quarta-feira, 12 de setembro de 2012

OMS: Um milhão Suicidam-se Por Ano

São Paulo – Um milhão de pessoas suicidam-se por ano no mundo, um número maior do que o de vítimas de guerras e homicídios, segundo relatório da OMS (Organização Mundial de Saúde). O documento do órgão da ONU foi elaborado para a décima edição do Dia Mundial de Prevenção de Suicídio, que aconteceu ontem.

As taxas de suicídio mais elevadas são as dos países do leste da Europa, como Lituânia ou Rússia, enquanto as mais baixas se situam na América Central e do Sul, em países como Peru, México, Brasil e Colômbia.

EUA, Europa e Ásia estão na metade da escala. Não há estatísticas sobre o tema em muitos países africanos e do sudeste asiático.Segundo o relatório, uma pessoa se suicida no mundo a cada 40 segundos. O número de tentativas de suicídio também é alto, com 20 milhões de tentativas por ano.

A organização diz ainda que o problema está se agravando e que o suicídio se transformou em um problema de saúde importante para a entidade, segundo o médico Shekhar Saxena, que apresentou o relatório à imprensa em Genebra.

Austrália Quer Criar Prisões Para Imigrantes Ilegais Fora do País

Austrália-O ministro de Imigração e Cidadania da Austrália, Chris Bowen (Partido Trabalhista), assinou segunda-feira (10/09) projeto de lei que estabelece um centro de detenção de imigrantes ilegais na Republica de Nauru. O texto, que conta com o apoio da oposição, está sendo votado pelo Parlamento do país neste momento.
 
Se a medida for aprovada, milhares de pessoas que chegaram de forma irregular no território australiano desde o dia 13 de Agosto, quando o plano foi anunciado, serão enviadas a uma penitenciária na ilha vizinha até o final desta semana. Lá, estes imigrantes terão de esperar por tempo indeterminado uma decisão do governo local ou da Papua Nova Guiné.“A mensagem aos que buscam por asilo na Austrália é que, se eles viajarem ilegalmente, não terão suas reivindicações avaliadas na Austrália, mas em Nauru ou em Papua Nova Guiné”, afirmou Bowen.

A iniciativa, encabeçada pelo governo federal da chanceler trabalhista Julia Gillard, pretende dissuadir pessoas de pagarem a contrabandistas para entrarem na Austrália, uma prática muito arriscada que já deixou dezenas de mortos e feridos.

Aproximadamente 10 mil pessoas, provenientes, sobretudo, de Irã, Afeganistão e Sri Lanka, chegaram ao país por rotas ilegais marítimas apenas neste ano, informou a rede Al Jazeera.

“O objetivo aqui é fazer com que as pessoas percebam que não existe nenhuma vantagem se elas entram num bote, pagam um contrabandista e arriscam sua vida no mar”, afirmou a primeira-ministra à emissora australiana ABC.

O plano mostra uma mudança radical na política de imigração do Partido Trabalhista, que, durante dez anos de governo liberal de John Howard, se opôs ao envio de imigrantes ilegais para países vizinhos. O governo trabalhista chegou até mesmo a abolir a medida de mandar essas pessoas à ilha de Nauru quando assumiu o poder com Kevin Rudd.

“Hoje, o Partido Trabalhista termina com uma década de denuncias e acusações do processo fora da jurisdição australiana em Nauru”, disse Scott Morrison, responsável por assuntos de imigração do Partido Liberal. “Eles admitiram hoje que estavam totalmente errados em abolir o processo em Nauru e outras medidas do governo de Howard”, acrescentou.

Durante a sessão parlamentar, Adam Bandt, deputado do Partido Verde, propôs uma emenda à lei para limitar o tempo de prisão aos imigrantes em 12 meses. Enquanto isso, os liberais procuram aprovar outras emendas para endurecer a medida, como o Visto de Proteção Temporária.

