sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Livro Conta História da Escravidão no Estado e País

 
Brasil-Documentos que contam a história do Maranhão foram recuperados, catalogados por pesquisadores do arquivo público estadual, e vão ser lançados em livros. Nas duas obras é possível encontrar registros da história da escravidão no Estado, e da vida política, administrativa e social do Maranhão, nos períodos do Brasil colônia e do império.

Os livros já são considerados best sellers do arquivo público do estado. O "Repertório de documentos para a história da escravidão no Maranhão" é um destes. Com 591 páginas, ele levou seis anos para ficar pronto e isto só foi possível por causa dos milhares de documentos guardados no arquivo, datados séculos XVIII e XIX. A obra é uma espécie de diário de um período em que tudo girava em torno do trabalho escravo.

E de que região da África onde vieram os negros?. Guiné Bissau, Cahel, Angola... Havia o preto ladico, aqueles que já conheciam um pouco da língua e de alguns costumes. Não eram da preferência dos senhores, porque influenciava os outros a formar quilombos. Havia também os negros boçais que não tinha nenhum conhecimento eram os preferidos.

A historiadora Helena Espínola é uma das 13 pessoas que elaboraram o livro. “Ele vai indicar fontes para quem quer conhecer a história da escravidão no Estado. Não é só do escravo, mas da escravidão de modo geral, porque o escravo livre, forro, nós relatamos no livro. Pegamos toda a documentação referente a escravos, tanto os que já haviam conseguido essa liberdade, como os que ainda viviam a serviço de seus senhores e os filhos destes escravos. Então ele é bem abrangente”, disse a especialista.

Foi um período em que o negro era o centro das atenções, moeda de valor, porque como mão de obra barata, promovia o crescimento de todos os setores da economia. Mas não era respeitado como tal.
 

Os arquivos também registram passagens curiosas. Uma certa vez, 30 negros foram enviados como encomendas para a província de Pernambuco. Os responsáveis pela carga, como podia ser considerados o grupo de escravos, queriam pagar taxa baratas e não passagens, como reivindicavam os Correios. O caso foi parar num juiz de paz, que parecia trabalhar somente em função desta relação: negros e senhores.

Muitas vezes os escravos não suportavam tantos maus tratos e reagiam. “Através de fugas, do roubo, do crime. Eles assassinavam também. Nós temos vários relatos de escravos que assassinavam seu senhor”, explicou a historiadora.

O livro é um marco na história da escravidão e mostra, acima de tudo, o quanto os escravos não só no Maranhão, mas em todos os estados, contribuíram para o desenvolvimento do país. “Os escravos é que produziam. Trabalhavam na lavoura, na criação de animais, como domésticos, toda espécie de trabalho era feito pelos escravos. Tanto que a gente encontra correspondência dos senhores para o governo, pedindo mais entrada de escravos porque a lavoura estava decaindo pela falta de trabalho escravo.

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Guiné-Bissau:37 Crianças Não Conseguem Regressar a Casa

Guiné-Bissau-Roberto Metcha, que lidera uma comissão criada pelos pais e encarregados de educação das crianças, para tentar encontrar formas de as trazer de volta, contou à Lusa que os jovens, com idades entre 10 e 15 anos, foram levados por um "agente de futebol" para um torneio na Costa do Marfim que terminou há mais de duas semanas.

"Estamos preocupadíssimos com as nossas crianças. Eu tenho lá o meu filho de dez anos. Eu e mais outros pais estamos a tentar ver a partir de Bissau, junto das nossas autoridades, com instituições que tratam de questões das crianças e com pessoas de boa vontade, como fazer regressar as nossas crianças da Costa do Marfim", disse Metcha.

Segundo a mesma fonte, os rapazes foram levados para Abidjan mediante o pagamento de 350 mil francos CFA (534 euros) para custear o transporte, a alimentação e a estada (embora nem todos os pais tenham dado essa quantia).

"Acontece que as crianças acabaram por viajar de carro até a Costa do Marfim e agora não conseguem regressar, porque o senhor que as levou para lá diz que não tem dinheiro para custear a viagem", afirmou Roberto Metcha, pedindo a intervenção da secretaria de Estado da Juventude, Cultura e Desporto.

"Os rapazes estão a passar um mau bocado. Os que tiveram a sorte de os pais lhes enviarem dinheiro permaneceram no hotel, os outros estão a dormir num quarto numa esteira. Foi o que me disse o meu filho", explicou Roberto Metcha, cuja comissão a que preside será recebida na quinta-feira pelo diretor-geral dos Desporto.

