".

Durante a cerimónia usaram da palavra vários estudantes guineenses, que realçaram que Simões Pereira exerceu as funções de secretário-executivo da CPLP com "competência, dignidade e generosidade", ajudando-os com os seus "ensinamentos".

Simões Pereira, nascido em 1963 e engenheiro civil e industrial, desempenhou o cargo de secretário-executivo da CPLP entre Julho de 2008 e Julho de 2012.

A CPLP é composta por Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.

Ban Ki-moon Critica "Falta de Progressos" Para Repor Constitucionalidade

Guiné-Bissau-O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, está "preocupado" com a "falta de progressos na reposição total da ordem constitucional" na Guiné-Bissau, dificultada pelas divergências em relação ao governo saído do golpe de Estado de Abril.

A posição consta do relatório do secretário-geral ao Conselho de Segurança, a que a Lusa teve acesso, sobre a situação no país na sequência do golpe de Estado, e esteve em cima da mesa dos países-membros na terça-feira última, num "briefing" do Subsecretário-geral para os Assuntos Políticos, Jeffrey Feltman, sobre a Guiné-Bissau.
 
A "falta de progressos", segundo Ban Ki-moon, "está a ser aprofundada pelas divisões entre atores nacionais e parceiros internacionais sobre a legitimidade do atual governo de transição"."Entretanto, as necessidades humanitárias e socio-económicas da população continuam a crescer", adianta.
 
Ban Ki-moon apela ainda ao governo de transição que "redobre esforços" para que seja retomado o funcionamento da Assembleia Nacional, que está a contribuir para a "paralisia" do país e, em particular, para atrasos do processo eleitoral.
 
"Estou preocupado com o surgimento de dúvidas sobre o compromisso do governo de transição realizar eleições dentro do prazo de transição alocado", sublinha.
 
O secretário-geral saúda a disponibilidade do maior partido do país, PAIGC, para negociar com as autoridades de transição, tendo em vista um processo eleitoral que seja "credível e transparente".
Aos militares, apela a que respeitem o Estado de Direito e as eleições democráticas.
 
O secretário geral pede ao governo de transição que trabalhe com todos os partidos políticos e sociedade civil guineense, tendo em vista um plano consensual que trace "claramente" um caminho para a "reposição total" da ordem constitucional.
 
Ban Ki-moon refere-se aos desentendimentos públicos entre a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), que vem trabalhando com o governo de transição, e a CPLP, que se recusa a reconhecê-lo, que está a contribuir para a "estagnação da crise política".
 
"A harmonização de posições destas duas organizações, que são grandes parceiros da Guiné-Bissau, é de importância soberana", e a missão conjunta CEDEAO-ONU foi um "primeiro passo" para ajudar a ultrapassar as divergências, adianta.
 
O relatório trimestral tem como objetivo também monitorizar o cumprimento das sanções decretadas pelo Conselho de Segurança na resolução 2048, de 18 de Maio, a indivíduos responsáveis pelo golpe militar que derrubou o governo de Carlos Gomes Júnior.
 
A este respeito, a única nota é que o chefe de Estado Maior das Forças Armadas, General António Indjai, que está impedido de sair da Guiné-Bissau, esteve na Costa do Marfim e Mali, viajando através do Senegal, para participar em reuniões de militares da CEDEAO em final de Julho e meados de Agosto.O governo de transição argumentou que estas viagens integraram-se nos "esforços de paz na Guiné-Bissau e na sub-região", refere o relatório.