O governo de Gillard também pretende reativar um centro de detenção de imigrantes ilegais nas Ilhas Manus, localizadas na Papua Nova Guiné. Por esta razão, sábado (08/09), a chanceler se reuniu com o primeiro-ministro do país, mas os representantes ainda não chegaram a um acordo.

A Human Rights Watch pediu às autoridades australianas criarem medidas para garantir os direitos humanos destes imigrantes, uma vez que empresas privadas serão responsáveis pela administração das prisões e pelas viagens até o local.

Já o Conselho de Refugiados da Austrália disse que a medida pode não ter o efeito de diminuir a imigração ilegal. “A preocupação do Conselho de Refugiados da Austrália é que a medida não tenha o impacto esperado pelo governo”, disse o diretor executivo Paul Power à Al Jazeera.

De fato, cálculos da ABC mostram que, desde o dia 13 de Agosto, cerca de 2 mil pessoas buscando por asilo chegaram ao país. O governo estima, no entanto, que 1,5 mil imigrantes ilegais entraram ilegalmente neste último mês.

União Africana Enfrenta Dificuldades Financeiras Devido à Falta de Repasse de Alguns Integrantes


Brasil-A União Africana, que reúne 54 países, passa por dificuldades financeiras porque vários de seus membros não estão contribuindo financeiramente para o órgão devido à necessidade de administrar questões regionais, como os conflitos na Líbia – que até 2010 era um dos principais doadores do grupo. Pelo menos seis países não estão pagando suas cotas ao órgão, segundo dirigentes do grupo.
 
Por decisão interna, a União Africana suspendeu quatro países: Guiné-Bissau, Madagascar, Níger e Mali. Em todos, segundo os integrantes do grupo, houve rompimento da ordem democrática.Criada em 2002, a União Africana se destina a promover a integração regional como forma de desenvolvimento econômico por meio da integração das economias de todos os países da África.
 
A presidente da Comissão do Gênero, Família e Deficientes do Parlamento Pan-Africano, Francisca Domingos, disse que os conflitos que levaram à saída de Muammar Kadhafi, em 2011, na Líbia, geraram queda no orçamento da União Africana.
 
"Não posso dizer ao certo quanto é que a Líbia dava para o orçamento do Parlamento Pan-Africano, mas a fama de o país ser o maior contribuinte dá uma ideia dos problemas que estamos enfrentar”, disse a parlamentar moçambicana.
 
Em busca de apoio financeiro, o Parlamento Pan-Africano tenta identificar potenciais parceiros de cooperação no esforço para que aumentem os repasses ao órgão. Segundo Francisca Domingos, há ainda um esforço interno para ampliar os poderes do Parlamento Pan-Africano, deixando de ser um órgão apenas consultivo.
 
"Já conseguimos alguns acordos muito importantes nesse sentido.Não ultrapassa cinco o número de Estados [países] que ainda resistem à ideia de o Parlamento Pan-Africano passar a deter poderes legislativos e não apenas consultivos", disse Francisca Domingos.

Guiné-Bissau: Secretário-Geral Adjunto da ONU Diz Que os Militares Não Devem Ditar Regras Públicas

Bissau – O secretário-geral Adjunto das Nações Unidas da Comissão Económica para África, Carlos Lopes, defendeu que, num Estado moderno e contemporâneo, não é permitido que militares sejam quem dita as regras públicas.
 
«Os militares têm um papel muito importante a desempenhar mas, no entanto, extravasam o que devem fazer na Guiné-Bissau», disse Carlos Lopes.

Em entrevista ao Programa «Grande Entrevista África» da RTP-África, o diplomata guineense ao serviço das Nações Unidas sublinhou que o grande problema da Guiné-Bissau é que existe sobreposição de vários factos negativos.

«Temos o negativo da presença de forças militarizadas, seja elas quais forem, legítimas ou ilegítimas, que agarram coisas públicas, tráficos de drogas, máfias, perturbações e tenções exploradas por políticos a nível étnico e religioso», referiu.