Cientistas Africanos Descobrem Fármaco Promissor Contra Malária





Resultados preliminares


Brasil-Cientistas da Universidade da Cidade do Cabo, na África do Sul, anunciaram o desenvolvimento de um novo fármaco para combater a malária.O composto, conhecido como MMV390048, pertence à classe das aminopiridinas.O fármaco mostrou-se promissor no combate aos cinco tipos conhecidos da doença com um único comprimido, tomado uma só vez.

Testes realizados em animais mostram que o microrganismo causador da malária, o protozoário Plasmodium, desapareceu do organismo após uma só dose do produto.E o medicamento ainda impede que o mosquito Anopheles transmita o mal depois de picar um indivíduo malária infectado.

Erradicação da malária

Os cientistas sul-africanos comemoram o feito: é a primeira vez que uma pesquisa feita na África por pesquisadores locais chega a resultados tão concretos.Kelly Chibale e seus colegas tiveram financiamento da Medicines for Malaria Venture (MMV), uma organização com sede na Suíça.Segundo os pesquisadores, com a nova tecnologia, eles esperam que, em duas ou três décadas, possa ser possível erradicar a malária em todo o mundo.

A série das aminopiridinas foi inicialmente identificada por cientistas da Universidade de Griffith, na Austrália, também dentro dos esforços da MMV para rastrear cerca de 6 milhões de compostos com possibilidade de ação contra a malária.Os primeiros testes clínicos com o novo fármaco estão agendados para 2013.

Rastros da malária

Em 2010, a Organização Mundial da Saúde, órgão ligado a ONU, registrou 216 milhões de casos em todo o mundo.A malária causa, entre outras coisas, febre, mal-estar, fortes calafrios e anemia. Sem o tratamento adequado, que deve ter início logo após aparecerem os primeiros sintomas, a doença pode levar à morte.

No ano passado, cerca de 1 milhão de pessoas morreram de malária no mundo - 890 mil só na África Subsaariana. No Brasil, 97% dos casos ocorrem na Amazônia. As principais vítimas são as crianças. As autoridades de saúde estimam que, no Continente Africano, uma criança morra a cada quarenta e cinco segundos por causa da malária.

 

Guiné-Bissau: Domingos Simões Pereira Candidata-se à Presidência do PAIGC

Bissau - Domingos Simões Pereira, ex-secretário Executivo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), vai candidatar-se à Presidência do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC).
 
A informação foi avançada à PNN por uma fonte de grupo de dirigentes e militantes do partido, que apoiam Domingos Simões Pereira.

Para este efeito, o antigo responsável máximo da CPLP encontra-se na Guiné-Bissau desde a passada semana, onde se deslocou ao interior do país, nomeadamente às regiões de Quinara, Cacheu, Oio, Bafatá e Gabu, com a finalidade de auscultar opiniões junto dos militantes do PAIGC nestas localidades, relativamente à sua candidatura e possível liderança da maior formação política da Guiné-Bissau.

De acordo com a nossa fonte, há uma vontade expressa de apoio das intenções de Domingos Simões Pereira, uma vez à frente do partido, que esteve no poder até ao golpe de Estado de 12 de Abril.


Para esta corrida, Domingos Simões Pereira conta com o apoio dos «veteranos do PAIGC», a União Democrática das Mulheres (UDEMU), uma estrutura da classe feminina no interior do partido, assim como a participação nos quadros do PAIGC.

A PNN soube que, a par da corrida do antigo secretário Executivo da CPLP, alguns militantes desta força política já manifestaram os seus interesses em se candidatarem, como é o caso de Braima Camará, Cipriano Cassamá e Soares Sambu.

Guiné-Bissau: Primeiro-ministro de Transição Assume Controlo do SIS

Bissau - O Primeiro-ministro de Transição, Rui Barros, assumiu o controlo da Direcção-geral de Serviço de Informação de Segurança (DG SIS) da Guiné-Bissau.
 
O actual Director-geral desta instituição, Serifo Mane, já efectuou despachos conjuntos com o Chefe do Executivo de Transição, há mais de dois meses.

Este facto foi confirmado à PNN por uma fonte da DG SIS.Contudo, Serifo Mane tinha sido nomeado e empossado pelo actual ministro do Interior, que se ocupava hierarquicamente dessa instituição.

A medida não tinha entrado em vigor, apesar de a lei ter sido aprovada pela Assembleia Nacional Popular, promulgada a 22 de Junho de 2010 pelo então Presidente da República Malam Bacai Sanhá e publicada no Boletim Oficial Número 25.

