segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Guiné-Bissau: Sector da Saúde de Novo em Greve



Bissau-O sector da saúde pública da Guiné-Bissau voltou esta quinta-feira à greve, praticamente um mês depois da última paralisação motivada também por salários em atraso e pagamento de um conjunto de subsídios, avança a agência Lusa.

Segundo Domingos Sami, presidente do Sindicato de Técnicos da Saúde (STS), a greve foi convocada pelo seu sindicato e pelo Sindicato dos Enfermeiros, Técnicos de Saúde e Afins (SINETSA) para durar sete dias, a partir de quinta-feira passada.

"Já não podemos dar mais benefício de dúvida ao Governo, porque comprometeu-se connosco e levantámos a greve do mês de Agosto mas na realidade o Governo está em falta no seu compromisso", declarou Sami, ao justificar a razão da paralisação laboral.

No passado mês de Agosto, os dois sindicatos haviam convocado uma greve de 11 dias, mas volvidos quatro dias da paralisação levantaram-na mediante o compromisso do Governo de transição em como as reivindicações dos sindicatos seriam atendidas num calendário acordado entre as duas partes.

Os dois sindicatos reclamam o pagamento total de uma dívida de 349 milhões de francos CFA (532 mil euros), acumulados com salários em atraso, subsídios de vela e de isolamento (técnicos colocados em localidades recônditas do país) bem como o pagamento do pessoal contratado para prestar assistência nos hospitais e centros de saúde.

A greve também se destina a protestar pelo não pagamento de vencimentos aos técnicos da saúde de acordo com novas letras fixadas no reajuste recentemente efectuado no Orçamento Geral do Estado.

Para Domingos Sami, as greves sucedem-se no sector da saúde porque o Governo "não tem vontade de honrar os compromissos" que assume com os sindicatos.

"Falta vontade ao Governo para pagar as dívidas. O secretário de Estado do Tesouro e Orçamento, Gino Mendes, assumiu o compromisso de que ia pagar as dívidas em três tranches. Na verdade pagou duas tranches e falta pagar a última tranche. Agora ele está em falta porque o prazo que deu já passou" observou o sindicalista.

Banco Mundial Concede 17 Biliões ao Sector das Telecomunicações do Benin

Bandeira do Benin
Bandeira do Benin

Cotonou - O Banco Mundial (BM) concedeu ao Benin 17,5 biliões de francos CFA para financiar a primeira fase do Programa Regional de Infra-estruturas de Comunicação da África Ocidental  (Warcip-Benin) segundo o Ministério da Economia e Finanças.

O objectivo global do Warcip-Benin inscreve-se no âmbito da estratégia de desenvolvimento económico do Governo para fazer do Benin "o bairro digital de África", de acordo com a mesma fonte.

De modo específico, a realização deste projecto vai contribuir para reforçar o lugar que o Benin ocupa em matéria de distribuição de capacidade de conetividade aos países vizinhos (Burkina Faso, Níger, Nigéria e Togo).

Vai permitir igualmente intensificar redes de bandas largas que incentivem os investimentos e o crescimento económico.

APEC: Rússia Propõe União Aduaneira Como Base de Integração Econômica com a Região da Ásia-Pacífico

Rússia-A Rússia atuará firmemente para que a União Aduaneira – bloco formado pela Federação Russa, o Cazaquistão e a Bielorrússia – seja uma ponte entre a Europa e os países da Cooperação Econômica Ásia-Pacífico.
 
A afirmação foi feita pelo Presidente Vladimir Putin sexta-feira, 7, na abertura da reunião empresarial realizada no âmbito do encontro da APEC em Vladivostok. Nestes sábado e domingo, 8 e 9, chefes de Estado e de Governo e ministros dos 21 países formadores do grupo Ásia-Pacífico farão a reunião de cúpula da organização.
 
Em sua fala na conferência empresarial, o Presidente Putin destacou que vários membros da APECCooperação Econômica Ásia-Pacífico já têm acordos comerciais bilaterais com os três países do espaço econômico comum chamado União Aduaneira, e que este espaço oferece sua infraestrutura aos países da área em torno do Pacífico, na Ásia, na Oceania e nas Américas.
 
A reunião da Cooperação Econômica Ásia-Pacífico começou no domingo, 2, na ilha Russky, na cidade de Vladivostok, região do Primorie. Esta é a primeira vez que a Rússia, membro da APEC desde 1998, está hospedando a cúpula do grupo, criado em 1989 para promover a cooperação econômica entre os países e regiões da Ásia e do Pacífico.

sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Governo de Transição Apresenta Cronograma de Eleições a Parceiros

Bandeira da Guiné-Bissau
Bandeira da Guiné-Bissau

Bissau - O governo de transição da Guiné-Bissau apresentou quarta-feira a parceiros internacionais o programa de trabalhos para a realização de eleições gerais em 2013, com um orçamento total estimado em quase 20 milhões de euros.

 reunião juntou elementos do governo de transição e representantes da União Africana, Banco Mundial, Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e da Comunidade Económicaparao desenvolvimento dos Estados da África Ocidental (CEDEAO). Também estiveram presentes, entre outros, representantes da África do Sul, Rússia e da Guiné-Conakry.