Neste sentido, o responsável informou que, ao nível destas tendências é que surgem situações explosivas, o que acontece em muitos países da África, incluindo a Guiné-Bissau.

Carlos Lopes disse ainda que, desde a independência, existem vários conflitos na classe castrense que nunca foram bem geridos, tendo sublinhado que as Forças Armadas da Guiné-Bissau não foram profissionalizadas e adaptadas à realidade do país.

«Recentemente cada uma das soluções que foram propostas para resolver a crise na Guiné-Bissau, nunca se chega ao ponto fulcral de resolução do problema que era lidar com os militares e acabar, de uma vez por todas, com a capacidade dos militares manterem um país refém», referiu Carlos Lopes.

Interrogado sobre se Guiné-Bissau é um «Estado falhado», Carlos Lopes disse não gostar deste conceito, tendo definido a palavra desenvolvimento e como as sociedades humanas por natureza vivem com conflitos em todo tempo. Neste sentido o problema não está em eliminar o conflito, o que é para ele impossível, sustentando ser necessário entender os problemas para poder gerir esta situação de uma forma que seja transformativa para a sociedade.

«Temos que transformar a sociedade para que produzam o desenvolvimento», explicou.

A terminar, Carlos Lopes disse ser optimista por natureza, assim como para o futuro da Guiné-Bissau.

Durante o mês de Setembro, o recém-nomeado Secretário-geral Adjunto das Nações Unidas da Comissão Económica para África, deverá ocupar-se das suas funções na sede da União África, na Etiópia.

Cabo Verde Participa em Dakar na Conferência Sub-regional Sobre Tráfico de Drogas


 




 
Praia - O ministro da Justiça de Cabo Verde, José Carlos Semedo, está presente na Conferência Sub-regional para Harmonização da Legislação sobre Luta Contra a Droga e Avaliação do Programa de Apoio à Iniciativa em curso até quarta-feira em Dakar, no Senegal.
 
Esta conferência ministerial sobre tráfico de drogas reúne na capital senegalesa ministros titulares da Justiça de seis países da Comunidade Económica para o desenvolvimento dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), nomeadamente da Guiné-Bissau, da Guiné Conakry, da Gâmbia, do Mali, de Cabo Verde e do Senegal.
 
Ela é organizada pelo Comité Interministerial da Luta Contra Droga (CILD), organismo conjunto de combate ao narcotráfico coordenado pelo Senegal e criado na sequência duma outra conferência ministerial sub-regional sobre o tráfico ilícito de estupefaciente realizada em 2010, também em Dakar.
 
De acordo com os promotores da conferência iniciada segunda-feira em Dakar, o encontro pretende analisar e pôr em prática as recomendações da conferência de 2010.
 
Entre essas recomendações destacam-se a tomada de medidas para reforçar os mecanismos do CILD, reduzir o tráfico ilícito, reforçar os meios operacionais da luta, do dispositivo operacional de gestão de estratégias de prevenção e o apelo à comunidade internacional para aderir ao comité.
 
A reunião tem também como propósito tentar harmonizar a legislação em matéria do tráfico de droga nos seis países participantes.
 
Para além dos ministros da Justiça, o encontro na capital senegalesa conta ainda com a participação de representantes do Centro de Estudos Estratégicos dos Estados Unidos da América, da União Europeia, da Interpol, das Nações Unidas, de jornalistas e de juristas.
 
Este encontro ocorre numa altura em que especialistas de todo o mundo estão a considerar a África Ocidental não apenas como uma região de trânsito, mas igualmente que se transformou em produtora de droga.
 
O Escritório das Nações Unidas contra a Droga e o Crime (UNODC) calcula que cerca de 50 porcento da droga traficada nas África Ocidental e Central permanece nessas sub-regiões.
 