Com as novas regras, compete ao DG SIS, de entre outras atribuições, informar o Primeiro-ministro acerca do resultado das suas actividades, assim como elaborar estudos e preparar documentos de acordo com as suas orientações.

No que diz respeito às competências do Presidente da República, cabe-lhe nomear e exonerar sob proposta do Governo.Agora Conselho de Segurança Nacional é integrado pelo Primeiro-ministro, o Procurador-geral da República e o Director-geral de Serviço de Informação de Segurança.

A DG SIS é composta por um Director-geral e dois Directores-adjuntos que são igualmente responsáveis pelo serviço de Inteligência Interna e Externa, nomeados e exonerados pelo Primeiro-ministro, sob proposta do Director-geral, o que não foi o caso da actual direcção do SIS.

De referir que a implementação na prática destas novas directrizes era um dos conflitos com o então Presidente da República, sobre quem controla quem.

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

A libertação da América Latina e o Papel de Hugo Chávez


Brasília – O presidente Hugo Chávez (Venezuela), posa para a foto oficial que formaliza a incorporação da Venezuela no Mercosul
Dizia ele, profeticamente, “que a um plano obedece o nosso inimigo: enganar-nos, dispensar-nos, dividir-nos, afogar-nos. Por isso, nós obedecemos a outro plano: ensinar a nós mesmos com todo o vigor, apertar-nos, juntar-nos, desbaratá-los, finalmente fazer a nossa pátria livre. Plano contra plano”.
 
O sonho de Martí e Bolívar ainda está presente no ideário dos povos latino-americanos e, em pleno século 21, começa a tornar-se uma realidade palpável. O exemplo vem da terra do próprio Bolívar, a Venezuela. O predestinado a ajudar no cumprimento dessa tarefa junto ao povo latino-americano chama-se Hugo Chávez.
 
O atual presidente, democraticamente eleito na Venezuela, exerce o segundo mandato e enfrenta uma oposição ferrenha não só em seu país, mas em todo o mundo. Por que motivo Hugo Chávez incomodaria tanto, se os cidadãos venezuelanos legitimamente insistem em elegê-lo como presidente? Qual o interesse das principais potências econômicas do mundo em um país mediano, no norte da América do Sul, dentre quase duzentos países no planeta?Petróleo e transformações sociais
 
Atualmente, um aspecto central para a análise do processo de transformação do país é o papel da PDVSA (Petróleos de Venezuela S.A.) para a sociedade. A Venezuela é um dos países com a maior reserva petrolífera do planeta. Após a entrada de Chávez na presidência, o Estado venezuelano modificou a gestão e o direcionamento dos faturamentos da empresa. Os royalties do petróleo passam a ser investidos desde a área da saúde à habitação em benefício do povo. Socializa-se, de fato, o capital adquirido no mercado internacional de petróleo, baixando consideravelmente a taxa da pobreza no país.
 
Hoje na Venezuela, falar de processo revolucionário e de socialismo é tratar de um tema que, segundo o povo venezuelano, estão acompanhando e vivenciando no dia-a-dia. Sobretudo, a partir da introdução das missões bolivarianas.
 
Quem ousaria contestar um humilde trabalhador venezuelano sobre o potencial transformador dos mercados socialistas? Local onde são vendidos alimentos a baixo preço e de qualidade, sem agrotóxicos. Ou seja, o abastecimento é proveniente de experiências de agro-ecologia promovidas pelo Estado e acessíveis ao povo pobre, não aos grandes hipermercados. Ressaltando que as áreas de plantio, muitas vezes, são provenientes de desapropriação. Dessa forma, a Venezuela combate ao mesmo tempo três elementos fomentadores da desigualdade social na América Latina: os latifúndios, o agro-negócio e as redes monopolistas do setor de alimentos.
 
Na área habitacional, os setores ligados à especulação imobiliária são escanteados para que o direito à moradia de cada cidadão venezuelano seja garantido. A missão habitação ou “misión vivienda” tende a zerar, até 2018, o déficit habitacional na Venezuela. Todos terão direito a casa própria, além de infra-estrutura de lazer e educacional nessas áreas.
 
Tudo isso, impulsionado pelos conselhos comunais. Ou seja, a forma de que o povo seja responsável pelas mudanças de sua realidade e decida o próprio destino. Os conselhos possuem poder político e exercem a gestão direta de políticas públicas. Não se caracterizam só como estrutura consultiva, mas deliberativa, ativando a governança comunitária nos variados setores organizados, como na saúde, na economia comunal, na habitação etc.
 