José Biai, ministro da Economia e Integração Regional, disse aos jornalistas no final da reunião que o encontro -- que não foi o primeiro e se destinou a trocar informações sobre o processo de transição -- serviu para apresentar e discutir o cronograma e orçamento das eleições, que o presidente de transição, Serifo Nhamadjo, já disse querer realizar em Abril.

"O segundo objectivo era pedir o apoio técnico e financeiro para a realização das eleições", disse o ministro, que não revelou se o apoio foi prometido, explicando apenas que a comunidade internacional apresentou sugestões em termos de calendário e pediu o reforço do diálogo interno.

"Deram sugestões no sentido de que a questão técnica não preocupa muito, porque sem dúvida haverá dinheiro. O que solicitaram foi o entendimento interno, de inclusão de todos os guineenses", precisou António Sedjaman, secretário-executivo da Comissão Nacional de Eleições (CNE).

De acordo com este responsável, a cartografia está em fase de conclusão, devendo terminar dentro de uma semana na região de Biombo e passando depois para Bissau, a última área que falta cartografar. O recenseamento biométrico, acrescentou, deverá iniciar em finais de Outubro e decorre até Dezembro/Janeiro.

"A comunidade internacional mostrou-se disponível. Vamos continuar com o diálogo. Solicitamos, e eles concordaram, que deve haver diálogo constante", disse o representante da CNE, adiantando que na reunião participaram mais parceiros do que na anterior.

"O que quer dizer que a comunidade internacional começou a entender que precisam de dar um apoio à Guiné-Bissau para que haja uma saída e essa saída só é possível com eleições legislativas e presidenciais", opinou António Sedjaman.

Para as operações eleitorais, a CNE calcula que sejam necessários cerca de 5,5 milhões de euros, mas segundo António Sedjaman, todas as fases do processo (incluindo a cartografia e o recenseamento) têm um custo estimado de quase 20 milhões de euros.

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Portugal Cai Em Ranking de Competitividade Económica


Portugal-Portugal caiu quatro lugares na lista dos países mais competitivos em termos económicos, passando de 45.º em 2011 para 49.º este ano, segundo o relatório global do Fórum Económico Mundial (World Economic Forum), que foi divulgado ontem.
 
O documento, que foi também objeto de debate ontem em Lisboa, refere que esta queda de competitividade se deve à crise da dívida soberana e à consequente "deterioração do ambiente macro-económico" não só de Portugal, mas de todas as economias do Sul da Europa.
 
O relatório indica que "Portugal continua a sofrer da deterioração do ambiente macroeconómico - apesar do recente progresso no combate ao défice público - e um preocupante sistema bancário que fechou o acesso ao financiamento barato, afetando a capacidade das empresas locais para obter empréstimos para os seus projetos de investimento".
 
Segundo o Fórum Económico Mundial, o mercado de trabalho em Portugal "é considerado demasiado rígido" e o "nível de concorrência" nas empresas "é baixo", principalmente pela "falta de liberalização de alguns serviços".

 

Pontos fortes: infra-estruturas de qualidade e população qualificada

Perante este cenário, o relatório adianta que "as várias reformas estruturais recentemente implementadas estão direcionadas para abordar estas fraquezas", sendo que "garantir a sua correta aplicação será crucial para aumentar vantagem competitiva de Portugal e alavancar seus pontos fortes, como infra-estruturas de alta qualidade e uma população altamente qualificada".

O documento alerta também que os cortes nos investimentos em termos de investigação e desenvolvimento "podem continuar a afetar a capacidade das empresas de inovar e, portanto, a capacidade do país para transformar sua economia e mover-se em direção a atividades de maior valor acrescentado".
 
Nesta lista elaborada pelo Fórum Económico Mundial, liderada pela Suíça como o melhor país do mundo em termos de competitividade, Portugal está abaixo de países como a Malásia, Porto Rico, Estónia, Panamá, Azerbeijão e Brasil, mas bate países como a África do Sul, Rússia, Argentina e Grécia.
 
Na tabela liderada pelos suíços seguem-se Singapura, Finlândia, Suécia, Holanda, Alemanha, Estados Unidos, Reino Unido, Hong Kong e Japão.


China Recebe Hillary Clinton com Desconfiança


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Pequim-A Secretária de Estado do governo americano, Hillary Clinton, terá de enfrentar a desconfiança cada vez maior do governo e do público chineses sobre a estratégia de envolvimento dos Estados Unidos na Ásia e Oceania quando se reunir com líderes chineses aqui.


Clinton foi recebida pelo ministro das Relações Exteriores, Yang Jiechi, quando chegou a Pequim vinda da Indonésia ontem à noite, na última parte de uma visita à região. A viagem mais uma vez destacou o desejo do governo americano de voltar a concentrar sua política externa na Ásia, uma região crítica para o crescimento econômico mundial, mas repleta de disputas territoriais, corridas armamentistas e nacionalismo exacerbado.