Discursando na abertura de um seminário de apresentação pública do Programa Nacional Integrado contra Droga e Crime (PNIDC) para 2012/16, realizado no passado mês de julho na cidade da Praia, a coordenadora do UNODC em Cabo Verde, Cristina Andrade, revelou que "a África Ocidental, antes uma rota, é hoje o destino final da droga".
 
Ela apontou que em 2011 foram traficadas uma quantia estima em 30 toneladas de cocaína, o que corresponde a um lucro na ordem de 900 milhões de dólares americanos, numa zona onde existem cerca de 2,3 milhões de toxicodependentes.
 
"A África Ocidental representa para as Nações Unidas e para a UNODC um dos grandes desafios e uma das suas principais prioridades, enquanto sub-região mais instável do mundo, onde se regista um aumento do tráfico e do consumo da droga, sinais de produção, de pirataria e de insegurança", sustentou.

terça-feira, 11 de setembro de 2012

Crise Europeia Influencia queda no Crescimento Económico da África do Sul

Joanesburgo - A economia sul-africana deve registar um crescimento inferior a 3% em 2012, segundo o Fundo Monetário Internacional, FMI.
 
A mais recente avaliação económica vem contida numa informação publicado pelo órgão, na última quinta-feira, em Washington. A nota defende que o país deve recuperar gradualmente em dois anos, informa a Rádio ONU.
 
O desempenho da África do Sul deve ser influenciado pelas preocupações com a instabilidade da zona euro, tida como o principal parceiro comercial do país. Por outro lado, o atraso da recuperação sul-africana também deve ser reflexo de sinais da desaceleração na China, indica o FMI.
 
O órgão recomenda que seja implementada uma política económica inserida num ambiente de grande incerteza global, e haja aposta em progressos para promover um crescimento inclusivo com vista a manter a coesão social.
 
Pretória também foi aconselhada a introduzir novas medidas para expandir as oportunidades de emprego, garantir melhores resultados na educação e na saúde além de construir infra-estruturas mais eficientes.
 
Ao mesmo tempo, o país deve manter a estabilidade macro-económica e financeira num ambiente de risco global. As fontes externas de risco incluem a fraca demanda pelas exportações sul-africanas e uma queda nos preços de bens básicos. 

Rebeldes do Congo Cometeram Abusos Generalizados

República Democrática de Congo-Rebeldes no leste da República Democrática do Congo, que estariam a receber ajuda da vizinha Ruanda, cometeram crimes de guerra generalizados, incluindo dezenas de assassinatos e estupros, disse a Human Rights Watch num relatório divulgado, Terça-feira.
 
A região montanhosa no leste do Congo, aterrorizada por grupos armados há quase duas décadas, foi palco de seis meses de confrontos sangrentos depois de os soldados terem desertado do Exército, desencadeando um conflito que forçou pelo menos 220 mil pessoas a deixarem as suas casas.
 
Os especialistas da ONU dizem que as autoridades de Ruanda deram apoio logístico e tropas para o levante, conhecido como M23, embora o governo ruandês negue com veemência essas acusações.
 
As alegações de violações generalizadas dos direitos humanos por parte do M23 surgem num momento em que os esforços para encontrar uma solução para a crise parecem estar estancados, tendo a direcção da força de paz da ONU afirmando que o envio de uma força neutra para enfrentar os rebeldes continua a ser "apenas um conceito".
 
A Human Rights Watch (HRW) disse num comunicado, Terça-feira que pelo menos 33 dos combatentes próprios do M23 tinham sido executados por tentar desertar e 15 civis também haviam sido mortos deliberadamente desde Junho num território controlado pelos insurgentes.
 
"Os rebeldes do M23 estão a cometer uma série horrível de novas atrocidades no leste do Congo, disse a pesquisadora sénior de África Anneke van Woudenberg, da HRW.
 
A entidade afirmou ter fundamentado a sua pesquisa em quase 200 entrevistas e ter obtido evidências de que pelo menos 46 mulheres e meninas tinham sido estupradas.