A Constituição venezuelana garante o “Poder Cidadão” como um de seus poderes instituídos. Os conselhos comunais são a efetivação dessa previsão constitucional, contrariando o imaginário personalista e concentrador de poder que os meios mediáticos tradicionais passam do presidente. A tendência é uma maior autonomia e maior peso político dos conselhos comunais diante dos poderes instituídos de prefeitos ou governadores, por exemplo.É, de fato, o empoderamento do povo, indo além da mera eleição, mas por meio do exercício de uma democracia participativa pulsante.

Democracia
 
Mesmo assim, o governo Chávez ainda é taxado de ditatorial para alguns, anti-democrático para outros. Para o povo venezuelano, que reiteradamente enche as ruas com milhares de pessoas para acompanhar os comícios do presidente, que se sentem sujeitos de um processo transformador, por não aceitarem só a democracia representativa e nenhum retrocesso nos seus direitos conquistados, essa falsa imagem não se sustenta. O que incomoda os países conservadores mundo afora é o facto de a Venezuela mostrar que, politicamente, as coisas podem ser diferentes. Como diz o velho ditado, “uma ação vale mais que mil palavras”. Esse é o grande ensinamento do processo revolucionário bolivariano da Venezuela.
 
O resultado do simulacro eleitoral realizado dia 2 de Setembro de 2012 é sintomático. Mesmo a mídia conservadora latino-americana falando em empate técnico entre os candidatos, o resultado é titubeante. Dos mais de 1,6 milhão de eleitores que participaram, por volta de 86% querem a manutenção de Chávez na presidência contra os 12% para o candidato de oposição.
 
Eleger Chávez significa manter a chama de uma América Latina viva, tenaz, guerreira e unida ao redor de toda sua riqueza de pluralidades. É voltar-se para nossa construção sócio-histórica e acreditar que temos muito mais semelhanças que divergências, que na América Latina pulsa um coração único que alimenta um só corpo. Hoje, esse coração cheio de vigor e esperança da “pátria grande” chama-se Venezuela!
 
Seguindo os caminhos de Bolívar: “O que tem sido feito não é mais que o prelúdio do que se pode fazer. Estejam preparados para o combate e contem com a vitória”.
 
Gladstone Leonel da Silva Júnior é professor e doutorando em Direito pela Universidade de Brasília e militante da Consulta Popular-DF. Participou do Encontro Internacional de Jovens da Nossa América, na Venezuela, em Agosto de 2012.

Crescimento da América Latina Fortalecerá UE, Diz Governo Espanhol


Madrid- As boas perspectivas econômicas da América Latina "fortalecerão" o crescimento da União Europeia, daí a importância de impulsionar os investimentos e relações comerciais com a região, afirmou terça-feira o ministro de Economia espanhol, Luis de Guindos. Durante a inauguração da reunião "Desafios e oportunidades da economia mundial a partir de uma perspectiva ibero-americana", na qual participam ministros de Economia e Finanças da América Latina, De Guindos disse que a Espanha, apesar das dificuldades que atravessa, é competitiva e está corrigindo os desequilíbrios do passado.   
 
No entanto, o ministro afirmou que além dos "esforços domésticos", a contribuição do resto do mundo é também fundamental para a recuperação da economia. Neste sentido, disse que é importante que o setor público fomente o investimento e os marcos empresariais para favorecer as relações com a região ibero-americana. "Estou convencido de que em um futuro próximo a região ibero-americana será um dos motores de crescimento", assinalou.   
 
"A aposta da Espanha na América Latina está fora de toda dúvida, assim como o compromisso dos empresários", disse o ministro, destacando também que a Espanha é o maior investidor internacional na região. Além disso, De Guindos se referiu ao aumento de 20% das exportações espanholas para a América Latina em 2011, quando alcançaram um recorde histórico, e ao "enorme potencial" que tem esta região, que cresce a taxas superiores à média mundial.   
 
O secretário-geral ibero-americano, Enrique Iglesias, destacou que o debate sobre a crise econômica sofrida pela Europa é importante para a América Latina por causa dos efeitos que possa ter nestas economias e em seu dinamismo. Ele se referiu às "experiências" que estes países podem transferir sobre as crises que sofreram nos anos 80 e 90 para "ver o que fizeram de certo e o que fizeram de errado".   
 
"Estamos em um momento no qual estão sendo tomadas decisões importantes, e isto preocupa a todos", assegurou Iglesias. Na reunião ministerial, preparatória para a Cúpula Ibero-Americana que será realizada em Cádiz nos dias 16 e 17 de Novembro, participam representantes de Panamá, Guatemala, Uruguai, México, Costa Rica, Portugal e Espanha.