"Estamos compromissados a construir uma parceria cooperativa com a China; é um aspecto fundamental de nosso reequilíbrio na Ásia e Oceania", disse Clinton a Yang, segundo um comunicado do Departamento de Estado dos EUA.

Clinton também deve se reunir com o presidente chinês Hu Jintao e o vice-presidente Xi Jinping durante a visita. Espera-se que Xi vá suceder a Hu como líder do Partido Comunista durante uma transição que só acontece uma vez a cada dez anos e começa ainda este ano.

Entre suas tarefas mais difíceis, Clinton provavelmente vai pressionar os líderes chineses quanto às disputas territoriais do país com seus vizinhos por partes dos Mares da China Meridional e Oriental. O governo americano já afirmou várias vezes que não toma partido em disputas territoriais, mas mantém um interesse na proteção da liberdade de navegação na região.

Não é esperado que a visita leve a grandes avanços diplomáticos. Ao contrário, ela é vista por diplomatas e analistas como algo para abrir o caminho para um encontro regional em novembro, quando os EUA e alguns países da região devem pressionar para discutir disputas territoriais num ambiente multilateral. Pequim tem resistido a esforços similares, e prefere lidar com as disputas numa base bilateral.

Uma enxurrada de comentários na mídia estatal nos últimos dias revela desconfiança da estratégia de Clinton. Muitos na China temem que os EUA estejam tentando conter a rápida ascensão econômica e política do país asiático.

A viagem pode ser a última de Clinton a Pequim como secretária de Estado. Prevê-se que ela vai se demitir do posto depois das eleições presidenciais de novembro.

"Esperamos que, antes de sair do cargo, Clinton possa refletir sobre o profundo estrago que vem fazendo nas relações sino-americanas nos últimos meses e tente remediar isso", disse um editorial no "Tempos Globais", um tabloide muito lido afiliado ao veículo do Partido Comunista "Diário do Povo". O título do editorial foi: "Hillary, uma figura que exacerba profundamente a desconfiança mútua EUA—China".

O Ministério das Relações Exteriores da China questionou as intenções dos EUA na região num comunicado ríspido no mês passado. Um porta-voz do ministério fez uma observação cautelosa numa entrevista coletiva na terça-feira, em preparação à visita de Clinton.

"Esperamos que o lado americano possa cumprir promessas relevantes e fazer mais para promover a paz e a estabilidade regionais e não o contrário", disse Hong Lei, o porta-voz do ministério.

Durante sua visita, dizem analistas, Clinton vai procurar equilibrar a pressão por colaboração da China em questões regionais quentes com a necessidade de uma colaboração chinesa mais ampla em problemas diplomáticos mais abrangentes relacionados à Síria e ao Irã.

Mas analistas chineses dizem que o público e os líderes do país receiam que os EUA estejam sendo insinceros ao afirmar que seu novo foco na Ásia não é destinado a conter a influência da China, mesmo quando sua estratégia parece cada vez mais distanciar a China de alguns de seus vizinhos, como o Vietnã e as Filipinas.

"Às vezes, não é uma questão de ser duro ou mole", disse Wu Xinbo, que estuda os laços EUA—China na Universidade Fudan, em Xangai. "É uma questão de confiança e credibilidade."


 

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

UE diz ao Mercosul Que Protecionismo Dificulta Acordo Comercial

Bruxelas-O presidente da Comissão Europeia (órgão executivo da União Europeia), José Manuel Durão Barroso, assegurou  terça-feira que os 27 países do bloco continuam querendo conseguir um acordo de livre-comércio com os países do Mercosul, mas advertiu que as "posturas protecionistas" de alguns países do bloco sul-americano o tornam difícil.

Em discurso aos embaixadores europeus, Barroso assegurou que o objetivo de Bruxelas continua sendo fechar um acordo de associação, que inclui um acordo de livre-comércio, apesar de as negociações não terem registrado avanços nos últimos meses.

"É justo dizer que as recentes posturas protecionistas de alguns membros do bloco não ajudam", ressaltou o chefe do Executivo comunitário.

Barroso acredita que da cúpula UE-América Latina que será realizada em janeiro de 2013 no Chile possa sair uma "clara mensagem contra o protecionismo e certas formas de populismo".

O líder não citou nenhum país em sua mensagem, mas nos últimos meses as relações comerciais da UE foram especialmente tensas com a Argentina.

A Comissão Europeia decidiu na semana passada abrir uma investigação por causa de uma denúncia apresentada em julho pelo Conselho Europeu do Biodiesel, que considera que as importações de biodiesel argentino são objeto de "dumping" (seu preço na UE está abaixo dos preços nacionais dos 27 paises do bloco) e estão causando por isso, um grande prejuízo à indústria do bloco.

Barroso, no discurso, referiu também às relações bilaterais com o Brasil.

Segundo ele, o acordo de cooperação entre Europa e Brasil selado em 2007 "permitiu conseguir progressos (...), mas ainda não alcançou todo seu potencial no que se refere à cooperação em assuntos globais".